CURSO: PEDAGOGIA ARTE E EDUCAÇÃO Profª Ms.: Solange Brito.

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Transcrição da apresentação:

CURSO: PEDAGOGIA ARTE E EDUCAÇÃO Profª Ms.: Solange Brito

A história da infância no pensamento ocidental: por uma Pedagogia da Infância “homens de tamanho reduzido” Pieter Brueghel, “Jogos Infantis” (1560) (As crianças brincavam, competiam e conviviam com os adultos)

não existia a obrigatoriedade da educação para as crianças maiores de sete anos e tão pouco havia escolas disponíveis para a maioria da população, as crianças do Brasil colonial habitavam a casa-grande ou a senzala realizando tarefas, como as das prendas domésticas, trabalhos na cozinha para as meninas ou nos estaleiros e outras tarefas de subserviência para os meninos, sendo inseridas rapidamente no mundo dos adultos, principalmente as crianças pobres ou escravas.

A educação da criança brasileira dos séculos XIX e XX: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe." Rousseau (1712- 1778) crianças da burguesia saem do anonimato e da invisibilidade; para as crianças pobres e negras, o acesso e o direito à educação só começa concretamente a acontecer no final do século XIX.

literatura de Casimiro de Abreu (1839-1860) sua visão de infância que expressa a mentalidade da época: Meus 8 anos Casimiro de Abreu Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida Da minha infância querida Que os anos não trazem, mais! Que amor, que sonhos, que fl ores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias Do despontar da existência! —Respira a alma inocência Como perfumes a fl or; O mar é — lago sereno, O céu — um manto azulado, O mundo — um sonho dourado, A vida — um hino d'amor! Que auroras, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d'estrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã! Livre fi lho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberto o peito, — Pés descalços, braços nus — Correndo pelas campinas À roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo, Adormecia sorrindo E despertava a cantar! .... Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

Séc XIX: contribuições das concepções psicológicas de Vygotsky(1896-1934) sobre os processos de interação da criança com o meio através da mediação do adulto e de Wallon (1879-1962)que ressalta o papel da afetividade como fator determinante para o processo de aprendizagem, impulsionaram o crescimento de novas formas de se pensar o desenvolvimento infantil, revolucionando completamente a visão de como as crianças aprendem e quais as atividades pedagógicas que atendem, ou limitam tal perspectiva epistemológica.

Somando-se a isso, encontramos nos estudos e pesquisas baseadas na Psicologia do Desenvolvimento de Jean Piaget (1896-1980) a visão dos processos de maturação e os estágios que a criança passa em seu processo de desenvolvimento. A criança passa a ser vista como um sujeito ativo, curioso, investigador que , de pergunta em pergunta, busca conhecer e interagir com o mundo ao redor.

Oito Anos - Paula Toller Por que você é Flamengo / E meu pai Botafogo O que significa / "Impávido Colosso"? Por que os ossos doem / Enquanto a gente dorme Por que os dentes caem / Por onde os filhos saem Por que os dedos murcham / Quando estou no banho Por que as ruas enchem / Quando está chovendo Quanto é mil trilhões / Vezes infinito Quem é Jesus Cristo / Onde estão meus primos Well, well, well / Gabriel... / Well, well, well Well

Por que o fogo queima Por que a lua é branca Por que a Terra roda Por que deitar agora Por que as cobras matam Por que o vidro embaça Por que você se pinta Por que o tempo passa Por que que a gente espirra Por que as unhas crescem Por que o sangue corre Por que que a gente morre Do qué é feita a nuvem Do qué é feita a neve Como é que se escreve Reveillón

ARTES-PLÁSTICAS, CRIANÇA E SEU DESENVOLVIMENTO SENSÍVEL COGNITIVO Desenho e desenvolvimento do grafismo infantil: “Levei cinco anos para desenhar como Rafael e a vida toda para desenhar como uma criança” Pablo Picasso(1881-1973) “Há um consenso em que a criatividade é uma característica própria do ser humano, uma potencialidade presente em todos ao nascer, mas que pode ser estimulada ou inibida pelo ambiente e que tem uma relação profunda com a liberdade e o tempo que a criança teve para brincar”(TELES, 1997)

as Artes e suas múltiplas linguagens (artes-plásticas, dança, teatro, literatura, música, etc.) têm não apenas uma função utilitária, mas, sobretudo, uma função cultural--educativa visando o desenvolvimento sensível, criativo e estético dos indivíduos. Desenho infantil: um universo a ser explorado: descartar materiais prontos (folhas xerografadas, lembrancinhas confeccionadas pelos professores, ...) atividades “decorativas” de datas comemorativas

a criança deve ser orientada a criar e interagir com diferentes materiais seja desenhando, colando, modelando, re-criando, imagens que representam e simbolizam sua visão sobre determinado conhecimento, agora significativamente construído.

Uma análise sobre o desenvolvimento do grafismo infantil: das Garatujas ao Pseudo realismo de Jean Piaget(1896-1980): Crianças de 0 a 3 anos (Período Sensório-Motor): Surgem os rabiscos, ou Garatujas que segundo Piaget(1948) são simples riscos ainda desprovidos de controle motor onde a criança ignora os limites do papel e mexe todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão.

Crianças de 3 a 4 anos (Estágio da Inteligência Simbólica ou Pré-Operacional) Aqui a expressão é o jogo simbólico: a criança age por simulação “como se fosse”. Por ter um melhor controle motor, ela respeita melhor os limites do papel. Aparecem as formas mais organizadas e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. Aparece também a representação do de forma mais reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco, etc., porém, esta figura pode aparecer de maneira imaginária, aparecem sóis, radiais e mandalas.O símbolo já existe e a criança nesta fase, nomeia seus desenhos assim como conta histórias sobre suas produções gráfi cas que estão repletas de significados.

4 a 5 anos (Pré- Esquematismo ou Fase Pré-Operatória): Além das figuras humanas já disporem de novos detalhes (como cabelos, pés e mãos) a distribuição dos desenhos no papel obedecem a certa lógica, do tipo céu no alto da folha e o chão abaixo. Aparecem os temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais. Utiliza de variados tipos de cores, buscando certo realismo, apesar de emprestar características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca.

5 a 6 anos: Nesta fase, a criança dá grande atenção aos detalhes e as cores e é comum as figuras humanas aparecem vestidas. Os desenhos apresentam geralmente um roteiro com começo, meio e fim. É nesta fase que aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade, sendo a criança capaz de contar histórias cujos temas variam dependendo do interesse emocional. As relações espaciais se organizam e se inicia a mudança e construção de novos símbolos, inclusive, aquilo que chamamos de pseudo-escrita.

7 a 10 anos (Realismo ou Estágio das Operações Concretas): Nesta fase, a criança busca o realismo, tornando-se extremamente exigente em relação a suas produções plásticas. Surge também a noção de perspectiva dando uma impressão de profundidade e distância. releituras formas geométricas

10 anos em diante (Pseudo Naturalismo- Fase das OperaçõesFormais ou Abstratas): Esta fase é o fim da arte como atividade espontânea e a criança inicia a investigação como forma de se apropriar de sua própria personalidade.