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Simbolismo Professora : Giane Regina Fontolan Moraes Linda Scatolon.

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Apresentação em tema: "Simbolismo Professora : Giane Regina Fontolan Moraes Linda Scatolon."— Transcrição da apresentação:

1 Simbolismo Professora : Giane Regina Fontolan Moraes Linda Scatolon

2 O Simbolismo surgiu na Europa na segunda metade do século XIX em resposta ao cientificismo, tendência intelectual de matriz positivista que preconizava a adoção do método científico para a investigação de todas as áreas do saber e da cultura. Em resposta a esse materialismo cientificista, os escritores simbolistas buscaram o resgate de certos valores do Romantismo que foram esquecidos pelo Realismo.

3 As obras da escola literária do Simbolismo são baseadas em temas que não tratam da realidade física, mas do misticismo, das coisas espirituais, mais abstratas. É uma escola que traz muitas passagens oníricas, ou seja, relativas ao sonho. Essa palavra utilizada em textos que se referem à escola. Os simbolistas mexem bastante com as sensações do ser humano, seja na música, na arte ou na literatura. Na última, usando as figuras de linguagem, como aliteração (repetição consoantes), e assonâncias (repetição da vogais').

4 O movimento simbolista começou com Charles Baudelaire, na França, com a obra chamada 'As Flores do Mal', em 1857. E suas ideias eram de oposição com os movimentos do Realismo, Naturalismo e Positivismo. No Brasil, as primeiras manifestações simbolistas já eram sentidas desde o final da década de 80 do século XIX. Aqui, o Simbolismo ficou à margem do Parnasianismo (ao contrário do que aconteceu na Europa), o que não impediu que esse importante movimento literário deixasse uma grande contribuição para a história da literatura brasileira. Seu marco introdutório foi registrado em 1893 com a publicação das obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambas de Cruz e Sousa, considerado o maior autor simbolista brasileiro.

5 “O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice” Charles Baudelaire

6 Além de Cruz e Sousa, destacaram-se Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry. Em Portugal, a obra que abre a escola é "Oaristos", de Eugênio de Castro, em 1890. Cruz e Sousa é considerado o maior poeta do Simbolismo e um dos mais importantes da literatura brasileira Alphonsus de Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães

7 O poeta Cruz e Souza era negro e, é importante reconhecer em alguns textos as referências a sua cor. Vale lembrar que uma das principais características do Simbolismo é a subjetividade, por meio da qual as informações são apenas sugeridas. Também é válido salientar que em seus textos Cruz e Souza carregava de erotismo e satanismo, e de vez quando misticismo; apresentando uma visão trágica da vida. Cruz e Souza tinha uma obsessão pela cor branca, e criava analogias e entre o abstrato e o concreto. Outras características -Pessimismo - Perfeccionismo formal - Metáforas O Dante Negro (como foi apelidado) também trabalhou em uma companhia teatral e na Estrada de Ferro Central do Brasil. Infelizmente, teve uma vida sofrida, além do preconceito racial, a tuberculose destruiu sua família e a loucura se apoderou de sua esposa. Ele mesmo não escapou da terrível doença e acabou morrendo na clínica onde estava internado.

8 Música da morte A música da Morte, a nebulosa, estranha, imensa música sombria, passa a tremer pela minh'alma e fria gela, fica a tremer, maravilhosa... Onda nervosa e atroz, onda nervosa, letes sinistro e torvo da agonia, recresce a lancinante sinfonia sobe, numa volúpia dolorosa... Sobe, recresce, tumultuando e amarga, tremenda, absurda, imponderada e larga, de pavores e trevas alucina... E alucinando e em trevas delirando, como um ópio letal, vertiginando, os meus nervos, letárgica, fascina... Cruz e Sousa

9 Vida obscura Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro ó ser humilde entre os humildes seres, embriagado, tonto de prazeres, o mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste no silêncio escuro a vida presa a trágicos deveres e chegaste ao saber de altos saberes tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém te viu o sofrimento inquieto, magoado, oculto e aterrador, secreto, que o coração te apunhalou no mundo, Mas eu que sempre te segui os passos sei que a cruz infernal prendeu-te os braços e o teu suspiro como foi profundo! (SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961)

10 Alphonsus de Guimaraens: Foi um dos poetas brasileiros mais místicos. Além dessa característica, encontramos em seus poemas a nostalgia de um tempo e de um espaço esfumaçados na memória, impondo-se para sobreviver no presente. Mas, há outros temas na obra de Alphonsus de Guimaraens: a solidão, por exemplo, agravada pela percepção da dualidade entre corpo e alma; o isolamento experimentado pelo homem ao entrar nas imensas catedrais (imagem do homem em contato com Deus); a loucura, como efeito da angústia para romper a distância entre o celestial e o terreno; e a desilusão, como se o belo e o perfeito tivessem sido subtraídos da condição humana. Todos esses temas estão na lírica de Alphonsus, sedimentados pela elegância da métrica, pela rima e pela musicalidade tecida nos poemas. Com apenas 18 anos, Alphonsus sofreu uma grave perda: alguns biógrafos dizem que a morte de sua noiva, Constança, teria exercido uma forte influência sobre seu trabalho. Seus poemas são em grande parte dedicados a ela e a esse amor sublimado, interrompido precocemente.

11 O poema "Ismália" (slide próximo), expressa a dualidade entre corpo e alma. Aqui está revelada a imagem de todo homem preso ao desejo de unir matéria e espírito, mas frustrado pela consciência da distância intransponível que o separa de seu objetivo. Levada, sutil e delicadamente, por um desvario, Ismália se permite sonhar com o possível encontro de matéria e espírito. Mas, já que ele não é realizável em vida, então é à morte que Ismália se entrega. No entanto, essa entrega está banhada por uma singeleza única: semelhante a um anjo, sua alma sobe embalada por um cântico, enquanto seu corpo repousa na imensidão do oceano. Fica a impressão de que, para Ismália, não bastaria o reflexo da lua - que bem poderíamos entender como símbolo do poder celestial - sobre o mar (a vida terrena). Desse modo, a experimentação de um sentimento de completude não se daria apenas pela presença constante do divino no cotidiano, mas sim pelo encontro com o Absoluto, o que lhe exigiria transpor a fronteira da vida para a morte:

12 Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava longe do céu... Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma, subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

13 Alphonsus dedicou-se obsessivamente à evocação da morte em seus poemas, cingida por elementos representativos, tais como as flores murchas, a cor lilás, o predomínio da noite sobre o dia, os anjos, o sorriso de outrora convertido em lágrimas e o ressentimento daquele que permaneceu solitário, impedido de acompanhar o ser amado na morte. No poema "A catedral" (slide próximo), acompanhamos as ilusões do poeta. Elas têm início no amanhecer - a juventude - e, à medida que o dia avança rumo à noite - ou seja, a maturidade, a agonia -, alimentada pelo sono repleto de sonhos atormentados, as ilusões seguem num crescendo, intensificadas pela dor, pelo sofrimento. A luz é aparente: ela toca apenas o corpo do poeta, mas não chega à sua alma obscurecida; e os sinos, semelhantes a anjos que falam dos céus, lamentam a triste sina de Alphonsus:

14 Entre brumas ao longe surge a aurora, O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu risonho Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a bênção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Põe-se a luz a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu tristonho Toda branca de luar. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" O céu é todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

15 Estão, entre as principais características da linguagem simbolista: ● Subjetivismo; ● Linguagem vaga, fluida, que preza pela sugestão; ● Cultivo de formas fixas para o poema, especialmente do soneto; ● Antimaterialismo; ● Misticismo, religiosidade; ● Pessimismo, dor de existir; ● Retomada de elementos do Romantismo; ● Abundância de metáforas e figuras sonoras; ● Interesse pelas zonas profundas da mente humana e pela loucura.


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