MARCELO SOARES DE VITA HOSPITAL MIGUEL COUTO – RJ.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Fraturas de Colo de Fêmur, Transtrocanteriana e Cintura pélvica
Advertisements

TRATAMENTO DAS FRATURAS DO 1/3 MÉDIO DA CLAVÍCULA COM HASTE INTRAMEDULAR ELÁSTICA DE TITÂNEO (TEN-AO) Marcelo De Vita; Rüdger Hercht; Axel Jobel Städtisches.
EXERCÍCIOS RESULTADO.
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DA GASTRECTOMIA
Volume 76, No. 6 : 2012 GASTROINTESTINAL ENDOSCOPY
Palestras, oficinas e outras atividades
Continuação Tratamento: Tratamento cirúrgico O objetivo geral: é que o paciente volte ao nível de função anterior a lesão de forma mais rápida e segura.
Prótese valvar aórtica, qual é a melhor opção para o adulto jovem?
Curso de ADMINISTRAÇÃO
Fraturas do Pé Fraturas de calcaneo= são mais graves quando atingem as superficies articulares sub-astragalinas e as que produzem alterações no ângulo.
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE FISIOTERAPIA / TRAUMATOLOGIA
Queixas músculo-esqueléticas como causa de alto índice de absenteísmo
UNIVERSITY OF MINNESOTA
MARÇO 2008 Am. Journal of Sports Medicine.
REFLUXO VESICOURETERAL Nefropatia do refluxo fatores prognósticos
Hospital-Dia e Maternidade Unimed-BH
Caso 01 Paciente feminino, 11 anos de idade realizou exames radiográficos para iniciar tratamento ortodôntico Cisto ósseo traumatico Paciente femenino.
Sérgio Queiroz Caso clínico Sérgio Queiroz
AMERICAN ASSOCIATION FOR HAND SURGERY ( AAHS)
1 EXERCÍCIOS RESULTADO. 2 1º Caso – Agente de Serviços Escolares – 1-III Comprovante ensino fundamental: 3,0x 2= 6,0 Comprovante ensino médio: 4,0x 2=
Uso contínuo de ACO para recorrência de dismenorréia causada por endometiose que não responde ao uso cíclico de pílula (continuous use of oral contraceptive.
Diagnósticos Educativos = Diagnósticos Preenchidos 100% = 1.539
PESQUISA SOBRE PRAZO MÉDIO DA ASSISTÊNCIA NA SAÚDE SUPLEMENTAR
Regulamento FMTKD adaptado para Categorias Não-Oficiais
Termo introduzido em 1911 pelo médico radiologista francês Destot,
AVALIAÇÃO TRIENAL 2013 CAPES ÁREA SAÚDE COLETIVA.
Resultados do IDESP DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO DE BRAGANÇA PAULISTA.
Caso 1. DNot: 08/02/12, 6 meses, IS: 04/02/12, sem doenças pré- existentes. Sinais e Sintomas: febre, vômito.
FISCALIZAÇÃO DIRECIONADA NÍVEL DE SERVIÇO ANO I – Nº 7.
PRINCIPIOS E TRATAMENTO DAS FRATURAS
AULA DOMINGO BRAILE SOBRE RECONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA 05/04/2009
Funcionários - Grau de Satisfação 2096 avaliações
INCAPACIDADE NAS DOENÇAS DO OMBRO
Tributação da Exportação nas Empresas optantes pelo Simples Nacional
FRATURAS ANTEBRAÇO E PUNHO
01 - Vezes que visitou o Rio de Janeiro Média ponderada: 1,82 vezes Base filtro: não mora no Grande Rio de Janeiro (254 entrevistas)
Princípios Sobre Fraturas
Núcleo de Mídia – Comercial Ranking Nacional de Circulação - Domingos Evolução Mês* 3,38% 2,20% 1,39% 1,13% -4,84% 0,49% -6,16% -0,07% -0,71% 0,27% 0,43%
1/40 COMANDO DA 11ª REGIÃO MILITAR PALESTRA AOS MILITARES DA RESERVA, REFORMADOS E PENSIONISTAS - Mar 06 -
OSTEOPOROSE PRIMÁRIA Excesso de reabsorção óssea.
Rozana M. Ciconelli, Marcos B
Grupo A – Azul Claro, Marrom, Laranja
Pergunta 01 Estou com o peso ideal? Sim – 20 pontos Não – 0 (zero)
CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela. CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela.
01. Conceitos Básicos e definições
12. Rede de Tratamento ao Usuário do Programa de Diabetes
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Olhe fixamente para a Bruxa Nariguda
Rio Verde - Goiás - Brasil
FRATURA PROXIMAL DO FÊMUR
Fratura de Fêmur Proximal no Idoso
Fratura do fêmur FRATURAS DIAFISÁRIA
Fraturas do Membro Superior Andrey Wanderley.
GINÁSTICA LABORAL UM NOVO CAMINHO.
Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma Orientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro Brasília, 06 de dezembro de ARTIGO DE MONOGRAFIA.
FRATURAS e LUXAÇÕES.
projetodiretrizes. org
Afecções Punho, Mão e Dedos
TRAUMATOLOGIA DOS MEMBROS INFERIORES NA CRIANÇA
Artroscopia na Gonartrose
FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES EM CRIANÇAS
FRATURAS Definição – É uma solução de continuidade óssea (exposta – fechada). História Epidemiologia Classificação - Qto à localização - Qto ao traço de.
Ana Silvia Diniz Makluf
Henrique P. L. Scabello 4º ano
PSEUDARTROSE.
Transcrição da apresentação:

MARCELO SOARES DE VITA HOSPITAL MIGUEL COUTO – RJ. FRATURA EM 04 PARTES DO ÚMERO PROXIMAL EM PACIENTES DE 60 ANOS DE IDADE – PRÓTESE. MARCELO SOARES DE VITA HOSPITAL MIGUEL COUTO – RJ.

Neer,C.S. II J Bone Joint Surg [Am] 1970 Título: Fraturas desviadas do úmero proximal. Part I. Classificação e evolução. Part II. Tratamento de 03 e 04 partes desviadas. As separações em 04 partes caracterizam-se por desvio de ambas as tuberosidades da cabeça e a superfície articular da cabeça esta deslocada para fora de contato com a glenóide. O tratamento fechado é insatisfatório e a incidência de NAV e reabsorção da cabeça é grande. Prefiro tratar esta lesão inicialmente com uma prótese.

Gerber C, at all J Bone Joint Surg [Am] 1990 Título: A vascularização arterial da cabeça umeral. Um estudo anatômico. 29 espécimes de cadáveres frescos; distribuição intraóssea de contraste radiopaco. Controle macroscópico e radiográfico. Ramo ascendente anterolateral da circunflexa anterior – principal vascularização da cabeça umeral. Circunflexa posterior vasculariza só a porção posterior da grande tuberosidade e peq. parte posteroinferior da cabeça.

VASCULARIZAÇÃO DA CABEÇA UMERAL

Neumann K, at all. Orthopade, 1992 Título: Substituição primária da cabeça umeral após fraturas desviadas do úmero proximal. Fraturas desviadas em 03 e 04 partes da cabeça do úmero sofrem lesão do aporte sanguínea e correm um grande risco de uma função pobre após fixação interna. A prótese primária restaura a anatomia pré-trauma e a função precoce. Substituição da cabeça com reaproximação das tuberosidades e reconstrução do MR, conferem boa estabilidade e função.

Schai P; Imhoff A; Preiss S J Shouder Elbow Surg, 1995 Título: Fraturas cominutivas da cabeça umeral: estudo multicêntrico. 93 fraturas de 03 centros foram analisadas clinicamente(Constant score) e radiologicamente(Neer). O prognóstico para as fraturas em 04 partes foi determinado pelo suprimento vascular e o alto risco de osteonecrose da cabeça umeral. Por esta razão foi indicado substituição protética primária com índice de 74 pontos(Constant score) contra 52 pontos da redução aberta.

Naranja RJ; Iannotti JP J Am Acad Orthop Surg, 2000 Título: Fraturas de 03 e 04 partes do úmero proximal: evolução e tratamento. Fraturas em 04 partes impactadas em valgo – limitada redução aberta e mínima fixação interna(potencial de NAV é pequeno). Pacientes > 60a ou qualidade óssea ruim, tem um grande risco de perda de redução após fixação interna e o consenso atual é a hemiartroplastia primária. Uma melhora da dor após hemiartroplastia, esta consistentemente demonstrada, mas o retorno do movimento e função são ruins.

Norris Tr; Green A; McGuigan FX J Shouder Elbow Surg, 1995 Título: Artroplastia tardia do ombro para fraturas do úmero proximal desviadas. 23 ombros em 23 pacientes com falha do tratamento de fraturas em 03 e 04 partes: 10 fechados e 13 abertos. Complicações: 17 consolidações viciosas, 04 pseudoartroses, 14 artrites pós traumática, 09 NAV, 06 encurtamento do úmero, 04 paresias do deltóide. Redução da dor em 22 (95%). ADM: elevação 68º p/ 92º e rot. Ext. 6º p/ 27º.

Skutek M, at all. Arch Orthop Trauma Surg, 1998. Título: Nível de atividade física em pacientes idosos depois de hemiartroplastia para fraturas de 03 e 04 partes do úmero proximal. 13 pacientes que praticavam atividades esportivas quando sofreram fraturas do úmero proximal. Todos tratados com prótese Neer II. Follow-up de 50 meses, avaliação clínica e radiografias. HSS score: 85% de resultados bons ou excelentes - escala análoga visual para satisfação. Após 33 semanas(15 a 52), 10 pacientes iniciaram suas atividades físicas.

M.A.C. Veado e colaboradores Rev Bras Ortop, 2001 Título: Avaliação da função do ombro pós hemiartroplastia em frat. de 03 e 04 partes do úmero proximal. 15 pacientes; idade média 62,4 a; critérios da UCLA; follow-up de 34,4 meses. 87,5% não se queixavam de dor ou dor leve e ocasional; 12,5% dor as atividades pesadas; ADM: elevação variou de 150º a 30º; força normal em 06 pac., grau 4 em 05 e grau 3 e 2 em 05. Grau de satisfação pleno, conforme critério subjetivo de avaliação.

Moeckel BH, at all. J Bone Joint Surg Am, 1992 Título: Hemiartroplastia modular para fraturas do úmero proximal. 22 pacientes, 22 ombros, média de 70 a( 49 a 87). 13 fraturas em 04 partes, 05 em 03 partes e 04 head-splitting. Prótese realizada em intervalo médio de 11 dias. 36 meses de follow-up(26 a 49 m). 20 pacientes com bons ou excelentes resultados. ADM: 119º elevação/40º rot. ext./T12 rot. int. Quanto mais jovem e menor o intervalo para cirurgia, melhores são os resultados.

Frich LH, at all. Orthopedics, 1991 Título: Artroplastia do ombro em fraturas complexas agudas e crônicas do úmero proximal. 42 artroplastias: 15 pacientes com fraturas em 04 partes –13 dias de evolução. 27 pacientes com fraturas crônicas – 14 meses. Follow-up de 02 anos: melhores resultados de dor e movimento com o grupo agudo. Falhas do tratamento primário reduzem a possibilidade de bons resultados na artroplastia de revisão.

Hartsock LA at all. Orthop Clin North Am, 1998 Título: Hemiartroplastia do ombro para fraturas do úmero proximal. Procedimento aceito para tratamento de: fraturas em 04 partes, 03 partes associadas a osteopenia, head-splitting e fraturas com impacção articular severa. Técnica meticulosa é essencial para prevenir complicações. Posicionamento adequado da prótese e das tuberosidades, são importantes para o bom resultado. Resultados satisfatórios em 80% dos casos.

CONCLUSÕES Várias formas de tratamento para fraturas em 04 partes do úmero proximal têm sido propostas, mas séries diversas na literatura têm mostrado o insucesso das tentativas de fixação dessas fraturas e suas conseqüências desastrosas, como falha de consolidação, consolidação viciosa, NAV, entre outras. A prótese continua sendo uma opção no arsenal terapêutico para casos selecionados.

CONCLUSÕES Os resultados, se funcionalmente restritos, produzem ombro indolor, suficiente para a satisfação do paciente. Os resultados nas fraturas tratadas na fase aguda, são melhores do que os tratados tardiamente. Técnica cirúrgica precisa e atraumática, com versão adequada e firme das tuberosidades. A cooperação do paciente e um programa de reabilitação longo e rigoroso são imprescindíveis para resultados melhores a longo prazo.