Sistemas sócio-econômicos

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Advertisements

Capitalismo Adaptador por Professor Marcelo Rocha Contin
PARTE II Microeconomia.
AS REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Max weber busca explicar o capitalismo através de fatores externos à economia. Para Weber, o capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de.
Classificação de Custos
Características e Especificidades do Modo de Produção Capitalista
PROFESSOR DEJALMA CREMONESE
Capitalismo / Socialismo
TEORIA DA PRODUÇÃO.
Carga Elétrica e Campo Elétrico
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
Sumário, aula 6 1) Mercado Curva da Procura Curva da Oferta
Modelo de Factores Específicos
Introdução Curva de Oferta Teoria da Produção Teoria da Firma
“ A sociedade se resume à luta de classes”
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Prof° Davi Ruschel.
Fundamentos de Economia
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof. Rui Albuquerque
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof. Rui Albuquerque
Matemática Financeira
Adam Smith e A Riqueza das Nações
SOCIEDADE BRASILEIRA TRADICIONAL E O CAPITALISMO
Cap. 15- Ativo Permanente e Depreciação
Análise de Custos Prof. Mônica Brandão
Custos e Receitas Custos e Receitas.
A Economia Política de Karl Marx
Os clássicos e o trabalho
A análise do capitalismo por Karl Marx
REQUALI – Gerenciamento de requisitos e melhoria da qualidade na habitação de interesse social Modelo de avaliação integrada de espaços e serviços coletivos.
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
CALORIMETRIA “Em um sistema isolado, as trocas de calor obedecem ao principio de conservação da energia.” “Calor – energia térmica em trânsito, que flui.
Geografia Sistemas sócio-econômicos 3ª fase – 2010/01 Prof. Paulo Henrique.
Finanças Públicas BNDES Provas ( 2009 e 2011)
Controladoria Aula 7 Msc. Karine R. de Souza ..
CALORIMETRIA.
A mercadoria: O Capital, Marx afirmava que a nossa sociedade APARECE INICIALMENTE COMO UM GRANDE DEPÓSITO DE MERCADORIAS. No entanto, o que pode existir.
Economia Brasileira_26/02/2007
Classificação de Materiais
Estudos sobre O Capital
TEORIA DA PRODUÇÃO.
Macroeconomia do Desenvolvimento
O REGIME DE JUROS COMPOSTOS
Aplicações da Função Polinomial do Primeiro Grau
Produção e organização Prof. Jorge Mendes de Sousa
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Karl Marx e a História da Exploração
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização da produção;
Modelando com ED de 1ª ordem– alguns modelos simples
O Problema da Transformação dos Valores em Preços de Produção
Link para o texto sobre Marx
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Prof. Vicente Eudes MATEMÁTICA PARA NEGÓCIOS PROF. VICENTE EUDES
TEORIA DA PRODUÇÃO E CUSTOS
Capítulo 1 MATEMÁTICA COMERCIAL
Fenômenos de Transporte
Universidade Paulista - UNIP O Excedente do Produtor.
Economia I - Aula 8 Teoria da produção
PPGE – UEPG DRª GISELE MASSON
Engenharia Civil Pré-cálculo
Economia I - Aula 8 Teoria da Produção
“Mais-valia” Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Renda Nacional: Produção, Distribuição e Alocação Aldo Roberto Ometto.
O CICLIO DO CAPITAL – DINHEIRO
Contabilidade de Custos
Trabalho Assalariado e Capital
Fundamentos de Sociologia Prof. Francisco Eduardo B. Vargas Instituto de Sociologia e Política Universidade Federal de Pelotas 2/6/2016 Curso de Filosofia.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Séculos XVIII – XIX 6/7/2016www.nilson.pro.br1.
Transcrição da apresentação:

Sistemas sócio-econômicos Geografia Sistemas sócio-econômicos 3ª fase – 2010/01 Prof. Paulo Henrique

Capitalismo é... ? D Como é possível?

Capitalismo é... ? - Uma mercadoria especial: Especial por sua capacidade única de gerar valor ao ser consumida: a força de trabalho. No capitalismo, a força de trabalho aparece na forma de trabalho assalariado ou trabalho livre.

A existência do trabalhador-mercadoria na sociedade capitalista possui duas condições gerais: Trabalho livre, incluindo a possibilidade de troca do trabalho por dinheiro com o objetivo de gerar mais dinheiro. Como toda mercadoria, a força de trabalho possui valor de uso. Mas nesse caso, seu consumo não se dá para o puro desfrute do comprador, mas sim como meio de obter mais dinheiro. A separação entre o trabalhador e os elementos necessários à realização do seu trabalho. Ex: Cercamento dos campos na Inglaterra

- O valor de troca da força de trabalho, ou seja, o custo que o comprador-capitalista terá que pagar para utilizar o trabalhador, tem a mesma substância das demais mercadorias: a quantidade de trabalho socialmente necessária para fazê-la existir. - Igualmente, o que for gasto na aquisição da força de trabalho reaparecerá no valor de troca do produto final, assim como o valor da laranja reaparece no valor final da laranjada.

Exemplo Supondo que um capitalista queira fazer seu dinheiro aumentar através da venda de suco de laranja. O capitalista sabe também que, com auxílio de uma máquina, cada hora de trabalho transforma 10kg de laranja em 10L de suco de laranja. Então adquire no mercado: 50kg de laranjas, pelos quais paga $10, equivalentes a 10h de trabalho Máquina com capacidade para espremer 5000kg de laranjas, ao custo de $1000. O direito de uso de uma jornada de um trabalhador (10h), a quem paga $5 equivalentes às 5h necessárias a sua produção. Total: $25

Matéria-prima: material que tem a função de absorver trabalho Matéria-prima: material que tem a função de absorver trabalho. Seu valor é plenamente transferido ao produto final. Meio de produção: elementos através dos quais o trabalho se realiza (desde terreno, prédio, ferramentas, etc). O valor do meio de produção é transferido à mercadoria na proporção em que é consumido pela produção. Uma máquina feita para espremer 5000kg de laranjas ao custo de $1000 transferirá $0,2 para cada quilo de laranja espremido. A princípio... Passadas 5h Máquina Máquina Máquina Máquina Máquina Máquina 50L suco de laranja 50L suco de laranja 50L suco de laranja 50L suco de laranja 50L suco de laranja 50kg Laranja 50kg Laranja 50kg Laranja 50kg Laranja 50kg Laranja 50kg Laranja $10 $10 $10 $10 $0,2x50= $10 $0,2x50= $10 $0,2x50= $10 $20+5h de trabalho, ou $25 $20+5h de trabalho, ou $25

Nenhum valor foi gerado até o momento Nenhum valor foi gerado até o momento. Trocou-se $25 em matéria-prima, meio de produção e força de trabalho por $25 em suco de laranja. Mas a jornada de trabalho dura 10h... Então temos: Máquina 50L suco de laranja 50kg Laranja $10 $0,2x50= $10 $20+5h de trabalho, ou $25 Em termos de custos: + $10 (50kg de laranja) +$10 (uso da máquina) Em 10h de trabalho: $45 de custo -> $50 em mercadorias. O valor cresceu. O dinheiro finalmente virou capital.

Capitalismo é... ? O trabalho é a substância do valor. Portanto, o acréscimo de valor não pode ocorrer na esfera da circulação das mercadorias. Ocorre na esfera da produção para depois se realizar no mercado. O dinheiro aplicado à produção com o objetivo de gerar valor excedente passa a ser denominado capital. Capitalismo é, portanto, a denominação do modo de produção onde o objetivo principal da produção social é a reprodução ampliada do capital, um constante acréscimo de valor. A diferença entre o valor adiantado na compra dos elementos da produção e o valor final em mercadoria é denominado mais-valia.

Mais valia... ? Sendo a mais-valia a expressão do trabalho excedente e não-pago (o que se paga é apenas o custo da força de trabalho), afirmamos que ela indica, de certo modo, o grau de exploração do próprio trabalhador. No nosso exemplo: Paga-se $5 ao trabalhador de acordo com seu valor de troca (baseado no tempo que se leva para “produzir” um trabalhador). Recebe-se $10 em acréscimo de trabalho à mercadoria. A taxa de mais-valia expressa proporcionalmente essa exploração: Taxa M = trabalho excedente = 5 = 1. Em termos percentuais, 100%. trabalho necessário 5 Isso indica, em outros termos, que o trabalhador em questão dedica metade do seu tempo a produzir valor excedente, pelo qual não recebe um tostão!

Mais valia... ? Mais-valia absoluta: massa de mais-valia gerada através da exploração no processo de produção. Pode-se aumentá-la a partir da majoração do tempo de trabalho, mantido constante o salário, ou através da redução do salário, mantendo constante a jornada de trabalho. Ex: Paga-se $5 para, em 10h, gerar $10. Pode-se então: Pagar $5 para, em 20h, gerar $20. Ou pagar $2,5 para, em 10h, gerar $10. Mais-valia relativa: utilização de aprimoramentos técnicos ou tecnológicos para aumentar o valor produzido. Adquirir novo maquinário e produzir $50 em 10h, permanecendo igual o salário.