Mariana Cortez – Néstor Peralta

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Transcrição da apresentação:

Mariana Cortez – Néstor Peralta A enunciação enunciada, uma estratégia para aproximação do leitor-criança em “A maior flor do mundo” Mariana Cortez – Néstor Peralta

“As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem me dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender, e tenho pena. Além de ser preciso saber escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar, uma maneira muito certa e muito explicada, uma paciência muito grande – e a mim falta-me pelo menos a paciência, do que peço desculpa.”

“Agora vão começar a aparecer algumas palavras difíceis, mas, quem não souber, deve ir ver no dicionário ou perguntar ao professor”

“Mas ao menos ficaram sabendo como a história seria, e poderão contá-la doutra maneira, com palavras mais simples que as minhas, e talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para crianças... Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?...”

“Quando digo corrigir, corrigir a História, não é no sentido de corrigir os factos da História, pois essa nunca poderia ser tarefa de romancista, mas sim de introduzir nela pequenos cartuchos que façam explodir o que até então parecia indiscutível: por outras palavras, substituir o que foi pelo que poderia ter sido. (...) Simplesmente, se a leitura histórica, feita por via do romance, chegar a ser uma leitura crítica, não do historiador, mas da História, então essa nova operação introduzirá, digamos, uma instabilidade, uma vibração, precisamente causadas pela perturbação do que poderia ter sido, quiçá tão útil a um entendimento do nosso presente como a demonstração efectiva, provada e comprovada do que realmente aconteceu. (SARAMAGO, JL, Ano X, n. 400, p. 19).

“Las características que se han señalado como propias de las obras postmodernas: rechazo al realismo, revelación de los mecanismos que construyen la ficción, conciencia lingüística, juego, intertextualidad productiva y una voluntad de producir la perplejidad en el lector o de hacerle participar en la construcción de la obra (…) se acumulan en las obras metaficcionales hasta el punto en que los términos postmodernismo y metaficción se utilizan como equivalentes” (Silva-Díaz. 2005, p. 9).

“A linha mais comum dos estudos de literatura infantil e juvenil é a de tentar aproximar-se das formas de operar na prática. Aprender a localizar a ideologia implícita nas obras de ficção é importante para (...) os setores educativos, que têm que ensinar a ler às crianças e aos adolescentes sem ficar a mercê daquilo que lêem” (COLOMER, 2003, p. 119).

“Longe de ser um apêndice de instrução moral e cívica ( “Longe de ser um apêndice de instrução moral e cívica (..), ela (literatura) age com o impacto indiscriminado da própria vida e educa como ela, com altos e baixos, luzes e sombras. Daí as atitudes ambivalentes que suscita nos moralistas e nos educadores, ao mesmo tempo fascinados pela sua força humanizadora e temerosos da sua indiscriminada riqueza. E daí as suas atitudes tradicionais que eles desenvolveram: expulsá-la como fonte de perversão e subversão, ou tentar acomodá-la na bitola ideológica dos catecismos (..)”. (Candido, 1972, s/n.)

Diante dessa forma de narrar, impõe-se ao leitor outro tipo de reflexão e relação com o mundo: seja adulto ou criança. Dessa maneira de enfrentar o mundo tão cruamente, que despe a narrativa da ficção, nasce a única obra infantil de José Saramago, “A maior flor do mundo”.

“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?” (Saramago. 2001)