A natureza das linguagens documentárias HUTCHINS (1975)

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A natureza das linguagens documentárias HUTCHINS (1975)

John Hutchins  William John Hutchins  Nascimento: 27/01/1939  É um linguística e cientista da informação inglês, especialista em tradução automática.  Publica principalmente nas áreas de linguística, recuperação da informação, biblioteconomia e tradução automática.  Home Page:

Linguagens de indexação e classificação: conteúdo Sumário Introdução: estudo exploratório dos aspectos linguísticos da Indexação (voc. controls. e tesauros) e classificação (sistemas decimais). (Já vimos um pouco em aulas anteriores) Aspectos linguísticos do tagueamento de recursos informacionais. Recursos informacionais - fontes e recursos orais, impressos, digitais e multimídia. Cada qual apresenta sua função, diferencia-se pelo seu conteúdo e pelo público-alvo a qual é direcionado.

Linguagens de indexação e classificação: conteúdo Sumário Cap.2-Natureza das linguagens documentárias (LDs) Cap.3-Aspectos formais das LDs: (estrutura, forma dos descritores, aspectos sintático-semânticos, simbolização) Cap.4-Aspectos semânticos das LDs: organização paradigmática Cap.5-Aspectos semânticos das LDs: eixo sintagmático Cap.6- Aspectos pragmáticos(usabilidade) Cap.7-Indexação Cap.8- Busca (estratégias de busca) Cap.9- Universais da linguagem (aspectos lógicos )

Natureza das linguagens documentárias  Preocupação das LDs: comunicação de informações sobre documentos para usuários potenciais  LDs: meios de comunicação (terminologia) entre sistemas de informação e usuários  Linguagens documentárias são LINGUAGENS CONSTRUÍDAS  Não são (APENAS) nomenclaturas ou listas de termos  Referências teóricas da abordagem: Charles S. Peirce (TEORIA GERAL DOS SIGNOS - SEMIÓTICA) / Ferdinand de Saussurre - Semiótica e Semiologia – Ciência geral dos signos.

Semiose S(s, i, e, d, c) s = veículo sígnico (SIGNO) i = emissores e receptores (intérpretes) e = efeitos de sentido d = designate (SIGNIFICADO) c = contexto Veículo sígnico: remete ao referente, identifica o referente (OBJETO / COISA) por meio de um SIGNO.

 O signo é entendido como alguma coisa que está em lugar de outra coisa para substituí-lo, em certos contextos (PEIRCE). Signo: não representa a totalidade do objeto, Por abstração, representa-o de um certo ponto de vista (LETRAS, FIGURAS, DESENHOS, COR, ETC.) SIGNO

Signo: forma física da linguagem documentária (TERMO); Intérpretes são os indexadores e/ou usuários; Efeitos: Reações dos usuários (os documentos recuperados estão de acordo com a necessidade de informação?) Relevância O Signo em sistemas de indexação ou classificação

 Distinções linguísticas fundamentais: 1.Língua (Saussurre) – língua é código (sistema). 2. Fala é uso da língua. NOAM CHOMSKY (PAI DA LINGUÍSTICA MODERNA): Competência linguística (INATA) Cognição - linguagem é conceituada como uma propriedade inata (que nasce com o indivíduo) do cérebro/mente humanos Performance - ATUALIZAÇÃO DO SISTEMA LINGUÍSTICO PELOS FALANTES (flexibilização e aperfeiçoamento com o uso da Lgg) Para saber mais: Linguística

1.Fonética (som) – better / bedder (mesmo som). 2.Unidade lexical = lexema (próximo à palavra). Lexemas combinam-se para formar frases. 3.Um lexema é a noção mais resumida de palavras gramaticais. Linguística

Sintagma e Paradigma  As unidades da língua dependem de 2 planos:  Sintagmático (relações de sucessão no seio da cadeia falada) (IN PRAESENTIA)  Paradigmático (eixo da substituição, podendo cada elemento ser substituído no seu nível e dentro de uma classe formal) (IN AUSENTIA) Art. Subs. Verbo Adj. Ex: A menina está bem Eixo Os rapazes parecem alegres Parad. Uma mulher foi sequestrada Eixo Sintagmático Sujeito Predicado

 Linguagem documentária: Relação significante/significado estabelecida por – DESCRITORES (monossemia – um termo possui apenas um significado) Linguagem natural: Relação significante/significado estabelecida por – PALAVRAS (polissemia – um termo pode possuir diversos significados) Linguagem Documentária / Linguagem Natural

 Linguagem Natural pode funcionar como metalinguagem, ou seja, pode “falar” de outra linguagem. (Exemplo: Utilizo o português para falar de biologia)  Linguagem Documentária não funciona como metalinguagem de si própria (é uma estrutura, pressupõe controle)  FALAS-SE DELA POR MEIO DA LINGUAGEM NATURAL e de outras linguagens (LINGUAGEM DE ESPECIALIDADE) Exemplo: Decs – descritores em saúde Linguagem Documentária / Linguagem Natural

 Linguagem Documentária: linguagem artificial, construída, para designar funções específicas de descrição e acesso à informação.  Controle da significação (limitação da semiose) Monossemia: Um termo representa apenas um conceito e vice- versa. Exemplo: Em um tesauro sobre frutas, MANGA pode ser representada por FRUTA Exemplo: Em um tesauro sobre moda, manga pode ser parte de vestimenta. Linguagem Documentária / Linguagem Natural

Linguagens Artificiais como a Linguagem Documentária são criadas para preencher funções particulares (em contextos documentários por exemplo – arquivo, biblioteca, museu, etc.). Linguagens documentárias devem ser “mais” eficientes que as linguagens naturais pois:  Devem reduzir ou eliminar a redundância e a ambiguidade da linguagem natural;  Buscam “normalizar/padronizar” termos  CDD/CDU (sistemas de notações especiais) Link para WebDewey: 74ACE5D771BF81F681 Linguagem Documentária / Linguagem Natural

 Função informativa ou referencial: comunicar informação (ciência)  Função poética (estética)  Função emotiva  Função conativa (persuasão) – imperativo  Função fática (contato/canal) Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. Ex: Alô? Está me ouvindo?  Função metalinguística (explica a lgg por ela mesma) Características: Polissemia / Ambiguidade Funções da Linguagem Natural

Canal de comunicação entre documentos e leitores – função informativa, referencial  Representa informação. Funções das Linguagens Documentárias

Propósito de um sistema de informação: fornecer aos usuários documentos que sejam interessantes para eles. Critérios de validação: relevância (importância), precisão (alvo), revocação (recuperação). - Avaliação: quantitativa, qualitativa. - quantitativa: capacidade de discriminar ( estabelecer diferenças, distinguir e diferenciar ) informação. - qualitativa: efeitos de sentido produzidos. Sistemas de Informação

Sistemas pré-coordenados: compostos de assuntos (sintagmas: temas + lugar/tempo +idioma) Vários conceitos compõem um assunto - CABEÇALHOS DE ASSUNTOS, SÍMBOLOS DE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Exemplos em CDU: Cabeçalho de assunto da Library of Congress  Sistemas Pré-Coordenados História da religião2(091) Religião no Brasil no século XXI2(81)”20” Religião na pré-história2”63”

Unidades = descritores (termos de linguagens de especialidade + sintaxe) Exemplo: Sistema UNITERMO, tesauros. Tesauro da UNESCO Sistemas pós-coordenados

Compatibilizam (conciliam): linguagem de especialidade, linguagem natural, linguagem do documento, linguagem do usuários). Linguagens documentárias: sistemas de significação complexos, construídos por regras de jure (lei, impostas), fundamentadas em critérios lógico-semânticos. (os demais capítulos da obra de Hutchins exploram esses fundamentos) -As normas de construção de vocabulários controlados: sistemas de classificação tesauros, taxonomias, ontologias operacionalizam os conceitos lógico-linguísticos e pragmáticos). Exemplos: relações de equivalência, associação, hierarquia. LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS

Relacionar seu projeto de pesquisa com um possível tipo de linguagem documentária utilizada para representar os conteúdos dos documentos. Para isso, pesquisar na internet e tomar exemplos interessantes que se aplicam ao projeto, relacionando suas características particulares. (Você pode, neste momento, justificar o quadro comunicacional que será estabelecido para sua pesquisa em particular – individualizá-la). EXERCÍCIO SUGERIDO