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TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

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Apresentação em tema: "TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA"— Transcrição da apresentação:

1 TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
AUTOR: LIMA BARRETO

2 O AUTOR Afonso Henriques de Lima Barreto ( ) era filho de um tipógrafo e de uma professora primária, ambos mestiços. Aos sete anos, ficou órfão de mãe. Quando foi proclamada a república, seu pai é demitido da Imprensa Nacional pelo fato de ter sido indicado pelo Visconde de Ouro Preto, padrinho de Afonso Henriques. O novo emprego do pai é como tipógrafo na Colônia dos Alienados na ilha do Governador. Lima Barreto conclui os estudos graças à contribuição de seu padrinho. Ele começa a trabalhar como pequeno funcionário público quando o pai enlouquece, e é internado na colônia em que trabalhava. É a partir daí que Lima Barreto começa a escrever seus contos e romances.

3 Lendo a literatura européia, Lima Barreto familiarizou-se com os escritores europeus, foi um dos poucos intelectuais brasileiros, na época, a conhecer os romancistas russos. Nesses romances encontrou a tradição realista e social que vinha ao encontro da revolta contra as injustiças de que se sentia vítima. Vivendo em constantes crises, entregou-se à bebida e precisou ser internado duas vezes no Hospício Nacional. Essa história de vida explica o tom ideológico da temática de sua obra: a origem humilde, a questão da cor, a vida penosa de jornalista pobre, aliadas à viva consciência da própria condição social na produção de romances tão emotivos nas raízes quanto penetrante nas análises. Lima Barreto falece de colapso cardíaco, aos quarenta e um anos de idade. A maior parte de suas obras é conhecida posteriormente, organizada por Antônio Houaiss e Cavalcanti Proença.

4 TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
O significado do nome No Major Policarpo Quaresma afloram tanto as revoltas do brasileiro marginalizado em uma sociedade onde o capital já não tem pátria, quanto a própria consciência do romancista de que o caminho meufanista é veleitário e impotente. Tal duplicidade de planos, o narrativo (relatos dos percalços do brasileiro em sua pátria) e o crítico (enfoque dos limites da ideologia) aviva de forma singular a personalidade literária de Lima Barreto, em que se reconhece a inteligência como força sempre atuante. (BOSI, Alfredo. In História Concisa da Literatura Brasileira, p.359)

5 ESTRUTURA DA NARRATIVA
NARRADOR Triste fim de Policarpo Quaresma é um romance em terceira pessoa Supostamente no tom impessoal e eqüidistante em que se nota maior esforço de construção e acabamento formal. Em algumas passagens, no entanto, o narrador se imiscui no relato, como por exemplo, “Era de ver como aquela vida tão estranha à nossa, naquele instante penetrava em nós e sentíamos-lhe o sofrimento a agonia e a dor” (Seg. parte, cap. IV) Recurso para uso da voz da personagem: no cap. IV da terceira parte, Policarpo escreve uma carta à irmã contando os horrores da batalha em que se feriu e sua decepção com os homens. É a primeira vez que o leitor ouve a personagem, de dentro para fora, numa primeira pessoa que se confessa e que se revela.

6 ENREDO O enredo é a procura de deixar de lado o ufanismo romântico.
Policarpo torna-se anacrônico ao viver esse sentimento O narrador mostra um desencontro social e psíquico; entre o ideal e o real O romance está dividido em três partes, cada uma com cinco capítulos. A primeira parte do romance gira em torno do projeto cultural de Policarpo Quaresma: a defesa das tradições brasileiras, o cultivo da memória nacional, a defesa do idioma nativo (que ele associa ao tupi). A segunda parte focaliza o projeto agrícola, a reforma agrária que quer sugerir ao governo a partir de suas próprias experiências no sítio do “Sossego” A terceira parte enfatiza os acontecimentos políticos do governo Floriano e o projeto de reforma administrativa de Policarpo Quaresma, que o leva a engajar-se militarmente no episódio da Revolta Armada. O triste fim de Policarpo é descobrir na prisão que a pátria que ele amou não existe, dedicou sua vida a um sonho de pátria; não viveu, não teve aventuras outras que não fossem as coisas da sua terra.

7 PERSONAGENS - POLICARPO
Solitário, de hábitos regulares, vestia-se sempre de fraque, usava uma cartola e usava pince-nez. Era pequeno, magro, olhava sempre baixo. Embora recebesse o tratamento de major, não era realmente do exército, recebeu esse título quando um amigo colocou seu nome numa lista de guardas nacionais, com esse posto.(Cap I, III parte) Na terceira parte, no entanto, entra para o exército de Floriano Peixoto com a patente de major, tornando-se um militar “em defesa da pátria” Ingênuo, sonhador, honesto, desinteressado, respeitador de hierarquia, patriota convicto, nacionalista fanático, Quaresma era um otimista que acreditava no futuro da Pátria e naqueles a quem cabia administrá-la. Era um idealista, que não conseguia adaptar-se à realidade circundante, e não era compreendido, conforme se lê no capítulo I da primeira parte: “E desse modo ele ia levando a vida, metade na repartição, sem ser compreendido, e a outra metade em casa, também sem ser compreendido”.

8 Fanático em seus projetos culturais agrários e políticos.
Dono de uma grande biblioteca, fazia pesquisas para realizar seus projetos Amante da literatura e da história do Brasil, Policarpo defende as coisas brasileiras,. Quando foi encarcerado, Policarpo defendia a causa dos direitos humanos. Revoltado com a escolha aleatória e com a morte injusta de soldados que estavam sob a sua guarda, ele se decepciona com a campanha militar na qual lutara até então. Neste momento, ele transcende o amor da pátria, elevando-o a amor à humanidade. A desmistificação da pátria e de Floriano Percepção da insensibilidade do governante. No último capítulo do livro, fica clara a decepção de Quaresma com o governo autoritário e despótico, para o qual escreve uma carta de protesto contra a violência para com os soldados indefesos.

9 O triste fim que atormenta Quaresma é a morte de suas crenças e convicções.
Policarpo caminha do sonho para a realidade, Ele morre “antes de morrer”. Há uma leitura desta obra que associa a figura de Policarpo Quaresma à de Dom Quixote. Ele também é um sonhador, um visionário, um louco. E a idéia da loucura é acentuada no episódio do internamento no hospício. Assim como o Quixote, Policarpo é um herói da queda, da ironia, ridículo e comovente que encarna a parte mais pura dos ideais humanos.

10 FLORIANO PEIXOTO Vice-presidente da República, em 1891, com a renúncia do Marechal Deodoro, Floriano passou à presidência, que exerceu até 15 de novembro de 1894. Graves problemas inquietaram o seu período de governo: a Revolta da Fortaleza Santa Cruz; a invasão do Rio Grande do Sul pelos federalistas; a Revolta da Armada, comandada por Custódio de Melo. Segundo a História, Floriano representou a defesa e consolidação do regime republicano, aplicando um Executivo forte e defendendo uma centralização autoritária. O narrador o descreve como um ditador tirano, de caráter indolente, de natureza tíbia e de temperamento preguiçoso.

11 No cap. I da terceira parte, refere-se à forma como foi criado o mito de Floriano:
Dessa preguiça de pensar e agir, vinha o seu mutismo. Os seus misteriosos monossílabos, levados à altura de ditos sibilinos, as famosas encruzilhadas dos talvezes, que tanto reagiram sobre a inteligência e imaginação nacionais, mendigas de heróis e grandes homens. Policarpo Quaresma adere a Floriano porque vê nele, a salvação da administração pública, idealiza nele o homem capaz de organizar a política e a sociedade brasileira e concretizar seus projetos patrióticos. Mas... Ele o chama de “homem-talvez”, como no trecho a seguir: A sua preguiça, a sua tibieza de ânimo e o seu amor fervoroso ao lar deram em resultado esse homem-talvez que, refratado nas necessidades mentais e sociais dos homens do tempo, foi transformado em estadista, em Richelieu, e pôde resistir a uma séria revolta com mais teimosia que vigor, obtendo vidas, dinheiro e despertando até entusiasmo e fanatismo. (p. 147)

12 RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS
Esse personagem era morador do subúrbio carioca, trovador, seresteiro, que tocava violão e compunha modinhas e canções. Policarpo, em seu projeto cultural, defendia a música e os instrumentos genuinamente nacionais. Ricardo representava essa cultura, essa música e esses instrumentos. Ricardo Coração dos Outros era amigo verdadeiro de Quaresma: conseguiu a aposentadoria por ocasião do internamento no hospício; Foi cabo e depois sargento na Revolta da Armada, ao lado do major Policarpo Quaresma, tendo sido gravemente ferido.

13 A VISÃO DA MULHER Três mulheres merecem destaque na obra.
A primeira D. Adelaide, irmã de Policarpo Quaresma, é descrita pelo narrador como uma “bela velha” de cinqüenta anos, típica solteirona de outros tempos, sem anseios amorosos e acomodada ao lar, dedicada aos cuidados com o irmão, o homem da família.

14 ISMÊNIA Ismênia reflete o destino da mulher em fins do século XIX.
Era educada para um único fim: o casamento, forma de realização feminina. O pai de Ismênia, General Albernaz, tinha como projeto de vida casar a qualquer custo, suas filhas, com amor ou sem amor. Há uma imagem que revela a fragilidade de Ismênia: o biscuit que se esfacela (último período do cap. V) Esse esfacelamento como que sublinha a fragilidade da personagem e o desmoronamento fatal de seu sonho. A tragédia de Ismênia : autodestruição, a loucura e a morte. As aves de Vênus sobrevoando o coche fúnebre Os pombos brancos que sobrevoam o caixão de Ismênia estabelecem uma ironia amarga em relação ao fracassado sonho de amor da virgem morta.

15 OLGA Olga é afilhada de Policarpo.
Ela vê no padrinho: “alguma coisa superior, uma ânsia de ideal, uma tenacidade em seguir um sonho, uma idéia, um vôo enfim para as altas regiões do espírito que ela não estava habituada a ver em ningúem do mundo que freqüentava”. (Cap. II, primeira parte) Casa-se, não por convicção íntima, mas por acomodação àquilo que “é um impulso de seu meio, uma coisa que não vinha dela”. O grito de independência: na defesa do padrinho aprisionado, rebela-se contra o marido e assume definitivamente sua individualidade de mulher e pessoa humana. “É o que te digo: vou e vou, porque devo, porque quero, porque é do meu direito”. O marido de Olga a vê como um bibelô É contra essa visão que Olga se rebela. Em geral, as mulheres são estimuladas ao casamento, o amor não é ingrediente necessário; os homens vivem de exaltar feitos dos quais não participaram, ou fingem-se de intelectuais.

16 ESPAÇO A narrativa se passa no subúrbio do Rio de Janeiro, espaço preferido por Lima Barreto em suas narrativas. No início, o autor contrapõe o mundo da cidade e do centro ao mundo do subúrbio e da periferia. Mais adiante, contrapõe-se o mundo rural ao mundo urbano. No final há uma confrontação com o mundo do autoritarismo dos governantes, que assumem as revoluções e revoltas, contrapondo-se ao povo que assiste a tudo passivamente, como espectador. 1ª parte: entre o subúrbio e o local de trabalho do major Quaresma. 2ª parte: acontece na chácara “Sossego”. 3ª parte: passa-se novamente no Rio de Janeiro, quando Policarpo Quaresma integra o exército brasileiro em defesa de República, na revolta da Armada.

17 TEMPO DA NARRATIVA O tempo da narrativa corresponde ao final do século XIX, especificamente ao período do governo de Floriano Peixoto. As questões políticas, a visão da mulher, os dramas do subúrbio, as fraquezas do governo constituem-se em fatos do romance que são retirados da ideologia do período compreendido entre 1891 e 1894. É de modo irônico que o narrador descreve a batalha: “queimou” torna-se expressão de riso e deboche por parte do povo que assiste à batalha.

18 BOA LEITURA: O SUCESSO TE ESPERA


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