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PublicouAntônio Pereyra Alterado mais de 9 anos atrás
1
CONHEÇO A RESIDÊNCIA DA DOR Cecília Meireles Inês Vieira Automático
2
Sem vizinhos, sem conversa, Com umas imensas vigílias,
Conheço a residência da dor. É um lugar afastado, Sem vizinhos, sem conversa, quase sem lágrimas, Com umas imensas vigílias, diante do céu.
3
A dor não tem nome, Não se chama, não atende. Ela mesma é solidão: nada mostra, nada pede, não precisa. Vem quando quer.
4
O rosto da dor está voltado sobre um espelho,
Mas não é rosto de corpo, Nem o seu espelho é do mundo.
5
. Conheço pessoalmente a dor. A sua residência, longe,
em caminhos inesperados
6
Às vezes sento-me à sua porta,
na sombra das suas árvores. E ouço dizer: “Quem visse, como vês, a dor, já não sofria”. E olho para ela, imensamente. Conheço há muito tempo a dor. Conheço-a de perto. Pessoalmente. Cecília Meireles 26, agosto, 1954
7
Música: Ernest_Cortazar
Fire_and_Ice Imagens: Internet
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