Transposição do Rio São Francisco 3a. Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Brasília, 17/11/2005 João Suassuna

Projeto da Transposição

ÁGUA NO BRASIL O país detém 12% da água que escorre superficialmente no mundo 72% destes recursos estão na bacia amazônica 19% no Centro-oeste 6% no Sul e no Sudeste O Nordeste brasileiro detém apenas 3%, 2/3 dos quais na bacia do São Francisco.

Rio São Francisco Características do rio São Francisco Rio hidrologicamente pobre Vazão média: m³/s Área de bacia: km² Característica do rio Tocantins Rio caudaloso Vazão média: m³/s Área de bacia: km²

O São Francisco é um rio de múltiplos usos Navegação Abastecimento das populações ribeirinhas Pesca Lazer Uso da água na irrigação Geração de energia

Estimativa do volume de chuva caída no Nordeste Do total da precipitação pluviométrica caída anualmente no Nordeste, estimado em 700 bilhões de m 3, cerca de 642 bilhões de m 3 são consumidos pelo fenômeno da evapotranspiração. Dos 58 bilhões de m 3 que escoam pelos rios anualmente, 36 bilhões de m 3 são drenados para o mar. Fonte: EMBRAPA (1981)

Potencialidades hídricas nordestinas As descargas dos rios nordestinos representam uma infiltração de água nos seus aqüíferos da ordem de 58 bilhões de m³/ano. A extração de apenas 1/3 dessas reservas representaria potenciais suficientes para abastecer a população nordestina (estimada em cerca de 47 milhões de pessoas), com uma taxa de 200 litros/pessoa/dia e ainda irrigar 2 milhões de hectares com uma taxa de m³/ha/ano. Fonte: Rebouças, 2001

O rio apresenta sinais de debilidade hídrica O rio é responsável por mais de 95% da energia que é gerada na região Sobradinho chegou a 5% de sua capacidade em 2001 Necessidade de gerenciamento adequado dos volumes (os casos do rio Colorado, Amarelo e do Mar de Aral)

Uso das águas do Mar de Aral Irrigação de plantações (principalmente o algodão), com as águas dos rios Amu Daria e Syr Daria, que desembocam no Mar de Aral. Segundo especialistas, estará totalmente seco em 2010.

Mar de Aral Foto de 1994 no porto de Aralsk

Número de represas e potencial volumétrico acumulado O Nordeste possui cerca de represas O potencial de acumulação dessas represas é de cerca de 37 bilhões de m³ É o maior potencial volumétrico represado em regiões semi-áridas do mundo

O estado do Ceará Potencial de acumulação de 18 bilhões de m³ distribuído em cerca de represas Programa de interligação de bacias O maior açude do Nordeste (Castanhão) com 6,7 bilhões de m³ Essa represa resolveria os problemas de abastecimento da Grande Fortaleza e do Baixo Jaguaribe, por gerações

O estado do Rio Grande do Norte Potencial de acumulação de 4,3 bilhões de m³ distribuído em cerca de 44 represas O estado possui o segundo maior açude do Nordeste (Armando Ribeiro Gonçalves) com 2,4 bilhões de m³ Essa represa abasteceria toda a população norte-rio-grandense nos próximos 20 anos

O estado da Paraíba Potencial de acumulação de 3,9 bilhões de m³ distribuído em 132 represas Campina Grande e a justificativa da construção do Eixo Leste do projeto O caso da represa de Boqueirão no abastecimento da região

O estado do Piauí Potencial de acumulação de 2 bilhões de m³ O estado é detentor de cerca de 70% das águas de subsolo nordestino Poços jorrantes no Vale do rio Gurguéia (poço Violeta com uma vazão de cerca de l/hora)

Poço artesiano em Cristino Castro - PI

O estado de Pernambuco Potencial de acumulação de 3,1 bilhões de m³ distribuído em 132 represas A maior represa do estado (Poço da Cruz) tem um potencial acumulatório de cerca de 500 milhões de m³ O estado dispõe do aqüífero Jatobá, que abastece os municípios de Ibimirim, Arcoverde e Sertânia. O estado tem cerca de 500 km de fronteira com o rio São Francisco

Situação hídrica nos estados ESTADOS OFERTA POTENCIAL CONSUMO (m³/s) (m³/s) Ceará Rio G. do Norte Paraíba Fonte: João Abner (UFRN)

Proposta de Pernambuco

Canal do Trabalhador - CE

Canal da Redenção - PB

Situação Volumétrica do rio Vazão média: m³/s Vazão regularizada na foz: m³/s Vazão ecológica: m³/s Volume alocável: 550 m³/s Volume alocável determinado pelo CBHSF devido ao contingenciamento do setor elétrico: 360 m³/s Volume outorgado: 335 m³/s Saldo para uso consuntivo: 25 m³/s O projeto demandará uma vazão média de 65 m³/s, podendo atingir uma vazão máxima de 127 m³/s Essas vazões correspondem a 25% e 47%, respectivamente, da vazão alocável (360 m³/s), Fonte: SBPC, 2004

Algumas preocupações Necessidade de 500 MW para os bombeamentos; Riscos de faltar energia a partir de 2009; População a ser beneficiada – 12 milhões; Construção de 700 km de canais em 24 meses; Desapropriação de área para agricultura familiar (350 mil ha); Evaporação e perdas casuais; Custo da água posto nos estados receptores;

Bacia do São Francisco

O gerenciamento da água no Nordeste O recurso hídrico existe em cada estado nordestino, faltando apenas seu indispensável gerenciamento para a satisfação das necessidades do povo. É importante explorar o que está disponível, revitalizar a bacia do São Francisco, para então usufruir suas águas.

OBRIGADO JOÃO SUASSUNA Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco Página na internet Correio eletrônico