Cenários demográficos mundiais Demografia, trabalho e consumo

Crescimento da população mundial

Crescimento da população/continente Dados da Divisão da Polução da ONU entre 2005 e 2010: África - 2,3% Oceania – 1,5% América Latina - 1,1% Ásia - 1,0% Europa - 0,1% América do Norte -0,5% Regiões: desenvolvidas:0,3%/ano em desenvolvimento - 1,4%/ano de menor desenvolvimento - 2,3%/ano. A previsão para 2050 é que a população atual dos países desenvolvidos, que hoje representa 17,9% do total, cairá para 13,9% e a população dos países de menor desenvolvimento, que atualmente participam com 12% do total, aumentará para 18,2%.

Conceitos demográficos População absoluta. É o número total de habitantes de um lugar (cidade, país, região, continente). De acordo com a população absoluta, os países são classificados como populosos ou pouco populosos. Países mais populosos do mundo em 2011 (milhões de habitantes) China – 1 351; Índia – 1 203; EUA – 313; Indonésia- 238; Brasil – 196; Paquistão – 179; Nigéria – 170; Bangladesh – 161; Rússia – 142; Japão – 127.

Relatório 2015 – ONU - população A população mundial deverá chegar aos 8,5 bilhões em 2030, 9,7 bilhões em 2050 e exceder os 11 bilhões em 2100. A Índia vai ultrapassar a China como país mais populoso do mundo num prazo de sete anos. A Nigéria deverá ultrapassar a população dos Estados Unidos, tornando-se o terceiro país mais populoso do mundo em 35 anos

Relatório ONU 2015  O relatório aponta que durante o período de 2015 a 2050, metade do crescimento da população mundial estará concentrado em nove países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, os Estados Unidos, Indonésia e Uganda. Os Estados-Membros das Nações Unidas estão trabalhando na agenda sucessora aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), cujo prazo termina este ano. Um novo quadro, focado na erradicação da pobreza, inclusão social e preservação da saúde do planeta, deverá ser adotado numa Cimeira Especial da ONU que será realizada em setembro em Nova Iorque.

Relatório 2015 O relatório também prevê que em 2050 as populações de seis países deverão ser superiores a 300 milhões: China, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos. E com a maior taxa de crescimento de população, África deverá ser responsável por mais de metade do crescimento da população mundial nos próximos 35 anos. Durante este período, o relatório afirma que as populações de 28 países africanos deverão crescer mais do que o dobro. Por sua vez em 2100, 10 países africanos deverão quintuplicar as suas populações: Angola, Burundi, República Democrática do Congo, Malawi, Mali, Níger, Somália, Uganda, Tanzânia e Zâmbia.

Relatório 2015 A concentração do crescimento de população nos países mais pobres representa um conjunto de desafios, tornando mais difícil erradicar a pobreza e desigualdades, combater a fome e subnutrição e expandir o acesso à educação e sistemas de saúde, que são essenciais para o sucesso da nova agenda de desenvolvimento sustentável. Em contraste às projeções de crescimento, é previsto um envelhecimento significante da população nas próximas das décadas na maioria das regiões, começando pela Europa onde 34 por cento da população terá mais de 60 anos até 2050. Na América Latina, nas Caraíbas e Ásia, a população com mais de 60 anos passará de 11/12 por cento atualmente para 25 em 2050.

Relatório 2015 Na sequência do relatório, a esperança de vida ao nascimento aumentou significativamente nos países menos desenvolvidos nos últimos anos. Um ganho médio de seis anos na esperança média de vida nos países mais pobres, de 56 anos em 2000-2005 para 62 anos em 2010-2015, quase o dobro do aumento registado no resto do mundo.

Conceitos demográficos População relativa Expressa a relação entre população e área, ou seja, a densidade demográfica que é igual ao número de habitantes por Km². Obtém-se a densidade demográfica (DD) dividindo a população absoluta pela área da região analisada (país, cidade, região, continente). Os dez países mais populosos do mundo apresentam as seguintes densidades demográficas: China – 141 hab/km² Índia - 382 hab/km² EUA – 33 hab/km² Indonésia – 128 hab/km² Brasil – 23 hab/km² Paquistão – 226 hab/km² Nigéria – 180 hab/km² Bangladesh – 1 042 hab/km² Rússia – 9 hab/km² Japão – 334 hab/km²

Superpovoamento. Refere-se ao nível de desenvolvimento socioeconômico e tecnológico da população em relação à área ocupada. O superpovoamento ocorre quando se verifica um descompasso entre as condições socioeconômicas da população em relação à área ocupada. Nos países onde ocorre o superpovoamento a população, em quase sua totalidade, não tem condições socioeconômicas para adquirir bens de consumo modernos. Assim a Holanda com 402 hab/km² não é um país superpovoado, pois sua população desfruta de um alto padrão de vida em toda a extensão de seu pequeno território, ao passo que Bangladesh com 1042 hab/km² é superpovoado.

Taxas de natalidade e mortalidade A taxa de natalidade é a relação entre o número de nascimento corrido em um ano e o número de habitantes. Uma taxa de natalidade de 30/mil significa que nasceram 30 crianças vivas para cada grupo de mil habitantes em um ano num determinado lugar.  Obtém-se essa taxa tomando os nascimentos ocorridos durante um ano, multiplicando-se por 1000 e dividindo o resultado pela população absoluta, ou seja:  A taxa de mortalidade é a relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e o número de habitantes num determinado lugar (taxa de mortalidade geral). Obtém-se essa taxa tomando os óbitos ocorridos durante um ano, multiplicando-os por 1000 e dividindo o resultado pela população absoluta, ou seja:

Taxa de fecundidade Número médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Taxas inferiores a 2,1 são sugestivas de fecundidade insuficiente para assegurar a reposição populacional. O decréscimo da taxa pode estar associado a vários fatores, tais como: urbanização crescente, redução da mortalidade infantil, melhoria do nível educacional, ampliação do uso de métodos contraceptivos, maior participação da mulher na força de trabalho e estabilidade de emprego.

Crescimento vegetativo e crescimento demográfico. CV - É a diferença entre a taxa de natalidade e taxa de mortalidade de um lugar e, geralmente expressa em porcentagem. CD - É o crescimento da população de um lugar e considera o crescimento vegetativo mais a diferença entre taxa de emigração e taxa de imigração. A taxa de emigração corresponde ao número de pessoas que saem de um país, região, cidade, continente e a taxa de imigração corresponde ao número de pessoas que entram em um país, região, cidade e continente.

TN e TM – Alemanha e Afeganistão

Transição Demográfica A transição demográfica refere-se a uma situação de alto crescimento populacional ou explosão demográfica, entre duas situações de baixo crescimento populacional: (1ª – altas taxas de natalidade e de mortalidade = baixo crescimento populacional e, 2ª – baixas taxas de natalidade e de mortalidade = baixo crescimento populacional).

Teorias demográficas Teoria Malthusiana (1798), segundo a qual: a capacidade de produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a população cresce em progressão geométrica. - Teoria Neomalthusiana – o alto crescimento demográfico é fator de pobreza, pois desvia investimentos produtivos, compromete o desenvolvimento econômico e cria relação desfavorável entre o número de pessoas em idade de trabalhar e o total de habitantes. O controle de natalidade seria o passaporte para o desenvolvimento.

Teorias demográficas - Teoria Ecomalthusiana - o crescimento populacional exagerado pressiona os recursos naturais, podendo representar riscos para um futuro próximo em razão dos impactos ambientais. - Teoria Reformista – o crescimento populacional acelerado é consequência da pobreza, ocasionada pela má distribuição de renda. A aplicação de políticas públicas na educação saúde e a melhor distribuição de renda, eleva o padrão de vida da população e reduz o crescimento populacional.

O mito da explosão demográfica A explosão demográfica dos países de menor desenvolvimento é um mito, pois todas as regiões mais pobres do planeta estão diminuindo as taxas de natalidade e reduzindo o crescimento populacional.

Estrutura da População por sexo e idade A estrutura da população por sexo e idade é apresentada em um gráfico: a pirâmide etária, que mostra a distribuição dos diferentes grupos etários em uma população de um país. Nesse tipo de gráfico, cada uma das metades representa um sexo; a base representa o grupo jovem (até 19 anos); a área intermediária ou corpo representa o grupo adulto (entre 20 e 59 anos); e o topo ou ápice representa a população idosa (acima de 60 anos).

Pirâmides etárias

Estrutura ocupacional A estrutura ocupacional de um país divide-se em dois grupos: a população economicamente ativa (PEA) e a população economicamente inativa (PEI). A PEA Compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada. A população ocupada – são as pessoas que trabalham e a população desocupada é representada pelos desempregados que estão à procura de emprego.

Estrutura Ocupacional A PEA se distribui pelos três setores de atividade ou setores econômicos: setor primário (agropecuária e algumas atividades extrativas), setor secundário (indústria) e setor terciário (comércio e serviços). De acordo com o percentual de PEA em cada setor, as diversas economias do mundo podem ser classificadas como: - economias pós- industriais ou terciárias – compostas por países desenvolvidos com atividade agropecuária moderna e, por isso, ocupando menos de 4% da PEA no setor primário e mais de 70% da PEA no setor terciário. - economias emergentes ou em desenvolvimento, cuja população fica em torno de 20% no setor primário e em torno de 50% no setor terciário. (exceto China e Índia) - economias primárias ou de menor desenvolvimento, em que a maior parte da PEA é ocupada no setor primário em função dos sistemas arcaicos de produção agropecuária.

Distribuição da PEA Com base na análise do gráfico, explique as diferenças econômicas dos países representados, considerando a distribuição  da PEA.  

Evolução do desemprego global e projeções

Taxa de desemprego no mundo em 2013 (%)

Economia informal no mundo(%PIB) Source: Friedrich Schneider et al., “New Estimates for the Shad ow Economies All Over the World,”International Economic Journal, 2010

Trabalho infantil em % (UNICEF-2012)

População e renda Um dos indicadores utilizados para avaliar a riqueza de um país é a renda per capita, obtida dividindo o valor do Produto Nacional Bruto em dólares pelo número de habitantes. Tal indicador não permite estimar se a riqueza é distribuída com equanimidade na sociedade, ou seja, não indica se há ou não desigualdade social. A desigualdade social é resultado da má distribuição da riqueza, que caracteriza o perfil social da maioria dos países do mundo.

População e renda O Banco Mundial criou um coeficiente denominado de Paridade de Poder de Compra (PPC). Com base nesse cálculo definiram-se dois patamares de renda: - os pobres – que ganham entre 1,25 e 2 dólares PPC ao dia; - os extremamente pobres – que recebem menos de 1,25 dólares PPC ao dia. De acordo com o Relatório de Indicadores de Desenvolvimento do Banco Mundial de 2012,em cerca de 1,28 bilhão de pessoas vivem com menos de 1,25 dólares PPC no mundo e 2,4 bilhões com menos de 2 dólares PPC por dia.

Número de pessoas com renda per capita abaixo de US$ 1,25 ao dia e percentagem de pessoas vivendo na extrema pobreza nos países em desenvolvimento: 1981-2008

Pobreza no mundo O gráfico anterior evidencia que houve redução na pobreza, porém o fosso entre os muito ricos e os muito pobres do planeta aumentou nos últimos anos. A parcela do 1% mais rico da população mundial tem renda equivalente a dos 57% mais pobres. Número de pessoas com renda abaixo de 1.25 dólares PPC/dia por região

Índice de Gini O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, poucas pessoas detêm toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) O Índice de Desenvolvimento Humano ou IDH foi criado pelo Pnud – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para medir as variações no padrão de qualidade de vida das diferentes populações do globo. A partir do relatório de 2010, o IDH combina três dimensões: Uma vida longa e saudável: Expectativa de vida ao nascer O acesso ao conhecimento: Anos Médios de Estudo e Anos Esperados de Escolaridade Um padrão de vida decente: PIB (PPC) per capita. O IDH varia de 0 a 1 – próximo ao zero indica menor bem-estar e próximo ao 1, indica maior bem-estar da população.

IDH

População em movimento – migrações no mundo As migrações internacionais são, na atualidade, basicamente de dois tipos: migrações voluntárias e forçadas. As migrações voluntárias ocorrem quando as pessoas migram de um país para o outro em busca de melhorias econômicas ou educacionais e, as migrações forçadas ocorrem em função de conflitos (gerando fluxos de refugiados), de problemas ambientais (gerando fluxos de refugiados ambientais) e da ação de grupos ilegais (tráfico humano).