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UNIDADE 6: SOCIOLOGIA DA LINGUAGEM: A economia das trocas linguísticas; a compreensão do trabalho de interpretação na pesquisa em educação TEXTOS-BASE:

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1 UNIDADE 6: SOCIOLOGIA DA LINGUAGEM: A economia das trocas linguísticas; a compreensão do trabalho de interpretação na pesquisa em educação TEXTOS-BASE: BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Editora da USP, Parte 1, pág. 23 a 52. BOURDIEU, Pierre. Compreender. In: BOURDIEU, Pierre. A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes, 1997 Responsáveis pela discussão: Eliana, Juliane e Luíza.

2 Contextualização Pierre Bourdieu
Textos-base: A Sociologia da Educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições; e Bourdieu & Educação Maria Alice Nogueira e Cláudio Marques Martins Nogueira

3 Pierre Bourdieu 3

4 Biografia Nascido em agosto de 1930, em Béarn, uma região rural do sudoeste da França, numa família campesina, ingressa em 1951 na Faculdade de Letras, em Paris, na Escola Normal Superior e em 1954 gradua-se em Filosofia, assumindo a função de professor em Moulins. Após prestar serviço militar na Argélia, assume, em 1958 o cargo de professor assistente na Faculdade de Letras em Argel, quando inicia sua pesquisa acerca da sociedade cabila. Em 1960 torna-se assistente de Raymond Aron, na Faculdade de Letras de Paris e principia seus estudos acerca do celibato na região de Béarn. Ainda em 1960 integra-se ao Centro de Sociologia Européia, do qual torna-se secretário geral em 1962.

5 Biografia (cont.) Desenvolve ao longo das décadas de 1960 a 1980 farta obra, contribuindo significativamente para a formação do pensamento sociológico do século XX. Na década de 1970 estende sua atividade docente a importantes instituições estrangeiras, como as universidades de Harvard e Chicago e o Instituto Max Planck de Berlim. É consagrado Doutor 'honoris causa' das universidades Livre de Berlim (1989), Johann-Wolfgang-Goethe de Frankfurt (1996) e Atenas (1996). Morreu em Paris, em 23 de janeiro de 2002, depois de finalizar um curso acerca de sua própria produção acadêmica, que servirá de fundamento ao seu último livro, Esboço para uma autoanálise.

6 Contexto de produção Paradigma funcionalista na educação. Educação – papel duplo Escola publica e gratuita – acesso e igualdade de oportunidades Capacidades e dons individuais Escola – instituição neutra – conhecimento racional e objetivo e selecionaria seus alunos com base em critérios racionais.

7 Contexto de produção Anos 60
Crise na concepção de escola e reinterpretação do papel dos sistemas de ensino. Dois movimentos: Surveys (Aritmética Política inglesa, Relatório Coleman – EUA, Estudos do INED – França) Certos efeitos inesperados da massificação do ensino. “geração enganada”

8 Bourdieu – anos 60 Anomalias acumuladas no paradigma funcionalista – novo modo de interpretação da escola e da educação Corroboram com sua teoria - Os dados das grandes Surveys e a frustração da “geração enganada” Escola – tem seu papel invertido Paradigma da Reprodução - tornou-se um dos mais importantes paradigmas utilizados na interpretação sociológica da Educação

9 A sociologia da Educação de Bourdieu
Teses Centrais 1. os alunos não são indivíduos abstratos que competem em condições relativamente igualitárias na escola, mas atores socialmente constituídos que trazem, em larga medida incorporada, uma bagagem social e cultural diferenciada e mais ou menos rentável no mercado escolar. 2. a escola tem um papel central de legitimação e reprodução das desigualdades sociais.

10 Tese 1: A herança familiar e suas implicações escolares
Oposição entre subjetivismo e objetivismo. Ator da sociologia da educação de bourdieu – nem o indivíduo isolado, consciente, reflexivo, - nem o sujeito determinado, mecanicamente submetido as condições externa objetivas. O sujeito da sociologia de bourdieu é caracterizado por uma bagagem socialmente herdada, os capitais e o Habitus. Capital econômico Capital social Capital cultural instucionalizado e incorporado (expressão sintomaticamente vaga; os gostos em matéria de arte, culinária, decoração, vestuário, esportes e etc; o domínio maior ou menor da língua culta; as informações sobre o mundo escolar.)

11 Tese 1: A herança familiar e suas implicações escolares (cont.)
Razões o capital cultural funcionaria como uma ponte entre o mundo familiar e o mundo escolar. o capital cultural possibilitaria um bom desempenho nos processos formais e informais de avaliação a compreensão que os pais tem do funcionamento escolar Papel dos outros capitais

12 Tese 1: A herança familiar e suas implicações escolares (cont.)
A bagagem cultural de cada individuo é definida também por seu habitus . Aplicado a educação, o histórico de sucessos e fracassos escolares dos grupos sociais vividos por seus membros os fariam construir estratégias adequadas as suas chances. Bourdieu caracteriza os habitus (disposições e estratégias de investimento escolar) de cada classe social, distinguindo-as em três: elites, classe média e popular.

13 Tese 2: A escola e a reprodução e legitimação das desigualdades sociais
Concepção antropológica de cultura – noção de arbitrário cultural. Caso da Escola. Conversão de um arbitrário cultural em cultura legitima

14 Tese 2: A escola e a reprodução e legitimação das desigualdades sociais
Autoridade pedagógica – Escola – cultura neutra. Função de reprodução e legitimação das desigualdades sociais. Como essas duas funções se exercem: pretensa e falsa igualdade de oportunidades comunicação pedagógica

15 Tese 2: A escola e a reprodução e legitimação das desigualdades sociais
Alunos classe dominantes X Alunos classe popular Argumento central - ao dissimular que acultura da escola é a cultura das classes dominantes, a escola dissimula igualmente os efeitos que isso tem para o sucesso escolar das classes dominantes. A escola cumpre simultaneamente uma dupla função

16 A repercussão dos trabalhos de Bourdieu coincidiu com os acontecimentos de maio de 1968.
Teoria da reprodução: a escola legitima e reproduz a cultura da classe dominante- manutenção das desigualdades sociais.

17 Seu trabalho inovador não limitou a estudos relativos a problemática educacional, incorporou textos sobre a indústria cultural, os intelectuais, a sociologia da religião e matrimonial, as produções artísticas, etc. Seu trabalho fez um resgate e revalorização de algumas correntes, obras e autores, nos campos da história social da arte, sociologia da cultura, história social e interacionismo simbólico.

18 A economia das trocas linguísticas traz uma teoria do poder simbólico a partir de uma crítica aos postulados da linguística. Bourdieu procura construir os sistemas de disposições sociais dos diversos grupos e classes e seu manejo da língua como parte de um domínio particular e distintivo do corpo.

19 Saussure: língua una e indivisível, exclui qualquer variação social inerente.
Separa a “línguística externa” da “linguística interna”, onde exclui toda relação com a história política de seus falantes ou com a geografia do território onde é falada, pelo fato de que não acrescentariam nada ao conhecimento da língua tomada em si mesma. Separa o instrumento linguístico de suas condições sociais de produção e de utilização.

20 Para Bourdieu: As trocas linguísticas, relações de comunicação por excelência, são também relações de poder simbólico, onde se atualizam relações de força entre os locutores ou seus respectivos grupos. Todo ato de fala implica uma relação entre disposições socialmente modeladas, do habitus linguístico, e as estruturas do mercado linguístico, que se impõem como um sistema de sanções e de censuras específicas. Valor distintivo: resulta do relacionamento operado pelos locutores, entre o produto linguístico oferecido por um locutor socialmente caracterizado e os produtos simultaneamente propostos num espaço social determinado.

21 Estilo: desvio individual em relação à norma linguística.
O que circula no mercado linguístico não é “a língua”, mas discursos estilisticamente caracterizados – no lado da produção, cada locutor transforma a língua comum num idioleto, e do lado da recepção, cada receptor contribui para produzir a mensagem que ele percebe e aprecia, importando para ela tudo o que constitui sua experiência singular e coletiva. A palavra só existe imersa em situações. Cada palavra, cada locução, ameaça assumir dois sentidos antagônicos conforme a maneira que o emissor e o receptor tiverem de interpretá-la. Exemplo: o perigo da “gafe”.

22 A produção e a reprodução da língua legítima
a) Língua oficial e unidade política (p. 31) b) A língua padrão: um produto “normatizado” (p. 32) c) A unificação do Mercado e a Dominação Simbólica (p. 36) d) Desvios Distintivos e valor social (p. 39) e) O campo literário e a Luta pela Autoridade Linguística (p. 44) f) A dinâmica do campo linguístico (p. 49)

23 A produção e a reprodução da língua legítima
Vós o dissestes, cavalheiro! Deveria haver leis para proteger os conhecimentos adquiridos. Tomai, por exemplo, um de nossos bons alunos, modesto, aplicado, que começou, desde as primeiras aulas de gramática, a manter seu caderninho de expressões. Que, durante vinte anos, atento a cada palavra dos professores, acabou reunindo uma espécie de pequeno pecúlio inte­lectual: será que este não lhe pertence, como se fosse uma casa ou dinheiro? P. CLAUDEL, Le Soulier de Satin (p. 29)

24 Comparação do acúmulo do saber com o acúmulo da riqueza material;
Augusto Comte: descreve a apropriação simbólica como uma espécie de participação mística universal uniformemente acessível e infensa a qualquer expropriação; A ilusão do comunismo linguístico que ronda toda teoria linguística: a língua como um tesouro universal a ser conservado; Saussure remete à metáfora do tesouro: Tesouro interior depositado pela prática da fala nos sujeitos pertencentes à mesma comunidade A soma dos tesouros individuais da língua Soma de marcas depositadas em cada cérebro

25 Chomsky reafirma “essa posição dos fundadores da linguística moderna” com o argumento da competência linguística - outro nome da língua - possuída por todo um grupo como um “tesouro universal”, bem público de participação aberta a todos os membros de uma “comunidade linguística”. Para Bourdieu: esse modo de conceber a língua desconsidera a questão das condições econômicas e sociais de aquisição da competência legítima e da constituição do mercado onde se estabelece e se impõe esta definição do que é legítimo e o que é ilegítimo;

26 a) Língua oficial e unidade política (p. 31)
Os linguistas esquecem as leis sociais de construção e a gênese social da língua: apenas incorporam à teoria um objeto pré-construído; Citação do Curso de Linguística Geral de Saussure: Não é o espaço que define a língua, mas a língua que se define em determinado espaço; Os falantes são os portadores das mudanças que ocorrem (disposição dos falantes); A língua é um código legislativo e comunicativo que existe e subsiste independentemente de seus usuários e de suas utilizações; Diferentemente do dialeto, a língua possui todas as propriedades comumente atribuídas à língua oficial e por isso se impõe; Ela assegura o mínimo de comunicação entre todos os membros de uma “comunidade linguística” : condição da produção econômica e mesmo da dominação simbólica (p. 31)

27 a) Língua oficial e unidade política (p. 31)
É preciso considerar o processo político de unificação onde os sujeitos falantes são levados a aceitar a língua oficial, fator ocultado por essa filosofia histórica; Falar de a língua sem outras especificações significa aceitar a definição de língua oficial de uma unidade política como a única legítima; É no contexto de criação do Estado que se criam as condições da constituição de um mercado linguístico unificado e dominado pela língua oficial: situações oficiais e espaços oficiais (escolas, entidades públicas, instituições políticas, etc.) “esta língua do Estado torna-se a norma teórica pela qual todas as práticas linguísticas são objetivamente medidas” (p. 32); Para que haja a dominação linguística – a imposição de um uso sobre os demais – é necessária a unificação do mercado linguístico dentro de uma determinada unidade política.

28 b) A língua padrão: um produto “normatizado” (p. 32)
Processo de legitimação e imposição de uma língua “purificada”  normalização dos produtos dos habitus linguísticos: O papel do dicionário: Soma dos “tesouros de língua individuais”; reunião do registro erudito da totalidade dos recursos linguísticos acumulados ao longo do tempo (junção de todos os usos possíveis de uma mesma palavra) O papel do sistema escolar: “fabricar semelhanças das quais resulta a comunidade de consciência que é o cimento da nação” (p. 35) A relação com o mercado de trabalho: o reconhecimento do diploma faz com que os pais se “desfaçam” de seu dialeto de origem para que os filhos tenham maiores chances de reconhecimento dentro desse mercado

29 c) A Unificação do Mercado e a Dominação Simbólica (p. 36)
A contribuição que a intenção política de unificação traz à fabricação da língua que os linguistas ocultam como um dado natural; A generalização do uso da língua dominante é uma dimensão da unificação do mercado de bens simbólicos que acompanha a unificação da economia, da produção e da circulação culturais; As coerções jurídicas são capazes de impor apenas a aquisição, mas não a utilização generalizada e a reprodução autônoma da língua legítima.

30 O reconhecimento da legitimidade se dá:
Nas disposições insensivelmente inculcadas pelas sanções do mercado linguístico e na possibilidade de lucros dentro de um determinado mercado; A sutileza da coerção se apresenta no íntimo do sujeito: “escolhas” do habitus; a autocorreção; A intimidação: violência simbólica que só tem condições de se exercer sobre uma pessoa “predisposta” (em seu habitus) a senti-la enquanto outros a ignoram; A timidez reside na relação entre a situação ou a pessoa intimidante e a pessoa intimidada; A violência ocorre de maneira silenciosa e por isso é mais difícil ser revogada: maneiras de olhar, de se aprumar, de ficar em silêncio (olhares desaprovadores, tons ou ares de censura, etc) Ação da inconsciência.

31 d) Desvios distintivos e valor social (p. 39)
Todas as práticas linguísticas encontram sua medida em relação às práticas legítimas, e assim se define a relação que cada locutor pode manter com a língua e com a sua própria produção; A desvalorização de usos populares da língua: regionalismos, expressões “viciosas” e “erros de pronúncia” são impróprios em ocasiões oficiais; Falar é apropriar-se de um ou outro dentre os estilos expressivos  a diferença é de usos de uma mesma língua, não de línguas diferentes (portanto, quem fala diferente do modo legítimo é considerado desvio); Há assim a reprodução do sistema de diferenças sociais na ordem simbólica dos desvios diferenciais; Essas diferenças passam despercebidas pelo sistema estrutural da língua;

32 O falar faz parte de uma competência biológica, comum a todos os seres humanos, portanto, não distintiva; O falar a língua legítima é uma competência socialmente construída, e é portanto, capaz de propiciar a distinção; O lucro da distinção encontra-se distribuído em função das oportunidades de acesso às condições de aquisição da competência legítima (distribuição desigual); “A competência dominante opera como um capital linguístico capaz de assegurar um lucro de distinção em sua relação com as demais competências, contanto que sejam continuamente as condições necessárias para que os grupos detentores dessa competência sejam capazes de impô-la como a única legítima nos mercados oficiais”. (ex.: exames escolares, entrevistas de emprego, consulta médica... Nota da P. 44)

33 e) Campo Literário e a Luta pela Autoridade Linguística (p. 44)
Diferenças entre o capital necessário à simples produção de um “falar comum” e o capital de instrumentos de expressão necessário à produção de um discurso escrito digno de ser publicado (quer dizer, oficializado) a produção de “instrumentos de produção” como figuras de linguagem e de pensamento, gêneros, maneiras ou estilos legítimos e todos os discursos destinados a se tornarem “autoridade”, fonte de “referência obrigatória” a serem citados como exemplos de “uso correto” “As lutas entre os escritores em torno da arte de escrever legítima contribuem, por sua própria existência, para produzir quer a língua legítima, definida pela distância que a separa da língua ‘comum’, quer a crença em sua legitimidade”. (p.45)

34 e) Campo Literário e a Luta pela Autoridade Linguística (p. 44)
Inculcação escolar de obras legitimadas por gramáticos ou pelas academias  estratégia dos autores para serem reconhecidos como legítimos: escolha de produtos que lhes parecem dignos de serem consagrados e incorporados à competência legítima; “As propriedades que caracterizam a excelência linguística cabem em duas palavras: distinção e correção. O trabalho realizado no campo literário produz as aparências de uma língua original procedendo a um conjunto de derivações que têm como princípio um desvio em relação aos usos mais frequentes (...)” (p. 47) Oposição entre: Distinto e vulgar; Raro e comum; Vigoroso ou nobre e relaxado ou livre  termos aplicados: linguagem rebuscada, seleta, nobre, requintada, polida, etc., em oposição a linguagem comum, corrente, familiar, popular, grosseira, etc.

35 f) A Dinâmica do Campo Linguístico (p. 49)
O domínio da língua legítima pode ser adquirido pela familiarização ou pela inculcação expressa de regras explícitas  as grandes classes de modo de expressão correspondem a classes de modos de aquisição: a diferentes formas de combinação entre os dois principais fatores de produção da competência legítima, a família e o sistema escolar; Assim, a Sociologia da Linguagem é indissociável da Sociologia da Educação; O mercado escolar, dominado pelos produtos linguísticos da classe dominante tende a sancionar as diferença de capital preexistente distribuição desigual do conhecimento da língua legítima e a distribuição mais uniforme de seu reconhecimento

36 f) A Dinâmica do Campo Linguístico (p. 49)
Estratégias linguísticas da pequena burguesia: tendência à hipercorreção, expressão particularmente típica de uma boa vontade cultural manifesta em todas as dimensões da prática; Defasagem entre o conhecimento e o reconhecimento, entre as aspirações e os meios de satisfazê-las  geradora de tensão e pretensão. O esforço em negar a distinção se constitui em apropriar-se dela mesma e configura uma permanente pressão  novas estratégias de distinção entre os detentores das marcas distintivas socialmente reconhecidas como refinadas. O principal fator de distinção: a tensão relacionada à hipercorreção controlada versus a naturalidade no uso da língua legítima. Essa tensão não se mostra somente pela língua, mas através da relação com outros bens simbólicos, como a música, as artes plásticas, os estilos de vida, etc.

37 In: BOURDIEU, Pierre. A Miséria do Mundo
Compreender In: BOURDIEU, Pierre. A Miséria do Mundo

38 Idéia central Explicar a relação de comunicação na sua generalidade.
Propõe um modelo e dá exemplos dele ou que o contrapõem.

39 Entrevista Relação social
Distorções – inscritas na própria estrutura da relação de pesquisa. Prática – reflexiva e metódica

40 Recurso para controlar as distorções
Realizar refletividade reflexo realizada no próprio campo. Fazer uso reflexivo dos conhecimentos adquiridos na ciência social para controlar os efeitos da própria pesquisa.

41 (Por) Uma comunicação “não violenta”
Conhecer os efeitos dessa “intrusão” Tentar entender como o entrevistado significa a situação, a própria pesquisa e seu objetivo, da situação particular da pesquisa e das razões que levam o interlocutor participar da troca. Tentar mediar a amplitude e a natureza da distância entre a finalidade da pesquisa e sua significação pelo entrevistado

42 Entrevista: duas dissimetrias
1ª - O pesquisador que inicia o jogo e estabelece sua regra. 2ª - Dissimetria social – de capital

43 Dissimetrias Esforçar-se para dominar os efeitos sem anulá-los.
Instituir uma relação de escuta ativa e metódica Implicações da escuta Disponibilidade total Construção metódica Agir na estrutura do mercado lingüístico e simbólico

44 Exemplo Pesquisador: Você pessoalmente está prestes a partir de Longwy? Pesquisado: “Agora?(tom de surpresa) Para quê? Partir... Eu não vejo a utilidade... Não, eu não creio que eu deixarei Longwy... Essa idéia ainda não tinha me passado pela cabeça... Além disso minha mulher ainda trabalha. Isso pode ser um freio... Mas deixar Longwy ... Eu não sei, pode ser, porque não? ... Um dia ... Eu não sei não ... Mas eu não penso nisso agora. Eu ainda não pensei nisso porque eu estou ... Eu não sei, porque não (risos), eu não sei, nunca se sabe...”

45 Outros recursos Proximidade social e familiar
1ª Garante ameaças de ter suas razões subjetivas reduzidas a causas objetivas 2ª Garantia de um acordo de comunicação efetivo

46 Estratégias para garantir a proximidade social e familiaridade
Estratégia de Willian Labov Pesquisa de Bourdieu Essa estratégia possibilita igualar na entrevista os mercados de bens simbólicos e culturais.

47 Benefícios da familiaridade
Compartilhamento de objetividades Socioanálise

48 Um exercício espiritual
Realizar um trabalho incessante de construção próximo do natural Recursos fazer com que o entrevistado se sinta legitimado de ser o que é e e a se manifestar Não negar da distância social que separa os interlocutores Fazer o exercício de empatia – realizar uma compreensão fundada no domínio das condições sociais das quais ele é produto como os mecanismos sociais que operam na sua categoria O domínio dos condicionamentos psíquicos e sociais de sua posição e trajetória 4. Fazer uma compreensão da situação que o pesquisado e colocado e é produto. 5. Evitar a semi-compreensão imediata do olhar – economia de pensamento

49 Resistência a objetivação: Um exemplo
Pesquisador: A tomada de consciência teve lugar quando você chegou a França. Mas Tomada de Consciência de que exatamente? Pesquisado: a tomada de consciência do real no sentido de que para mim, é aí que as coisas vão começar a se delinear. Eu vivo realmente a separação dos meus pais. Ele toma, realmente, sentido para mim a partir do momento no qual eu passo do período que eu vivi com meus pais, enfim, com a minha mãe e sua família (no Marrocos, onde minha mãe passou depois da separação), aqui, onde eu finalmente descubro meu pai. É a primeira vez que nos vivemos realmente juntos. Mesmo quando ele estava casado com a minha mãe , sua vida social era aqui (na França), por isso eles se viam pouco.

50 Continuação Eu tinha a impressão que era alguém que eu descobria pela primeira vez (...). Ele entrou na minha vida a partir do momento que fomos viver juntos. Portanto, a tomada de consciência desse lado, a separação faz sentido. Percebe-se que o pai que se tem, nunca se viveu com ele (...) E depois também, tomada de consciência de uma outra paisagem. Não é mais o mesmo espaço-tempo (...). Você sabe que você passa de seu pai para sua mãe. Isso o excita também um pouco, de uma certa maneira mas a realidade, ela vem pouco a pouco colorir e tornar visível, de fato, o que aconteceu. Portanto, isso não é a mesma paisagem, não são as mesmas pessoas, não são as mesmas pessoas, nem o mesmo espaço-tempo. Eu volto a um período bastante vago a partir desse momento onde, se você quer, será preciso, de hoje em diante, que se faça a ponte entre dois mundos, que estão, para mim, radicalmente separados. Eu fiquei um pouco nessa etapa, nessa separação, que ultrapassa de longe a separação pai-mãe. E um pouco mais longe: “eu tenho de fato a impressão de estar ancorada a alguma coisa. E a pergunta agora que se faz e se eu vou continuar nesse dilema ou se eu vou sair definitivamente? Francamente, eu não acredito muito. Certamente eu sempre ficarei no meio do caminho. É verdade que isso de ser assim ou assado não me interessa. Há vontade de manter essa corrente de ar, um meio-termo. Sei lá.

51 Riscos Você se sente desnaturalizada aqui? Qual é a sua maior insatisfação? Dupla enganação

52 Riscos Não basta também apenas uma entrevista reflexiva, é necessário não se deixar levar pelo entrevistado em sua falsa objetivação O entrevistado impõe seu jogo e fornece uma aparência de auto-analise escapando assim de tornar visíveis as determinações sociais de suas opiniões, de suas práticas no que elas têm de mais difícil de assumir.

53 Conceito de entrevista
Exercício espiritual Auto análise provocada e acompanhada.

54 Construção realista Construção realista – conhecimento prévio da realidade Exemplo – pesquisa sobre moradia

55 Entrevista Duas mulheres de quarenta anos de idade, uma delas conta a história de suas sucessivas moradias. Mulher 1: é a primeira vez que moro numa casa nova, é muito bom... A primeira casa que tive em Paris foi na rua Brancion, era um apartamento antigo, que não tinha sido reformado desde a guerra de 14. Tudo precisava de reformas, tudo estava torto. Tão pouco conseguimos recuperar o teto de tão sujo que estava. Mulher 2: com certeza, é muito trabalho... Mulher 1: Antes, com meus pais, nós morávamos numa habitação sem água. Era formidável, com duas crianças ter um banheiro. Mulher 2: Na casa dos meus pais era a mesma coisa. Mas nem por isso éramos sujos. Mas é verdade, é tão mais fácil... Mulher 1: Depois moramos em Creteil. Era um imóvel moderno mas que já tinha uma dezena de anos...”

56 Pequenas intervenções
Esse tipo de intervenção engaja o interlocutor na história que ele conta e o convida a dela participar.

57 Os riscos da escrita Transcrição – já é uma verdadeira tradução ou até uma interpretação, a transcrição joga deliberadamente com a pragmática da escrita para orientar a atenção do leitor para os traços sociologicamente pertinentes que poderíamos deixar escapar Dois conjuntos de obrigações 1. obrigações de fidelidade 2. fazer escolhas

58 Os riscos da escrita Confusão dos efeitos simbólicos
Esforçar para fornecer ao leitor a legibilidade do discurso Discurso perigoso

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60 Contexto das entrevistas do RMI
Entrevista realizada por um escritório de estudos a pedido do Ministério da Pesquisa e da Tecnologia para avaliar a renda mínima (RMI) após três anos em execução. É apresentada como uma entrevista científica. Foi realizada no momento em que a comissão deve entrar com seu primeiro relatório ao primeiro ministro. Lugar de realização – escritórios da prefeituras ou centros comunitários Numero de perguntas: 300 Conteúdo: perguntas que fazem o beneficiário provar a legitimidade da situação (que procura emprego, que é desempregado e seus direitos estão no fim, que é um jovem sem qualificação, que não tem domicílio fixo, etc)

61 Violência simbólica nas entrevistas burocráticas – exemplo 1

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68 Violência simbólica nas entrevistas burocráticas – exemplo 1
A violência simbólica é feita com desinibição pois os agentes encarregados se sentem autorizados pelo Estado, detentor do monopólio da violência simbólica legítima. O inquérito é conduzido na lógica da suspeita. O entrevistado, na lógica da suspeita, é tratado como dissimulador ou simulador potencial que deve ser pego na armadilha. Os repetidos porques induzem a crer que o que acontece com o entrevistado foi resultado de uma livre escolha e a vítima seria responsável. A discordância estrutural é geradora de mal-entendidos explícitos. Ignoram as respostas anteriores e vão a fundo nas próximas


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