XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento

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Transcrição da apresentação:

XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA, PARASITOLÓGICA E FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DE LAVAGEM DE FILTROS RECIRCULADA EM ETA DE CICLO COMPLETO Autor: Ivan Canale – Biólogo SEMAE Piracicaba Orientadora: Profª. Dra. Cassiana Maria R. Coneglian – FT UNICAMP Limeira

Introdução Água de Lavagem de Filtros das ETAs: água residuária com potencial de reaproveitamento: gerada em volumes consideráveis: 3 a 6% de toda a água produzida na ETA (FREITAS, 2010); contém fragmentos de flocos (impurezas) não removidos nos decantadores e que ficaram retidos nos filtros; necessidade de conhecer suas características físico-químicas, microbiológicas e parasitológicas pela possibilidade de ocorrer concentração de impurezas.

Objetivos Monitorar as características microbiológicas, parasitológicas e físico-químicas da água de lavagem dos filtros da ETA; Avaliar a eficiência do tratamento (clarificação) realizado na água de lavagem de filtros, nas suas características físico-químicas, microbiológicas e parasitológicas; Monitorar a ocorrência de cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. na água bruta captada do rio Corumbataí, bem como a eficiência de remoção destes protozoários pela ETA de ciclo completo; Avaliar as características físico-químicas, microbiológicas e parasitológicas da água filtrada da ETA, a fim de verificar eventuais impactos (protozoários e potencial de THMs) possivelmente relacionados à recirculação da água de lavagem dos filtros para o sistema de tratamento de água e para a manutenção da qualidade da água tratada.

Revisão Bibliográfica Figura 1: Estações de Tratamento de Água (ETAs) para abastecimento público ETA de ciclo completo

Revisão Bibliográfica Resíduos gerados nas ETAs Lodo dos floculadores e decantadores: produzidos em menores volumes, porém, com alta concentração de sólidos; Água de lavagem dos filtros (ALF): produzida em maiores volumes, porém, com menores concentrações de sólidos (DI BERNARDO, 2005b). Qualidade dos resíduos gerados depende de diversos fatores: Qualidade da água bruta; Tecnologia de tratamento; Produtos químicos utilizados no tratamento; Método de limpeza dos decantadores e lavagem dos filtros; Automação dos processos e operações na ETA.

Revisão Bibliográfica Figura 2: Lavagem dos Filtros D C B A Ciclo de lavagem dos filtros: (A) insuflação de ar no leito filtrante; (B) lavagem com água no sentido ascensional - 15 segundos; (C) lavagem com água – 60 segundos; (D) finalizando a lavagem com água – 180 segundos (autor - arquivo pessoal)

Revisão Bibliográfica Figura 3: Lavagem dos Filtros (aspectos qualitativos) Variação da concentração de sólidos suspensos totais nas amostras da água de lavagem de filtro, coletadas em intervalos de 30 s (DI BERNARDO et al.,2002)

Revisão Bibliográfica Tabela 1: Características de qualidade da água de lavagem de filtro (ALF) sem tratamento, clarificada por sedimentação (sem o uso de polímeros) e clarificada com o uso de polímero (aniônico) – ETA de São Carlos – SP (SCALIZE, 1997) PARÂMETROS A.L.F. sem tratamento ALF clarificada por sedimentação, sem polímero (sobrenadante) com polímero Turbidez (uT) 147 37,2 8,14 Cor Aparente (Uc) 790 ND Sólidos Totais (mg/L) 189 30 16 Sólidos Totais Fixos (mg/L) 143 22 8 Sólidos Totais Voláteis (mg/L) 53 7 Carbono Orgânico Total (mg/L) 11,4 6,9 4,2 Alumínio (mg/L) 3,60 0,17 0,02 Coliformes Totais (NMP / 100 mL) 2737 765 318 Escherichia coli (NMP / 100 mL) 227 43 11 PARASITOLÓGICO (qualitativo) Cisto de Entamoeba coli + Larva de Strongyloides stercoralis Larva de Ancylostomatidae Ovo de Ancylostomatidae

Revisão Bibliográfica Figura 4: Potencial de Formação de trihalometanos (THMs) e ácido haloacéticos (AHAs) em água de lavagem de filtros Potencial de Formação de Subprodutos da Desinfecção (THMs – trihalometanos e HAAs – ácidos haloacéticos) em água bruta (Raw) e ALF (FBWW) (MCCORMICK et al., 2010)

Revisão Bibliográfica Tratamento da Água de Lavagem de Filtros para recirculação do líquido clarificado Condicionantes para a recirculação da água de lavagem de filtros junto à água bruta em ETA de ciclo completo (FREITAS, 2010; USEPA, 2002): Clarificação (com ou sem acondicionamento químico com polímeros) - clarificação da ALF com polímeros pode minimizar os riscos associados à recirculação desse efluente. Controle da vazão de recirculação: Califórnia e Ohio (EUA): vazão de recirculação inferior a 10% da vazão de água bruta da ETA; Maryland (EUA): vazão de recirculação inferior a 5% após clarificação com aplicação de polímeros.

Metodologia A Estação de Tratamento de Água Capim Fino ETA de ciclo completo; Vazão de tratamento: 1300 L.s-1; Composição: 4 conjuntos de floculadores, cada um dividido em 4 câmaras; 4 decantadores; 14 filtros (areia – antracito); Água bruta recebe cloro, cal hidradata e coagulante (PAC); Lavagem dos filtros: ar + água tratada. Figura 5: ETA Capim Fino Produção diária de água tratada: 112.320 m3; Cada um dos 14 filtros são lavados, em média, 2 vezes por dia; Cada procedimento de lavagem consome 72 m3 de água tratada; Gasto diário de água com a lavagem dos filtros: 2.016 m3 (1,79% da água tratada produzida)

Metodologia Água de lavagem dos filtros (ALF) Elevatória Dosagem polímero aniônico (0,3 mg/L) Fig. 6: Tanque de Clarificação ALF clarificada Fig. 7: Recirculação da ALF clarificada junto com a água bruta (recirculação intermitente; vazão = 60 L/s) Elevatória

Figura 8: Detalhes do tanque de clarificação Metodologia Figura 8: Detalhes do tanque de clarificação

Delineamento amostral Metodologia Delineamento amostral ABr: água bruta aduzida à ETA, proveniente do rio Corumbataí. ALFBr: água de lavagem de filtros bruta (não clarificada). ALFCl: água de lavagem de filtros clarificada: coletas de fevereiro, março, abril e maio/2013 = clarificação sem polímeros (sedimentação); coleta de junho/2013 a maio/2014 = clarificação com polímero aniônico (0,3 mg/L). AFILT: água filtrada da ETA.

Metodologia Tabela 2: Parâmetros avaliados (físico-químicos) Tipo de amostra analisada Metodologia e Equipamento utilizado Cloro Residual ALFBr, ALFCl, AFILT Colorimétrico (método DPD) Colorímetro LaMotte, modelo Smart2 Turbidez ABr, ALFBr, ALFCl, AFILT Nefelométrico – Turbidímetro Hach 2100Q Cor Verdadeira ABr, ALFBr, ALFCl, AFILT Espectrofotométrico – Colorímetro AquaColor PoliControl pH Potenciométrico – pHmetro Digimed DM-22 COT (Carbono Orgânico Total) Colorimétrico – kit comercial Hach® - Total Organic Carbon Alumínio Solúvel Colorimétrico Sólidos Totais, Sólidos Fixos e Sólidos Voláteis ABr, ALFBr, ALFCl Gravimétrico Sólidos Sedimentáveis Potencial de Formação de THMs Colorimétrico - kit comercial Hach® - THM Plus™: Trihalomethanes THMs AFILT Acrilamida ALFCl, AFILT USEPA Method 3535A (Solid Phase Extraction – SPE) e USEPA Method 8316 (Acrylamide, acrylonitrile and acrolein by HPLC)

Metodologia Parâmetros avaliados (microbiológicos e parasitológicos) Coliformes Totais e Escherichia coli: substrato cromogênico (quantitativo); Protozoários: Giardia spp. e Cryptosporidium spp.: concentração por filtração em membrana (FRANCO et al. 2001) e detecção de cistos/oocistos por reação de imunofluorescência direta. Fig. 9: Filtração da amostra Fig. 10: Raspagem da membrana Fig. 11: Centrifugação Fig. 12: Pellet final Fig. 14: Microscopia de Fluorescência Fig. 13: Kit Merifluor (RID)

Resultados e Discussão Avaliação da qualidade da água bruta (ABr) Tabela 3: Resultados das análises físico-químicas realizadas na água bruta do rio Corumbataí - ABr (ETA Capim Fino), no período de fevereiro/2013 a maio/2014 Data pH Turbidez (NTU) Cor (mg Pt- Co/L COT (mg/L) Al (mg/L) Sólidos Totais Fixos (mg/L) Sólidos Totais Voláteis Sólidos Sedimentáveis (mL/L) Potencial de Formação de THMs (µg/L) Chuvas*** 25/02/13 7,23 106 280* 2,9 0,13 114 45 0,1 350 10,7 18/03/13 7,27 61 187* 0,9 0,09 179 32 120 43,3 08/04/13 7,26 119 75** 151 26 640 93,6 13/05/13 7,36 11 31** 3,4 0,01 165 8 <0,1 100 0,0 25/06/13 7,17 23** 0,8 0,06 75 39 80 14,3 15/07/13 7,03 28 26** 0,4 0,04 97 38 160 05/08/13 7,02 19 18** 0,03 93 47 150 04/09/13 7,00 14 34** 0,5 0,02 98 6 90 03/02/14 18 59** 4,0 180 62 24/03/14 7,10 329 410** 6,3 0,20 258 33 0,2 300 23,0 07/04/14 6,97 45** 5,2 67 27 4,8 20/05/14 7,05 13 20** 4,2 88 55 * Cor aparente **Cor verdadeira ***Acumulado de chuvas nos 5 dias anteriores à coleta

Resultados e Discussão Tabela 4: Resultados das análises microbiológicas e parasitológicas realizadas na água bruta do rio Corumbataí - ABr (ETA Capim Fino), no período de fevereiro/2013 a maio/2014 Data Coliformes Totais (NMP/100 mL) Escherichia coli Giardia spp. (nº de cistos/L) Cryptosporidium spp. (nº de oocistos/L) 25/02/13 300.000 5.000 < LMD 18/03/13 50.000 24.000 50,0 08/04/13 3.000 13/05/13 2.600 25/06/13 33,3 15/07/13 19,2 05/08/13 90.000 1.700 58,8 <LMD 04/09/13 2.300 75,0 03/02/14 7.000 200 24/03/14 07/04/14 11.000 1.300 20/05/14 13.000 < LMD: menor que o limite mínimo de detecção

Resultados e Discussão Avaliação da qualidade da água bruta (ABr) – Rio Corumbataí: Carga poluidora despejada pelas cidades à montante da captação de Piracicaba (esgotos domésticos): 5000 Kg DBO/dia (sem considerar poluição difusa) (CETESB, 2013); Carga poluidora + déficit de mata ciliar = picos de turbidez, cor e Potencial de Formação de THMs (principalmente nos períodos de chuva – fevereiro e abril/2013; março/2014); Esgotos domésticos / dejetos de animais: altos níveis de coliformes totais e E. coli e ocorrência de Giardia spp.: cinco resultados positivos em doze análises realizadas / concentração de cistos: <LMD a 75,0 cistos/L; apenas um resultado positivo para Cryptosporidium spp. (19,2 oocistos/L). Fig. 15: Cistos de Giardia spp. isolados de amostras da água bruta – RID (fonte: autor)

Resultados e Discussão Tabela 5: Caracterização físico-química (média dos resultados) da ALF bruta (ALFBr), ALF clarificada por sedimentação (sem polímero) e ALF clarificada com polímero aniônico e percentual de remoção dos parâmetros avaliados Parâmetros ALFBr (média dos resultados obtidos no período de maio/2013 a maio/2014 – amostras compostas) ALF clarificada por simples sedimentação (sem o uso de polímero) – resultados de fevereiro a maio/2013 ALF clarificada com o uso de polímero aniônico – resultados de junho/2013 a maio/2014 Média dos resultados analíticos (fevereiro a maio/2013 % de remoção Média dos resultados analíticos (junho/2013 a maio/2014) Turbidez (NTU) 123 112 9 31 75 Cor Verdadeira (mg Pt-Co/L) 54 5 91 18 67 COT (mg/L) 10,5 4,4 58 4,2 60 Alumínio (mg/L) 0,33 0,19 42 0,22 33 Sólidos Totais (mg/L) 340 252 26 178 48 Sólidos Totais Fixos (mg/L) 267 222 17 134 50 Sólidos Totais Voláteis (mg/L) 73 30 59 44 40 Sólidos Sedimentáveis (mL/L) 11,2 3,8 66 1,3 88 Potencial Form. THMs (µg/L) 195 >318 * 37

Resultados e Discussão Caracterização microbiológica e parasitológica da ALF Análises microbiológicas Coletas de ALF bruta de abril, julho, agosto e setembro de 2013, foram detectados apenas coliforme total (1,1 NMP/100 mL); em ALF clarificada, verificou-se a ocorrência de coliformes totais em fevereiro/2014 (23,0 NMP/100mL) e março/2014 (>23,0 NMP/100mL), enquanto E. coli foi detectada apenas em fevereiro/2014 (1,1 NMP/100mL). Pré cloração da água bruta na ETA / uso de água tratada para lavagem dos filtros. Concentração média de cloro residual livre na ALF bruta foi de 2,17mg/L e na ALF clarificada 0,86mg/L. Análises parasitológicas Detecção de Giardia spp. na ALF clarificada em duas das doze coletas – concentração de 50 cistos/L, em março/2013 e março/2014. Comparação dos dados apresentados (água bruta do manancial e ALF clarificada) indica que não está ocorrendo concentração de cistos na ALF clarificada e a maior parte dos organismos presentes na água bruta provavelmente estão sendo removidos na decantação.

Resultados e Discussão Figura 16: Comparativo do Potencial de Formação de THMs (PFTHMs) entre as amostras de água bruta (ABr), água de lavagem de filtros bruta (ALFBr) e água de lavagem de filtros clarificada (ALFCl) concentração de precursores de THMs em ALFBr: 8 de 11 análises com PFTHMs em ALFBr > ABr; concordância com estudos de MCCORMICK et al. (2010); clarificação reduziu PFTHMs em 8 das 11 análises realizadas.

Resultados e Discussão Eficiência dos processos de clarificação da ALF Clarificação com o uso de polímero aniônico foi mais eficiente na remoção da maioria do parâmetros avaliados; concordância com os estudos realizados por Freitas (2010), Arora et al (2001) e Scalize (1997). Este estudo foi realizado em escala real, sujeito a variações: Qualidade da água bruta; Operação dos filtros (e demais etapas do tratamento); Tempo de repouso da água de lavagem (com ou sem polímero). Boa sedimentação da ALF sem polímeros se deve, provavelmente, à resíduos de coagulante (cloreto de polialumínio).

Resultados e Discussão Tabela 6: Resultados das análises físico-químicas realizadas na água filtrada (AFILT) da ETA Capim Fino (fevereiro/2013 a maio/2014) Data Cloro Residual Livre (mg/L) Cloro Residual Total (mg/L) pH Turbidez (NTU) Cor Verdadeira (mg Pt- Co/L) COT (mg/L) Al (mg/L) THMs (µg/L) Potencial de Formação de THMs (µg/L) Acrilamida (µg/L) 25/02/13 1,35 1,83 7,14 1,53 7 0,7 0,03 60 NR 18/03/13 3,14 3,46 6,84 0,41 1 0,5 0,04 61 08/04/13 2,96 3,16 7,31 0,54 0,02 63 13/05/13 1,47 7,29 0,28 2 0,3 0,01 42 25/06/13 2,47 3,28 6,97 0,30 0,8 51 62 15/07/13 2,99 3,55 6,89 0,59 34 68 05/08/13 1,98 2,15 7,00 0,29 3 0,4 70 65 04/09/13 1,73 1,88 7,07 0,32 2,1 30 80 03/02/14 3,62 3,95 7,75 0,31 4 5,2 0,16 89 100 24/03/14 2,54 2,85 7,02 0,74 5,0 45 07/04/14 2,88 3,19 7,10 0,15 1,0 41 <0,25 20/05/14 2,58 6,77 0,47 6 28 Valores de Referência – Portaria 2914/2011 0,2 – 2,0 - 6,0 – 9,5 0,5* 15 0,20 NR = não realizado * Turbidez na saída do filtro

Resultados e Discussão Avaliação da qualidade da água filtrada (AFILT) Análises microbiológicas: ausência de coliformes totais e E. coli. Análises parasitológicas: não foram detectados cistos/oocistos de Giardia spp./ Cryptosporidium spp. (<LMD). Valores de turbidez acima do VMP (0,5 NTU); valores de COT elevados (5,2 e 5,0 mg/L em fevereiro e março/2014) – transpasse de partículas logo após a lavagem dos filtros. Transpasse de partículas na água filtrada: remanescentes de água de lavagem no interior do meio filtrante (DI BERNARDO, 1993b, apud REIS, 2009); abertura dos poros pós-lavagem do filtro. Normas de qualidade da água: relação padrão de turbidez / remoção de cistos e oocistos de protozoários. Possibilidade da ocorrência de cistos/oocistos de protozoários em águas filtradas com baixos valores de turbidez (<0,1 NTU) (ABOYTES et al., 2004) – necessidade de tratamentos adicionais (desinfecção com UV).

Conclusão Principais características físico-químicas da ALF bruta: teores elevados de turbidez, COT, sólidos totais (fixos e voláteis), sólidos sedimentáveis, PFTHMs e Al solúvel (este último relacionado ao coagulante usado no tratamento). Pré-cloração na ETA e uso de água tratada na lavagem dos filtros garantiu ausência ou baixas contagens de coliformes totais e E. coli. Clarificação da ALF com polímero aniônico: redução da turbidez, COT, sólidos totais, sólidos sedimentáveis e PFTHMs; detecção de Giardia spp. em duas de doze coletas (50 cistos/L). Recirculação intermitente da ALF clarificada na vazão de 60 L/s (4,5% da vazão de água bruta) aparentemente não deverá causar efeitos indesejáveis ao processo de tratamento ou à qualidade da água tratada.

Recomendações ETAs que desejam realizar o reaproveitamento da ALF: realização de estudos locais. Clarificação da ALF bruta antes da recirculação, para redução da turbidez. Recirculação da ALF clarificada em vazões mínimas possíveis, para prevenção e minimização de riscos à performance do sistema de tratamento e qualidade da água tratada. Procedimentos operacionais e de lavagem dos filtros seguidos rigorosamente, garantindo boa limpeza do meio filtrante e diminuindo o transpasse de material particulado no reinício da carreira de filtração.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABOYTES, R.; DI GIOVANNI, G.D.; ABRAMS, F.A.; RHEINECKER, C.; MCELROY, W.; SHAW, N.; LECHEVALLIER, M.W. Detection of infectious Cryptosporidium in filtered drinking water. AWWA Journal, 96:9, p. 88-98, 2004. APHA/AWWA/WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 22 ed., Washington DC, APHA, 2012. ARORA, H., DI GIOVANNI, G., LECHEVALLIER, M. Spent filter backwash water: contaminants and treatment strategies. Journal of the American Water Works Association, 93; 5; p. 100-112, 2001. BRASIL - MINISTÉRIO DA SAÚDE – Portaria 2914 de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília, DF, 19 p., 2011. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB. Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo 2012. Série Relatórios. São Paulo, 370 p., 2013. DI BERNARDO, L., DANTAS, A.B. Métodos e Técnicas de Tratamento de Água – Volume 1. 2ª Ed., São Carlos, RiMa Editora, 792 p., 2005a. DI BERNARDO, L., DANTAS, A.B. Métodos e Técnicas de Tratamento de Água – Volume 2. 2ª Ed., São Carlos: RiMa Editora, 792 p., 2005b. DI BERDARDO, L.; DI BERNARDO, A.; CENTURIONE FILHO, P.L. Ensaios de Tratabilidade de Água e dos Resíduos Gerados em Estações de Tratamento de Água. São Carlos, RiMa Editora, 237 p., 2002. FRANCO, R.M.B.; CANTUSIO NETO, R.; BRANCO, N. Detecção de Cryptosporidium sp e Giardia sp em água pela técnica de filtração em membrana: estudo comparativo entre diferentes técnicas de eluição. Jornal Brasileiro de Patologia, 37(4):205, 2001.

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