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Língua Portuguesa JN CONCURSOS INSS – Sintaxe (concordância,

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Apresentação em tema: "Língua Portuguesa JN CONCURSOS INSS – Sintaxe (concordância,"— Transcrição da apresentação:

1 Língua Portuguesa JN CONCURSOS INSS – Sintaxe (concordância,
regência, crase, pontuação) Prof. Paulo José Vieira Fevereiro e Março / 2016

2 Técnicas de Estudos

3 Dicas de Estudo 1. PREPARATIVOS E TOMADA DE DECISÃO:
Interesse (achar relevância) e prazer (fruir) Motivação intrínseca (satisfação pessoal em estudar, vencer um desafio e realizar um futuro trabalho) e extrínseca (dinheiro, status). Inteligência emocional: não diga «é difícil», «não estou entendendo», «não consigo aprender esta matéria». Prefira a positividade, mas sem o Complexo de Poliana. Foque em um concurso ou em uma área: auditoria, bancária, tribunal, gestão, policial… Estudar com antecedência; use edital anterior

4 Obtenha seu próprio apoio e o de parentes etc. 2. TIPOS DE MATÉRIAS:
Dicas de Estudo Após o edital, aprender as matérias novas e revisar as antigas (preparar material p/revisão) Não desanimar nos primeiros meses: curva de aprendizado é uma parábola ascendente Obtenha seu próprio apoio e o de parentes etc. 2. TIPOS DE MATÉRIAS: Tipos de matérias, quanto à frequência: gerais/básicas, de grande área e específicas Matérias gerais/básicas: Português, Raciocínio Lógico/Matemático, Dir. Constit., Direito Administrativo, Informática.

5 3. PLANEJAMENTO DE ESTUDO:
Dicas de Estudo Matérias de grande área: ex: para Auditor Fiscal: Dir. Tributário, Contabilidade, Mat. Financeira, Estatística, Inglês Matérias específicas: legislação relacionada ao órgão ou área de formação (ex.: psicologia) 3. PLANEJAMENTO DE ESTUDO: Definir metas e linha do tempo: que matérias (Português etc.) e tipo de materiais (teoria, exercício, lei seca etc.) estudar mês a mês Evite apostilas; prefira livros das editoras Campus, Ferreira, Método e alguns Saraiva

6 Dicas de Estudo Planejar tempo de estudo das matérias, levando em conta três fatores: notas de corte, relevância das matérias e sua facilidade/dificuldade de aprendizado Fases de prioridade de materiais a estudar (mesclar): aulas > livros teóricos > livros de exercícios comentados > leis secas > exercícios secos Teoria (20%), Exercícios comentados (20%), Exercícios secos (40%), Lei seca (40%)

7 Dicas de Estudo Estipular meta de nota, horas por semana e horas totais para cada matéria e ver se os estudos estão condizentes (você será seu avaliador) Comparar o planejado e o realizado; não se frustrar se não cumprir as metas, o importante é ir corrigindo as rotas Não se aprende apenas o conteúdo das matérias; aprendem-se também o método de estudo e a disciplina.

8 Faça quadro de horário / ciclo de estudos
Dicas de Estudo 4. PRÁTICA DE ESTUDOS: Faça quadro de horário / ciclo de estudos Mesclar Humanas/Exatas; teoria/exercícios Anotar diariamente o tempo efetivo de estudo («HBC») Não espere hora cheia para estudar Obter qualidade e quantidade nas horas estudadas (é gradativo!) Aumentar o tempo diário de estudo, até estabilizar; cuidado com a «fadiga» (concurso é maratona, não 100 metros rasos)

9 Não espere hora cheia para estudar
Dicas de Estudo Acrescentar matérias gradualmente, revisando as já estudadas (não abandone matéria vista) A partir de 6 meses de estudo, evite estudar uma mesma matéria por mais de uma hora Não espere hora cheia para estudar Evite ficar se replanejando constantemente (metaestudo) Separar bem o tempo de estudo do tempo de sono/lazer/convivência/atividade física/aliment. Conforme for acrescentando as matérias, reduz-se o tempo para cada matéria e aumenta-se o desempenho de aprendizado

10 5. RESUMOS E MAPAS MENTAIS Use resumos e mapas mentais (feitos a mão)
Dicas de Estudo 5. RESUMOS E MAPAS MENTAIS Use resumos e mapas mentais (feitos a mão) Resuma a legislação e crie suas próprias questões (em legislação, bancas são literais) Grife, sublinhe e desenhe nos livros Faça revisões frequentes, anote “bizus”, macetes, fórmulas Resumos, esquemas, leis e exercícios devem estar bem organizados, porque serão seus únicos materiais de estudo das matérias velhas após o edital Anote ou separe questões mais importantes, mais difíceis e que resumem melhor a matéria

11 Curva de Pareto: 80% das questões se originam de 20% do conteúdo
Dicas de Estudo 6. EXERCÍCIOS: As questões: 1. ensinam; 2. mostram os pontos fracos dos estudantes; 3. revelam a frequência dos temas; 4. revelam os estilos das bancas. Curva de Pareto: 80% das questões se originam de 20% do conteúdo Faça o maior número de exercícios, principalmente da sua banca (cerca de 500 exercícios por matéria) Anote ou separe questões mais importantes, mais difíceis e que resumem melhor a matéria (com maior incidência ou melhor resumo)

12 No começo, faça mais exercícios comentados (existem livros para isso)
Dicas de Estudo No começo, faça mais exercícios comentados (existem livros para isso) Quando estiver com pouca concentração, faça exercícios, de várias matérias distintas (evite teoria) Comente as questões mentalmente Leia a entrevista do Gustavo Barchet (sobre a importância dos exercícios) Use os fóruns para tirar dúvidas; não passe muito tempo neles, principalmente com bate-boca e carga negativa

13 Estude o máximo de tempo possível, com organização e método
Dicas de Estudo 7. OUTROS PONTOS Estude o máximo de tempo possível, com organização e método Não se compare com outros candidatos Não se preocupe com a relação C/V Para cada 1h de aula, recomenda-se 3h de estudo individual Seja solidário com seus colegas Quem não desiste passa “Quem quer arruma um jeito; quem não quer arruma uma desculpa”

14 Dicas de Estudo Por questões anteriores (especialmente da banca de seu concurso), você descobre a Curva de Pareto de uma disciplina: 20% dos assuntos respondem por 80% das questões A partir de um tempo X de estudo (p.ex., 6 meses), evite estudar uma mesma matéria por mais de uma hora Dicas de orientações sobre como estudar: PDF do Alexandre Meirelles e entrevista do Gustavo Barchet (sobre a importância dos exercícios) Use os fóruns para tirar dúvidas; não passe muito tempo neles (carga negativa)

15 Apresentação do curso

16 Ex.: João não conhece a irmã mais velha de Ronaldo.
Questão: Na frase acima, a palavra grifada é oxítona, substantivo ou sujeito? Pontos mais importantes de sintaxe para a prova: 1) Concordância verbal e nominal; 2) termos essenciais da oração; 3) tipos de orações e seus sujeitos; 4) vozes verbais; 5) regência verbal e nominal; 6) crase; 7) colocação pronominal; 8) pontuação; 9) período composto por coordenação e subordinação. da morfologia (classe gramatical) e é sujeito sob o ponto de vista da sintaxe (função que o termo exerce na oração).

17 Ramos do curso de Português
- Gramática - Interpretação de texto - Redação - Literatura Ramos da gramática Área abrangência Fonética (<palavra) letras e fonemas - Morfologia (=palavra) palavra - Sintaxe (>palavra) oração e período

18 Conteúdo a estudar 1 Compreensão e interpretação de textos.
2 Tipologia textual. 3 Ortografia oficial. 4 Acentuação gráfica. 5 Emprego das classes de palavras. 6 Emprego do sinal indicativo de crase. 7 Sintaxe da oração e do período. 8 Pontuação. 9 Concordância nominal e verbal. 10 Regências nominal e verbal. 11 Significação das palavras. 12 Redação de correspondências oficiais (conforme Manual de Redação da Presidência da República).

19 O que mais cai em Concursos
Interpretação de textos Coesão e Coerência Conjunções e Pronomes Verbos e concordância verbal Pontuação Crase e regência verbal e nominal Tipos de questões - Deduções e inferências – Significação de palavras e frases – Trocas e substituições – Coesão e coerência – Ordem de fragmentos de texto – Continuação de um texto – Retomadas e referências – Relações entre partes de um texto – pontuação (vírgulas e suas justificativas)

20 Materiais indicados: Livro de gramática (qualquer um desses livros de gramática para ensino médio, com o qual você se identifique). Gramática completa para concursos e vestibulares - Nilson Teixeira de Almeida (gramática pequena e bem resumida, indicada para quem não tem livro de gramática e/ou quer fazer revisões para concursos de nível médio). Gramática para concursos: teoria e questões - Marcelo Rosenthal (mais indicado para concursos de nível superior ou para quem tem mais tempo para se aprofundar). Testando a língua portuguesa - João Bolognesi (livro só com exercícios de gramática e interpretação). Fazer muitos exercícios: pciconcursos.com.br, questoesdeconcursos.com.br

21 Competências exigidas em provas
Conhecimento gramatical Leitura e interpretação (rapidez e qualidade) Seleção de informações / Atalhos / Escolhas Organização de informações Presença da Interlocução e da Alteridade Reconhecimento do Contexto Análise de informações Síntese de informações Inferências e implicações lógicas Coesão textual Coerência textual Capacidade de abstração A língua é: Um código? Uma ferramenta de comunicação? Língua portuguesa é a matéria mais difícil?

22 Gramática Interpretação
Gramatical Correção Norma Norma culta Norma padrão Regra Coesão Estrutura linguística Ortografia Morfologia Sintaxe Concordância Compreensão Significado Sentido Semântica Coerência Contexto Entendimento Inferência Dedução Interpretação Informação Opinião / visão

23 Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica

24 FONÉTICA E FONOLOGIA Ramo da linguística que estuda os fonemas, isto é, os sons significativos emitidos por pessoas, que podem ser consoantes, vogais ou semivogais. Vogal (vox): a, e, i, o, u - quando funcionam como centro de uma sílaba. Em cada sílaba há exatamente uma vogal (nem mais, nem menos). Semivogal: são as letras e, i, o, u quando formarem sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e M/N em AM, EM e EN em final de palavra.

25 FONÉTICA E FONOLOGIA Consoante (soa junto): Qualquer letra - ou conjunto de letras -representando um som só, que só possa ser soada com o auxílio de uma vogal (com + soante = soa junto com...). É uma letra ou conjunto de letras representando um único som que não seja vogal ou semivogal. b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu), l, m (antes de vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç, ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr. Dígrafos consonantal: encontro consonantal com som único, embora grafado por mais de uma letra: rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu. Ex.: táxi (x=1 letra, 2 fon.); carro (rr=2 letras, 1 fon.)

26 FONÉTICA E FONOLOGIA Encontros vocálicos: reunião de vogais entre si ou com semivogais. Hiato: encontro de vogais propriamente ditas (isto é, vogais em sílabas diferentes): sa-í-da, ra-i-nha, pa-ís, pi-a-da, ba-ú. Ditongo: encontro de vogal e semivogal na mesma sílaba. Ditongo crescente (sv-v): á-gu-a. Ditongo decrescente (v-sv): cai-xa, pais. Ditongo nasal (ou dígrafo vocal): tam-bém, pó-len, item, men-te (‘m’ ou ‘n’ em fim de sílaba). Tritongo: encontro de vogal e duas semivogais na mesma sílaba: a-guei (tritongo oral), a-guem (tritongo nasal: ‘m’ ou ‘n’ em fim de sílaba).

27 SEPARAÇÃO SILÁBICA Não se separam ditongos e tritongos: ex.: rai-va, pneu, a-guei, pais, guar-da, chei-ro, he-roi-co. Separam-se vogais (hiatos): sa-ú-de, ba-i-nha, ca-ir, com-pre-en-der, pi-a-da, ci-ú-me. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: cho-ca-lho, ga-li-nha, quei-jo, guer-ra. Separam-se os dígrafos rr e os iniciados com s e x: ex-ces-so, far-ra, nas-cer, nas-ço, cas-sar. Separam-se vogais idênticas (hiato), cc e cç: Ca-a-tin-ga, re-es-tru-tu-rar, ni-i-lis-mo, vo-o, a-ben-ço-o, in-tros-pec-ção. Separam-se prefixos terminados em consoante: sub-ter-râ-neo, trans-pa-ren-te. Exceção: se na sequência vier vogal: su-bal-ter-no, tran-sa-tlân-ti-co, hi-pe-ra-ti-vo.

28 ACENTUAÇÃO GRÁFICA TESTE DE PRONÚNCIAS ALTERNATIVAS:
sai-da, sai-dá, sa-í-da TESTE DE SEMELHANÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS: ho-mem; i-tem TESTE DE DIFERENÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS: pa-ra-béns; i-tens

29 ORTOGRAFIA / ACENTUAÇÃO
ENCONTROS VOCÁLICOS Hiatos: encontro de duas vogais (em sílabas diferentes). Ex.: saída. Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. Ex.: caixa. Tritongo: encontro de semivogal, vogal e semivogal na mesma sílaba. Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu.

30 Regras de Acentuação 1) PROPAROXÍTONAS: sempre acentuadas.
Ex: lúcido, econômico, flácido. 2) PAROXÍTONAS a) Não acentuadas: O padrão do português é que as palavras não acentuadas sejam paroxítonas. Isto é, se não houver sinal nenhum, há grande chance de a sílaba forte da palavra ser a penúltima. Ex.: paralelo, padaria, corregedoria..

31 Regras de Acentuação * NOVA REGRA!!!
Ditongos abertos em paroxítona não serão acentuados. Isto é, a palavra já seria paroxítona sem a acentuação; o acento aberto só daria o timbre da vogal, não sua intensidade. Com a nova regra, o acento meramente de abertura / fechamento deixa de existir. Ex.: ideia, boia, jiboia, colmeia, debiloide. Atenção: há casos em que a paroxítona será acentuada porque está em outra regra de acentuação (Ex.: ‘contêiner’ é acentuados porque terminam em R).

32 Regras de Acentuação b) Acentuadas (nos casos em que a palavra traz ao final uma consoante ou vogal tão forte que puxaria a tonicidade para si; o acento na última sílaba serve para anular a força da última sílaba): b1) Paroxítonas terminadas em R, X, N, L (‘ROUXINOL’) são acentuadas. Ex.: caráter, tórax, pólen, hífen, frágil. b2) Paroxítonas terminadas em I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, DITONGOS CRESCENTES (com ou se ‘s’) são acentuadas. Ex.: táxi, lápis, álbum, álbuns, vírus, fórceps, ímã, órfãos, cárie, árduo, malária.

33 Regras de Acentuação 3) OXÍTONAS a) Não acentuadas
a1) Oxítonas terminadas em R, X, N, L (‘ROUXINOL’) e Z não são acentuadas. Ex.: remeter, duplex, imbecil, juiz. a2) Oxítonas terminadas em I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS não são acentuadas. Ex.: caqui, imbecis, bebum, urubus, Caimã, explosão, cárie, árduo, malária..

34 Regras de Acentuação b) Acentuadas (todas as outras oxítonas não elencadas em ‘a’) b1) Oxítonas terminadas em A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS são acentuadas. Ex.: crachá(s), igarapé(s), avô, avó, refém, parabéns. b2) Oxítonas terminadas em em A, AS, E, ES, O, OS são acentuadas. Ex.: pá(s), pé(s), mês, pó(s). b3) Oxítonas terminadas em I, U sozinhos na sílaba ou com ‘s’ de plural na última sílaba são acentuadas. Ex.: Itaú, Piauí, saí, baús...

35 Regras de Acentuação 4) REGRAS ESPECIAIS PARA ‘I’ e ‘U’:
a) A mesma regra de 4b3 vale para I e U sozinhos ou seguidos de ‘s’ na sílaba (hiatos), que levam acentos. Ex.: balaústre, egoísmo, saúde, saída. b) Essa regra não vale se I ou U vierem antes de ‘nh’: Ex.: Rainha, bainha, tainha, moinho. * NOVA REGRA!!! c) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo. Ex.: baiuca, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). d) Mas, nas oxítonas, mesmo se houver ditongo antes, I e U finais serão acentuados. Ex.: tuiuiú, Piauí, teiú.

36 Regras de Acentuação 5) ACENTO DIFERENCIAL
Não afeta a pronúncia, nem deriva de uma regra geral. É usado para diferenciar o sentido entre duas palavras de pronúncia igual. a) O acento diferencial não mudou para verbos derivados de ‘ter’ e ‘vir’. Ele tem x eles têm; Ele mantém x eles mantêm Ele vem x eles vêm (verbo ‘vir’); Ele intervem x eles intervêm b) Também permanece o acento diferencial nos casos: Pôde (passado) x pode (presente); Pôr (verbo) x por (prep.) * NOVA REGRA!!! Não há mais acento diferencial em ‘para’ (verbo ou preposição), ‘forma’ (verbo ou subst.), ‘pelo’ (subst. ou preposição) etc..

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41 Exercícios Ex.: Aponte qual a regra que justifica cada acentuação gráfica: proparoxítonas; 2. paroxítonas terminadas em ditongo crescente; 3. paroxítonas terminas em letra forte (RXNL, til, I/U após consoante etc.); 4. oxítonas (que não terminam em “letra forte”); 5. monossílabos tônicos; 6. hiatos terminados em I ou U; 7. acento diferencial. a) trânsito h) têm o) crachá b) impróprio i) mantém p) pé c) café j) corrói q) recaída d) parabéns k) sótão r) pôr e) táxi l) féretro s) látex f) baú m) experiência t) açaí g) álbuns n) amável u) lápis

42 Exercícios Ex.: Observe a diferença entre as palavras. Grife a sílaba forte de cada uma, coloque o acento (quando necessário) e justifique o motivo do acentuo em uma das palavras de cada par. a) Economia x Economico b) Revolver (arma) x remover (verbo) c) Latex x duplex d) Sutil x habil e) Taxi x caqui f) Album x atum g) Virus x urubus h) Irmã x imã i) Canção x benção j) Varios x varia (verbo)

43 Exercícios k) Padaria x mamaria (adj.) l) Juri x gari
m) paralelepipedo x para-quedas n) por (verbo) x por (prep.) o) pode (presente) x pode (passado) p) mantem (sing.) x mantem (plural) q) Talvez x ipes (árvores) r) Pais (parentesco) x pais (nação) s) Parabens x homens t) Semen x homem u) vem (pl. de ‘vir’) x veem (pl. de ‘ver’) v) possui-lo x parti-lo w) canta-la x canta-o x) contem (verbo ‘contar’) x contem (verbo ‘conter’)

44 Mais exercícios o) Bau x tatu
p) Cai (verbo ‘cair’ no passado) x abacaxi q) Bebe (verbo) x bebe (subst.) r) Saida x rainha s) Saude x saudade t) Mes x dentes u) Salas x lilas v) Sauna x sauva w) Feiura x alaude x) Pasteis x ideia y) Linguistica x mulleriano z) heroi x estoico

45 ORTOÉPIA OU ORTOEPIA É o estudo do jeito correto de pronunciar uma palavra. Evitar erros de “silabada” (trocar a sílaba forte da palavra). CORRETO: rubrica, mister, condor, lêvedo, munícipe, novel, ureter, ruim, austero, juniores, filantropo, pudico, recorde, privilégio, sobrancelha, superstição, piscina, problemas, empecilho, pneu, adivinhar, advogado, próprio, bandeja, bochecha, boteco, bueiro, cabeleireiro, caranguejo, emagrecer, estupro, mendigo, fragrância, frustrado, lagarto, meteorologia, mortadela, murchar, prazeroso, ERRADO: rúbrica, míster, côndor, levedo, municipe, nóvel, uréter, ruím, áustero, júniores, filântropo, púdico, récorde, previlégio, sombrancelha, supertição, psina, poblemas/pobremas, impecilho, peneu, advinhar, adevogado, própio, bandeija, buchecha, buteco, boeiro, cabeileireiro, carangueijo, esmagrecer, estrupo, medingo, fragância, frustado, largato, meterologia, mortandela, muchar, prazeiroso,

46 Regras de Acentuação Monossílabos Tônicos: Os monossílabos tônicos serão acentuados, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s. Ex. pá, pás, má, más, vá, lá, já, pé, pés, mês, rês, Zé, né? pó, pós, dó, cós, pô! Oxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na última sílaba. São acentuadas, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS. Ex. Corumbá, maracujás, maná, Maringá, rapé, massapê, filé, sapé, filó, rondó, mocotó, jiló, amém, armazém, também, Belém, parabéns, armazéns, nenéns.

47 Regras de Acentuação Paroxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na penúltima sílaba. São acentuadas, quando terminarem em UM, UNS, L, PS, X, EI (s), ÃO (s), U (s), ditongo crescente (s), N, I (s), R, Ã (s). Ex. álbum, factótum, médiuns, ágil, flexível, volátil, fórceps, bíceps, tríceps, tórax, xérox (também pode ser xerox), fênix, pônei, vôlei, jóquei, órgãos, benção, sótão, ônus, bônus, Mário, secretária, hífen, pólen, gérmen, táxi, júris, fêmur, âmbar, revólver, ímã, órfãs. Atenção: Paroxítonas terminadas em EEM e em OO não são mais acentuadas: creem, voo. Proparoxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na antepenúltima sílaba. Todas as proparoxítonas são acentuadas, salvo a expressão per capita (latim). Ex. síndrome, ínterim, lêvedo, lâmpada, sândalo.

48 Regras de Acentuação ATENÇÃO: Antes da reforma ortográfica, os ditongos eu, ei, oi / éu, éi, ói recebiam acento, sempre quando fossem abertos, seguidos ou não de s. Hoje, essa regra só vale quando a esses ditongos abertos ocorrerem em final de palavra (com ou sem o s do plural). Ex. meu, chapéu, deus, troféus, peixe, rei, réis, doido, estoico, foice, destrói, heróis, heroico, ideia.

49 VERBOS UIR/OER, UAR/OAR
UIR e OER Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-. Exemplos: • tu possuis • ele possui • tu constróis • ele constrói tu móis • ele mói • tu róis • ele rói UAR e OAR Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -e- Exemplos: Que eu efetue • Que tu efetues Que ele atenue • Que nós atenuemos Que vós entoeis • Que eles entoem

50 ORTOGRAFIA Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada. Sempre < semper Cidade < ciutatem Transação < transatio Máximo < maximus Nascer < nascere

51 ORTOGRAFIA – DICAS!!! MEMÓRIA VISUAL: Escreva a palavra de diversas maneiras, até se lembrar qual é a certa: teimozia, coiza, eleissão (não!), teimosia, coisa, eleição (sim!) MESMA FAMÍLIA: Como regra, se você sabe como se escreve uma palavra primitiva, saberá também as derivadas: paralisia, paralisar. PALAVRAS DE MESMA TERMINAÇÃO: se o verbo termina com as mesmas letras, os substantivos também terminarão: compreender/compreensão; pretender/pretensão; defender/defesa PALAVRAS DE UMA MESMA CLASSE: costumam terminar com as mesmas letras: limpeza/embriaguez (subst.abstratos), marquês/norueguesa (adjetivos de títulos ou origem), felicidade/maldade (subst.abstratos), certamente (adv.).

52 Resumindo Reforma Ortogr.
Principais mudanças de acentuação com a reforma ortográfica: a) Nas paroxítonas, acento de timbre deixa de existir (ex.: colmeia, ideia). b) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo (ex.: maoista, feiura). Cuidado: a regra não vale para oxítonas (ex.: Pi-au-í). c) Trema deixa de existir (ex.: linguiça, linguistica, tranquilo), exceto em nomes próprios e palavras derivadas desses nomes (ex.: Müller, mülleriano). d) Verbos terminados em –guar, –quar e –quir não levam mais trema nem acento agudo sobre o U (ex.: ague, enxague, averigue, apazigue, delinque). e) Não há mais acento circunflexo na junção de duas vogais iguais (ex.: veem, voo, enjoo). f) Fim dos acentos diferenciais, exceto para os casos vistos no item 5...

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54 Ç 01) Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo). Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç. Exemplos: • erudito = erudição; • exceto = exceção • setor = seção; • intuitivo = intuição • redator = redação; • ereto = ereção • educar - r + ção = educação; • exportar - r + ção = exportação • repartir - r + ção = repartição

55 Ç 02) Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter. Exemplos: • manter = manutenção • reter = retenção • deter = detenção • conter = contenção 03) Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce. • alcance = alcançar • lance = lançar

56 S 01) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e -ndir Exemplos: • pretender = pretensão; • defender = defesa, defensivo • despender = despesa; • compreender = compreensão • fundir = fusão; • expandir = expansão 02) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir. • perverter = perversão; • converter = conversão • reverter = reversão; • divertir = diversão • aspergir = aspersão; • imergir = imersão

57 S 03) Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr. Exemplos: • expelir = expulsão; • impelir = impulso • compelir = compulsório; • concorrer = concurso • discorrer = discurso; • percorrer = percurso 04) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo. • formosa; • glamorosa; • saboroso; • horroroso

58 S 05) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize. Exemplos: • fase • crase • tese • osmose

59 S 06) Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa.
Exemplos: • poetisa • profetisa 07) Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar. • Eu pus • Ele quis • Nós usamos • Eles quiseram • Quando nós quisermos • Se eles usassem

60 Ç ou S? Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de z. Exemplos: • eleição • traição • coisa S ou Z? 01 a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios. Ex.: • português • norueguesa • marquês • duquesa b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade. Ex.:• embriaguez • limpeza • lucidez • nobreza • acidez • pobreza

61 S ou Z? 02 a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s- Ex.: • análise = analisar • pesquisa = pesquisar paralisia = paralisar b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em -zar, quando a palavra primitiva não possuir -s-. Ex.: • economia = economizar • terror = aterrorizar • frágil = fragilizar Cuidado: • catequese = catequizar • síntese = sintetizar • hipnose = hipnotizar • batismo = batizar 03 a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical. Ex.: • casinha • asinha • portuguesinho • camponesinha • Inesita b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical. Ex.: • mulherzinha • cafezinho • alemãozinho • aviãozinho

62 SS 01) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder. Ex. • anteceder = antecessor • exceder = excesso • conceder = concessão 02) Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir. Ex.: • imprimir = impressão • comprimir = compressa • deprimir = depressivo 03) Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir. Ex.: • agredir = agressão • progredir = progresso • transgredir = transgressor 04) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em -meter. Ex.: • comprometer = compromisso • intrometer = intromissão prometer = promessa • remeter = remessa

63 ÇS ou SS Em relação aos verbos terminados em -tir, teremos:
01) Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir. Exemplo: • curtir - r + ção = curtição 02) Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante. Exemplo: • divertir - tir + são = diversão 03) Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal. Exemplo: • discutir - tir + ssão = discussão

64 J ou G J 01) Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos verbos terminados em -jar. Ex.: • trajar = traje, eu trajei. • encorajar = que eles encorajem viajar = que eles viajem (verbo) 02) Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja. Ex.: • loja = lojista • gorja = gorjeta • canja = canjica 03) Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, africana ou popular. Exemplos: • jeca • jibóia • jiló • pajé G 01) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: • pedágio • colégio • sacrilégio • prestígio • relógio • refúgio 02) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -jar. Ex.: • a viagem (subst.) • a coragem • a personagem a vernissagem • a ferrugem • a penugem

65 X 01) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha. Ex.: • mexilhão • mexer • mexerica • México • mexerico • mexido 02) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova. Ex.: • enxada • enxerto • enxerido • enxurrada Mas (atenção): • cheio = encher, enchente • charco = encharcar chiqueiro = enchiqueirar 03) Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache. Ex.: caixa • ameixa • deixar • queixa • feixe • peixe • gueixa

66 IMPORTANTE: S OU Ç? CONFUNDIR > CONFUSÃO ALUDIR > ALUSÃO
EMITIR > EMISSÃO COMPREENDER > COMPREENSÃO PRETENDER > PRETENSÃO CONCEDER > CONCESSÃO REPETIR > REPETIÇÃO ("TI" NÃO CAI) CONTER > CONTENÇÃO ("TE" NÃO CAI)

67 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS HOMÔNIMOS são palavras que apresentam, entre si:
pronúncia idêntica (homônimos homófonos) grafia idêntica (homônimos homógrafos) PARÔNIMOS são palavras parecidas no som ou na grafia. Abaixo, uma lista dos principais homônimos e parônimos: acender (atear fogo) / ascender (subir) acento (entonação) / assento (banco) acerca de (sobre) / cerca de (aproximadamente) / há cerca de (faz aproximadamente) afim (semelhante) / a fim de (com a finalidade de) asado (com asas) / azado (oportuno) astral (astros) / austral (fica ao sul) amoral (indiferente à moral) / imoral (contra a moral, devasso) apreçar (ver preço) / apressar (pôr pressa)

68 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS conjetura (suposição) / conjuntura (situação)
arrear (pôr arreios) / arriar (abaixar) bucho (barriga) / buxo (arbusto) caçar (perseguir) / cassar (anular) cavaleiro (anda a cavalo) / cavalheiro (gentil) cegar (tirar a visão) / segar (cortar) cela (aposento) / sela (arreio) censo (recenseamento) / senso (juízo, sentido) cerração (névoa) / serração (serrar) cessão (doar) / seção ou secção (repartição ou corte) / sessão (reunião) chá (bebida) / xá (título de soberano) chalé (casa de campo) / xale (vestimenta) cheque (ordem de pagamento) / xeque (lance de xadrez) cidra (fruta) / sidra (bebida) comprimento (extensão) / cumprimento (saudação) concerto (show) / conserto (reparo) conjetura (suposição) / conjuntura (situação)

69 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS coser (costurar) / cozer (cozinhar)
deferir (conceder) / diferir (adiar, diferenciar) delatar (denunciar) / dilatar (alargar) descrição (ato de descrever) / discrição (discreto) descriminar (inocentar) / discriminar (diferençar) desencargo (desobrigar-se de uma tarefa) / descargo (alívio) despensa (compartimento) / dispensa (desobrigação) despercebido (sem ser notado) / desapercebido (desprevenido) destratar (insultar) / distratar (desfazer) discente (aluno) / docente (professor) emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar) emigrante (sai, ex) / imigrante (entra, in) eminente (nobre) / iminente (prestes a acontecer) esperto (ativo) / experto (especialista) espiar (olhar) / expiar (sofrer pena) estada (permanência de pessoa) / estadia (perman.de veículo) estrato (camada) / extrato (extraído)

70 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS inflação (aumento dos preços) / infração (violação) intemerato (puro) / intimorato (corajoso) facundo (eloquente) / fecundo (fértil) flagrante (evidente) / fragrante (aromático) fluir (escorrer) / fruir (desfrutar) fúsil (que se pode fundir) / fuzil (arma) / fusível (resistor) incerto (duvidoso) / inserto (inserido) incipiente (iniciante) / insipiente (ignorante, sem saber) indefesso (incansável) / indefeso (sem defesa) infligir (aplica pena) / infringir (violar) intercessão (súplica) / interseção (cruzamento) laço (laçada, nó) / lasso (cansado, frouxo) lactante (quem amamenta) / lactente (que mama) / latente (pulsante) lista (relação) / listra (linha) mandado (ordem judicial) / mandato (procuração) passo (caminhar) / paço (palácio)

71 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS perca (verbo) / perda (subst.)
pleito (disputa) / preito (homenagem) preeminente (nobre) / proeminente (saliente) prescrever (receitar, expirar prazo) / proscrever (afastar) ratificar (confirmar) / retificar (corrigir) remição (resgate) / remissão (perdão) seda (fibra para tecido) / ceda (verbo ‘ceder’) soar (produzir som) / suar (transpirar) sortir (abastecer) / surtir (causar, provocar) sustar (suspender) / suster (sustentar) tacha (prego) / taxa (tributo) tachar (censurar, pejorar) / taxar (cobrar tributo) tilintar (soar, fazer barulho) / tiritar (tremer de frio) tráfego (trânsito, movimento) / tráfico (comércio) usuário (quem usa) / usurário (avarento, agiota) viagem (subst.) / viajem (verbo) vultoso (grande) / vultuoso (inchado, avermelhado)

72 Reforma ortográfica 1) O alfabeto passa a ter, oficialmente, 26 letras. Inclusão do K, W, Y. 2) Não se usa mais trema em palavras comuns: aguentar, bilíngue, cinquenta, frequente, tranquilo... O trema só continua sendo usado em nomes próprios e em palavras deles derivadas: Müller, mülleriano. 3) Nos ditongos abertos éi e ói não se usa mais acento, nas palavras paroxítonas: alcateia, androide, apoia, boia, colmeia, Coreia, debiloide, epopeia, geleia, heroico, ideia, jiboia, odisseia, paranoico, plateia, tramoia, heroico... Nas oxítonas e nos monossílabos tônicos, o sinal permanece: herói, papéis, dói... Dica: memorize o par “heroico” / “herói”.

73 Reforma ortográfica 4) Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente: feiura, cauila... Atenção: se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra. 5) Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s): voo, abençoo, veem, creem, deem, enjoo, magoo, doo (verbo doar), perdoo, povoo...

74 Reforma ortográfica 6) Acento diferencial: não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s), e pêra/pera. Permanece o acento diferencial em pôde/pode, pôr/por e o acento marcando os verbos ter e vir e suas variantes na 3ª p. do plural: eles têm / vêm / contêm / mantêm / intervêm / convêm... É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. 7) Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir.

75 Reforma ortográfica 8) Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. a) Se o a ou o i forem tônicos, recebem acento: averígue você, apazígues tu, ele deságua, eu delínquo. b) Se o u for tônico, esses verbos deixam de ser acentuados: averigue você, apazigue tu, ele desagua, eu delinquo. Dica: memorize que o u tônico em verbos deixa de receber acento nesses casos.

76 Reforma ortográfica 10) Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre. 11) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação, inclusive “compostos oracionais”. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus nos acuda, bicho de sete cabeças, faz de conta. Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

77 Reforma ortográfica 12) Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos: Belo Horizonte — belo-horizontino; Porto Alegre — porto-alegrense; Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul; Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte; África do Sul — sul-africano.

78 Reforma ortográfica 13) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia Exceção: não se usa o hífen, quando esses compostos são empregados fora de seu sentido original: a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras). b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).

79 Reforma ortográfica USO DO HÍFEN COM PREFIXOS Regras gerais
1) Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por “h”: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano. 2) Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional.

80 Reforma ortográfica 3) Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo. 4) Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta.

81 Reforma ortográfica Casos especiais com prefixos
1) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional, sob-roda. 2) Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal. Exemplos: circum-murado, circum-navegação, pan-americano. 3) Usa-se SEMPRE com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra, vice-rei.

82 Reforma ortográfica 4) O prefixo co SEMPRE se junta com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, corréu, corresponsável, cosseno. 5) Com os prefixos pre e re, NUNCA se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos: preexistente, preelaborar, reescrever, reedição. Atenção: não confundir pré (sempre usa hífen) com pre (nunca usa hífen).

83 Reforma ortográfica 6) Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d (regra de não juntar letras iguais) ou r. Exemplos: ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar. Outros casos com hífen 1) Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos: (acordo de) não agressão, (isto é um) quase delito. 2) Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos: mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo, maltratado. * Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen (regra já conhecida). Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.

84 Reforma ortográfica 3) Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representamformas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos: capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim. 4) Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

85 Reforma ortográfica 5) Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta- -se que ele foi viajar. O diretor foi receber os ex- -alunos. Fontes: Douglas Tufano, Guia Prático da Nova Ortografia, Editora Melhoramentos. Academia Brasileira de Letras, Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP: 5ª edição, março de 2009).

86 REVISÃO FINAL Ortografia e Acentuação

87 REVISÃO Classificação dos fonemas: vogais e consoantes
Contagem de fonemas: caixa, táxi, chiclete Sílaba: menor unidade de articulação; tem sempre uma e somente uma vogal como centro (pode ter semivogais) Encontros consonantais: a) Complexos ou puros (são pronunciados: ár-bi-TRO) b) Disjuntos (em sílabas diferentes: poR-To) c) Fonético (letra “x” com som de ks = ne-xo) d) Dígrafos (duas letras com um som de uma consoante: caCHoRRo, niNHO, tamBÉM, QUeijo).

88 REVISÃO Vogais: A,E,I,O,U mais destacados em uma sílaba tônica ou átona. Ex.: cAi-xA (A=vogais; i=semivogal) Semivogais: vogais fracas, que são articuladas em conjunto com uma vogal, numa mesma sílaba. Uma vogal mais uma semivogal formam um ditongo, que pode ser crescente (far-má-ciA; i=semivogal, A=vogal) ou decrescente (pEi-xe; E=vogal, i=semivogal). Encontros vocálicos: é a união: duas vogais: em sílabas diferentes: hiato (sa-í-da, ra-i-nha, ne-on, pi-a-da, di-a, ba-ú, pa-ís, ju-iz) uma vogal com uma semivogal: na mesma sílaba: ditongo: (pais, bei-jo, sau-da-de) uma vogal com duas semivogais: na mesma sílaba, com a vogal sempre ao meio: tritongo (a-guEi)

89 REVISÃO A maioria das gramáticas aceita as duas pronúncias em: réptil/reptil, acrobata/acróbata, Bálcãs/Balcãs, projétil/projetil, xerox/xérox, zangão/zângão (se a prova perguntar a correta, prefira a primeira palavra de cada par). Alfabeto: além das letras mais conhecidas, o alfabeto inclui também K, W e Y, nos seguintes casos: a) Em antropônimos (palavras derivadas de nomes de pessoas) originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista. b) Em topônimos (palavras derivadas de nome de lugares) originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

90 REVISÃO Tonicidade das palavras (acentuação tônica): diz qual a sílaba mais forte na palavra, acentuada graficamente ou não. Se houver só um acento gráfico, a sílaba que o comportar será a tônica. Oxítona: a sílaba forte da palavra é a última. Não se acentuam oxítonas terminadas com as consoantes de RouXiNoL (cor-rer, du-plex, paiol) e terminadas com I/U/ÃO e suas variantes antecedidos de consoante, seguidos ou não de ‘s’ ou ‘um/uns’ (parti, tatu, salão, abacaxis, cajus, anã, atum, comuns). Paroxítona: a sílaba forte da palavra é a penúltima. Via de regra, se não houver acento, se não for oxítona não acentuada (rouxinol e I/U antecedido de consoante) ou se não terminar em ditongo, a palavra será paroxítona. Ex.: Economia, droga, caixa, piada, caráter, pólen, hábil, bênção, sótão, ímã, farmácia. Paroxítona: a sílaba forte é a penúltima. Serão sempre acentuadas: Econômico, prático, último, pródigo, tráfego.

91 REVISÃO Ortografia das formas verbais seguidas de pronome:
Cantar: cantá-lo, cantávamos, cantamo-nos, cantam-nos.(3ª.p.pl) Ver: vê-lo, víamos, veem-nos (1ªp.pl), veem-nos (3ªp.pl). Partir: parti-lo, partíamos, partem-nos (1ªp.pl), partem-nos (3ªp.pl.) Possuir: possuí-lo, possuíamos, possuem-nos (1ªp.pl), possuem-nos (3ªp.pl) Acentos diferenciais: Permanecem: tem(sing) / têm(pl) e seus derivados (mantém/mantêm, contém/contêm), por(prep.) / pôr(verbo), pode(pres.) / pôde(pret.). Não há mais acento diferencial em pára(verbo), pólo(subst.), pela(verbo), pelo(subst.), pera(subst.).

92 SEPARAÇÃO SILÁBICA Não se separam ditongos e tritongos: ex.: rai-va, pneu, a-guei, pais, guar-da, chei-ro, he-roi-co. Separam-se vogais (hiatos): sa-ú-de, ba-i-nha, ca-ir, com-pre-en-der, pi-a-da, ci-ú-me. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: cho-ca-lho, ga-li-nha, quei-jo, guer-ra. Separam-se os dígrafos rr e os iniciados com s e x: ex-ces-so, far-ra, nas-cer, nas-ço, cas-sar. Separam-se vogais idênticas (hiato), cc e cç: Ca-a-tin-ga, re-es-tru-tu-rar, ni-i-lis-mo, vo-o, a-ben-ço-o, in-tros-pec-ção. Separam-se prefixos terminados em consoante: sub-ter-râ-neo, trans-pa-ren-te. Exceção: se na sequência vier vogal: su-bal-ter-no, tran-sa-tlân-ti-co, hi-pe-ra-ti-vo.

93 ACENTUAÇÃO GRÁFICA TESTE DE PRONÚNCIAS ALTERNATIVAS:
sai-da, sai-dá, sa-í-da TESTE DE SEMELHANÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS: ho-mem; i-tem TESTE DE DIFERENÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS: pa-ra-béns; i-tens

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98 Exercícios Ex.: Aponte qual a regra que justifica cada acentuação gráfica: proparoxítonas; 2. paroxítonas terminadas em ditongo crescente; 3. paroxítonas terminas em letra forte (RXNL, til, I/U após consoante etc.); 4. oxítonas (que não terminam em “letra forte”); 5. monossílabos tônicos; 6. hiatos terminados em I ou U; 6. acento diferencial. a) trânsito h) têm o) crachá b) impróprio i) mantém p) pé c) café j) corrói q) recaída d) parabéns k) sótão r) pôr e) táxi l) féretro s) látex f) baú m) experiência t) açaí g) álbuns n) amável u) lápis

99 Resumindo Reforma Ortogr.
Principais mudanças de acentuação com a reforma ortográfica: a) Nas paroxítonas, acento de timbre deixa de existir (ex.: colmeia, ideia). b) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo (ex.: maoista, feiura). Cuidado: a regra não vale para oxítonas (ex.: Pi-au-í). c) Trema deixa de existir (ex.: linguiça, linguistica, tranquilo), exceto em nomes próprios e palavras derivadas desses nomes (ex.: Müller, mülleriano). d) Verbos terminados em –guar, –quar e –quir não levam mais trema nem acento agudo sobre o U (ex.: ague, enxague, averigue, apazigue, delinque). e) Não há mais acento circunflexo na junção de duas vogais iguais (ex.: veem, voo, enjoo). f) Fim dos acentos diferenciais, exceto para os casos vistos no item 5...

100 ORTOÉPIA OU ORTOEPIA É o estudo do jeito correto de pronunciar uma palavra. Evitar erros de “silabada” (trocar a sílaba forte da palavra). CORRETO: rubrica, mister, condor, lêvedo, munícipe, novel, ureter, ruim, austero, juniores, filantropo, pudico, recorde, privilégio, sobrancelha, superstição, piscina, problemas, empecilho, pneu, adivinhar, advogado, próprio, bandeja, bochecha, boteco, bueiro, cabeleireiro, caranguejo, emagrecer, estupro, mendigo, fragrância, frustrado, lagarto, meteorologia, mortadela, murchar, prazeroso, ERRADO: rúbrica, míster, côndor, levedo, municipe, nóvel, uréter, ruím, áustero, júniores, filântropo, púdico, récorde, previlégio, sombrancelha, supertição, psina, poblemas/pobremas, impecilho, peneu, advinhar, adevogado, própio, bandeija, buchecha, buteco, boeiro, cabeileireiro, carangueijo, esmagrecer, estrupo, medingo, fragância, frustado, largato, meterologia, mortandela, muchar, prazeiroso,

101 ORTOGRAFIA – DICAS!!! MEMÓRIA VISUAL: Escreva a palavra de diversas maneiras, até se lembrar qual é a certa: teimozia, coiza, eleissão (não!), teimosia, coisa, eleição (sim!) MESMA FAMÍLIA: Como regra, se você sabe como se escreve uma palavra primitiva, saberá também as derivadas: paralisia, paralisar. PALAVRAS DE MESMA TERMINAÇÃO: se o verbo termina com as mesmas letras, os substantivos também terminarão: compreender/compreensão; pretender/pretensão; defender/defesa PALAVRAS DE UMA MESMA CLASSE: costumam terminar com as mesmas letras: limpeza/embriaguez (subst.abstratos), marquês/norueguesa (adjetivos de títulos ou origem), felicidade/maldade (subst.abstratos), certamente (adv.).

102 Resumindo Reforma Ortogr.
Principais mudanças de acentuação com a reforma ortográfica: a) Nas paroxítonas, acento de timbre deixa de existir (ex.: colmeia, ideia). b) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo (ex.: maoista, feiura). Cuidado: a regra não vale para oxítonas (ex.: Pi-au-í). c) Trema deixa de existir (ex.: linguiça, linguistica, tranquilo), exceto em nomes próprios e palavras derivadas desses nomes (ex.: Müller, mülleriano). d) Verbos terminados em –guar, –quar e –quir não levam mais trema nem acento agudo sobre o U (ex.: ague, enxague, averigue, apazigue, delinque). e) Não há mais acento circunflexo na junção de duas vogais iguais (ex.: veem, voo, enjoo). f) Fim dos acentos diferenciais, exceto para os casos vistos no item 5...

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104 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS HOMÔNIMOS são palavras que apresentam, entre si:
pronúncia idêntica (homônimos homófonos) grafia idêntica (homônimos homógrafos) PARÔNIMOS são palavras parecidas no som ou na grafia. Abaixo, uma lista dos principais homônimos e parônimos: acender (atear fogo) / ascender (subir) acento (entonação) / assento (banco) acerca de (sobre) / cerca de (aproximadamente) / há cerca de (faz aproximadamente) afim (semelhante) / a fim de (com a finalidade de) asado (com asas) / azado (oportuno) astral (astros) / austral (fica ao sul) amoral (indiferente à moral) / imoral (contra a moral, devasso) apreçar (ver preço) / apressar (pôr pressa)

105 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS conjetura (suposição) / conjuntura (situação)
arrear (pôr arreios) / arriar (abaixar) bucho (barriga) / buxo (arbusto) caçar (perseguir) / cassar (anular) cavaleiro (anda a cavalo) / cavalheiro (gentil) cegar (tirar a visão) / segar (cortar) cela (aposento) / sela (arreio) censo (recenseamento) / senso (juízo, sentido) cerração (névoa) / serração (serrar) cessão (doar) / seção ou secção (repartição ou corte) / sessão (reunião) chá (bebida) / xá (título de soberano) chalé (casa de campo) / xale (vestimenta) cheque (ordem de pagamento) / xeque (lance de xadrez) cidra (fruta) / sidra (bebida) comprimento (extensão) / cumprimento (saudação) concerto (show) / conserto (reparo) conjetura (suposição) / conjuntura (situação)

106 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS coser (costurar) / cozer (cozinhar)
deferir (conceder) / diferir (adiar, diferenciar) delatar (denunciar) / dilatar (alargar) descrição (ato de descrever) / discrição (discreto) descriminar (inocentar) / discriminar (diferençar) desencargo (desobrigar-se de uma tarefa) / descargo (alívio) despensa (compartimento) / dispensa (desobrigação) despercebido (sem ser notado) / desapercebido (desprevenido) destratar (insultar) / distratar (desfazer) discente (aluno) / docente (professor) emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar) emigrante (sai, ex) / imigrante (entra, in) eminente (nobre) / iminente (prestes a acontecer) esperto (ativo) / experto (especialista) espiar (olhar) / expiar (sofrer pena) estada (permanência de pessoa) / estadia (perman.de veículo) estrato (camada) / extrato (extraído)

107 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS inflação (aumento dos preços) / infração (violação) intemerato (puro) / intimorato (corajoso) facundo (eloquente) / fecundo (fértil) flagrante (evidente) / fragrante (aromático) fluir (escorrer) / fruir (desfrutar) fúsil (que se pode fundir) / fuzil (arma) / fusível (resistor) incerto (duvidoso) / inserto (inserido) incipiente (iniciante) / insipiente (ignorante, sem saber) indefesso (incansável) / indefeso (sem defesa) infligir (aplica pena) / infringir (violar) intercessão (súplica) / interseção (cruzamento) laço (laçada, nó) / lasso (cansado, frouxo) lactante (quem amamenta) / lactente (que mama) / latente (pulsante) lista (relação) / listra (linha) mandado (ordem judicial) / mandato (procuração) passo (caminhar) / paço (palácio)

108 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS perca (verbo) / perda (subst.)
pleito (disputa) / preito (homenagem) preeminente (nobre) / proeminente (saliente) prescrever (receitar, expirar prazo) / proscrever (afastar) ratificar (confirmar) / retificar (corrigir) remição (resgate) / remissão (perdão) seda (fibra para tecido) / ceda (verbo ‘ceder’) soar (produzir som) / suar (transpirar) sortir (abastecer) / surtir (causar, provocar) sustar (suspender) / suster (sustentar) tacha (prego) / taxa (tributo) tachar (censurar, pejorar) / taxar (cobrar tributo) tilintar (soar, fazer barulho) / tiritar (tremer de frio) tráfego (trânsito, movimento) / tráfico (comércio) usuário (quem usa) / usurário (avarento, agiota) viagem (subst.) / viajem (verbo) vultoso (grande) / vultuoso (inchado, avermelhado)

109 PORQUÊS 1. Porquê (substantivo, = motivo)
É um substantivo (=motivo), por isso somente poderá estar no singular ou no plural e poderá ser precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três, quatro) Ex.: João compreendeu o porquê da revolta. Quantos porquês ele colocou em seu pedido! Dicas: É possível substituir ‘porquê’ por ‘motivo’. Ex.: João compreendeu o motivo da revolta. É possível passar o ‘porquê’ para o plural. Ex.: João compreendeu os porquês da revolta.

110 PORQUÊS 2. Por quê (em final de frase, exceto se couber “porquê”).
Sempre que a palavra ‘que’ estiver em final de frase, deverá receber acento. Não importa se o período é ou não interrogativo e não importa qual o elemento que surja antes. Ex. João não veio e não justificou por quê. Você não me esperou por quê? Este é o ônibus por que eu espero. Dica: ‘Por quê’ e ‘por que’ podem ser substituídos por ‘por qual motivo’ ou ‘pelo(a) qual’ em frase interrogativas, exclamativas ou afirmativas. A diferença entre essas duas é que uma levará acento (final de frase) e outra não. Ex.: Por qual motivo você não me esperou? Você não me esperou por qual motivo? Este é o ônibus pelo qual eu espero.

111 PORQUÊS 3. Por que (preposição + pronome, em início/meio de frase)
É usado quando houver a junção da preposição por com o pronome interrogativo que ou com o pronome relativo que. Ex.: Eu vi o jogo por que esperamos (pelo qual) Por que = preposição ‘por’ + pronome relativo ‘que’ Ex.: Por que o ônibus demorou tanto? Por que = preposição ‘por’ + pronome interrogativo ‘que’. Dica: “Por que” é usado no começo ou meio de perguntas. Em qualquer frase, inclusive as não interrogativas, podemos substituir por que por ‘por qual razão’, ‘pelo qual’, ‘pela qual’, ‘pelos quais’, ‘pelas quais’ ou ‘por qual’. Ex.: Por qual motivo o ônibus demorou tanto? Ex.: Eu vi o jogo pelo qual esperamos.

112 PORQUÊS 4. Porque (conjunção, =pois, =a fim de que, já que)
É uma conjunção subordinativa causal (já que) ou conjunção subordinativa final (a fim de que) ou conjunção coordenativa explicativa (pois), portanto estará ligando duas orações, indicando causa, explicação ou finalidade. Ex. Não saí hoje, porque estava chovendo. Dica: ‘Porque’ iniciará uma explicação (Estudo, porque quero ir bem) ou uma finalidade (Estudem, porque passem), ou uma causa (As vítimas foram levadas à UTI, já que o estado era grave). Pode ser substituído por ‘pois’ (Estudo, pois quero ir bem) ou por ‘a fim de que’ (Estudem, a fim de que passem) ou por ‘já que’. Normalmente, não é usado em frases interrogativas.

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114 RESUMINDO. PORQUÊS. 1. Porquê: substantivo, =motivo (aceita plural e artigo). 2. Por que: preposição + pronome relativo ou interrogativo. Usado no início ou no final de perguntas. Usado em outras frases, no sentido de ‘por qual motivo’, ‘pelo(a) qual’. Em final de frase, deve-se usar “por quê”. 3. Por quê: em final de frase, exceto se couber “porquê”. Pode ser substituído por ‘por qual motivo’ ou por ‘pelo(a) qual’, em fim de frase. Mesmo caso de 2, mas em final de frase. 4. Porque: explicação, causa ou finalidade, =pois, =já que, =a fim de que. Normalmente, não é usado em frases interrogativas.

115 PONTOS ESPECÍFICOS 1. Que e Quê
Que é pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva. Quê é substantivo (com o sentido de "alguma coisa"), interjeição (indicando surpresa, espanto) ou pronome em final de frase (imediatamente antes de ponto final, de interrogação ou de exclamação) Ex. Que você quer? Você viu o quê? Tem um quê de beleza! 2. Mas, más e Mais Mas é conjunção adversativa, de mesmo valor que "porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto". Mais é advérbio de intensidade; também dá ideia de adição (contrário de “menos”). Ex. Não vou mais à sua casa. Você me chama, mas não vou.

116 PONTOS ESPECÍFICOS 3. Onde, Aonde e Donde
Onde significa "em que lugar". Aonde significa "a que lugar". Donde (=de onde) significa "de que lugar". Ex. Onde você guardou o lápis? Não sei ainda aonde vou? Donde você veio? 4. Mal e Mau Mal é advérbio ou conj., antônimo de "bem". Mau é adjetivo ou subst., antônimo de "bom" Ex. João é um rapaz mau. Ele mal sabe e só vê o mal.

117 PONTOS ESPECÍFICOS 5. A par e Ao par
A par: "estar bem informado", ter conhecimento". Ao par: indica equivalência cambial. Ex. Estou a par do assunto. O dólar está ao par do peso. 6. ‘Ao encontro de’ e ‘De encontro a’ Ao encontro de: "ser favorável a alguma coisa“, aproximar-se. De encontro a: indica contraposição, colisão. Ex. Concordo com você, porque suas ideias vêm ao encontro das minhas. Já meu inimigo vem de encontro a mim. 7. Há e A (indicando tempo ou distância) Há: indica tempo decorrido (passado). A: indica tempo futuro ou distância. Ex. Viajei há duas semanas. Estou a três quilômetros do destino e a dez minutos de chegar.

118 PONTOS ESPECÍFICOS 8. ‘Acerca de’, ‘A cerca de’ e ‘Há cerca de’
Acerca de: locução prepositiva; "sobre, a respeito de". A cerca de: aproximação. Há cerca de: tempo decorrido ou existência. Ex. Há cerca de vinte pessoas aqui. Há cerca de um mês, havia oito pessoas. Acerca da minha moradia, moro a cerca de cinco quilômetros daqui. 9. ‘Afim’ e ‘A fim de’ Afim: adjetivo equivalente a "igual, semelhante". A fim de: locução prepositiva. Indica finalidade ou gosto. Ex. Nós temos interesses afins. Estamos a fim de estudar muito. Vamos comprar um livro a fim de fazê-lo melhor.

119 PONTOS ESPECÍFICOS 10. ‘Senão’ e ‘Se não’ Senão: a não ser.
Se não: ocorre em orações subordinadas adverbiais condicionais; equivale a "caso não". Ex. Nada fiz senão aguardar. Durma, se não ficará cansado. 11. Nós viemos e Nós vimos Nós viemos: verbo ‘vir’ no pretérito perfeito do indicativo. Nós vimos: verbo ‘vir’ no presente do indicativo e verbo ‘ver’ no pretérito perfeito do indicativo. Ex. Ontem, viemos para cá, mas não vimos nosso tio. Por isso, vimos aqui agora.

120 PONTOS ESPECÍFICOS 12. ‘Ao invés de’ e ‘Em vez de’
Ao invés de: "oposição, situação contrária". Em vez de indica: "substituição, simples troca". Ex. Em vez dormir, fiquei estudando. Subi ao invés de descer. 13. Haja vista e Hajam vista Haja vista: pode-se usar havendo ou não a preposição a à frente, estando o substantivo posterior no singular ou no plural. Hajam vista: pode-se usar quando não houver a preposição à frente e quando o substantivo posterior estiver no plural. Ex. Haja vista aos conflitos. Haja vista os conflitos. Hajam vista os conflitos.

121 MAPAS MENTAIS Acentuação e Ortografia

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127 MORFOLOGIA Classe de palavras Estrutura de palavras Formação de palavras

128 MORFOLOGIA É o estudo da palavra isoladamente, ou de locuções que tomam o lugar de uma palavra. - Estrutura das palavras (radicais e afixos) - Formação das palavras (derivação e composição) - Classes de palavras (10 “caixinhas”)

129 MORFOLOGIA Locução (+ de 1 palavra, exercendo a função de apenas uma):
- Adjetiva: amor de mãe (materno); - Adverbial: correu de forma desesperada (desperadamente); - Verbal: eu vou estudar (estudarei), eu estou estudando (1 ação apenas); - Conjuntiva: de encontro a (contra);

130 MORFOLOGIA ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Radical: contém o sentido básico da palavra. Ex.: pedreiro, imperdoável, falei. Vogal temática: alicável somente a verbos. É a vogal existente na terminação da forma infinitiva (original) do verbo: cantar(A, 1ª conjug.), dizer(E, 2ª conjug.), partir(I, 3ª conjug.), pôr(E)*. “Pôr” é verbo de 2ª conjugação(-ER) Tema: Nos verbos, é a junção do radical e a vogal temática. Ex.: estuda, come, parti. Em “pasta”, ‘past’ é o radical e ‘a’ é a vogal temática, sendo “pasta” o tema. Em “legal”, o radical e o tema são a palavra “legal”. Em “tatu”, o radical é “tatu” e a vogal temática é “u”. O assunto de radicais, vogal temática e tema é mais explorado com verbos.

131 MORFOLOGIA ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Desinências: é a terminação ou flexão de verbos (flexão verbal) ou de nomes (flexão nominal) das palavras que se flexionam (palavras variáveis), que vem depois do radical ou do tema, para marcar diferença de modo, tempo, gênero, pessoa, grau ou número. CANT-Á-VA-MOS: Cant: radical. A: vogal temática. Canta: tema. Va: desinência modo-temporal (indica que se trata do modo indicativo e do tempo pretérito imperfeito) Mos: desinência número-pessoal (indica que se trata de plural e de 1ª pessoa: nós). IN-DELICAD-O-S: In: afixo do tipo “prefixo”. Delicad: radical e tema. O: desinência de gênero. S: desinência de plural

132 MORFOLOGIA DESINÊNCIAS VERBAIS Desinências modo temporais: são 4:
VA e IA: pret.imp.do indicativo: estudava, comia, partia. RA: pret.mais-que-perfeito do indicativo: estudara, comera, partira. RIA: futuro do pretérido do indicativo: estudaria, comeria, partiria. SSE: pretérito imperfeito do subjuntivo: estudasse, comesse, partisse. Os outros tempos verbais (pres.indicativo etc.) não trazem marcas nítidas de desinências modo temporais: estudamos (pres.indicativo), estudamos (pret.perf.indicativo), estudemos (pres.subjuntivo) etc.

133 MORFOLOGIA DESINÊNCIAS VERBAIS
Desinências número-pessoais: indicam a pessoa e o número. São três os grupos: Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu cantaste, ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram. Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem. Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.

134 MORFOLOGIA DESINÊNCIAS NOMINAIS: usadas em nomes que variem (subst., adjetivos, pronomes, numerais). De gênero: masc/fem. Ex.: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal ‘a’ será desinência nominal de gênero (e não tema) sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora. De número: plural/singular. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Ex.: exemplo: cadeiras, pedras, águas. Não é plural em “lápis”.

135 MORFOLOGIA AFIXAÇÃO: formar palavras com a junção de afixos, que podem ser prefixos ou sufixos. Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles: a) Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral. b) Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente. Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Ex: flores, bambuzal, gasômetro, canais, cantá-la, partem-nos (quando “os”=3ªp.pl.).

136 MORFOLOGIA FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, composição. Processos de formação de palavras: I. DERIVAÇÃO: Formação de novas palavras a partir de apenas um radical. a) Derivação Prefixal: Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva;: também chamado de prefixação. Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz. b) Derivação Sufixal: Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação. Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.

137 MORFOLOGIA c) Derivação Prefixal e Sufixal: Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, que podem ser tirados isolada ou conjuntamente; também chamado de prefixação e sufixação. Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer. d) Derivação Parassintética: Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de parassíntese. Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer. Para diferenciar Derivação Prefixal e Sufixal e Derivação Parassintética, retire o prefixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der. Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de ‘envernizar’: não existe a palavra vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enverniz. Portanto, a palavra foi formada por Parassíntese.

138 MORFOLOGIA e) Derivação Regressiva: É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada. Normalmente, é a formação de substantivos a partir de verbos. Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate. f) Derivação Imprópria: É a formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: as palavras ‘gelo’ e ‘limão’ são substantivos, mas podem ser transformadas em um adjetivo: camisa gelo, camisa limão.

139 MORFOLOGIA II. COMPOSIÇÃO: formação de palavras a partir de dois ou mais radicais. a) Composição por justaposição: Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Ex: pontapé (radicais ‘ponta’ e ‘pé’), mandachuva, passatempo, guarda-pó, guarda-roupa. b) Composição por aglutinação: Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Ex: aguardente (‘água’ e ‘ardente’; sumiu um ‘a’). O mesmo acontece com embora (em boa hora), planalto (plano alto). c) Hibridismo: É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes (por ex.,, grego e latim). Ex.: televisão, automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.

140 MORFOLOGIA III. OUTROS a) Onomatopeia: Criar palavras, tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum, cricri, tiquetaque, pingue-pongue, bem-te-vi. b) Abreviação Vocabular: Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta. Ex.:: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de cinematografia, cinema ou cine. c) Siglas: As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma seqüência de palavras que constitui um nome. Ex.: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). d) Neologismo semântico: Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra ‘legal’ significa ‘dentro da lei’; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal.

141 MORFOLOGIA III. OUTROS d) Neologismo: Palavra formada por invenção do autor, podendo usar em conjunto outros mecanismos de formação de palavras. Ex.: dangerosíssima (palavra criada por Drummond). e) Empréstimo linguístico ou estrangeirismo É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center“, “home banking”.

142 MORFOLOGIA Neologismo semântico
Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal. Empréstimo lingüístico É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center".

143 MORFOLOGIA As 10 classes de palavras GRUPO 1: GRUPO 2: Artigo * Verbo
Substantivo * Advérbio Adjetivo SOLTOS: Pronome * Preposição Numeral * Conjunção * Interjeição

144 CLASSES GRAMATICAIS Vamos ver agora com mais detalhes as classes gramaticais, que pertencem ao ramo gramatical da MORFOLOGIA. Primeiramente, vamos aprender a localizar essas classes gramaticais. Aprendendo isso, já estaremos prontos para resolver a maior parte das questões de concurso. Depois, entraremos em mais detalhes em cada classe e aprenderemos suas classificações internas.

145 CLASSES GRAMATICAIS Verbo:  ação, estado ou fenômeno da natureza;
 única classe que pode ser conjugada;  via de regra, concorda com o sujeito; Varia em: Modos (indicativo, subjuntivo e imperativo) Tempos (presente, pretérito e futuro) Pessoa (1ª:eu/nós; 2ª:tu/vós; 3ª:ele/eles) Número (plural e singular) 2) Substantivo:  ser de existência autônoma (‘coisa’)  concreto/abstrato; comum/próprio; simples/composto; primitivos/derivados; coletivos

146 CLASSES GRAMATICAIS 3) Pronome:
 substitui ou acompanha um nome (em geral, um substantivo).  tipos: pessoal (eu, me, mim...), possessivo (meu, minha...), demonstrativo (aquele, esse...), interrogativo (qual, quem...), indefinido (alguém, ninguém, nada...), relativo (que, o qual, a qual, cujo...). O pronome demonstrativo, o possessivo e o interrogativo acompanham um nome; por isso, assim como os artigos, tem o poder de substantivar palavras que não sejam substantivos. Ex: Esse viver é complicado.

147 CLASSES GRAMATICAIS 4) Adjetivo:
 Modifica um substantivo ou um pronome. O adjetivo não tem existência autônoma; depende sempre de um ser a quem se anexa para dar-lhe uma qualidade, concordando, em geral, com esse nome em gênero e número. Varia para concordar com o nome que modifica. 5) Advérbio:  Modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira.  É classe de palavra invariável, isto é, não se flexiona para concordar com outras palavras.  Possui uma classe fechada (agora, não, nunca...) e uma classe aberta (adjetivos + ‘-mente’).

148 CLASSES GRAMATICAIS 6) Artigo: assim como alguns tipos de pronome, determina ou indetermina a expressão nominal seguinte. classe fechada de elementos: Definidos: o(s), a(s). Indefinidos: um(ns), uma(s). 7) Conjunção: liga orações (mas, pois, e). 8) Preposição: liga palavras (de, por, para, a). 9) Numeral: três, décimo, metade, dobro. 10) Interjeição: Ah! Nossa! Puxa! Ai! Ó!

149 1) Substantivo Dá nome aos seres, isto é, dá nome às palavras que nomeiam coisas concretas e abstratas que tem vida própria, independentemente de outros seres. 1) Terá valor de substantivo qualquer palavra antecedida de um artigo, de um pronome demonstrativo ou de um pronome possessivo, se não houver um outro substantivo no “bloco” (grupo nominal): Ex.: O carro; meu passar dos dias é lento; um amanhã virá; esse esperto me ultrapassou. Essas expressões substantivam a palavra seguinte que não seja substantivo e que não tenha um substantivo em seu grupo nominal.

150 1) Substantivo 2) O substantivo admite os sufixos aumentativos ou diminutivos e a flexão de número (singular/plural): Ex.: carro, carrinho; tijolo, tijolão; mesa, mesas... 3) Sintaticamente, o substantivo ocupa o núcleo de um grupo nominal, isto é, do sujeito, do complemento verbal (OD e OI) ou do complemento nominal. Ex.: O menino tem necessidade de chocolate. ‘menino’: núcleo do suj.; ‘necessidade’: núcleo do OD; ‘chocolate’: núcleo do compl. nominal.

151 1) Substantivo Classificação dos substantivos:
1) quanto à sua estrutura e formação: Simples (cachorro) ou compostos (beija-flor) Primitivos (pedra) ou derivados (pedreiro) 2) quanto ao seu significado: Comuns (menino) ou próprios (João) Concretos (carro) ou abstratos (tristeza) Ex.: Classifique os substantivos: Lisboa, corrida, elefante, guarda-chuva, amor, fada, bem-estar.

152 1) Substantivo Substantivos coletivos:
Armada ou Esquadra (de navios de guerra) Arquipélago (de ilhas) Banca (de examinadores) Banda (de músicos) Batalhão ou Exército (de soldados) Cacho (de bananas, de uvas...) Cáfila (de camelos) Cancioneiro (de canções, de poemas líricos) Caravana (de viajantes) Cardume (de peixes)

153 1) Substantivo Substantivos coletivos: Chusma ou Multidão (de pessoas)
Constelação (de estrelas) Esquadrilha (de aviões) Fato (de cabras) Frota (de navios, de carros, de táxi...) Horda (de aventureiros, de bandidos) Legião (de soldados, de demônios...) Malta (de desordeiros) Manada (de bois, de búfalos, de elefantes) Molho (de chaves, de verdura)

154 1) Substantivo Substantivos coletivos: Ninhada (de filhotes)
Nuvem (de insetos) Plateia (de espectadores) Quadrilha (de ladrões) Ramalhete (de flores) Rebanho (de gado, de ovelhas) Resma (de papel) Réstia (de alho, de cebola) Turma (de alunos, de trabalhadores)

155 1) Substantivo -e  -essa = abade / abadessa; conde / condessa.
FLEXÃO DE GÊNERO 1) Substantivos biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. -o / -e  -a = Menino / menina; mestre / mestra -ês  -esa = Freguês / freguesa -ão  -ao = Padrão / patroa; exceções: Barão / baronesa; ladrão / ladra; sultão / sultana. -or  -ora = Leitor / leitora; -or  -triz = Ator / atriz; imperador / imperatriz; embaixador / embaixatriz (ou embaixadora). -e  -essa = abade / abadessa; conde / condessa.

156 1) Substantivo Há substantivos biformes que formam o feminino de maneira especial ou que tem o feminino com um radical diferente da palavra masculina: Czar / czarina; maestro / maestrina; frade / freira; herói / heroína; réu / ré. Bode / cabra; boi / vaca; cão / cadela; cavalheiro / dama; frei / sóror; genro / nora; zangão / abelha.

157 1) Substantivo 2) Substantivos uniformes: não flexionam para se referir a uma palavra masculina ou feminina. a) Comum de dois gêneros: o colega / a colega; o herege / a herege; o imigrante / a imigrante; o dentista / a dentista; o artista / a artista; o jovem / a jovem; pianista ótimo / pianista ótima. b) Sobrecomuns: a identificação do sexo só é possível no contexto: o algoz, o cônjuge, a criança, a criatura, o ídolo; a pessoa, a vítima. c) Epicenos: uma só forma para os dois gêneros + ‘macho’ ou ‘fêmea’, se necessário: arara-macho; jacaré-fêmea; girafa; minhoca; peixe; tatu; pulga...

158 1) Substantivo 3) Substantivos de gênero vacilante: aceitam a forma masculina e a feminina: o diabetes / a diabetes; o hélice / a hélice; o íris / a íris; o laringe / a laringe; o personagem / a personagem; o preá / a preá; o usucapião / a usucapião; o tapa / a tapa; o soprano / a soprano. 4) Substantivos que apresentam dificuldades: o clã; o champanha; o dó; o eclipse; o estigma; o estratagema; o guaraná; o lança-perfume; o magma; o milhar; o plasma; o telefonema; o trema; a aluvião; a bólide; a cal; a comichão; a dinamite; a faringe; a omoplata.

159 2) Numeral 1) Cardinal: indica quantidade (um, cem, mil, bilhões, dez trilhões). 2) Ordinal: indica ordem (primeiro, milésimo). 3) Multiplicativo: indica multiplicação de seres (dobro, triplo, quíntuplo). 4) Fracionário: indica divisão de seres (metade, meio, um terço, onze avos). Atenção: Um ladrão levou minha caneta (artigo indef.) Apenas um ladrão foi identificado (numeral)

160 3) Pronomes Substituem ou determinam um nome. Varia em gênero, número e pessoa. 1) Pronomes pessoais: substituem um substantivo, podendo ocupar vários papeis sintáticos. Veremos melhor na aula sobre colocação pronominal. Ex.: Pronomes pessoais retos (exercem papel de sujeito da oração): eu, tu, ele, nós, vós, eles. Pronomes pessoais oblíquos (exercem outros papéis sintáticos, exceto sujeito) e se dividem em:

161 3) Pronomes Pronomes pessoais oblíquos (exercem outros papéis sintáticos, exceto sujeito) e se dividem em: Pronomes pessoais oblíquos átonos: exercem principalmente o papel de objeto direto (não são preposicionados): me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. ESTES PRONOMES INTERESSAM AO ESTUDO DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Pronomes pessoais oblíquos tônicos: exercem principalmente o papel de objeto indireto e de complemento nominal (são preposicionados, ou já possuem preposição integrada: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.

162

163 COLOCAÇÃO PRONOMINAL 1) Próclise obrigatória:
a) palavras atrativas (negativas; advérbios, pronomes indefinidos; ‘que’); b) certos tipos de oração (iniciada por: pronomes e advérbios interrogativos, pronomes relativos e por expressões exclamativas; com gerúndio seguido de ‘em’; optativa; subordinada; coordenada alternativa). 2) Ênclise obrigatória: a) verbo no início de frase; b) verbo no imperativo afirmativo; c) verbo no gerúndio (sem o ‘em’); d) verbo no infinitivo pessoal. 3) Mesóclise: verbos no futuro do presente ou do pretérito (não há ênclise com esses verbos; pode haver próclise).

164 3) Pronomes 2) Pronomes relativos: que, quem, o(s)qual(is), a(s)qual(is), cujo(a/s), onde, quando... Iniciam oração subordinada adjetiva. Ex.: O menino que vi é seu primo. O livro a que me referi está esgotado. O homem com quem conversei é imbecil. A época em que morei em Madri foi muito alegre. A cidade onde estive ontem estava vazia. O homem cuja barba é grande está na praça. O velho cujos netos são chatos faleceu ontem.

165 3) Pronomes 3) Pronomes de tratamento: substituem substantivos, em geral, no trato formal. Vossa Excelência (V.Exa.): Presidente da República, Senadores, Ministros, Governadores, Deputados, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Desembargador de justiça, Oficiais generais (até coronéis), Promotor. Vossa Magnificência (V.M.): Reitores univers. Vossa Senhoria (V.Sa.): Diretores de empresas públicas, outras patentes militares etc. Meretíssimo (M.): Juiz de direito.

166 3) Pronomes 3) Pronomes de tratamento... Vossa Santidade (V.S.): Papa.
Vossa Eminência Reverendíssima (V.Ema.Revma.): Cardeais, arcebispos e bispos. Vossa Reverendíssima (V.Revma.): Abades e sacerdotes em geral. Vossa Majestade (V.M.): Reis, imperadores. Vossa Alteza (V.A.): Príncipes e duques.

167 3) Pronomes 4) Pronomes possessivos: indicam posse ou propriedade de uma das pessoas do discurso: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). 5) Pronomes demonstrativos: apontam seres no mundo. Este, esta, isto: próximo no espaço ou no tempo de quem fala, ou algo que vai ser dito no texto. Esse, essa, isso: mais distante de quem fala, ou algo que já foi dito no texto.

168 3) Pronomes 5) Pronomes demonstrativos: apontam seres no mundo.
Este, esta, isto: próximo no espaço ou no tempo de quem fala, ou algo que vai ser dito no texto. Ex.: Este dia (hoje), A verdade é esta: ... Esse, essa, isso: mais distante de quem fala, ou próximo da pessoa com quem se fala, ou algo que já foi dito no texto. Ex.: Esse dia (exceto hoje), Essa sua camisa, Por falar nisso… Aquele, aquela, aquilo: longe no espaço ou no tempo das pessoas em diálogo. Atenção: Ex.1: A verdade é esta: o jogo foi ruim. Ex.2: O jogo foi ruim, a verdade é essa. Ex.3: Pedro e Mario não vieram; este estava com febre; aquele, viajando.

169 3) Pronomes 6) Pronomes indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. Ex.: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer além das locuções pronominais indefinidas cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...

170 3) Pronomes 7) Pronomes interrogativos: São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Ex. O que farei agora? - Interrogativa direta. Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta. Qual é o seu nome? - Interrogativa direta. Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta

171 4) Adjetivos Classe variável e aberta: lista virtualmente infinita e que varia em gênero e número para concordar com o substantivo que está sendo modificado (ex.: A menina bonita, Os meninos bonitos). Também pode variar em grau (bonitíssimo). Adjetivos não aparecem sozinhos numa expressão. Dependem sempre de um substantivo ou pronome para modificar. Ex. A porta verde é legal. A verde porta é legal. Se no bloco de texto (grupo nominal) não aparecer nenhum substantivo, o adjetivo terá sido substantivado, especialmente se vier após um artigo ou um pronome demonstrativo (como ocorre com qualquer palavra). Ex.: O verde é mais bonito. Verde é mais bonito. Locução adjetiva: duas palavras com valor de um só adjetivo. Ex.: amor de pai: amor fraternal.

172 5) Advérbios São invariáveis: não variam para concordar com a palavra modificada. Parte dos advérbios é uma lista fechada (hoje, agora, ontem, aqui, ali, lá, acolá, de repente) e parte é uma lista aberta. Lista aberta: qualquer adjetivo no masculino singular pode funcionar como advérbio, se não for mesmo um adjetivo (isto é, se não estiver modificando um substantivo ou pronome). Ex.: A cerveja que desce redondo. Praticamente qualquer adjetivo feminino acrescido do final “-mente” torna-se advérbio. Ex.: Alegre (adj.), alegremente (adv.); Linda (adj.), lindamente (adv.). Portanto, para ter certeza se uma palavra é advérbio, substitua por uma com final “-mente”; se a frase mantiver o mesmo sentido e correção, a palavra original era mesmo um advérbio.

173 5) Advérbios Advérbios podem modificar:
UM VERBO: Ele fala depressa. Ele fala rapidamente. UM ADJETIVO: Ele é muito inteligente. UM OUTRO ADVÉRBIO: Ele fala muito rapidamente. UMA FRASE INTEIRA: Talvez, você entenda do assunto. Adjetivos modificam substantivos ou pronomes; advérbios, não. Ele é muito elegante. Ele é muito elegantemente (ilógico).

174 6) Artigos Definidos: o, a, os, as, Indefinidos: um, uma, uns, umas
Vêm sempre antes de substantivos, adjetivos ou pronomes. Substantivam a palavra seguinte, se não for substantivo e se não tiver um substantivo no grupo. Ex.: O passar dos dias é lento. (verbo substantivado) Ex.: O devagar chega longe. (advérbio substantivado) Ex.: O verde é o sinal da esperança (adjetivo substant.) 7) Conjunções: lista fechada de palavras que ligam orações (mas, porque, pois, portanto, ou, e, no entanto…) 8) Preposições: lista fechada de palavras que ligam outras palavras (de, em, por, com, até, para, a, sobre, sob, ante) 9) Interjeições: expressão de sentimentos: Ai! Puxa! Nossa!

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176 Conjunções (ligam orações)
Coordenativas (orações coordenadas): Aditivas (acréscimo): e, nem, não só... como também, não só... Mas também. Adversativas (oposição): mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Alternativas (opção): ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja. Explicativa (introduz motivo/causa): pois, porque, por isso etc. Conclusiva (intoduz resultado/consequência) : portanto, logo, assim, então, pois (posposto ao verbo).

177 Conjunções (ligam orações)
Subordinativas Adverbiais (orações subord.): Causais (motivo): que, visto que, já que, porque... Consecutivas (consequência): tanto que, tal que, de forma que, de modo que, de sorte que... Concessivas (ressalva): embora, muito embora, apesar de, malgrado, posto que, ainda que, mesmo que Comparativas: como, mais/menos/melhor/pior que, como se, assim como, tanto quanto, tal... Conformativas: conforme, como, segundo, consoante Condicionais (requisito): se, caso, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que...

178 Conjunções (ligam orações)
Subordinativas Adverbiais (orações subord.): Finais (finalidade/objetivo): para, a fim de, para que... Proporcionais: à medida que, ao passo que, quanto mais...mais/menos, à proporção que... Temporais: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, enquanto, mal...

179 Verbos Flexiona-se em pessoa, número, modo, tempo e voz.
Pessoa: 1ª (eu/nós), 2ª (tu/vós), 3ª (ele/eles) Número: singular e plural. Modo (tempo): Indicativo (presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito), Subjuntivo (presente, pretérito imperfeito, futuro) e Imperativo (afirmativo, negativo) Formas nominais: infinitivo (impessoal=falar; pessoal=falar, falares, falar, falarmos, falardes, falarem) gerúndio (falando) e particípio (falado).

180 Verbos Vozes verbais: a) Voz ativa: o sujeito é também o agente da ação verbal. Ex.: Eu vi a prova. b) Voz passiva: o sujeito é o paciente da ação verbal. Ex.: A prova foi vista por mim. c) Voz reflexiva: o sujeito é também o objeto da ação verbal. Ex.: Carlos machucou-se. d) Voz reflexiva recíproca: alguém faz algo para outra pessoa e esta outra pessoa faz a mesma coisa para alguém. Ex.: Os oponentes se ofenderam.

181 Verbos Conjugações: 1ª (-ar), 2ª (-er, -or) e 3ª (-ir).
Vogal temática: a, e, i. Radical: expressa o significado essencial do verbo. Terminação: - Vogal temática (radical + VT = tema) - Desinências modo-temporal e número verbal Ex.: cant (radical) – á (VT) – va (des.modo-temp.) – mos (des.número-pessoal)

182 DESINÊNCIAS VERBAIS NÚMERO-PESSOAIS: eu (x), tu (-s, -ste), ele (x), nós (-mos), vós (-is, -stes, -des), eles (-m, -ão) MODO-TEMPORAIS: INDICATIVO: presente (x), pretérito perf. (x), pretérito imperf. (ava=1ª / ia=2ª e 3ª), pretérito mais-que-perf. (RA/RE fraco), futuro do presente (RÁ/RE fortes), futuro do pretérito (RIA/RIE). SUBJUNTIVO: presente do subj. (troque a vogal temática do pres.ind.), pretérito imperf. do subj. (SSE), futuro do subj. (x) IMPERATIVO: negativo (inteiro igual ao pres. subj.), afirmativo (inteiro igual ao pres. subj., exceto nas 2ª p. do sing/plural, que se formam do pres. Indicativo sem o S final).

183 Verbos Classificação dos verbos: 1) Quanto à flexão:
a) regulares: seguem o paradigma da conjugação (ex.: amar, comer, partir) b) irregulares: não seguem o paradigma (ex.: ir, ser, estar). c) defectivos: não se conjugam em todos os tempos, modos e pessoas (ex.: adequar). d) abundantes: duas ou mais formas aceitas no particípio. Neste caso, a gramática aconselha usar: - ter/haver = part.regular. Ex.: Eles haviam aceitado... - ser / estar = part.irregular. Ex.: Eles são aceitos...

184 Verbos 2) Quanto à existência do sujeito:
a) pessoais: sujeito simples, composto, oculto ou indeterminado. b) impessoais: orações sem sujeito (suj.inexistente). 3) Quanto à necessidade de complemento: a) intransitivo: Ele caiu em São Paulo. b) transitivo direto: Os deputados promulgaram a lei. c) transitivo indireto: Eu acredito em você. d) transitivo direto e indireto: A promotora deu parecer favorável ao réu. e) de ligação: O grupo estava feliz.

185 Verbos Derivação dos tempos verbais
Derivados do presente do ind. (canto, como, parto): Pretérito imperfeito do ind. (cantava, comia, partia) Presente do subj. (cante, coma, parta) Imperativo negativo e afirmativo* (canta tu, cantai vós) Derivados do pretérito perfeito do ind. (cantei, comi, parti, fui): (obs. IR=SER nesses tempos) Pretérito mais-que-perfeito do ind. (cantara, comera, partira, fora) Pretérito imperfeito do subj. (cantasse, comesse, partisse, fosse) Futuro do subj. (se eu cantar, comer, partir, for)

186 Verbos Derivados do infinitivo impessoal (cantar, comer, partir, ser, ir): Futuro do presente do ind. (cantarei, comerei, partirei, serei, irei) Futuro do pretérito do ind. (cantaria, comeria, partiria, seria, iria) Infinitivo pessoal (para nós cantarmos, para nós sermos, para nós irmos) Gerúndio (cantando, comendo, partindo, sendo, indo) Particípio (cantado, comido, partido, sido, ido)

187 Verbos O imperativo negativo deriva-se totalmente do presente do subjuntivo. O imperativo afirmativo deriva-se do presente do indicativo “–s” na segunda pessoa e, nas outras pessoas, deriva-se do presente do subjuntivo. Pres. ind. Imp.Afirm. Imp.Neg. Pres.do subj. Eu vou -- Não vá Que eu vá Tu vais  Vai tu Não vás Que tu vás Ele vai Vá você  Que ele vá Nós vamos Vamos nós  Não vamos Que nós vamos Vós ides  Ide vós Não vades Que vós vades Eles vão Vão vocês  Não vão Que eles vão

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190 Locuções Duas ou mais palavras fazendo a função de uma só.
A) Locução verbal: ele vai chegar, ele tinha chegado, ele havia saído, ele está falando. B) Locução adjetiva: amor de pai (=paterno), diversão de jovens (=juvenil). C) Locução conjuntiva: no entanto (=mas), por isso (=portanto). D) Locução prepositiva: acerca de, a fim de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, para com, à procura de, à busca de, à distância de, além de, antes de, depois de, à maneira de, junto de, junto a, a par de... E) Locução adverbial: muito rapidamente, de forma inteligente (=inteligentemente), às vezes, de repente, às cegas, às escondidas, aos poucos, de propósito, às pressas, à toa, lado a lado, a pé, em vão, em cima, à esquerda, em volta, em breve, hoje em dia, de modo algum, quem sabe, sem dúvida.

191 Locuções adjetivas Duas ou mais palavras fazendo o papel de um adjetivo, isto é, modificando um substantivo ou um pronome. de águia = aquilino de aluno = discente de anjo = angelical de ano = anual de aranha = aracnídeo de asno = asinino de baço = esplênico de bispo = episcopal de bode = hircino de boi = bovino de bronze = brônzeo ou êneo de cabelo = capilar de cabra = caprino de campo = campestre ou rural de cão = canino de carneiro = arietino de cavalo = cavalar, eqüino, eqüídio ou hípico de chumbo = plúmbeo de chuva = pluvial de cinza = cinéreo de coelho = cunicular de cobre = cúprico de couro = coriáceo de criança = pueril de dedo = digital de diamante = diamantino ou adamantino de elefante = elefantino de enxofre = sulfúrico

192 Locuções adjetivas de esmeralda = esmeraldino
de estômago = estomacal ou gástrico de falcão = falconídeo de farinha = farináceo de fera = ferino de ferro = férreo de fígado = figadal ou hepático de fogo = ígneo de gafanhoto = acrídeo de garganta = gutural de gelo = glacial de gesso = gípseo de guerra = bélico de homem = viril ou humano de ilha = insular de intestino = celíaco ou entérico de inverno = hibernal ou invernal de lago = lacustre de laringe = laríngeo de leão = leonino de lebre = leporino de lobo = lupino de lua = lunar ou selênico de macaco = simiesco, símio ou macacal de madeira = lígneo de marfim = ebúrneo ou ebóreo de mestre = magistral de monge = monacal

193 Locuções adjetivas de neve = níveo ou nival de nuca = occipital
de orelha = auricular de ouro = áureo de ovelha = ovino de paixão = passional de pâncreas = pancreático de pato = anserino de peixe = písceo ou ictíaco de pombo = columbino de porco = suíno ou porcino de prata = argênteo ou argírico dos quadris = ciático de raposa = vulpino de rio = fluvial de serpente = viperino de sonho = onírico de terra = telúrico, terrestre ou terreno de trigo = tritício de urso = ursino de vaca = vacum de velho = senil de vento = eólico de verão = estival de vidro = vítreo ou hialino de virilha = inguinal de visão = óptico ou ótico

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204 SINTAXE

205 SINTAXE Frase: menor unidade autônoma da comunicação. Em termos práticos, vai da primeira letra até o ponto final ou equivalente. Pode ter verbo ou não. Oração: é um trecho contendo um verbo ou uma locução verbal. Período: sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome de período. Então, um período é uma frase composta por uma ou mais orações. O período terá tantas orações quantos forem os verbos não auxiliares que o constituem.

206 Socorro! (Frase) Socorram-me! (Frase, período simples ou período de uma oração) Verde e amarelo. (Frase) Um belo disco de Cartola! (Frase) Odeio rodeio. (Frase, período simples ou período de uma oração) Eles chegaram à festa de carro e, quando menos se esperava, despediram-se, bateram a porta e saíram. (Frase, período composto por 5 orações) Teriam deixado um recado caso fossem sair. (Frase, período composto por 2 orações) Eu vou sair assim que eles retornarem minha ligação. (Frase, período composto por duas orações)

207 Termos essenciais da oração
São dois os termos essenciais da oração: sujeito e predicado. A expressão “termo essencial” quer dizer que, teoricamente, não deveria haver nenhuma oração que não tivesse, ao mesmo tempo, sujeito e predicado. A forma mais simples de separar sujeito e predicado é localizar o sujeito. Via de regra, todo o restante é predicado. Ex.: [ O João ] [ me disse que irá ao parque no sábado de Carnaval ]

208 Atenção: Apesar de a gramática afirmar que sujeito e predicado são termos essenciais da oração, a própria gramática admite o fenômeno da “oração sem sujeito”, que estudaremos a seguir. Veremos, mais adiante, que não há oração sem predicado, mas pode haver oração sem sujeito (também chamadas de orações impessoais), que é uma exceção ao que vimos acima. Nas orações sem sujeito, temos uma oração que apresenta somente predicado.

209 1. SUJEITO Existem várias formas de se definir o que é a função de “sujeito” de uma oração: 1a tentativa: Sujeito é o termo (palavra ou grupo de palavras) que executa a ação do verbo. Ex.: Caminham todo dia João e Maria pela lagoa do Taquaral. Atenção 1: A definição 1 não se aplica a todas as orações, pois há orações em que os verbos não são de ação, mas de estado. Ex.: Brava está Maria com João.

210 Atenção 2: Alguns verbos são chamados de verbos pacientes, porque, apesar de serem verbos de ação e estarem na voz ativa, seu sujeito não é aquele que realiza uma ação. Ex.: O provocador Joãozinho apanhou da coleguinha de escola.

211 Atenção 3: Há ainda o caso da voz passiva, em que a ação expressa pelo verbo é realizada pelo agente da passiva, enquanto o sujeito da voz passiva é, na verdade, aquele que sofre a ação do verbo. Veremos voz passiva mais adiante; por enquanto, tente diferenciar a estrutura da voz ativa com a voz passiva:

212 Depois de entendermos as 3 observações acima (verbos de estado, verbos pacientes e voz passiva), vemos que um verbo pode ser: Verbo de ação: o sujeito pratica a ação do verbo Verbo de estado: o estado é referido ao sujeito Verbo paciente: o verbo está na voz ativa, mas seu sujeito é quem sofre a ideia de ação do verbo Verbo na voz passiva: o verbo está na voz passiva e seu sujeito é chamado de paciente, porque é o termo que sofre a ação do verbo

213 Faz-se necessária, então, uma nova definição de sujeito, que seja mais completa. Vamos a ela:
2a tentativa: Sujeito é o termo (palavra ou grupo de palavras) que executa a ação do verbo, ou que exerce um verbo de estado, ou é o termo sobre o que, simplesmente, um predicado diz algo. Em síntese, sujeito é a palavra ou conjunto de palavras de quem se diz algo. Ex.: Brava está Maria com João. Ex.: O provocador Joãozinho apanhou da coleguinha de escola. Ex.: A música mais bonita do Bob Dylan foi cantada pelo grande Belchior.

214 NÚCLEO DO SUJEITO é o substantivo ou palavra substantivada (palavra de outra classe de palavras que, em determinada oração, tem natureza de substantivo) que é a palavra mais importante do sujeito. Ex.: Janaína chegou cedo ontem. (se o sujeito só tem uma palavra, esta é seu núcleo) Ex.: O sorvete derretido de uvas passas moçambicanas foi jogado no lixo pelas crianças bagunceiras da Rua 41. (núcleo do sujeito: sorvete) Ex.: O passar dos anos fez bem para você. (núcleo do sujeito: passar)

215 Atenção: Não confundir sujeito com núcleo do sujeito
Atenção: Não confundir sujeito com núcleo do sujeito. O sujeito pode ter somente o núcleo ou então possuir (além do núcleo) adjuntos e complementos. Atenção: Não é pelo fato de o sujeito ser longo (extenso) que devemos colocar vírgula. Em ordem direta e sem termo intercalado, não há vírgula entre sujeito e verbo, nem entre verbo e objeto. Em contrapartida, se houver um termo acessório “intruso” (aposto ou vocativo), ou um adjunto adverbial ou oração que interrompa a sequência SVC, essa expressão deverá ser isolada por vírgula(s).

216 Atenção: Qualquer palavra que seja determinada por um artigo ou pronome demonstrativo passa a ter natureza substantiva (isto é, vira uma ‘coisa’, um ‘ser’, concreto ou abstrato). Uma vez substantivada, a palavra pode exercer a função de sujeito da oração (ou de objeto da oração, que veremos mais adiante): Ex. 1: O perto se torna longe quando se vai de Fusca. ‘Perto’ normalmente é advérbio; aqui, tem natureza substantiva e exerce a função de núcleo do sujeito da oração. [‘Quem se torna longe quando se vai de Fusca?’ R.: ‘O perto’]

217 Ex. 2: O feio bonito lhe parece.
‘Feio’ normalmente é adjetivo; aqui, tem natureza substantiva e exerce a função de núcleo do sujeito da oração. [‘Quem lhe parece bonito?’ Resp.: ‘O feio’] Ex. 3: Perdido numa ilha, Robinson Crusoé não perdeu o contar dos dias. ‘Contar’ normalmente é verbo; aqui, tem natureza substantiva e exerce a função de objeto direto da oração.

218 Diferenciando Sujeito e Objeto
Ex.: Robinson Crusoé não perdeu o contar dos dias.  para acharmos o sujeito (quem realiza a ação do verbo), perguntamos: ‘Quem não perdeu o contar dos dias?’ Resp.: Robinson Crusoé.  para acharmos o objeto (quem sofre a ação do verbo), perguntamos: ‘O que Robinson Crusoé não perdeu?’ Resp.: ‘o contar dos dias’ [é o objeto direto; o verbo substantivado ‘contar’ é o núcleo do objeto direto].

219 TIPOS DE ORAÇÃO De acordo com o tipo de sujeito (ou inexistência de sujeito), temos os seguintes tipos de oração: Oração com sujeito determinado - Explícito (pode ser simples ou composto): Ex.: A Maria e o João são felizes. (2 núcleos; sujeito: “A Maria e o João”) Ex.: Vendem-se casas em Campinas. (suj.: “casas”) - Oculto (= sujeito desinencial) Ex.: Sabemos bem do problema (oculto=“nós”) Oração com sujeito indeterminado - Sabe-se que são mentiras. Roubaram meu lápis. Oração de sujeito inexistente (= oração sem sujeito) - Faz 40 graus. Faz dez minutos. Há cem amigos. Chove.

220 Sujeito determinado Divide-se em sujeito explícito (simples ou composto) ou sujeito oculto. a) Sujeito explícito: está visível na oração. a1) Sujeito simples: apenas uma palavra exerce a função de núcleo do sujeito. Não importa se essa palavra está no singular ou no plural. Ex.: As crianças bagunceiras jogaram no lixo o sorvete. (núcleo do sujeito: ‘crianças’; ‘as’ e ‘bagunceiras’ são adjuntos adnominais)

221 Sujeito determinado a2) Sujeito composto: quando há mais de uma palavra exercendo a função de núcleo do sujeito. Ex.: A bolsa e o envelope estavam rasgados. (núcleos do sujeito: ‘bolsa’ e ‘envelope’) Atenção: não confundir substantivo composto com sujeito composto. Na frase “o guarda-chuva está quebrado”, o núcleo do sujeito (‘guarda-chuva’) é sujeito simples (um só núcleo do sujeito), apesar de ser um substantivo composto.

222 Atenção: o sujeito não pode ser preposicionado, isto é, ser iniciado por uma preposição (de, em, para, por etc.). Errado: É tempo da Assembléia destituir o governador. Certo: É tempo de a Assembléia destituir o governador. Errado: Não vejo mal na Paulina mudar de cidade para estudar. Certo: Não vejo mal em a Paulina mudar de cidade para estudar. Errado: Antes destas exigências serem cumpridas, precisamos reavaliar o estudo. Certo: Antes de estas exigências serem cumpridas, precisamos reavaliar o estudo.

223 Sujeito determinado b) Sujeito oculto ou desinencial: o sujeito não está explícito, mas é possível facilmente identificá-lo pela terminação verbal (desinência) e pela sequência textual. Nesse caso, o sujeito está oculto, mas pode ser definido. Ex.: Carla e Andréa disputaram a tapas o buquê da noiva (sujeito definido composto). Derrubaram a mesa com o bolo do casamento (sujeito definido oculto). Exercício: classifique as duas orações abaixo quanto ao tipo de sujeito: 1) A noite estava linda. 2) À noite estava linda.

224 Sujeito indeterminado
Embora se saiba que alguém praticou uma ação, não se pode ou não se quer identificar quem a praticou. Para que seja sujeito indeterminado, é preciso que o verbo esteja:  na terceira pessoa do singular + ‘-se’ (desde que não seja VTD), ou  na terceira pessoa do plural (e não haja sujeito oculto). Ex.: Precisou-se de vários seguranças para apartar a disputa generalizada pelo buquê da noiva (sujeito indeterminado). Derrubaram a mesa com o bolo do casamento (sujeito indeterminado).

225 Atenção: cuidado para não confundir sujeito indeterminado (que, na 3a pessoa do singular+ ‘-se’, acompanhando sempre VTI ou VI) e oração na voz passiva sintética (que tem sujeito e se forma sempre com VTD ou com VTDI). Ex.: Precisou-se de muitos seguranças. Trata-se de casos graves. (SUJ.INDET.) O “se” das orações acima é chamado de índice de indeterminação do sujeito. Ex.: Contrataram-se muitos seguranças. Alugam-se casas. (VOZ PASSIVA) O “se” das orações acima é chamado de pronome apassivador.

226 PARTÍCULA “-SE” Exercício: Classifique as duas orações abaixo
Voz passiva sintética VTD ou VTDI, concordando com o sujeito SE: pronome apassivador Sujeito indeterminado Outros verbos, na 3ª pessoa do singular SE: índice de indeterminação do sujeito Exercício: Classifique as duas orações abaixo como voz passiva ou sujeito indeterminado: 1) Contratam-se motoristas com experiência. 2) Precisa-se de motoristas com experiência.

227 Diferenciando sujeito oculto e sujeito indeterminado
Pessoa/ número Frase Tipo de sujeito 1ª p sing. Conversei no cinema. Sujeito oculto 2ª p sing. Conversastes no cinema. 3ª p sing. Conversa no cinema. Sujeito oculto* 1ª p pl. Conversamos no cinema. 2ª p pl. Conversaste no cinema. 3ª p pl. Conversaram no cinema. Sujeito oculto ou suj.indeterminado** * se não for [VTD ou VTDI] + ‘se’, será oração c/suj.indet. ** se a frase estiver fora de um contexto, deve-se consi- derá-la como oração c/suj.indet.

228 Atenção: A maioria dos gramáticos não considera como indeterminado o sujeito representado por pronome indefinido: Ex.: Ninguém parecia estar satisfeito. (sujeito simples) Ex.: Tudo estava ao seu alcance. (sujeito simples) Exercício: Corrija as frases, se necessário: 1) Tratam-se de assuntos importantes. 2) Conhece-se muitos alunos da escola. 3) Assiste-se a muitos jogos da Copa.

229 Oração de sujeito inexistente
Nesse tipo de oração, o verbo (principal e auxiliar, se houver) assume a 3ª pessoa do singular (exceto com o verbo ‘ser’ indicando tempo e distância, que deve concordar com o predicativo). Ex.: Havia muitas diferenças entre mim e ela. Atenção: o verbo ‘existir’ não é impessoal; o que é impessoal é o verbo ‘haver’ com o sentido de ‘existir’: Existiam muitas diferenças entre nós. Havia muitas diferenças entre nós.

230 Oração com sujeito inexistente
Ex.: Faz calor hoje. Faz 30 graus agora. Ontem trovejou muito. Chove todos os dias à tarde. Faz dez anos que a vi pela última vez. Faz 20 minutos que cheguei. Já passa das nove da noite. Chega de balbúrdias! Basta de paciência e gratidão! Atenção: há casos em que os verbos acima podem ter caráter pessoal e, nesse caso, devem concordar com o sujeito: Ex.: Eles trovejaram críticas após o anúncio do índice de aumento salarial. Ex.: Choveram denúncias contra o governador.

231 Oração com sujeito inexistente
Atenção: em frases como “são dez horas e vinte minutos”, “é zero hora”, “é uma hora e cinco minutos agora”, o verbo “ser” é impessoal, mas concorda com o predicativo. Atenção: quando o verbo “haver” for impessoal, o verbo auxiliar que o acompanha também fica invariável, na 3ª pessoa do singular: Ex.: Deve haver motivos para ele não ter ido à aula.

232 Oração com sujeito inexistente
Atenção: o verbo “haver” quando for verbo auxiliar não é verbo impessoal. Ex.: Eles haviam chegado há menos de uma hora. Dica: Há duas formas para diferenciar verbo principal e auxiliar: 1) o verbo auxiliar vem sempre antes; verbo principal vem sempre depois (é a regra mais prática de todas); 2) o verbo principal tem maior carga semântica; 3) o verbo auxiliar carrega as marcas de flexão verbal (flexão de modo, tempo, pessoa, número).

233 RESUMINDO: Oração com suj. inexistente ou c/ verbo impessoal
 Não tem sujeito, mas pode ter objeto.  Fica na 3ª pessoa do singular (Chovia muito; precisa-se de ajudantes), exceto no caso do verbo ‘ser’, que concordará com o predicativo (É uma e meia; são quinze pras duas).  O caso mais cobrado em provas sobre verbo impessoal é o verbo ‘haver’ no sentido de tempo decorrido (Há anos não o vejo) ou de ‘existir’ (Havia muitas pessoas no local).  O verbo ‘haver’ usado como auxiliar não é impessoal, e portanto deve concordar com o sujeito (Ele havia passado por ali; eles haviam passado por ali).

234 2. PREDICADO Tipos de predicado: nominal verbal verbo-nominal
Predicativos: do sujeito e do objeto (aparecem nos predicados nominal e verbo-nominal). Não há predicativo em predicados verbais. Para entender os tipos de predicado, é preciso entender os tipos de verbo em uma oração.

235 Os verbos na oração A) VERBO DE LIGAÇÃO: a gramática diz que é verbo sem valor semântico, que apenas liga o sujeito a uma característica do predicado nominal. É também chamado de verbo anocional. Os verbos de ligação mais usados são: ser, estar, tornar-se, permanecer, continuar, ficar, parecer, andar. Atenção: Os verbos estar, permanecer, ficar e andar podem ser empregados também como verbos nocionais (verbos intransitivos), indicando circunstância de espaço físico.

236 VERBO DE LIGAÇÃO VERBO INTRANSITIVO Ela é uma pessoa agradável. - Carlos já foi meia do Guarani. A lição tornou-se simples. Eu continuo estudando. Eu permaneço sozinha. Eu permanecerei em casa. Os políticos ficam impunes. Ele ficou no sítio até tarde. Carlos anda meio desatento. Carlos anda mais de 6 quilômetros por dia. Mariângela vive ocupada com o curso. Mariângela vive em Campinas há 2 anos. A loja está fechada hoje. A loja está na esquina da rua A com a rua B.

237 Os verbos na oração B) Verbo intransitivo: não exige complemento (pode haver adjunto, mas não complemento) Ex.: Ele corre muito. Ela vai ao cinema. Antonieta adoeceu de pneumonia. C) Verbo transitivo: a ação transita do verbo para um complemento, chamado de objeto.

238 Os verbos na oração C1) Verbo transitivo direto: exige um objeto direto como complemento. Ex.: Quem vê, vê alguma coisa. Ex.: Carlota viu uma moeda de dez centavos no chão. Pergunta: ‘O que Carlota viu no chão?’ Resposta: ‘uma moeda de dez centavos’

239 Os verbos na oração C2) Verbo transitivo indireto: exige um objeto indireto como complemento. Quem crê, crê em alguma coisa. Ex.: Carlinhos ainda acredita em Papai Noel. Pergunta: ‘Em que Carlinhos acredita?’ ou ‘No que Carlinhos acredita?’ Resposta: ‘em Papai Noel’ ou ‘no Papai Noel’. Obs.: a pergunta para achar um OI e a resposta consistente em um OI começam sempre com uma preposição, porque um OI também começa sempre com uma preposição.

240 Os verbos na oração C3) Verbo transitivo direto e indireto: exige um OD e um OI. Quem dá, dá alguma coisa [OD] a alguém [OI]. Ex.: A professora Carmela entregou exercícios realmente difíceis ao alunos da quinta série. Pergunta para achar o OD: ‘O que a professora Carmela entregou?’ Resposta: ‘exercícios realmente difíceis’ (OD) Pergunta para achar o OI: ‘A quem a professora Carmela entregou?’ Resposta: ‘aos alunos da quinta série’ (OI)

241 Atenção: Os VTD e os VTDI (e somente esses dois tipos de verbo) admitem voz passiva.
Voz ativa: Alguns grandes empresários condenam os direitos trabalhistas. Voz passiva analítica: Os direitos trabalhistas são condenados por alguns grandes empresários. Voz passiva sintética: Condenam-se os direitos trabalhistas.

242 Atenção: Alguns verbos intransitivos possuem adjuntos adverbiais que se parecem com complemento, mas não o são. Mari e Rodô vão [ao cinema] [hoje à tarde] AAdv local AAdv tempo

243 Diferença entre complemento (OD e OI) e adjunto.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (adj.adverbial) O Presidente - regressou - (ontem). 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto adverbial) O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na manhã de terça-feira). 3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial). O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores). O garoto - acredita - em Papai Noel.

244 Diferença entre complemento (OD e OI) e adjunto.
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj. indireto - (adj. adv.) Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - ao Deputado - (no Congresso). 5. Sujeito - verbo intransitivo - (adj.adverbial) A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - (na próxima semana). O Presidente - chegou - (na sexta-feira). 6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto adverbial) O problema - será - resolvido - prontamente.

245 TIPOS DE PREDICADO 1. Predicado verbal: qualquer outro verbo que não seja VL (isto é, verbo intransitivo e verbo transitivo) faz com que o seu predicado seja chamado de predicado verbal (ou, em alguns casos, predicado verbo-nominal, como veremos adiante). O núcleo do predicado verbal é sempre o verbo (em geral, um verbo de ação). Ex.: A moça [dançou até o clube fechar].

246 TIPOS DE PREDICADO 2. Predicado nominal: quando tivermos VL, teremos sempre um predicado nominal, isto é, um predicado que diz alguma coisa sobre um nome. Nas frases que vimos antes, o predicado nominal está em itálico e o sujeito, em letra normal. O nome pode estar exercendo a função de sujeito (e o predicado nominal será do tipo ‘predicativo do sujeito’, como em todos os exemplos acima) ou de objeto (e o predicado nominal será do tipo ‘predicativo do objeto’).

247 TIPOS DE PREDICADO O núcleo do predicado nominal é sempre um nome que indica estado, qualidade ou característica do outro nome a que se refere. A vida na cidade grande é [VL] dura [PS]. O predicado nominal está em itálico; VL, sublinhado; o predicativo do sujeito, em negrito.

248 TIPOS DE PREDICADO 3. Predicado verbo-nominal: é um predicado que, ao mesmo tempo, é verbal e nominal. Ocorre predicado verbo-nominal quando a oração traz um verbo que não é de ligação (é nocional; isso caracteriza o predicado verbal) e há um verbo de ligação implícito (isso caracteriza o predicado nominal). O verbo traz uma ação e, ao mesmo tempo, a frase nos traz uma informação sobre o sujeito (predicativo do sujeito) ou sobre o objeto (predicativo do objeto).

249 TIPOS DE PREDICADO Ex.: Os pedestres caminham irritados em direção ao trabalho. [verbo ‘estar’ implícito] Os pedestres caminham em direção ao trabalho e estão irritados. ‘Irritados’ é predicativo do sujeito, pois caracterizam ‘os pedestres’, termo que na frase exerce a função de sujeito. Ex.: Achei o bombardeio aéreo uma droga. [verbo ‘ser’ implícito] Achei que o bombardeio aéreo era uma droga. ‘Uma droga’ é predicativo do objeto, pois caracteriza ‘o bombardeio’, termo que na frase exerce a função de objeto.

250 TIPOS DE PREDICATIVOS Na prática, predicativo é
o predicado nominal sem VL: Ex.: O estudo de Joana era sério. a parte nominal do predicado verbo-nominal. Ex.: Neusa caminhava triste pela rua. Ex.: Neusa [caminhava pela rua = PV] e [ estava triste = PN]

251 TIPOS DE PREDICATIVOS 1. Predicativo do sujeito: aparece no predicado nominal e no predicado verbo-nominal. PS no predicado nominal: Os jovens estavam alegres. PS no predicado verbo-nominal: Os jovens dançavam alegres. [está subentendido o verbo ‘estar’; ‘dançar’ não é VL]. Desenvolvendo a frase: Os jovens dançavam e estavam alegres.

252 TIPOS DE PREDICATIVOS PS no predicado verbo-nominal:
Juan saiu do escritório nervoso. Atenção: cuidado com os casos de ambiguidade envolvendo os predicativos. No exemplo acima, se ‘nervoso’ estiver se referindo a ‘Juan’, é predicativo do sujeito; se estiver se referindo a ‘escritório’, é adjunto adnominal.

253 TIPOS DE PREDICATIVOS 2. Predicativo do objeto
PO: O médico considerou grave o estado do paciente. [está subentendido que “o estado do paciente é grave”]. Desenvolvendo a frase: O médico considerou o estado do paciente como sendo grave. [Como o predicado se refere a ‘estado’, que exerce a função de OD, ‘grave’ é predicativo do objeto]. Ambiguidade: diga se a palavra ‘culpada’ é PS ou PO na oração abaixo: A juíza condenou a ré culpada.

254 TIPOS DE PREDICATIVOS Exercício: explique a ambiguidade em cada uma das sentenças: a) Os alunos lêem os livros apressados. b) Carlos encontrou o Eugênio bêbado. c) Lúcia achou o cavalo morto. Exercício: grife e classifique os predicados e os predicativos: a) Os desistentes não eram brasileiros. b) Os brasileiros chegaram apressados. c) Carlos visitou a sogra internada.

255 RESUMINDO TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Sujeito: é o termo sobre o qual se declara algo. Possui um núcleo. Predicado: é tudo o que se declara sobre o sujeito. Não existe oração sem predicado.

256 RESUMINDO TIPOS DE ORAÇÃO EM RELAÇÃO AO SUJEITO:
Oração com sujeito determinado (simples, composto ou oculto) Oração com sujeito indeterminado (com 3ª p.sing.+ ‘-se’ ou 3ª p.plural) Oração sem sujeito (fenômenos da natureza, ‘haver’ no sentido de ‘existir’ ou de tempo decorrido etc.

257 RESUMINDO PREDICADOS nominal (sempre com VL; o núcleo é o nome constante no predicado) verbal (qualquer verbo, exceto VL; o núcleo é o verbo) verbo-nominal (qualquer verbo, exceto VL, mas com VL subentendido; os núcleos são o verbo e o nome constante no predicado)

258 RESUMINDO PREDICATIVOS (aparecem nos predicados nominal e verbo-nominal; não há predicativo em predicados verbais): do sujeito (em todo predicado nominal e quando, no predicado verbo-nominal, o predicativo se refere ao sujeito) do objeto (quando, no predicado verbo-nominal, o predicativo se refere ao objeto)

259 RESUMINDO TIPOS DE VERBOS Verbo de ligação (integra predicado nom.)
Verbo intransitivo (não tem complemento) Verbo transitivo (tem complemento) -- VTD: exige OD -- VTI: exige OI -- VTDI: exige OD e OI

260 TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Complemento verbal (OD e OI); Complemento nominal Agente da passiva

261 TERMOS INTEGRANTES 1) Complemento verbal: pode ser objeto direto (complementa um VTD ou VTDI) ou objeto indireto (complementa um VTI ou VTDI). 2) Complemento nominal: complementa um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e vem sempre preposicionado. Ex.: O cumprimento das regras nem sempre é justo. Paola mostrou-se favorável à igualdade social. Paola se posicionou favoravelmente à igualdade social.

262 TERMOS INTEGRANTES 3) Agente da passiva: é o termo que indica o ser que pratica a ação de um verbo na voz passiva (quem executa a ação do verbo, por isso, ‘agente da passiva’), mas esse ser não é o sujeito do verbo. É o termo que, se estivesse na voz ativa, seria, ao mesmo tempo, o sujeito e o agente do verbo.

263 Transformação para a voz passiva
Voz ativa: [Os estudos de Freud] atingiram [o núcleo da tradição cristã]. Sujeito e agente VTD OD e paciente Voz passiva analítica: [O núcleo da tradição cristã] foi atingido [pelos estudos de Freud]. Sujeito e paciente VTD Agente da passiva Voz passiva sintética: Atingiu-se [o núcleo da tradição cristã] Sujeito e paciente

264 Transformação para a voz passiva
Ex.: Zumbi foi morto por Domingos Jorge Velho. A frase acima está na voz passiva? ‘Morrer’ é VI  VI, VL e VTI não formam voz passiva; somente VTD e VTDI formam VP; O sujeito de ‘morrer’ é, ao mesmo tempo, agente da ação de morrer (Zumbi), o que nos indica que a oração está na voz ativa. Atenção: o verbo da oração não é ‘matar’ (VTD) e sim ‘morrer’.

265 Transformação para a voz passiva
1) O agente da passiva pode ser omitido. Ex.: O núcleo da tradição cristã foi atingido. 2) O agente da passiva se inicia por uma preposição (‘por’, ‘pelo’ ou ‘de’). Ex.: A turma constitui-se de bons alunos. 3) O verbo na voz passiva é formado por ‘ser’ (no mesmo tempo do verbo original) + particípio do verbo original. Se, no exemplo, o verbo original estivesse no presente (atingem), dizer-se-ia, na voz passiva, “é atingido”; se estivesse no futuro (atingirão), dizer-se-ia “será atingido”.

266 Transformação para a voz passiva
4) O verbo na voz passiva concorda sempre com o sujeito da passiva e não com o agente da passiva. Essa é a principal diferença para a voz ativa, em que o sujeito é via de regra o agente do verbo. 5) Na voz passiva, o termo que era OD na voz ativa torna-se sujeito da passiva, enquanto que o termo que era sujeito torna-se agente da passiva. 6) A voz passiva sintética se chama assim porque é mais enxuta (mais sintética, mais resumida: não apresenta o agente da passiva). O ‘se’ da voz passiva sintética é chamado de pronome apassivador.

267 Transformação para a voz passiva
7) Se você ficar em dúvida se uma oração de VP sintética (com um verbo + ‘se’) é mesmo voz passiva, realize os seguintes passos: Veja se o verbo é VTD ou VTDI; se for VL, VTI ou VI, a oração não será voz passiva; Tente passar a oração da voz passiva sintética para a voz passiva analítica. Se a mudança for possível, a frase estava na VP sintética e seu verbo deve concordar com o sujeito. Se não for possível a mudança, não se trata de VP sintética (provavelmente será oração com sujeito indeterminado, devendo o verbo permanecer na 3ª pessoa do singular):

268 Transformação para a voz passiva
Ex.: Atingiu-se o núcleo da tradição cristã  O núcleo da tradição cristã foi atingido [por alguém]. O verbo ‘atingir’ é VTD, pois ‘quem atinge, atinge alguma coisa’. Como é possível mudar para a VP analítica, a oração inicial estava na VP sintética. O ‘se’ é pronome apassivador e o verbo deve concordar com o sujeito (‘o núcleo da tradição cristã’).

269 Transformação para a voz passiva
Ex.: Acredita-se muito em seres fantásticos  Seres fantásticos são muito acreditados por alguém* * Essa transformação não é possível, pois faltou a preposição ‘em’ e o sentido foi modificado de uma frase para outra. ‘Quem acredita, acredita em alguma coisa’ (VTI). Então, o ‘se’ é índice de indeterminação do sujeito, a oração é de sujeito indeterminado e o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular + ‘se’.

270 Transformação para a voz passiva
Exercício: classifique as orações como sendo de voz passiva sintética ou de sujeito indeterminado: 1) Analisa-se o problema. 2) Analisam-se os problemas. 3) Precisa-se de balconista 4) Clama-se por alguém que entenda o caso. 5) Desconfia-se muito do pobre rapaz. 6) Assistiu-se o doente na enfermaria. 7) Duvida-se da nossa capacidade. 8) Obedecem-se os sinais de trânsito.

271 Transformação para a voz passiva
Exercício: passe, quando possível, as frases abaixo para a voz passiva analítica e sintética: 1) O terremoto atingiu a capital do Haiti. 2) A loja exige vendedoras com experiência. 3) A multidão comprará livros de auto-ajuda. 4) Darei as caixas ao senhor Alfredo. 5) A multidão assistiu aos jogos do São Paulo. 6) A clínica de repouso assiste o seu Alfredo. 7) Amou ao próximo com a si mesmo. 8) Não pagaremos/perdoaremos aos corruptos.

272 TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Adjunto adnominal Adjunto adverbial Aposto Vocativo Obs.: Diferenciando adjetivo e advérbio: Adjetivo: modifica substantivo. Advérbio: modifica outras classes que podem ser modificadas (verbo, adjetivo ou outro advérbio).

273 TERMOS ACESSÓRIOS 1) Adjunto adnominal: é a palavra que acompanha um substantivo ou palavra com valor de substantivo, formando um termo sintático. Em geral, são pronomes, artigos e adjetivos que acompanham um substantivo. Aquele[pron.] grande[adj] jogador brasileiro[adj] foi contratado pelo Guarani.  temos 3 adjuntos adnominais nesse trecho. Atenção: É muito cobrada em concurso (especialmente de nível médio) a diferença entre complemento nominal (termo integrante) e adjunto adnominal (termo acessório).

274 Concordância verbal e nominal

275 Concordância verbal A regra (há exceções, que veremos na parte sobre concordância) é o verbo concordar com o sujeito. Atenção: Regra básica de concordância verbal: Sujeito no singular  verbo no singular Sujeito no plural  verbo no plural

276 Essa regra vale tanto para a voz ativa quanto para a voz passiva:
VOZ ATIVA: Os Engenheiros do Hawaii gravarão mais uma canção famosa do Dylan. VOZ PASSIVA: Mais uma canção famosa do Dylan será gravada pelos Engenheiros do Hawaii.

277 ENCONTRANDO O SUJEITO Ex. 1: Milhões de pessoas no Brasil ainda não participam da rede mundial de computadores. Ex. 2: Ainda não participam da rede mundial de computadores milhões de pessoas no Brasil. Ex. 3: Foram divulgados por Carlos há cinco minutos os comunicados a respeito da crise. Ex. 4: Pedrinho apanhou da coleguinha.

278 Dica: o jeito mais prático de encontrar o sujeito é perguntar quem exerce a ação ou estado do verbo, ou de quem o predicado está dizendo alguma coisa: Quem ainda não participa da rede mundial de computadores? Resposta: ‘milhões de pessoas no Brasil’ (é o sujeito). A dica dá certo também com o verbo na voz passiva (Ex. 3), desde que seja mantido o verbo na forma passiva: Quem foi divulgado por Carlos há cinco minutos? Resposta: ‘os comunicados a respeito da crise’ (é o sujeito). Núcleo do sujeito: ‘comunicados’.

279 Padrão sintático do português:
S-V-C-[Adjuntos] A ordem sintática padrão do português é SVC (ou SVO), ou seja, o sujeito é anteposto ao verbo: Ex.: O comportamento de Juliana inquieta Rodolfo. Atenção com a inversão da ordem padrão do português! Para dificultar, as questões de concurso costumam trazer o sujeito posposto ao verbo: Ex.: Inquieta Aline as crises de Juliana.

280 Atenção com as frases longas
Atenção com as frases longas! Outra forma de dificultar o candidato a encontrar o sujeito e fazer a correta concordância é apresentar frases longas, com vários termos intercalados. Veja a questão: (FCC) As pesquisas desenvolvidas nos vários centros nacionais e internacionais, tanto em animais quanto em seres humanos, têm demonstrado que o tratamento regenerativo com células-tronco está deixando de ser uma utopia. Questão: É correto afirmar que “têm” está no plural para concordar com “seres humanos”?

281 RESUMINDO É importante localizar pelas seguintes razões:
1) porque a questão pergunta qual o sujeito; 2) para verificar se a concordância verbal está correta; 3) para melhor compreensão e interpretação do texto.

282 Atenção: Em ordem direta e sem termos intercalados, não há vírgula entre sujeito, verbo e complemento (objeto). Quando há inversão da ordem padrão, a vírgula deve isolar o adjunto adverbial anteposto ao verbo. A vírgula será facultativa quando o adjunto for de curta extensão (isto é, de uma ou duas palavras). Ex.: Ivo viu a uva meio-dia e meia em Cabreúva. Ex.: Meio dia e meia, em Cabreúva, Ivo viu a uva. Ex.: Ontem, Ivo viu a Uva. Ontem Ivo viu a uva Ex.: De manhã, Ivo viu a Uva. De manhã Ivo viu a uva.

283 Atenção: Se houver qualquer termo intercalado (um aposto, uma explicação, um adjunto) que não seja S-V-C e que possa ser excluído sem prejuízo gramatical (ainda que haja prejuízo de sentido) para a frase, deverá vir isolado por vírgula, por travessões ou por parênteses: Freewheelin’, segundo disco de Dylan, foi gravado só com voz, gaita e violão. Freewheelin’ – segundo disco de Dylan – foi gravado só com voz, gaita e violão. Freewheelin’ (segundo disco de Dylan) foi gravado só com voz, gaita e violão. Freewheelin’ foi gravado só com voz, gaita e violão.

284 Concordância verbal Estudar concordância verbal é, basicamente, localizar o sujeito da oração, pois é com este que o verbo deve concordar. Há alguns casos que essa concordância sujeito-verbo apresenta dificuldades ou mais de uma possibilidade de concordância. Vamos a esses casos.

285 Concordância verbal 1) Coletivos funcionando como sujeito
a) sem qualquer termo restritivo: o verbo fica no singular. O bando roubou o banco. A maioria apóia a ministra. b) com um termo restritivo no plural: o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural. O bando de ladrões roubou/roubaram o banco. A maioria das pessoas apóia/apóiam a ministra. Um milhão de pessoas assistiu/assistiram ao show.

286 Concordância verbal c) sem qualquer termo restritivo, mas com certa distância do sujeito, ou quando o enunciado falar explicitamente em ‘concordância ideológica’: o verbo pode ficar no singular ou no plural. O pessoal todo, após a aula, entenderam a matéria. Obs.: esse uso (‘c’) é mais polêmico, e o candidato deve acatar ou descartar essa alternativa em comparação com as outras alternativas da questão. d) A cidade de São Paulo tem 1,5 milhão de desempregados.

287 Concordância verbal 2) Mais de, menos de, cerca de...
O verbo concordará com o numeral que vier após essas expressões. Mais de uma criança se machucou no parque. Menos de duas pessoas se machucaram. Mais de uma pessoa se agrediram. (vai pro plural somente nesse caso de ‘reciprocidade’). Obs.: normalmente, a concordância desses exemplos que apresentamos segue uma lógica: ideia de plural = verbo no plural; ideia de singular = verbo no singular. Nos dois primeiros exemplos, não se segue essa lógica. Convém, então, memorizar esse caso.

288 Concordância verbal 3) Nomes próprios no plural
a) nome de uma obra: pode ficar no singular ou no plural: Ex.: “Os Sertões” imortalizou/imortalizaram Euclides da Cunha. b) nome de um lugar: só irá para o plural se estiver acompanhado de artigo: Ex.: Campinas é uma cidade grande. Ex.: Os Estados Unidos entraram em guerra. Ex.: As Minas Gerais têm belos lugares.

289 Concordância verbal 4) Qual de nós / Quais de nós
Qual de, quem de, cada um, algum de, nenhum de nós: falou. Quais de, alguns de, muitos de, vários de nós: falamos (se quem fala se inclui) ou falaram (se quem fala não se inclui) 5) Sujeito como pronome relativo ‘que’ Concordará com o elemento o qual retoma (antecedente). Ex.: Fui eu que gritei. Fomos nós que gritamos. Ex.: Esses são os alunos que foram aprovados.

290 Concordância verbal 6) Sujeito como pronome demonstrativo +‘que’
O verbo concordará com o pronome demonstrativo. Se você estiver em dúvida se ‘o’ e ‘a’ são pronomes demonstrativos em uma oração, substitua-os por ‘aquele’ e ‘aquela’ (também pronomes demonstrativos), respectivamente. Ex.: Fui eu o que gritou. Fui eu aquele que gritou. Ex.: Fomos nós os que gritaram. Ex.: Foste tu a que gritou.

291 Concordância verbal 7) Pronome relativo ‘quem’
O verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fui eu quem gritou. Foi ele quem gritou. Ex.: Fomos nós quem gritou.

292 Concordância verbal 8) Um dos que...
Aqui, vale o sentido a ser expresso: a) Se o elemento é o único que realizou a ação, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Ex.: O Brasil é um dos países com maior número de Copas do Mundo. b) Se o elemento não é o único que realizou a ação, o verbo irá para a 3ª pessoa do plural. Ex.: O Brasil é um dos países que ganharam Copa do Mundo. Obs.: quando não se sabe se é o único, a concordância singular ou plural é facultativa.

293 Concordância verbal 9) Nenhum dos que...
Use a lógica. Dentre os muitos que fizeram uma ação (plural), nenhum fez outra (singular). Ex.: Nenhum dos alunos que fizeram a prova foi reprovado.  Os alunos fizeram a prova.  Nenhum foi reprovado.

294 Concordância verbal 10) Porcentagem + substantivo
a) sem determinante (artigo ou pronome demonstrativo) da porcentagem: o verbo pode concordar com o numeral da porcentagem ou com o substantivo. Ex.: Apenas 1% dos alunos não trabalha/trabalham. Ex.: Dez por cento da turma trabalha/trabalham. b) com determinante da porcentagem: o verbo concordará com o determinante: Ex.: Os 10% da turma trabalham. Ex.: Este 1% da turma será aprovado.

295 Concordância verbal c) mais de, menos de, cerca de, perto de: o verbo deverá concordar exclusivamente com o numeral da porcentagem: Ex.: Cerca de 1% dos alunos trabalha. Ex.: Menos de 2% da turma trabalham. 11) Pronomes de tratamento: são pronomes de 3ª pessoa e por isso devem concordar como 3ª pessoa. Ex.: Vossa Senhoria deseja renunciar? Ex.: Vossas Excelências desejam renunciar?

296 Concordância verbal 12) Sujeito com núcleos de sentidos semelhantes, sem determinante (artigo ou pron.demonstrativo) Facultativamente, podem ficar no singular: Ex.: Saúde e alegria faz / fazem bem. 13) Núcleos no singular ligados por conjunção ‘ou’ a) se o ‘ou’ der ideia de exclusividade: o verbo fica no singular: Ex.: Serra ou Dilma será presidente. b) se o ‘ou’ não der ideia de exclusividade: o verbo fica no plural: Ex.: Kaká ou Robinho farão gol.

297 Concordância verbal 14) Sujeito composto com pelo menos um núcleo no singular e ligados por conjunção ‘com’ a) verbo após os núcleos: concordância facultativa. Ex.: O professor com o alunos fará/farão a prova. b) verbo antes dos núcleos: concordará com o mais próximo, mesmo se o núcleo mais distante estiver em número (singular / plural) diferente. Ex.: Fará a prova o professor com os alunos. 15) Aposto resumitivo (em geral, pronomes indefinidos: tudo, nada, ninguém, alguém, todos): verbo concorda com o aposto e não com o sujeito.

298 Concordância verbal 16) Um e outro: concordância facultativa.
Ex.: Um e outro foi / foram ao cinema. 17) Um ou outro: verbo no singular. Ex.: Um ou outro foi ao cinema. 18) Nem um nem outro: verbo no singular. Ex.: Nem um nem outro foi ao cinema.

299 Concordância: verbos especiais
1) ser: sujeito e predicado em números distintos a) se ambos forem coisas, o verbo fica no plural: Ex.: Palavras são a esperança para muita gente. Ex.: Palavra são os remédios para muita gente. b) se um for coisa e outro for pessoa, o verbo concorda com a pessoa: Ex.: Júlio é as alegrias do pai. Ex.: A sua relíquia são seus filhos.

300 Concordância: verbos especiais
c) se o sujeito é uma quantidade no plural e o predicado tem o verbo ‘ser’ + muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria  o verbo ficará no singular: Ex.: Cem reais é muito para lhe dar de mesada. Ex.: Duzentos gramas de presunto é pouco. d) na indicação de tempo ou distância, o verbo ‘ser’ é impessoal e concorda com o predicado: Ex.: São dez quilômetros até o bar. É 1h40 agora. Obs.: Na indicação de datas, é facultativo, pois: Ex.: É 10 de fevereiro = É dia 10 de fevereiro. Ex.: São 10 de fevereiro = São 10 dias de fevereiro.

301 Concordância: verbos especiais
2) haver: no sentido de ‘existir’ ou de tempo decorrido: fica no singular. Ex.: Havia muitas pessoas ali. Há 10 anos não o vejo. Obs.: quando o verbo ‘haver’ não for usado nesses sentidos ou quando for verbo auxiliar, concordará com o sujeito: Ex.: Eles haviam estudado muito. Haverão de passar. Obs.: recomenda-se que o estudante volte à primeira lição deste curso, sobre verbos impessoais. Todos eles, exceto o verbo ‘ser’ (já tratado aqui), serão conjugados seguindo a 3ª pessoa do singular.

302 Concordância nominal Regra geral: os termos ‘orbitantes’ (artigo, pronome, numeral, adjetivo) concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.

303 Concordância nominal 1) Adjetivo como adjunto adnominal
a) Adjetivo vem antes do substantivo: Concorda com o subst. mais próximo: Ex.: Tinha imensa alegria e bom humor. b) Adjetivo vem depois do substantivo: Concorda com o subst. mais próximo ou com os dois: Ex.: Letícia tinha uma força de vontade imensa. Ex.: Ela tinha força de vontade e bom humor imensos. (adjetivo referindo-se a dois substantivos).

304 Concordância nominal c) Dois adjetivos referindo-se a um subst.:
Ex.: O presidente brasileiro e o italiano se encontraram. (subst. no singular e uso do artigo antes dos adjetivos). Ex.: Os presidentes brasileiro e italiano se encontraram. (subst. no plural, sem o artigo antes dos adjetivos, que ficam no singular).

305 Concordância nominal 2) Adjetivo como predicativo de sujeito composto
a) Adjetivo vem depois dos subst.: Ex.: Sua força de vontade e bom humor são imensos. b) Adjetivo vem antes dos subst.: Ex.: São imensos sua força de vontade e bom humor. Ex.: É imensa sua força de vontade e bom humor. Ex.: É imenso seu bom humor e sua força de vontade.

306 Concordância nominal 3) Casos particulares
a) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, leso Quando forem adjetivos, concordam com o nome a que se referem: Ex.: O arquivo está anexo / A folha está anexa ao processo. Ex.: Ela mesma respondeu: “muito obrigada”. Ex.: Estou quite com a justiça / Estamos quites... Ex.: O racismo é crime de lesa-humanidade.

307 Concordância nominal b) Alerta
Só terá variação de número (sing./plural) quando for subst., isto é, quando puder ser seguida de um artigo: Ex.: Os guardas estavam alertas. Ex.: Os alertas da ONU não foram respeitados. c) Menos: não existe a palavra ‘menas’ d) Bastante, caro, barato, meio, longe Quando funcionam como advérbios, são invariáveis. Ex.: Ele falou bastante (adv) e bastantes (adj.) coisas.

308 Concordância nominal e) É proibido / É necessário / É bom / É preciso
Só concordam com sujeito se este vier acompanhado de artigo ou outro determinante: Ex.: É proibido entrada / É proibida a entrada. Ex.: Prudência é necessário. Ex.: É necessário calma. / Muita calma é necessária. f) O mais... possível / Os mais... possíveis ‘Possível’ concorda com o art.que inicia a expressão. Ex.: O jogo foi o mais fácil possível. Ex.: As respostas eram as mais óbvias possíveis.

309 Concordância nominal g) Só / sós / a sós
Quando ‘só’ for adjetivo (=sozinho), concordará com o termo a que se refere. Se for advérbio (=somente), fica invariável. Ex.: Estou só / Estamos sós / Estamos sozinhos. Ex.: Só (adv.) elas ficaram / Sós (adj.)elas ficaram.

310 Concordância nominal SILEPSE OU CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA
É a concordância que segue o sentido (concordância semântica) e não a forma gramatical. a) Silepse de gênero Ex.: Senhor, Vossa Excelência está enganado. b) Silepse de número Ex.: A turma estava feliz, pois passaram no concurso. c) Silepse de pessoa Ex.: Os brasileiros não desistimos nunca.

311 Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:
1. Havia muitas pessoas no local. 2. Haviam dez anos de sua separação. 3. Poderia haver soluções melhores. 4. Fazia 40 graus naquela tarde. 5. Faziam 10 anos que eu não o via. 6. Choviam críticas ao nobre deputado.

312 Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:
7. Precisa-se de motoristas. 8. Aluga-se casas. 9. Relatam-se vários casos a nós. 10. Comem-se bem em Campinas. 11. Roubaram meu lápis. 12. Praia e mar são bons. 13. É boa praia e mar.

313 Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:
14. A maioria das pessoas estuda. 15. A maioria das pessoas estudam. 16. Uma grande parte da multidão gritaram. 17. Os brasileiros somos/são solidários. 18. O professor e o aluno estudam inglês. 19. Estuda inglês o professor e o aluno.

314 Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:
20. Estudam inglês o professor e o aluno. 21. Concorda com a solução todas as pessoas. 22. Faltam cinco dias para a prova. 23. Mais de uma pessoa comunicaram o problema. 24. Menos de duas pessoas reclamou. 25. Fomos nós que estudamos. 26. Fomos nós quem estudou.

315 Concordância verbal A regra (há exceções, que veremos na parte sobre concordância) é o verbo concordar com o sujeito. Atenção: Regra básica de concordância verbal: Sujeito no singular  verbo no singular Sujeito no plural  verbo no plural

316 ENCONTRANDO O SUJEITO Ex. 1: Milhões de pessoas no Brasil ainda não participam da rede mundial de computadores. Ex. 2: Ainda não participam da rede mundial de computadores milhões de pessoas no Brasil. Ex. 3: Foram divulgados por Carlos há cinco minutos os comunicados a respeito da crise. Ex. 4: Pedrinho apanhou da coleguinha.

317 Dica: o jeito mais prático de encontrar o sujeito é perguntar quem exerce a ação ou estado do verbo, ou de quem o predicado está dizendo alguma coisa: Quem ainda não participa da rede mundial de computadores? Resposta: ‘milhões de pessoas no Brasil’ (é o sujeito). A dica dá certo também com o verbo na voz passiva (Ex. 3), desde que seja mantido o verbo na forma passiva: Quem foi divulgado por Carlos há cinco minutos? Resposta: ‘os comunicados a respeito da crise’ (é o sujeito). Núcleo do sujeito: ‘comunicados’.

318 Padrão sintático do português:
S-V-C-[Adjuntos] A ordem sintática padrão do português é SVC (ou SVO), ou seja, o sujeito é anteposto ao verbo: Ex.: O comportamento de Juliana inquieta Rodolfo. Atenção com a inversão da ordem padrão do português! Para dificultar, as questões de concurso costumam trazer o sujeito posposto ao verbo: Ex.: Inquietam Aline as crises de Juliana.

319 Concordância: verbos especiais
1) ser: sujeito e predicado em números distintos a) se ambos forem coisas, o verbo fica no plural: Ex.: Palavras são a esperança para muita gente. Ex.: Palavra são os remédios para muita gente. b) se um for coisa e outro for pessoa, o verbo concorda com a pessoa: Ex.: Júlio é as alegrias do pai. Ex.: A sua relíquia são seus filhos.

320 Concordância: verbos especiais
2) haver: no sentido de ‘existir’ ou de tempo decorrido: fica no singular. Ex.: Havia muitas pessoas ali. Há 10 anos não o vejo. Obs.: quando o verbo ‘haver’ não for usado nesses sentidos ou quando for verbo auxiliar, concordará com o sujeito: Ex.: Eles haviam estudado muito. Haverão de passar. Obs.: recomenda-se que o estudante volte à primeira lição deste curso, sobre verbos impessoais. Todos eles, exceto o verbo ‘ser’ (já tratado aqui), serão conjugados seguindo a 3ª pessoa do singular.

321 Concordância nominal Regra geral: os termos ‘orbitantes’ (artigo, pronome, numeral, adjetivo) concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.

322 Concordância nominal 1) Adjetivo como adjunto adnominal
a) Adjetivo vem antes do substantivo: Concorda com o subst. mais próximo: Ex.: Tinha imensa alegria e bom humor. b) Adjetivo vem depois do substantivo: Concorda com o subst. mais próximo ou com os dois: Ex.: Letícia tinha uma força de vontade imensa. Ex.: Ela tinha força de vontade e bom humor imensos. (adjetivo referindo-se a dois substantivos).

323 Concordância nominal c) Dois adjetivos referindo-se a um subst.:
Ex.: O presidente brasileiro e o italiano se encontraram. (subst. no singular e uso do artigo antes dos adjetivos). Ex.: Os presidentes brasileiro e italiano se encontraram. (subst. no plural, sem o artigo antes dos adjetivos, que ficam no singular).

324 Concordância nominal 2) Adjetivo como predicativo de sujeito composto
a) Adjetivo vem depois dos subst.: Ex.: Sua força de vontade e bom humor são imensos. b) Adjetivo vem antes dos subst.: Ex.: São imensos sua força de vontade e bom humor. Ex.: É imensa sua força de vontade e bom humor. Ex.: É imenso seu bom humor e sua força de vontade.

325 Concordância nominal 3) Casos particulares
a) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, leso Quando forem adjetivos, concordam com o nome a que se referem: Ex.: O arquivo está anexo / A folha está anexa ao processo. Ex.: Ela mesma respondeu: “muito obrigada”. Ex.: Estou quite com a justiça / Estamos quites... Ex.: O racismo é crime de lesa-humanidade.

326 Concordância nominal b) Alerta
Só terá variação de número (sing./plural) quando for subst., isto é, quando puder ser seguida de um artigo: Ex.: Os guardas estavam alerta. Ex.: Os alertas da ONU não foram respeitados. c) Menos: não existe a palavra ‘menas’ d) Bastante, caro, barato, meio, longe Quando funcionam como advérbios, são invariáveis. Ex.: Ele falou bastante (adv) e bastantes (adj.) coisas.

327 Concordância nominal e) É proibido / É necessário / É bom / É preciso
Só concordam com sujeito se este vier acompanhado de artigo ou outro determinante: Ex.: É proibido entrada / É proibida a entrada. Ex.: Prudência é necessário. Ex.: É necessário calma. / Muita calma é necessária. f) O mais... possível / Os mais... possíveis ‘Possível’ concorda com o art.que inicia a expressão. Ex.: O jogo foi o mais fácil possível. Ex.: As respostas eram as mais óbvias possíveis.

328 Concordância nominal g) Só / sós / a sós
Quando ‘só’ for adjetivo (=sozinho), concordará com o termo a que se refere. Se for advérbio (=somente), fica invariável. Ex.: Estou só / Estamos sós / Estamos sozinhos. Ex.: Só (adv.) elas ficaram / Sós (adj.)elas ficaram.

329 Regência verbal e nominal

330 Regência É a relação de dependência entre um termo regente (verbo, substantivo, adjetivo ou advérbio) e um termo regido. Ex.: Regência verbal: Assisti ao filme. O verbo ‘assistir’ no sentido de ‘ver’ é VTI e rege a preposição ‘a’. Ex.: Regência nominal: Qual a chance de ele vir? (‘chance’: subst.) Cida é favorável ao aborto. (‘favorável’: adj.) Agiu favoravelmente ao réu. (‘fav...: advérbio)

331 Regência verbal Atenção: na regência verbal, o importante é saber se o verbo rege ou não preposição e, se usa, qual é a preposição que deve ser usada. Alguns verbos apresentam mais de um sentido, dependendo da regência. Todo verbo tem sua regência. O estudo da regência verbal deve ser feito caso a caso, memorizando os verbos mais importantes, os que possuem mais de uma regência e que costumam criar maiores dificuldades nas provas. Vamos a eles.

332 Regência verbal Agradar: 1) algo (VTD)  ‘acariciar’:
Ex.: Agradou os deputados com a propina. Ex.: O pai agrada os filhos antes de sair. 2) a algo (VTI)  ‘ser agradável a’: Ex.: Aquele disco agrada a gregos e troianos. Aspirar: 1) algo (VTD)  ‘tragar’: Ex.: Quero aspirar fumaça de óleo diesel. 2) a algo (VTI)  ‘pretender’: Ex.: Eu aspiro a um cargo em um concurso.

333 Assistir: 1) algo (VTD)  ‘ajudar’: Ex.: O bom hospital assiste os doentes. 2) a algo (VTI)  ‘ver’: Ex.: Nós assistimos à peça Othelo. 3) a algo (VTI)  ‘ter o direito’ Ex.: Assistia a ele o direito de reclamar. 4) em algo (VI + adj.adv.lugar)  ‘morar’ Ex.: O presidente assiste em Brasília.

334 Chamar: 1) alguém (VTD)  ‘convocar’: Ex.: Um amigo chamou João para viajar. 2) por alguém (VTI)  ‘invocar’: Ex.: Ulisses chamou pela deusa Vênus. 3) a alguém algo (VTD + pred.objeto)  ‘dar o nome de’, ‘apelidar de’ Ex.: Comecei a chamar-lhe senhor. 4) alguém de algo (VTD + pred.objeto)  ‘dar o nome de’, ‘apelidar de’ Ex.: Chamei-o de senhor. ERRADO: Chamei-lhe de senhor.

335 Chamar: 5) pronominal  ‘ter o nome de’: Ex.: O jogador se chamava Márcio. Chegar: 1) VI  ‘atingir um momento’ Ex.: A hora da decisão já chegou. 2) a algum lugar (VI + prep.‘a’ + adj.adv.lugar) Ex.: Devo chegar a São Paulo em uma hora. 3) a algo (VTI)  ‘elevar-se’, ‘conseguir’ Ex.: A gasolina chegou a R$ 3,00 e eu não cheguei a ser amado.

336 Custar: 1) VI + predicativo  ‘ter valor alto, baixo’ Ex.: O arroz custa caro. 2) a alguém (VTI)  ‘ser difícil ou custoso’: Ex.: Custou-lhe entender química. Ele custava para entender química. Implicar: algo (VTD)  ‘acarretar’, ‘causar’ Ex.: O estudo correto implica aprovação. Obs.: algumas bancas admitem o mesmo sentido com a construção ‘implicar em’ (VTI): Ex.: O estudo correto implica em aprovação.

337 Esquecer e lembrar: aceitam várias formas
1) algo (VTD)  Tentei esquecer Carmela. Não lembro a data do início do namoro. 2) –se (pronominal)  Ele se esqueceu de ti. Ele não se lembrou do número do CPF. 3) VTI + OI + sujeito  Nunca me esqueceu nem o mês nem o ano. (M.de Assis)

338 Informar: é VTDI e aceita várias formas
1) alguém de algo / sobre algo (VTDI) Ex.: Informou os colegas da sua demissão. Ex.: Informou-os da sua demissão. 2) algo a alguém (VTDI) Ex.: Informou aos colegas da sua demissão. Ex.: Informou-lhes da sua demissão. CONSTRUÇÕES ERRADAS: Informou-lhes da sua demissão. (2 OI) Informou-os a sua demissão. (2 OD)

339 Obedecer: a algo ou a alguém (VTI)
Ex.: Ele obedecia aos pais, mas não às leis. Obs.: a maioria dos gramáticos entende que é o único VTI que admite voz passiva: Ex.: As leis não eram obedecidas por ele. Pagar e perdoar: pode ser VTD (para coisas) ou VTI (pessoas): Ex.: Tenho que pagar o carnê das Casas Bahia. Ex.: Tenho que pagar ao miserável do Salim. Ex.: Ana perdoou a falta de gratidão de Bento. Ex.: Ana perdoou a seus devedores.

340 Preferir: algo a outra coisa (VTDI)
Ex.: Prefiro futebol a basquete. CONSTRUÇÕES ERRADAS: Ex.: Prefiro futebol do que basquete. Ex.: Prefiro mais futebol a basquete. Proceder 1) VI  ‘portar-se’, ‘ter fundamento’ Ex.: Seu argumento não procede. Ex.: Como proceder em caso de acidentes? 2) a algo (VTI)  ‘fazer’ Ex.: O contador procedeu aos ajustes.

341 Querer: 1) algo (VTD)  ‘desejar’ Ex.: Eu quero ser aprovado no concurso. 2) a alguém (VTI)  ‘gostar’, ‘estimar’ Ex.: Eu quero bem aos meus amigos. Resultar: 1) em algo (VTDI): ‘algo’ é a consequência Ex.: O acidente resultou em briga. 2) de algo (VTDI): ‘algo’ é a causa Ex.: A briga resultou do acidente.

342 Simpatizar e antipatizar: com algo ou com alguém
Ex.: A garota não simpatizou com ele. Ex.: Antipatizava com todas as religiões. ERRADO: A garota não se simpatizou com ele. Visar: 1) algo (VTD)  ‘dar um visto’, ‘olhar’ Ex.: O professor visou as provas. 2) a algo (VTI)  ‘desejar’, ‘objetivar’ Ex.: Eu viso a um cargo melhor. Obs.: algumas bancas aceitam o sentido de 2) com a construção de VTD: Eu viso o cargo...

343 Regência verbal Atenção: Em orações subordinadas iniciadas por pronomes relativos, pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos, a preposição exigida pelo verbo deve sempre preceder essas palavras: Não encontrei os amigos com quem simpatizo. A que peça teatral você assistirá amanhã? De onde você retirou esse caderno?

344 Regência verbal Atenção: Em construções com dois verbos de regências diferentes, opte pela construção que melhor destaque a diferença regencial:  Li e gostei do livro. Correto: Li o livro e gostei dele.  Como eu preciso, vou chamar um encanador. Correto: Como eu preciso de encanador, vou chamá-lo / vou chamar um.

345 Regência verbal: exercícios
1) Reescreva as frases, substituindo o verbo grifado pelo verbo entre parênteses: a) Ver televisão pode prejudicar a pessoa. (assistir) b) Sorveu o ar do campo. (aspirar) c) A prova não contentou os candidatos. (agradar) 2) Reescreva as frases usando todas as possi-bilidades sintáticas (use também pronomes): a) Claudiana esqueceu o celular. b) Informei o médico da minha dor. c) Chamei o Edson de Pelé.

346 Regência verbal: exercícios
3) Reescreva as frases, substituindo o trecho grifado pelo verbo ‘custar’ (faça ajustes): a) Era difícil para mim acreditar no governador. b) João teve dificuldade em aceitar a proposta. c) É penoso, para nós, estudar aos domingos. d) Biana teve dificuldade em chegar aqui. 4) Reescreva a frase abaixo trocando o verbo grifado por ‘precisar’, ‘visar’, ‘sonhar’ e ‘aspirar’: a) Este é o cargo que queremos.

347 Regência verbal: exercícios
5) Transforme os dois períodos simples em um único período composto. Para isso, inclua a segunda oração no lugar marcado por ‘|’: a) O filme | foi horrível. Assistimos ao filme ontem. b) O homem | morreu. Não me lembro o nome dele. c) As regras | são injustas. Fomos obrigados a obedecer a essas regras. d) O rapaz | já saiu. Vi o rapaz na fila. e) Vera | é arrogante. Não simpatizo com Vera. f) O sonho | é real. Eu viso a esse sonho. g) O jogo | começa às 16h. Referi-me a esse jogo.

348 Regência verbal: exercícios
6) Substitua os trechos grifados por um pronome oblíquo adequado: a) Ela pôde perdoar ao ex-namorado. b) Perdoei sua falta de solidariedade. c) Paguei todos os carnês das Casas Bahia. d) Paguei aos meus credores. e) O pobre trabalhador aspira lã de vidro. f) Antonio estuda porque aspira a um cargo melhor. 7) Reescreva as frases, conforme a gramática: a) Entrei e saí do prédio muitas vezes hoje. b) Assisti e não gostei do filme.

349 Regência nominal É a parte da gramática que estuda se um substantivo, um adjetivo ou um advérbio (=nomes) exigem ou não preposição e, se exigem, qual é a preposição adequada. Acostumado – a, com: Acostumado a viajar. Acostumado comigo. Adaptado – a, de, para: Ele é adaptado ao clima. O filme é adaptado do livro. O livro foi adaptado para o cinema.

350 Afável – a, com, para com: Ele é afável com os jornalistas, mas não é afável com / para com os colegas. Aflito – com, em, para, por: Estou aflito com a prova. Estou aflito em assumir o cargo. Estou aflito para / por receber o telegrama. Alheio – a: Não estou alheio aos acontecimentos políticos. Alienado – a, de: O carro é alienado ao banco. Estou alienado do assunto.

351 Alusão – a: O autor faz alusão ao livro de Freud. Analogia – com, entre: O autor faz uma analogia com o Édipo de Freud. Há uma analogia entre o corpo e a máquina. Apto – a, para: Estou apto a / para assumir a tarefa. Atento – a, em: Sou atento ao seu aviso. Tenho um olhar atento nos problemas. Avesso – a: Sou avesso a novelas mexicanas.

352 Ávido – de, por: Marilyn era ávida de fama. Sou ávido por cinema. Constituído – de (matéria), por (partes): O prédio era constituído de tijolos. A fábrica é constituída por setores especializados. Contemporâneo – a (coisa), de (pessoa): Meu avô era contemporâneo à Segunda Guerra. Portanto, ele era contemporâneo de Mussolini. Contíguo – a: Meu terreno é contíguo ao seu. Curioso – de, para, por: O jovem é curioso de / para / por descobertas.

353 Devoto – a, de: Era devoto aos / dos deuses gregos. Falho – de, em: Estou falho de/em dinheiro. Imbuído – de (alimentado), em (imerso): Estou imbuído de um ideal. Estou imbuído nos meus estudos. Incompatível – com: O mercado financeiro é incompatível com a distribuição equânime da renda. Medo – a, de: Persiste o meu medo ao fracasso. Tenho medo do trânsito.

354 Passível – de: Sua teoria é passível de crítica. Preferível – a: A saúde é preferível à doença. Propenso – a, para: Estou propenso a sair do meu emprego. Não sou propenso para o luxo. Residente – em: O carteiro era residente na Rua Canoas. Situado – em: A loja era situada na Rua Canoas.

355 Transversal – a: Sua rua é transversal à minha. Vinculado – a: O crescimento econômico está vinculado ao aumento dos salários. Vizinho – a, de: A casa é vizinha à igreja. Sou vizinho da igreja. Ida – a: Não confirmou sua ida ao Paraguai. Atenção: geralmente, se um verbo (‘ir a’) pede certa preposição, o substantivo relacionado a este verbo (‘ida a’) pedirá a mesma preposição.

356 VI Atenção: quase todos os verbos de movimento são verbos intransitivos. A informação do lugar que é o destino do movimento (apesar de vir preposicionada) não é OI, mas somente um adjunto adverbial de lugar (termo ‘desnecessário’): ir/voltar (a São Paulo), chegar (de/em Paris), caminhar/andar (até a loja), cair (no bueiro), correr (até o ponto)... Outros verbos intransitivos importantes: morrer, nascer, chover, trovejar, nevar, gritar, viver, dormir, assistir (=morar), proceder (ter fundamento: ‘sua ideia não procede), morar, residir, deitar-se, levantar-se, ... Atenção: esses verbos podem aparecer como VTD em certas frases, principalmente com sentido figurado. O melhor a se fazer é ver o sentido do verbo e se foi dado a ele algum complemento (um termo que seja o objeto da ação verbal): Ex.: Trovejei reclamações (OD). Eu vivi um amor (OD).

357 VTD 1) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como OD: : me, te, se, o, a, nos, vos, os, as. 2) Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como OD: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Os pronomes tônicos só são usados com preposição; por isso, são mais vistos integrando um OI. Um OD com pronome tônico é chamado de OD preposicionado: Ex.: Elaine ama-me (pronome oblíquo átono) Ex.: Elaine ama a mim (pronome oblíquo tônico)

358 VTD Aspirar (absorver o ar, sorver) Visar (dar um visto)
Querer (desejar) Assistir (ajudar) Chamar Desfrutar Lembrar e esquecer Usufruir Implicar Namorar (a gramática não aceita a construção “namorar com alguém”) Compartilhar (algumas gramáticas classificam esse verbo como VTI: “compartilhar algo com alguém”)

359 VTI 1) Pronomes oblíquos átonos que funcionam como OI: : me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. 2) Pronomes oblíquos tônicos que funcionam como OI: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Os pronomes tônicos só são usados com preposição; por isso, são mais vistos integrando um OI. Atenção: Embora o pronome ‘ela’ possa ser pronome reto, na frase abaixo, pelo fato de não ocupar a função de sujeito e estar preposicionado, é um pronome oblíquo átono: Ex.: Elaine perdoou a ela (pronome oblíquo tônico) Ex.: Elaine perdoou a mim (pronome oblíquo tônico) Ex.: Elaine perdoou-lhe (pronome oblíquo átono)

360 VTI com a prep. ‘a’ Aspirar (almejar, objetivar)
Visar (almejar; algumas bancas o aceitam também como VTD) Agradar (ser agradável, satisfazer) Querer (estimar: “quero bem aos meus filhos”) Assistir (ver) Custar (ser difícil: “custou-me acreditar em você”) Proceder (dar início: “vamos proceder aos exames”). Obedecer e desobedecer Revidar Responder (será VTI quando possuir apenas um complemento: “respondi ao cliente com interesse”) Alguns verbos transitivos indiretos, com a prep. a, não admitem a utilização do complemento lhe. No lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre eles, destacam-se os seguintes: Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir. Quando houver, na oração, um verbo transitivo indireto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às). • Assisti à peça das meninas do terceiro colegial.

361 VTI com a prep. ‘a’ Atenção: Alguns VTI com a prep. a não admitem o uso do OI ‘lhe’. Nesse caso, devemos usar o pronome oblíquo tônico: a ele(s), a ela(s), a nós, a vós, a mim, a ti. Dentre esses verbos, estão: Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir. CERTO: Aspirou a ele, visou a ela, assistiu a ela, aludiu a nós, referiu-se a nós... ERRADO: Aspirou-lhe, visou-lhe, assistiu-lhe, aludiu-nos, referiu-se-nos... Atenção: Se o VTI exige a prep. ‘a’ e a palavra seguinte a essa preposição é também um ‘a’ (artigo, pronome demonstrativo) ou é iniciada por ‘a’ (‘aquele’, ‘aquilo’...), ocorrerá a crase: Ex.: Assisti à apresentação dos colegas.

362 VTI com a prep. ‘de’ VTI com a prep. ‘em’ Lembrar-se e esquecer-se
Proceder (originar-se de: “a dor procede do choque”) Precisar Consistir de (ser construído de: “a parede é constituída de tijolos”) Resultar (ser resultado de: “sua dor resulta do choque”). VTI com a prep. ‘em’ Consistir (ter por base: “o ato consiste em má-fé”) Sobressair (não é verbo pronominal) Acreditar e crer (ter confiança em) Resultar (ser a causa de: “o choque resulta em dor”).

363 VTI com a prep. ‘por’ VTDI Torcer
Chamar (invocar: “chamei pelos céus”) VTDI Chamar (repreender: “chamei o menino à atenção”) Implicar (envolver alguém: “impliquei o pai no caso”) Dar, entregar, responder, pedir, preferir, Agradecer, pagar e perdoar: algo a alguém (‘agradeci a ela o convite’, ‘paguei o carnê ao Salim) Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir : admitem duas construções: “informar algo a alguém” ou “informar alguém de algo”.

364 Regência nominal: exercícios
1) Corrija as frases, se necessário: a) Os trabalhadores viviam em condições análogas a da escravidão. b) Antonia era devota para Santo Expedito. c) As medidas são vinculadas na área da saúde. d) Qualquer ação é preferível que o descaso. e) O deputado não era imune da propina. f) Não é possível de que isso esteja ocorrendo. g) Sua ida no parque desagradou o Gustavo. h) Agi contrariamente dos seus conselhos.

365 Crase

366 Crase Crase não é um acento. Crase é a junção de uma preposição com um artigo feminino ou pronome demonstrativo. O sinal que marca a crase chama-se ‘acento grave’. O acento grave indica a ocorrência de crase da preposição a com o artigo ou demonstrativo feminino a, as ou com os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.

367 Crase Só haverá crase (fusão) se houver dois “a”:
um deles será necessariamente a preposição ‘a’, exigida pelo termo regente (verbo, substantivo, adjetivo ou advérbio), e o outro, como termo regido, pode ser: artigo definido feminino (sing.ou plural): a(s). - pronome demonstrativo: a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo; - pronome relativo: a qual / as quais.

368 Crase Uso facultativo de crase (prep.+ artigo) antes de:
 pronome possessivo: Refiro-me à/a sua amiga Julia. O uso é facultativo porque não é obrigatório haver artigo antes de pronome possessivo (este já traz consigo a marcação de gênero).  com a locução prepositiva “até a”: Andei até à entrada de sua casa.

369 Crase Não há crase antes de:
 verbo: Trabalharei a partir de terça-feira.  pronome pessoal: Dei o livro a ela.  artigo indefinido: Pedi carona a uma amiga.  substantivo masc.: O sol estava a pino.

370 Crase 25 frases para não errar o uso da crase:
1) João deu um incentivo à amiga. (=ao amigo). 2) Não vou a festas sozinho. (=a bailes; não há artigo para haver crase de prep.+artigo). 3) João dá incentivo às amigas. (=aos amigos). 4) João deu um incentivo a uma amiga (=a um amigo). 5) Carla chegará à uma da tarde. (=ao meio-dia; uma: numeral subst.) 6) Venda à vista; venda a prazo. (Exceção). 7) Fez um gol à Pelé. (= à moda de Pelé)

371 Crase 8) Ele não se referiu àquele autor. (... referiu a + aquele autor) 9) A autora à qual me referi. / A caneta a qual comprei. (O autor ao qual me referi / A caneta a qual comprei) 10) Quero uma bicicleta igual à de seu tio. (=igual àquela bicicleta de seu tio) 11) Pedi uma dica a ela / a V.Exa. (=a ele; ela: pronome pessoal; V.Exa.: pronome tratamento) 12) Dei o livro à/a sua prima. (sua: pronome possessivo)

372 Crase 14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras.
13) A festa começa a partir das 12h. (‘partir’: verbo) 14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras. 15) Perdemos dinheiro ante a inflação. (ante: prep.) 16) Fomos até à/a Bahia (até: prep.) 17) Fomos à Bahia. (Voltamos da Bahia) 18) Fomos a Florianópolis. (Voltamos de Florianópolis) 19) Fomos à Florianópolis dos meus sonhos. (art.+prep.) 20) Às vezes fico triste. (adj.adv. ‘femininos’)

373 Crase 21) Observei-o a distância. / Observei-o à distância de dez metros. (caso especial) 22) Preencha o formulário a caneta. (adjuntos adv. de meio ou instrumento: sem crase; polêmico!). 23) Cheguei a casa de manhã. / Cheguei à casa de Joana de manhã. 24) A nave voltou à Terra. (substantivo próprio) 25) O barco voltou a terra. / Fui à terra de meus pais. Atenção: antes de ‘casa’, ‘distância’ e ‘terra’ (substantivo comum), só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas.

374 Crase Atenção: Com as regras e exemplos dos slides anteriores, praticamente todos os usos ou não de crase estão previstos. O estudo de gramática está muito ligado ao estudo da regência verbal e nominal. Isto é, muitas vezes a dúvida sobre a existência da crase recai sobre a dúvida se o verbo exige preposição (regência verbal), ou se o substantivo, adjetivo ou advérbio exigem preposição (regência nominal).

375 Crase 25 frases para não errar o uso da crase:
1) João deu um incentivo à amiga. (=ao amigo). 2) Não vou a festas sozinho. (=a bailes; não há artigo para haver crase de prep.+artigo). 3) João dá incentivo às amigas. (=aos amigos). 4) João deu um incentivo a uma amiga (=a um amigo). 5) Carla chegará à uma da tarde. (=ao meio-dia; uma: numeral subst.) 6) Venda à vista; venda a prazo. (Exceção). 7) Fez um gol à Pelé. (= à moda de Pelé)

376 Crase 8) Ele não se referiu àquele autor. (... referiu a + aquele autor) 9) A autora à qual me referi. / A caneta a qual comprei. (O autor ao qual me referi / A caneta a qual comprei) 10) Quero uma bicicleta igual à de seu tio. (=igual àquela bicicleta de seu tio) 11) Pedi uma dica a ela / a V.Exa. (=a ele; ela: pronome pessoal; V.Exa.: pronome tratamento) 12) Dei o livro à/a sua prima. (sua: pronome possessivo)

377 Crase 14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras.
13) A festa começa a partir das 12h. (‘partir’: verbo) 14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras. 15) Perdemos dinheiro ante a inflação. (ante: prep.) 16) Fomos até à/a Bahia (até: prep.) 17) Fomos à Bahia. (Voltamos da Bahia) 18) Fomos a Florianópolis. (Voltamos de Florianópolis) 19) Fomos à Florianópolis dos meus sonhos. (art.+prep.) 20) Às vezes fico triste. (adj.adv. ‘femininos’)

378 Crase 21) Observei-o a distância. / Observei-o à distância de dez metros. (caso especial) 22) Preencha o formulário a caneta. (adjuntos adv. de meio ou instrumento: sem crase; polêmico!). 23) Cheguei a casa de manhã. / Cheguei à casa de Joana de manhã. 24) A nave voltou à Terra. (substantivo próprio) 25) O barco voltou a terra. / Fui à terra de meus pais. Atenção: antes de ‘casa’, ‘distância’ e ‘terra’ (substantivo comum), só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas.

379 Pontuação

380 Lógica da pontuação 1º) Dois-pontos (:) : iniciam uma explicação, uma lista (enumeração) ou representam a mudança de fala para outro personagem. 2º) Reticências (...) : mostram hesitação (dúvida), interrupção ou retirada de trecho de uma citação. 3º) Ponto de interrogação (?) : usado em perguntas. 4º) Ponto de exclamação (!) : usado para exprimir emoções (espanto, grito, surpresa etc.). 5º) Travessão (-) : isola elementos (como vírgulas ou parênteses) e mostram a mudança de fala para outra pessoa ou personagem. 6º) Aspas (“”) : mostram discurso direto (fala, citação), palavras em questão/destaque/outra língua.

381 Relações entre . : , 1º) Parágrafo: quebra “capítulos” de texto (épocas, focos, subtemas) 2º) Ponto final (“mesma linha”): quebra enfoques ou sujeitos, dentro de um mesmo assunto. O mesmo papel é exercido por ? ou ! (em frases interrogativas ou exclamativas, respectivamente) 3º) Ponto-e-vírgula: pode ser trocado por ponto final ou por vírgula. Está num nível hierárquico acima da vírgula e abaixo do ponto final. Essencialmente opicional. 4º) Vírgula: essencialmente, separa elementos intrusos ou intercalados, separa elementos de uma enumeração e separa orações.

382

383

384 Pontuação Uso da vírgula no período simples:
1) Para isolar termos intercalados (intrusos) ou deslocados: a) Maria, sem dúvida alguma, virá. (adj.adv.=obrig.) b) Maria virá, sem dúvida alguma(adj.adv.=opcional) c) Maria, inevitavelmente, virá. (adj.adv.=opcional) d) Estudamos; iremos, pois, passar. (conjunção) e) Venha, Carlos, comigo! (vocativo) f) O Brasil, sexta maior economia do planeta, é um país ainda muito desigual (aposto explicativo) 2) Para isolar os objetos pleonásticos: Ex. Os meus amigos, sempre os respeito. 3) Para isolar o aposto explicativo: Ex. Campinas, a cidade em que moro, é legal.

385 Pontuação g) Nasci em Campinas, isto é, sou campineiro. (expressões explicativas ou retificativas: isto é, quer dizer, a saber, melhor dizendo, ou seja...). h) O importante, insistiam os amigos, era persistir. (orações intercaladas) 2) Para separar elementos de uma enumeração, ou “de uma mesma função sintática”: Ex.: Brasil, Argentina e Uruguai já venceram copas do mundo. (função: sujeito)

386 Pontuação Uso da vírgula no período simples:
3. Para indicar a elipse do verbo: Ex.: Ela gosta de sorvete de morango; o namorado, de chocolate. 4. Para separar, nas datas, o lugar: Ex. Londrina, 20 de novembro de 1996. 5. Para isolar pleonasmos antes do verbo: Ex. As meninas, não as vi hoje.

387 Pontuação Uso da vírgula no período composto:
por coordenação: devem sempre ser separadas por vírgula. Ex.: Todos estudamos, no entanto apenas um de nós foi bem na prova. Atenção: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão vírgula quando os sujeitos forem diferentes e quando o e aparecer repetido. Ex.: Ela viajou às 8h, e seus filhos, às 9h. Ex.: João berrava, e gritava, e pulava.

388 Pontuação Uso da vírgula no período composto: por subordinação:
a) substantivas: não se separam por vírgula. Ex. É óbvio que eu irei com você. b) adjetivas: só a explicativa é separada por vírgula. Ex.: O brasileiro, que não desiste, joga na loteria. c) adverbiais: vírgula obrig., se a adverbial vier primeiro na frase. Ex. Assim que chegaram, puseram chinelos.

389 Pontuação Uso do ponto-e-vírgula O ponto-e-vírgula é usado onde o ponto final também poderia ser usado (exceto em quebra de parágrafo), indicando uma interrupção mais branda que o ponto final e mais severa que a vírgula. Portanto, o uso do ponto-e-vírgula será, no fundo, facultativo, quando não se queira quebrar um período (no lugar do ponto final) ou quando se queira dar uma interrupção mais forte que a da vírgula. Normalmente, esse uso ocorre para:

390 Pontuação separar or.coordenadas que já contenham vírgulas ou que sejam muito longas. Ex.: O diretor e a coordenadora já avisaram a todos os alunos que não serão permitidas brincadeiras durante o intervalo nos corredores; porém alguns alunos ignoram essa ordem.

391 Pontuação 1) para iniciar uma enumeração.
Uso dos dois pontos 1) para iniciar uma enumeração. Ex.: Já venceram três ou mais Copas do Mundo: Brasil, Itália e Alemanha. 2) para introduzir a fala de um personagem. 3) para esclarecer algo que foi dito. Ex.: Não te conheço: foi o que disse Aluana a Beto.

392 Pontuação Uso das reticências (...)
1) para demonstrar indecisão ou interrupção da fala ou da ideia de alguém. Ex.: Quero um sorvete de... milho verde! Ex.: Ela é cha... quer dizer, difícil de lidar. 2) para indicar ao leitor que este deve completar o raciocínio. Ex.: Lula disse que o biodiesel não encarece os alimentos, mas... 3) para indicar que um trecho foi suprimido.

393 Pontuação - RESUMO 1) Entre sujeito, verbo e objeto, em ordem direta e sem termo intercalado, não há vírgula. 2) Um termo intercalado (aposto expl., vocativo...) deve ser isolado por vírgula(s) (exceto adj.adverbiais curtos, em que o uso de vírgulas é opcional); as vírgulas podem ser trocadas por parênteses ou travessão, quando isolarem elementos. 3) Via de regra, orações diferentes são separadas por vírgulas (exceto as orações coordenadas aditivas com “mesmo sujeito” e as orações subordinadas substantivas e adjetivas restritivas). 4) O ponto final separa assuntos, épocas ou visões. 5) O ponto-e-vírgula substitui o ponto final ou a vírgula, sendo uma opção intermediária em relação a essas.

394 Colocação pronominal (pronomes pessoais oblíquos átonos)

395 Colocação pronominal Os pronomes pessoais oblíquos átonos apresentam mais dificuldades em relação à sua posição na frase, que pode ser de: próclise: pronome antes do verbo; ênclise: pronome depois do verbo; mesóclise: pronome no meio do verbo. Quando não houver uma regra explícita, a colocação nominal é livre. Algumas gramáticas dizem que, nesse caso, deve-se preferir à ordem enclítica, que é a ordem padrão do português de Portugal.

396 Pronomes pessoais Núm. Pessoa Retos (sujeito) Oblíquos Átonos* (OD/OI)
Substituem substantivos (valor de substantivo). Núm. Pessoa Retos (sujeito) Oblíquos Átonos* (OD/OI) Tônicos** (OI etc.) Sing. eu me (OD/OI) mim, comigo tu te (OD/OI) ti, contigo ele(a) se (OD/OI) o, a (só OD) lhe (só OI) si, consigo, ele, ela Plural nós nos (OD/OI) nós, conosco vós vos (OD/OI) vós, convosco eles(as) os, as (só OD) lhes(só OI) si, consigo, eles, elas * únicos com regra de colocação (próclise, mesóclise e ênclise) ** únicos que levam preposição

397 RESUMO 1) Próclise obrigatória:
a) palavras atrativas (negativas; advérbios, pronomes indefinidos; ‘que’); b) certos tipos de oração (iniciada por: pronomes e advérbios interrogativos, pronomes relativos e por expressões exclamativas; com gerúndio seguido de ‘em’; optativa; subordinada; coordenada alternativa). 2) Ênclise obrigatória: a) verbo no início de frase; b) verbo no imperativo afirmativo; c) verbo no gerúndio (sem o ‘em’); d) verbo no infinitivo pessoal. 3) Mesóclise: verbos no futuro do presente ou do pretérito (não há ênclise com esses verbos; pode haver próclise).

398 Exercícios 1) Reescreva as frases, incluindo o pronome.
a) Pernas, pra que quero. (te) b) Entre os atletas, destacam João e Aldo. (se) c) Os problemas acumulam. (se) d) Floripa é boa, em tratando de turismo. (se) e) Diria que o perigo é grande. (te) f) Deus abençoe. (o) g) Visitaríamos no hospital. (a) h) Cumprimentaremos amanhã. (o) i) Encontramos no teatro. (nos) 2) Passe para a forma negativa. a) Aceitam-se doações. c) Arrependemo-nos do fato. b) Precisa-se de balconistas.

399 Exercícios 1. ( ) O presente é onde se forja o futuro.
2) Assinale C (certo) ou E (errado): 1. ( ) O presente é onde se forja o futuro. 2. ( ) Nossa vocação molda-se aos anseios. 3. ( ) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia. 4. ( ) Macacos me mordam! 5. ( ) Caro amigo, muito lhe agradeço o favor... 6. ( ) Ninguém socorreu-nos da enchente. 7. ( ) As informações que se obtiveram, chocavam-se entre si. 8. ( ) Quem te falou a respeito do caso? 9. ( ) Não foi trabalhar porque machucara-se.

400 Exercícios 10. ( ) Não só me trouxe o livro, mas também me deu presente. 11. ( ) Ele chegou e perguntou-me pelo filho 12. ( ) Em se tratando de esporte, prefiro vôlei. 13. ( ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons. 14. ( ) O torneio iniciar-se-á amanhã. 15. ( ) Amanhã dir-te-ei todas as novidades. 16. ( ) Os alunos nos surpreendem com o riso. 17. ( ) Os amigos chegaram e já me esperam. 18. ( ) O torneio iniciará-se amanhã.

401 Exercícios 19. ( ) Oferecida-lhes as explicações, saíram. 20. ( ) Para não falar-lhe, resolveu sair cedo. 21. ( ) É possível que o leitor nos não creia. 22. ( ) A turma quer-lhe, fazer uma surpresa. 23. ( ) Ninguém podia ajudar-nos naquele dia. 24. ( ) Todos se estão entendendo bem.

402 Redação Oficial

403 REDAÇÃO OFICIAL Ler “Manual de Redação da PR”
Atalho para a página: Não recomendo a parte gramatical do Manual. TIPOS DE QUESTÕES: I. Atributos textuais (características do texto oficial) II. Gêneros recorrentes e meios de comunicação III. Diagramação

404 REDAÇÃO OFICIAL I. Atributos textuais (características do texto oficial) 1. Correção gramatical/coesão (uso da norma culta escrita do português). 2. Uso dos pronomes de tratamento (V.Exa., V.Sa, Sua Exa., Sua Sa. Vocativo: Excelentíssimo Senhor. Concordância de 3ª pessoa = “você”). 3. Estruturação/organização (paragrafação, ordenação dos elementos). 4. Formalidade na escrita (nível de linguagem não coloquial e não regionalizada). 5. Impessoalidade (do emissor e do “público genérico”). 6. Vocabulário técnico (mas sem jargões profissionais excessivos). 7. Clareza/coerência (sem rebuscamentos e “linguagem pomposa”). 8. Suficiência (não pode cortar partes importantes). 9. Concisão/objetividade (cortar repetições e partes desnecessárias).

405 REDAÇÃO OFICIAL II. Gêneros recorrentes e meios de comunicação
(a) Parte de “Legislação” (hierarquia das normas legais = assunto de Direito Constitucional) 1. CF/EC (3/5 dos membros de cada casa, em dois turnos) 2. LC = Lei complementar (maioria absoluta dos membros) 3. LO/LD/MP = Lei ordinária e Lei delegada (maioria relativa = presentes), Medida provisória (PR) 4. Decreto Legislativo (do Senado Federal, para alguns assuntos tributários e de relações internacionais). 5. Decreto Regulamentar (Chefe do Executivo, para detalhar a aplicação das leis), 6. Portaria (Ministros e secretários, detalhando leis e decretos no ministério), 7. Apostila (averbações corretivas).

406 REDAÇÃO OFICIAL (b) Parte Administrativa (mais importante!)
1. Mensagem (entre chefes de Poderes. Ex.: PR p/Congresso), 2. Aviso (de Ministro de Estado para outro de mesmo nível), 3. Ofício (de órgão para outro órgão, ou p/ o público usuário, p.ex., secretaria da fazenda pedindo informações ao delegado de polícia), 4. Memorando (instruções entre seções de um mesmo órgão), 5. Exposição de motivos (de Ministro para o Presidente, informando fatos de interesse do ministério), 6. Ata (registro de reuniões, anotando a síntese das falas), 7. Parecer (opinião técnica e não deliberativa; ex.: parecer sobre o impacto da elevação da taxa de juros), 8. Deliberações (votos, decisões)

407 REDAÇÃO OFICIAL 9. Telegrama (comunicações urgentes; preferir fax/ em razão do custo; não há padrão rígido), 10. Fax (mensagens urgentes, quando não for possível o ; cuidado com a deterioração do impresso no papel), 11. (principal forma de transmissão de documentos; não tem forma rígida; preencher com clareza o campo “Assunto” e colocar informações suficientes no “corpo do ”; preferir formato Rich Text (rtf) para os anexos; preferir com confirmação de recebimento; para ter valor documental, é preciso certificado digital do remetente).

408 REDAÇÃO OFICIAL III. Diagramação (o “layout” do texto na página, partes que o compõem, espaçamentos, fontes... isto não costuma cair!) 1. Fechos: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:     Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:     Atenciosamente,

409 REDAÇÃO OFICIAL 2. O Padrão Ofício (é o formato genérico para o ofício, o aviso e o memorando): “Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas semelhanças.”

410 REDAÇÃO OFICIAL

411 PADRÃO OFÍCIO (parte final)

412 Interpretação de textos

413 MITOS SOBRE INTERPRETAÇÃO
EXCESSO DE CONFIANÇA: “Eu já sei ler; então, eu sei interpretar”. “Eu sei gramática; então, eu sei interpretar”. BAIXA CONFIANÇA / BLOQUEIOS: “Preciso tentar adivinhar o texto que vai cair na prova”. “Se o texto for longo e confuso, vou errar a questão”. “E se cair um texto em cujo assunto eu seja leigo?” “As perguntas de interpretação são muito subjetivas”.

414 GRAMÁTICA vs. INTERPRETAÇÃO
FOCO GRAMÁTICA (está certo ou errado?) INTERPRETAÇÃO (significado, sentido, semântica: o que quer dizer?) < PALAVRA (sílaba, letra) Fonética (ortografia e acentuação) Sentido dos prefixos e sufixos (ex.: in-feliz) = PALAVRA Morfologia (classes de palavras, formação de palavras, estrutura de palavras) Sinônimos, antônimos, parônimos, homônimos (sentido contextual ou livre) (ex.: infeliz) > PALAVRA (oração, período) Sintaxe (todos os outros assuntos!) Figuras de linguagem e interpretação localizada de uma frase > FRASE (parágrafo inteiro, relação entre parágrafos) GRAMÁTICA NÃO ESTUDA ELEMENTOS DE DUAS OU MAIS FRASES! Interpretação global, relação entre partes, posicionamentos

415 SIGNIFICAÇÃO / SEMÂNTICA
A parte de semântica ou significação estuda o sentido das partes das palavras, das palavras, das frases e dos textos. Veremos coisas como sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos (em relação a palavras), como paráfrases, antíteses etc. (em relação a frases e textos). Esse ponto pode ser aprofundado com o estudo das figuras de linguagem e com a interpretação de textos. Partes das palavras: sentido dos prefixos e sufixos. Palavras: sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos. Frase: figuras e interpretação local do texto. Texto: interpretação global e posições do texto.

416 Palavras-chave nas perguntas
GRAMÁTICA INTERPRETAÇÃO Certo vs. Errado O que quer dizer? Inadequação Correção vs. Incorreção Sentido, significado, semântica Coesão (ligação superficial entre palavras) Coerência (ligação profunda entre significados) Estrutura linguística Inferência / Dedução Fonética, morfologia, sintaxe Compreensão, entendimento Oração, período, sujeito, concordância... Informação

417 MÁXIMAS DE GRICE 1) QUANTIDADE: diga a quantidade certeza, sem deixar faltar ou sobrar. 2) QUALIDADE: diga algo correto e verdadeiro. 3) SEJA CONCISO: não seja prolixo. 4) SEJA RELEVANTE: não diga informações que não interessem ao assunto.

418 CARACTERÍSTICAS DO TEXTO
1) RELAÇÃO: o sentido se constrói na combinação de palavras e frases do texto (as partes trabalham para o todo). Ex.: O significado do último parágrafo se completa com o significado do primeiro. 2) CONTEXTO: o texto cria seu sentido ao se referir a elementos internos ou externos. Ex.: Dêiticos de lugar (aqui, lá), de tempo (hoje, naquele ano) e de pessoa (eu, ele, nós) só podem ser identificados no contexto. 3) INTERTEXTUALIDADE: o texto dialoga direta ou indiretamente com outros textos existentes. Pode ser para confirmar (paráfrase) ou se diferenciar (paródia) do texto anterior. Ex.: Ao questionar a frase “o trabalho dignifica o homem”, o texto estabelece uma relação de intertextualidade. 4) INFORMATIVIDADE (REMA): o texto deve trazer informações novas e relevantes. Ex.: é incoerente um texto que repete as mesmas informações (“como foi dito antes...”), sem acrescentar nada novo. 5) REPETIÇÃO (TEMA): o texto retoma elementos já ditos, caso contrário, o texto não teria coesão nem coerência. Ex.: “Pelé afirmou que os jogadores não devem se manifestar contra o racismo. A declaração do ex-jogador foi emitida...” 6) PROGRESSÃO (TEMA-REMA): ao mesmo tempo em que o texto repete (tema), o texto tem que trazer elementos novos (rema), para ser relevante (movimento de espiral). Ex.: “A inflação está aumentando no Brasil. Esse problema...”

419 CARACTERÍSTICAS DO TEXTO
7) SUBENTENDIDOS E IMPLÍCITOS: o texto traz informações que não estão escritas em seu corpo, mas que podem ser recuperadas a partir de relações com outras partes do texto, com outros textos ou com o conhecimento prévio do leitor (Ex.: “O atual rei da França parou de fumar”: implícitos: existe um rei da França; ele fumava antes). 8) MARCAS TEMPORAIS E IDEOLÓGICAS: um textos reforça e combate posições discursivas de sua época. Ex.: espera-se que um texto sindical traga o ponto de vista dos sindicalizados. 9) INTENCIONALIDADE: no texto, há a intenção do autor em dizer algo, de determinada forma, defendendo uma posição etc. Ex.: ainda na poesia, o texto tem um objetivo (provocar emoções e reflexões, p.ex.). 10) COERÊNCIA (ligação entre ideias): a repetição e a progressão devem criar sentidos não contraditórios e consistentes com a realidade interna e, até, externa ao texto. O assunto do texto deve ser mantido. O que se diz sobre este assunto não pode contradizer o que foi dito antes. 11) COESÃO (ligação entre palavras): o texto deve usar termos (palavras e expressões, como concordâncias corretas, pronomes retomando elementos já ditos, conjunções mostrando a relação entre orações etc.) empregados de acordo com a ideia que se quer apresentar.

420

421 INTERTEXTUALIDADE Intertextualidade é diálogo entre textos, seja em sentido semelhante (paráfrase) ou diverso (paródia). Pode ser: Marcada: quando a citação ao texto original é explícita, por exemplo, usando-se aspas; Não marcada: quando a fonte é vaga, apenas uma “inspiração”, sem referência clara.

422 SENTIDOS LITERAL E FIGURADO
Sentido denotativo: é o sentido literal, próprio, dicionarizado: Ex.: A flor amarela está morta no jardim. (flor = planta) Sentido conotativo: é o sentido metafórico, impróprio, figurado: Ex.: Gertrudes é uma flor. (flor = qualidade de beleza e graça) SINÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, um significado parecido (não existem sinônimos perfeitos, isto é, sempre intercambiáveis). Triste = melancólico. Resgatar = recuperar Maciço = compacto. Ratificar = confirmar Retificar = corrigir. Digno = decente, honesto Reminiscências = lembranças. Morrer = falecer. Insipiente = ignorante. Quaisquer palavras podem ser sinônimas em certas ocasiões (casa/proteção), até palavras opostas (bonito/feio, cedo/tarde).

423 ANTÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários. bom x mau; bem x mal; condenar x absolver; simplificar x complicar Questão: preto e branco são antônimos, ou apenas diferenças? POLISSEMIA: uma palavra por vários significados. Ocorre de forma mais neutra (quando a palavra tem vários usos em vários contextos, literais ou figurados; ex.: a palavra “ponto” pode se referir a um sinal gramatical, a uma parada de ônibus, a um número etc.) ou de forma mais política (as palavras têm sentidos diferentes dependendo do ponto de vista discursivo de quem fala; ex. palavras como “terra”, “invasão”, “ocupação”, “aborto”, “pecado”, “democracia”, “justiça”)

424 ACENTUAÇÃO E SENTIDO ACENTO DIFERENCIAL
Via de regra, não afeta a pronúncia, nem deriva de uma regra geral de acentuação. É usado para diferenciar o sentido entre duas palavras de pronúncia igual. Nova Ortografia: Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s), e pêra/pera. Permanece o acento diferencial em pôde/pode, pôr/por e o acento marcando os verbos ter e vir e suas variantes na 3ª p. do plural: eles têm / vêm / contêm / mantêm / intervêm / convêm... É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. * NOVA REGRA!!! Não há mais acento diferencial em ‘para’ (verbo ou preposição), ‘forma’ (verbo ou subst.), ‘pelo’ (subst. ou preposição) etc..

425 PONTUAÇÃO E SENTIDO Os policias que são violentos mataram o suspeito.
(oração subordinada adjetiva restritiva: alguns policiais são violentos e esses policiais mataram o suspeito) Os policias, que são violentos, mataram o suspeito. (oração subordinada adjetiva explicativa: todos os policiais são violentos, sendo que alguns policiais mataram o suspeito) Os policias violentos mataram o suspeito. (adjunto adnominal, que especifica um certo tipo de policial como sendo violento POR NATUREZA) Os policias, violentos, mataram o suspeito. (aposto explicativo: pode dar a entender que TODOS OS POLICIAIS SÃO VIOLENTOS, ou que os policiais, EM UM MOMENTO DE VIOLÊNCIA, mataram o suspeito)

426 COESÃO E COERÊNCIA COESÃO: é a amarração (ligação) entre as partes do texto mediante a escolha correta das palavras, das expressões e dos elementos gramaticais e linguísticos adequados no sentido de estruturar o texto. Se o texto está gramaticalmente correto e seus elementos se estruturam de modo a haver uma correta progressão textual, o texto é coeso. Aspetos gramaticais mais importantes à coesão (“amarração”): (1) pronomes: Carlos e Maria estudaram. Ele passou... (2) conjunções: O Brasil é um país ainda desigual. Porém, ... (3) concordância: Os moradores se revoltaram com as medidas adotadas pelo prefeito, que afirmou que em breve serão removidos. (4) advérbios: Hoje, No terceiro parágrafo, No início do texto, Neste país, Aqui, Lá... (5) paragrafação e pontuação: quebras significativas de tempo/lugar/foco/ponto de vista justificam quebras de parágrafo; quebras menores podem ser feitas por ponto final simples (na mesma linha), ponto-e-vírgula ou vírgula.

427 Conhecimentos gramaticais essenciais para Interpretação (coesão)
TÓPICO EXEMPLOS PRONOMES: demonstrativos (esse/este, aquele); pessoais (ele, o/a/lhe, consigo); indefinidos (tudo, nada, ninguém); possessivos (seus) etc. “João e Carlos são médicos; este é pediatra, aquele é cardiologista”. “O secretário comentou sobre a crise hídrica e abordou todos os seus problemas”. CONCORDÂNCIA: verbal (sujeito/verbo) e nominal (coisa/qualidade). “Grandes grifes brasileiras estão usando trabalhadores em condição de escravidão. Cada vez se sentem menos incomodadas com a opinião pública”. CONJUNÇÕES: ligações entre orações ou frases (oposição, adição, explicação, consequência, temporalidade, finalidade etc.). “Estudou, _____ não foi aprovado”. “Foi aprovado, ________ estudou”. “Estudou, _______ ser aprovado”. “Chorou ________ foi aprovado”. (tempo) PONTUAÇÃO: vírgula, ponto final (e paragrafação). Segmentações lógicas de texto.

428 COESÃO E COERÊNCIA COERÊNCIA: é o sentido lógico adequadamente construído pela progressão textual. A coerência pode ser interna ao texto (quando uma parte do texto dialoga e não contradiz com outra) ou externa ao texto (quando se reporta a fatos externos reais ou verossímeis). Ex. de erro de coerência interna: “A estratégia de combate à dengue não foi nada eficiente, mas conseguiu reduzir drasticamente os casos da doença neste verão”. Ex. de erro de coerência externa: “O jogador fraturou o braço, porque saiu de campo” (na verdade, “sair de campo” é consequência, não causa de o jogador ter fraturado o braço). Coesão e coerência estão interligados. Um texto com problemas gramaticais/estruturais (coesivos) terá prejudicada sua correta sequência lógico-argumentativa (coerência), e vice-versa.

429 RECURSOS DE COESÃO E PARÁFRASE
1) Emprego de palavras ou locuções sinônimas. Ex. É necessário ocorrência de mudanças sérias nas cidades. É imprescindível que haja profundas transformações urbanas. 2) Uso de anáforas e perífrases (elementos de retomada, especialmente pronomes e expressões valorativas). Ex1: João e Márcio são médicos; este é pediatra; aquele, cardiologista. Ex2: A inflação atingiu o governo brasileiro de forma mais intensa no século XX. Esse grande vilão também prejudicou as contas das famílias. 3) Troca de termo verbal por nominal, ou vice-versa. Ex.: É relevante que o governo amplie os gastos públicos. É relevante a ampliação dos gastos públicos por parte do governo.

430 RECURSOS DE COESÃO E PARÁFRASE
4) Omissão de termos facilmente subentendidos. Ex.: Nós precisamos de mais tempo e de mais recursos. Precisamos de mais tempo e recurso. 5) Mudança da ordem dos termos. Ex. No último semestre, a pior alta de preços foi no mês de maio. Foi no mês de maio que houve a maior alta de preços no último semestre. 6) Mudança do discurso. Ex.: É necessário que o governo participe (discurso direto). O autor afirma que é necessário que o governo participe (indireto).

431 RECURSOS DE COESÃO E PARÁFRASE
7) Mudança da voz verbal. Ex.: O ministro apresentou ressalvas ao projeto (voz ativa). Ressalvas ao projeto foram apresentadas [pelo ministro] (voz passiva sintética). Apresentaram-se ressalvas ao projeto (voz passiva sintética).

432 HÁ PARÁFRASE EM? TEXTO-BASE:: O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por não reconhecer no seu íntimo a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. a) Frequentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não reconhecer no seu íntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas. b) Não reconhecendo em seu âmago a importância de alguns momentos, de coisas simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado. c) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas, sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida frequentemente orientado. d) O ser humano segue, com frequência, vida afora, sem rumo, porquanto não ignora, em seu interior, a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, em seu mundo íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa. (gabarito: A)

433 DICAS DE INTERPRETAÇÃO
Escolhendo alternativas: 1) Descartar respostas idênticas ou praticamente idênticas (ou ambas estarão corretas, ou ambas estarão erradas); 2) Buscar, em primeiro lugar, a alternativa que seja uma paráfrase mais próxima de um trecho do texto (maior objetividade).

434 DICAS DE INTERPRETAÇÃO
Principais tipos de questões  1) Questões que exigem uma noção global de todo o texto (ex.: tema, opinião do autor).   2) Questões que indicam a linha ou o parágrafo que deve ser interpretado (ex.: No segundo parágrafo, No começo do texto, Na linha 15). 3) Questões que não indicam a linha ou o parágrafo a ser interpretado(a), mas apresentam uma palavra-chave. (ex.: “Sobre o desemprego na Europa...”; procure no texto o trecho com palavras relacionadas a emprego/desemprego e a “Europa”).

435 DICAS DE INTERPRETAÇÃO
1) Ter um bom conhecimento prévio de vocabulário (principalmente da área do concurso) e dos gêneros textuais(especialmente os jornalísticos, como editorial, artigo, notícia...). 2) Conhecer a banca e o modo de resolver questões de interpretação (fazendo exercícios, principalmente da banca que deverá realizar o seu concurso). 3) Fazer primeiro as questões gramaticais; as questões de interpretação demandam mais tempo.

436 DICAS DE INTERPRETAÇÃO
4) Não se assustar com o tamanho do texto; é possível responder a maior parte das questões de interpretação sem ler o texto todo. 5) Ler primeiro as questões e, depois, ler o trecho do texto pedido pelas questões. Ler as questões; depois, o texto. 6) Se houver tempo, ler o texto todo, repassando com mais ênfase os trechos pedidos pelas questões. 7) Grife, sublinhe, rabisque, relacione palavras-chave. Faça marcações e indexações de assuntos do texto.

437 DICAS DE INTERPRETAÇÃO
8) Busque entender a linha argumentativa que o texto vai tomando: diferenciar as posições do autor do texto de posições trazidas por ele para serem rebatidas; compreender os articuladores argumentativos (especialmente conjunções) e o uso de anáforas e catáforas. 9) Busque separar a parte subjetiva do texto (ponto de vista do autor, incertezas) da parte objetiva (dados numéricos, datas, afirmações categóricas); busque fazer uma leitura tanto informativa (da superfície do texto) quanto profunda (dos pressupostos, implícitos, subentendidos e inferências possíveis de serem extraídos do texto). 10) Evite confundir suas opiniões pessoais com as opiniões do texto.

438 DICAS DE INTERPRETAÇÃO
11) Leia atentamente a questão e pergunte-se se sua primeira interpretação está correta. Releia o texto várias vezes, especialmente o trecho envolvido na questão e os trechos imediatamente antes e depois. 12) Há questões que pedem um conhecimento prévio e externo para serem respondidas. Nesse aspecto, uma boa bagagem das matérias que caem no concurso e de assuntos da atualidade pode ajudar.

439 TIPOLOGIA TEXTUAL 1. Descrição: a ênfase é dizer como uma coisa ou ser vivo é ou funciona. Pode ser uma descrição física (descrevendo uma sala, um rosto etc.) ou psicológica (descrevendo uma situação ou um comportamento). Os verbos de ligação e a adjetivação são bastante usados em descrição. Aqui, o importante não é relatar uma sequência de ações. A descrição seria como uma “fotografia” de algo ou alguém. Por exemplo, você pode olhar uma imagem e descrever o que você observa, pode dar características psicológicas de uma pessoa (dizer se ela é alegre, triste, mesquinha etc.). 2. Narração: o foco é contar uma sequência de ações. A narração usa muitos verbos de conteúdo (verbos de movimento, de ação). A narração seria como um “filme” de algo ou alguém. Por exemplo, são textos narrativos: conto, romance, piada, dizer como foi seu dia etc.

440 TIPOLOGIA TEXTUAL Narrador: é quem conta a narração. Pode participar também como personagem da narração (narrador-personagem, 1ª pessoa) ou não (narrador externo, 3ª pessoa). O narrador pode ser onisciente (quando demonstra conhecer o pensamento dos personagens) ou participante (quando vai tomando ciência na medidas em que os fatos vão sendo narrados). Não confundir narrador (a voz que conta a história) com o autor (o sujeito real que responde pelo texto e tem sobre ele direitos). Discurso: é a forma como a fala, a escrita ou o pensamento de um personagem é demonstrado no texto. 1) Direto: a palavra está com o próprio personagem e o texto busca representar uma transcrição exata de todas as suas palavras. Normalmente, há marca de discursos diretos, como travessão ou aspas. Ex.: João gritou: “Marta, não me engane!”. 2) Indireto: A palavra permanece com o narrador, sendo que o personagem fala no texto de forma indireta, por meio do relato do narrador. Ex.: João pediu para que Marta não o enganasse. 3) Indireto livre: é a mistura dos dois discursos anteriores. A palavra parece permanecer com o narrador, mas o ponto de vista usado é essencialmente do personagem, pelo menos em alguns trechos. Ex.: João caminhava indeciso pela Rua. Será que Marta estaria calma? Será que deveria deixar para falar com ela um outro dia?)

441 TIPOLOGIA TEXTUAL 3. Dissertação: o foco é dar uma opinião sobre algo ou refletir sobre uma situação. Muito usado em textos jornalísticos e em textos de opinião, como entrevistas, artigos de opinião, editoriais, livros didáticos etc. Pode ter um caráter mais opinativo ou mais expositivo. Normalmente, se compõe de três partes: 1) introdução (apresentação do tema, visão geral); 2) desenvolvimento (diversos posicionamentos sobre o tema); 3) conclusão (desfecho, parte que, em geral, contém a ideia com a qual o autor concorda). Atenção 1: os tipos de texto podem vir misturados, o que não impede você de tentar buscar o tipo de texto que prevalece. Por exemplo, uma piada será prioritariamente narrativa, ainda que haja elementos descritivos dizendo como uma pessoa se veste ou está. Atenção 2: Não confundir “tipo” (os 3 aqui vistos) com “gêneros” que são formas consolidadas de construção textual. Os gêneros usam os tipos para se formar. Por exemplo, os gêneros “piada”, “história em quadrinhos”, “conto” são basicamente do tipo “narrativo”; os gêneros “artigo de opinião”, “entrevista”, “editorial” e “tese acadêmica” são essencialmente dissertativos.

442 TIPOLOGIA TEXTUAL Identifique o tipo e o gênero dos trechos abaixo:
1) Uma loira estava subindo uma escada rolante quando acabou a energia. A loira ficou parada. Outra loira se aproximou da escada e disse: “Por que você está aí parada de pé, consegue ver que existem degraus?” A primeira loira respondeu: “Sim”. A segunda retrucou: “Pois, então, sente-se!”. 2) Correio Braziliense - Hoje você grava menos discos, faz menos shows, compõe menos do que antes. O que o tempo fez com o artista Chico Buarque? Chico Buarque - Sou hoje um músico mais completo, um compositor mais exigente que há 30 anos, menos prolixo e mais apurado. 3) Trapézio é o quadrilátero que só possui dois lados opostos paralelos com comprimentos distintos, denominados base menor e base maior.

443 TIPOLOGIA TEXTUAL 4) Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. (José de Alencar, Iracema) 5) Cerca de famílias de trabalhadores rurais sem-terra estão acampadas há mais de um mês no município de Eldorado dos Carajás, sul do Pará. Reivindicam a desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A mídia corporativa, que frequentemente criminaliza o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, já está em campanha contra o “Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária” de O artigo “O vermelho de abril” publicado no Estadão de domingo passado, 4 de abril, é uma mostra do que está por vir. 6) Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos, inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um doido.” (Euclides da Cunha, Os Sertões)

444 TIPOLOGIA TEXTUAL 7) Meus cabelos eram muito bonitos, dum negro quente, acastanhado nos reflexos.Caíam pelos meus ombros em cachos gordos, com ritmos pesados de molas de espiral. (Mário de Andrade, Tempo da Camisolinha) 8) Entende-se por juízo um pensamento por meio do qual se afirma ou nega alguma coisa, se enuncia algo; serve para estabelecer relação entre duas idéias. Emitir um juízo é o mesmo que julgar. A inteligência opera por meio de juízos; raciocinar consiste em encadear juízos para tirar uma conclusão.” (Carlos Toledo Rizzini, Evolução para o Terceiro Milênio) 9) Nesta fotografia, o escravo aparece em panos pobres e descalço, numa posição marginal, comparando-se com o seu senhor, que fica ao centro. Os escravos estão sérios, porque temem sorrir ou fazer qualquer movimento que estrague a foto, o que seria motivo para apanharem de seu senhor.

445 GÊNEROS TEXTUAIS São estruturas de textos (escritos ou orais) que se repetem em determinados contextos sociais, para determinadas finalidades, e que podem ser facilmente reconhecidas pelo interlocutor. RECONHECENDO UM GÊNERO TEXTUAL Estrutura repetitiva (cristalizada) de textos escritos ou orais (ex.: “piada” é um gênero curto de humor, em que a “graça” está na última frase; usa personagens característicos/estereotipados). Usado em determinados contextos sociais (piadas são comuns em situações mais informais, ou situações mais formais em que são usadas como “ensinamentos”). Usado para determinadas finalidades (piadas são textos de prazer). São facilmente reconhecidos enquanto tal (não é preciso ensinar a ninguém o que é uma piada). Um gênero pode ter um ou mais tipos textuais (“piada” é um gênero do tipo “narrativo”, que pode envolver, secundariamente, descrição e dissertação).

446 GÊNEROS TEXTUAIS Gêneros textuais mais comuns em provas:
Artigo (D): texto dissertativo sobre assunto técnico. Editorial (D): artigo assinado pelos editores de um jornal, revista etc. Notícia (D/N): relato breve de um acontecimento “real”. Crônica (N/D): mescla fato cotidiano com uma análise filosófica, sociológica ou poética sobre um episódio “banal”. Entrevista (D): alternância de perguntas e respostas entre entrevistador e entrevistado. Charges (D/N): humor gráfico sobre assuntos datados, com figuras reais. Quadrinhos (N): humor gráfico sobre assuntos não necessariamente datados, envolvendo personagens ficcionais.

447 FIGURAS DE LINGUAGEM Sentido denotativo ou literal: é o sentido “ao pé da letra”, que segue a letra do que está dito, que segue o sentido mais imediato que pode ser visto num Dicionário. Exemplo: A rosa é uma flor que nasce da roseira. Sentido conotativo ou figurado: é o sentido que foge do sentido literal. Usa figuras de linguagem, o que faz criar um efeito de surpresa, fugindo do sentido ao pé da letra da palavra. Exemplo: Maria é uma rosa.

448 PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM
Metáfora: comparação que simula uma real identidade entre coisas distintas (sem o uso do “como”): Ex.: Maria é uma flor. Comparação: metáfora que explícita o “fingimento” da aproximação entre coisas distintas: Ex.: Maria é como uma flor. Metonímia: relação de contiguidade / proximidade entre os elementos aproximados no texto. Ex.: “comi um prato de macarrão”; “em breve, comparei o meu teto”; “conquistei tudo com o meu suor”. Ironia: dizer uma coisa querendo dizer o seu contrário; normalmente com interesse de gerar humor. Ex.: “Chegou cedo hoje, ein?!” (cedo = tarde). Hipérbole: exagero intencional (é o contrário do eufemismo). Ex.: “Estou te esperando há cinco horas!”. “Estou morto de fome”. Eufemismo: amenização intencional (é o contrário da hipérbole). Ex.: “Joana finalmente descansou”. (descansou = morreu). “Carlos bateu com as botas” (= morreu).

449 FIGURAS DE LINGUAGEM Dividem-se em três grupos: 1) figuras de palavra, 2) figuras de pensamento; 3) figuras de sintaxe. FIGURAS DE PALAVRA 1) METÁFORA: Aproximar por semelhança dois elementos, sem, contudo, usar de termos comparativos (“como”) nem explicitar o elemento comum entre os elementos, porque o cerne é fundir um sentido por completo no outro. Ex.: Amor é o fogo que arde sem se ver... 2) COMPARAÇÃO OU SÍMILE: Comparar dois elementos; diferentemente da metáfora, usam-se termos comparativos e explicita-se o elemento comparativo. Ex.: Amor é animador e destruidor como o fogo...

450 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PALAVRA 3) CATACRESE:
Empregar um termo em um outro contexto, para nomear um outro elemento para o qual não há um termo adequado. Ex.: pé da cama, céu da boca, braço do sofá. 4) SINESTESIA: Misturar dois ou mais sentidos (paladar, audição, visão, olfato, tato). Ex.: Vem da sala de linotipos a doce (paladar) música (audição) mecânica. (Carlos Drummond de Andrade). 5) ANTONOMÁSIA: Substituir um nome por uma qualidade que caracteriza esse nome. Ex.: O herói manchego (= Dom Quixote), O rei do futebol (=Pelé).

451 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PALAVRA
6) METONÍMIA: Tomar o todo pela parte ou a parte pelo todo (usar “suor” no lugar de “sacrifício”). É a troca de uma palavra pela outra, sendo que entre elas há um elemento real de conexão. Ex.: Gostei de ler aquele Camões (o autor pela obra); João adquiriu seu teto (a parte pelo todo); Vamos cuidar da velhice (o abstrato pelo concreto: velhice / velhos); Vou comer mais um prato (o continente pelo conteúdo); Ele ganha a vida com seu suor (o efeito pela causa). 7) ALITERAÇÃO: Repetir o mesmo fonema consonantal. Ex.: Vozes veladas veludosas vozes / volúpias dos violões, vozes veladas. (Cruz e Souza) 8) ASSONÂNCIA: Repetir o mesmo fonema vocal. Ex.: Sou Ana, da cama / da cana, fulana, bacana / Sou Ana de Amsterdam. (Chico Buarque)

452 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PALAVRA 9) PARANOMÁSIA:
Usar palavras semelhantes na pronúncia, mas distantes no sentido. Ex.: Berro pelo aterro, pelo desterro / berro por seu berro, pelo seu erro. (Caetano Veloso) 10) ONOMATOPEIA: Escolher uma palavra que se aproxime do ruído de um ser ou de uma ação. Ex.: bem-te-vi, zum-zum-zum.

453 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PENSAMENTO 1) ANTÍTESE:
Aproximar palavras de sentidos opostos. Ex.: Quando um muro separa / uma ponte une (Paulo César Pinheiro). 2) PARADOXO: Aproximar ideias ou imagens com sentidos opostos. Ex.: E a cidade / que tem braços abertos no cartão postal / com os punhos fechados na vida real. (Paralamas do Sucesso). 3) GRADAÇÃO: Enumerar ações ou palavras que seguem uma ordem crescente ou decrescente; por exemplo, do mais simples para o mais complexo ou vice-versa, de uma ação anterior para uma posterior ou vice-versa, do mais tênue ao mais agressivo ou vice-versa. Ex.: Rota, baça, nojenta, vil... Sucumbiu... (Raimundo Correa)

454 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PENSAMENTO 4) HIPÉRBOLE:
Usar uma palavra ou expressão com a intenção de provocar um exagero (opõe-se ao eufemismo). Ex.: Estou te esperando há dez horas debaixo dessa chuva, morto de frio. 5) EUFEMISMO: Usar uma palavra ou expressão com a intenção de atenuar (amenizar) uma situação. Ex.: O aluno João Roberto não está mais entre nós. (Legião Urbana; o aluno João Roberto faleceu). 6) IRONIA: Dizer uma coisa querendo dizer o seu oposto, com intenção sarcástica. Ex.: Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor...

455 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PENSAMENTO
7) PROSOPOPEIA, PERSONIFICAÇÃO OU ANTROPORMORFIZAÇÃO: Atribuir a seres não humanos traços ou condutas humanos. Ex.: O vento beija meus cabelos (Lulu Santos e Nelson Motta). 8) CATACRESE. Na falta ou desconhecimento de nome específico, nomeiam-se coisas ou parte de coisas com atributos de outras coisas. Ex.: Leito do rio. Dente de alho. Barriga da perna. Céu da boca. Embarcar num trem. Enterrar uma agulha no dedo. 9) APÓSTROFE: Interpelar (chamar) seres presentes ou imaginados. Ex.: “Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal!”.

456 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE PENSAMENTO
10) PERÍFRASE OU CIRCUNLÓQUIO: Substituir uma palavra por uma série de palavras. Ex.: O Gol foi de novo o carro mais vendido do ano. O veículo da Volkswagen superou concorrentes como o Uno e o Celta. 11) PLEONASMO: Repetir enfaticamente um termo. Ex.: Os filhos, viu-os o pai. Eu vi o evento com meus próprios olhos. (denominação pejorativa: “redundância”)

457 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE SINTAXE 1) ANÁFORA
Repetir a mesma palavra no início de frase ou verso. Ex.: É pau, é pedra, é o fim do caminho / É um resto de toco, é um pouco sozinho. (Tom Jobim) 2) ASSÍNDETO (síndeto = conjunção) Omitir as conjunções entre orações coordenadas. Ex.: Bebeu, cantou, chorou, saiu. (omitiu-se a conjunção “e”). (Lembrar as orações coordenadas assindéticas, que não se iniciam com coordenações). 3) POLISSÍNDETO (síndeto = conjunção) Repetição de conjunção. Ex.: E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta. (Olavo Bilac)

458 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE SINTAXE 4) PERÍFRASE OU CIRCUNLÓQUIO
Repetir uma ideia já sugerida em um termo anterior. Pode ter um efeito dito “errado” pela gramática, chamado de ‘redundância’ (Ex.: Subiu para cima) ou pode ser um recurso literário de ênfase (Ex.: “Não os venci. Venceram-me eles a mim”. Rui Barbosa). 5) ELIPSE OU ZEUGMA Suprimir de palavras já ditas no texto, as quais podem ser subentendidas. Ex.: Ela vendeu seu carro; ele, sua bicicleta (omite-se a segunda ocorrência de “vendeu”, substituída pela vírgula, que marca a elipse). 6) HIPÉRBATO Inverter a ordem sintática padrão do português (que é sujeito-verbo-objeto). Ex.: Passeiam, à tarde, as belas na avenida. (Carlos Drummond de Andrade). 7) QUIASMO: Repetir e inverter termos, ao mesmo tempo. Ex.: “No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho (Drummond). 8) ANACOLUTO Interromper o fluxo sintático, dando ênfase a um elemento no começo da frase (chamado de tópico) para depois se fazer um comentário sobre ele. Essa estrutura também é chamada de estrutura tópico-comentário. Ex.: O boné, jamais o garoto o comprou. Ex.: A Ana, encontrei com ela hoje.

459 FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE SINTAXE
8) HIPÁLAGE: Associar um adjetivo a um nome, de modo que essa combinação provoque um estranhamento. Ex.: Em cada olho um grito castanho de ódio. (Dalton Trevisan). Ex.: O vôo branco das andorinhas o fascina. 9) ENÁLAGE: Enálage Troca de tempos verbais, alterando a correlação verbal mais óbvia. Ex.: Se você viesse, ganhava [ganharia] minha vida mais entusiasmo, / Agora que murcharam teus loureiros/ Fora [seria] doce em teu seio amar de novo. (Álvares de Azevedo) 10) SILEPSE OU CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA: É a concordância pela ideia ou pelo sentido e não pela gramática pura e simplesmente. A silepse pode ser de gênero (Ex: “Senhor, Vossa Excelência está enganado”; “enganado” concorda com o vocativo masculino “Senhor”, e não com o sujeito feminino “Vossa Excelência”), de número (Ex.: “A turma estava feliz, pois passaram no concurso”; “passaram” está no plural porque foi mais de um aluno que passou) ou de pessoa (Ex.: “Os brasileiros não desistimos nunca”; “desistimos” é verbo de 1ª pessoa do plural, para enfatizar que o locutor se inclui entre “os brasileiros”).

460 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS HOMÔNIMOS são palavras que apresentam, entre si:
pronúncia idêntica (homônimos homófonos) grafia idêntica (homônimos homógrafos) PARÔNIMOS são palavras parecidas no som ou na grafia. O assunto pode ser cobrado em Ortografia ou em Interpretação. Abaixo, uma lista dos PRINCIPAIS PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS: acender (atear fogo) / ascender (subir) acento (entonação) / assento (banco) acerca de (sobre) / cerca de (aproximadamente) / há cerca de (faz aproximadamente) afim (semelhante) / a fim de (com a finalidade de) asado (com asas) / azado (oportuno) área (território, espaço) / ária (tipo de música) astral (astros) / austral (fica ao sul) amoral (indiferente à moral) / imoral (contra a moral, devasso) apreçar (ver preço) / apressar (pôr pressa)

461 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS conjetura (suposição) / conjuntura (situação)
arrear (pôr arreios) / arriar (abaixar) bucho (barriga) / buxo (arbusto) caçar (perseguir) / cassar (anular) cauda (rabo) / calda (cobertura) cavaleiro (anda a cavalo) / cavalheiro (gentil) cegar (tirar a visão) / segar (cortar) cela (aposento) / sela (arreio) censo (recenseamento) / senso (juízo, sentido) cerração (névoa) / serração (serrar) cessão (doar) / seção ou secção (repartição ou corte) / sessão (reunião) chá (bebida) / xá (título de soberano) chalé (casa de campo) / xale (vestimenta) cheque (ordem de pagamento) / xeque (lance de xadrez) cidra (fruta) / sidra (bebida) comprimento (extensão) / cumprimento (saudação) concerto (show) / conserto (reparo) conjetura (suposição) / conjuntura (situação)

462 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS coser (costurar) / cozer (cozinhar)
deferir (conceder) / diferir (adiar, diferenciar) delatar (denunciar) / dilatar (alargar) descrição (ato de descrever) / discrição (discreto) descriminar (inocentar) / discriminar (diferençar) desencargo (desobrigar-se de uma tarefa) / descargo (alívio) despensa (compartimento) / dispensa (desobrigação) despercebido (sem ser notado) / desapercebido (desprevenido) destratar (insultar) / distratar (desfazer) discente (aluno) / docente (professor) emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar) emigrante (sai, ex) / imigrante (entra, in) eminente (nobre) / iminente (prestes a acontecer) esperto (ativo) / experto (especialista) espiar (olhar) / expiar (sofrer pena) estada (permanência de pessoa) / estadia (perman.de veículo) estrato (camada) / extrato (extraído)

463 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS inflação (aumento dos preços) / infração (violação) intemerato (puro) / intimorato (corajoso) facundo (eloquente) / fecundo (fértil) flagrante (evidente) / fragrante (aromático) fluir (escorrer) / fruir (desfrutar) fúsil (que se pode fundir) / fuzil (arma) / fusível (resistor) incerto (duvidoso) / inserto (inserido) incipiente (iniciante) / insipiente (ignorante, sem saber) indefesso (incansável) / indefeso (sem defesa) infligir (aplica pena) / infringir (violar) intercessão (súplica) / interseção (cruzamento) laço (laçada, nó) / lasso (cansado, frouxo) lactante (quem amamenta) / lactente (que mama) / latente (pulsante) lixar (passar a lixa, tirar o áspero) / linchar (assassinar) lista (relação) / listra (linha) mandado (ordem judicial) / mandato (procuração) passo (caminhar) / paço (palácio)

464 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS perca (verbo) / perda (subst.)
pleito (disputa) / preito (homenagem) preeminente (nobre) / proeminente (saliente) prescrever (receitar, expirar prazo) / proscrever (afastar) ratificar (confirmar) / retificar (corrigir) remição (resgate) / remissão (perdão) seda (fibra para tecido) / ceda (verbo ‘ceder’) soar (produzir som) / suar (transpirar) sortir (abastecer) / surtir (causar, provocar) sustar (suspender) / suster (sustentar) tacha (prego) / taxa (tributo) tachar (censurar, pejorar) / taxar (cobrar tributo) tilintar (soar, fazer barulho) / tiritar (tremer de frio) tráfego (trânsito, movimento) / tráfico (comércio) umidade (aquoso, molhado) / humildade (modesto, simples) usuário (quem usa) / usurário (avarento, agiota) vadiar (estar sem rumo) / vadear (atravessar a vau a pé) viagem (subst.) / viajem (verbo) vultoso (grande) / vultuoso (inchado, avermelhado)

465 MAPAS MENTAIS – INTERPRETAÇÃO Prof. Paulo Vieira – Unicursos (2015)

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