EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE EM ARACAJU/SE NO PERÍODO DE 1984 A 2006

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EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE EM ARACAJU/SE NO PERÍODO DE 1984 A 2006 COORDENADORIA DA GESTÃO DO CUIDADO Programa de Vigilância de Agravos Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde. Aracaju, Sergipe, Brasil. INTRODUÇÃO Ao analisarmos a proporção por faixa etária dos CN do município ao longo dos anos do período em estudo, observamos que há uma tendência de aproximação entre os dois principais grupos etários afetados pela TB; onde o grupo com idades entre 20 e 34 anos descreve uma curva descendente, em oposição à curva ascendente descrita pelo grupo com faixa etária entre 35-49 anos. A tuberculose é uma das doenças mais antigas conhecidas que acomete o homem. Por ser facilmente transmissível, uma vez que, se estima que para cada caso de tuberculose pulmonar bacilífera são encontradas três a quatro pessoas infectadas para cada 10 contatos. Devido a isso, é considerada como um grave problema de saúde pública. Segundo a OMS, no final da década de noventa, eram notificados entre 3,5 e 4,0 milhões de casos novos de tuberculose em todas as suas formas (pulmonar e extrapulmonar). Destes, 90% ocorreram em países em desenvolvimento. Desde 1980, os países industrializados vinham tendo uma queda estável no número de casos. Entretanto, o ressurgimento da doença foi observado devido aos seguintes fatores: infecção pelo HIV, emergência de tuberculose multiresistente e problemas sociais (pobreza, falta de moradia e uso de drogas ilícitas). Este trabalho tem por objetivo avaliar epidemiologicamente os pacientes com tuberculose no município de Aracaju no período de 1984 a 2006. MATERIAL E MÉTODOS Ao analisarmos a associação com HIV/SIDA, observamos que entre casos novos de TB residentes em Aracaju a grande maioria não tinham sorologia realizada. A distribuição anual dos casos revela um discreto declínio nessa taxa nos últimos cinco anos do período em estudo com o aumento progressivo da realização da sorologia do total. Realizou-se um estudo retrospectivo analítico da Tuberculose no município de Aracaju no período de 1984 a 2006. Para as informações relativas aos casos de Tuberculose foram utilizados do período de 1984 a 1993 dados dos livros e prontuários do CEMAR Siqueira Campos, que é referência estadual para tratamento de tuberculose, e que no período concentrava todos os casos em tratamento, sendo a única fonte de informação disponível para essas informações. Esses dados foram armazenados num banco de dados ACCESS. De 1994 a 2005 os dados foram oriundos do Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação. Os dados populacionais foram obtidos através do DATASUS, referente ao período analisado. RESULTADOS Ao analisarmos a evolução das taxas de incidência de TB tanto no sexo masculino quanto no sexo feminino e ao compararmos com a taxa de incidência global, observamos que todas apresentam uma curva descendente progressiva ao longo do período 1984-2006. Avaliando a série histórica observamos tendência ao aumento da taxa de cura para 84,2% para os casos diagnosticados em 2005, mas persistem altas taxas de abandono e letalidade. Além disso, é notado o comportamento semelhante que essas curvas têm ao longo desse tempo. A redução da taxa de incidência de TB global é de 49,79%, quando se compara o ano de 1984 com 2006; no sexo masculino ela se reduz em 48,53% e no sexo feminino, essa queda é de 52,68%. Ao longo do período estudado, tanto a taxa de mortalidade global quanto as taxas de mortalidade por gênero desenharam uma linear descendente progressiva. A taxa global apresentou queda de 60,01% ao compararmos o ano de 1984 com 2005. Paralelamente, no sexo masculino essa redução foi de 64,20% e no feminino, 86,62% ASPECTOS IMPORTANTES • A tuberculose embora a tendência global de redução da sua incidência, permanece um importante problema de saúde pública em Aracaju; • Apesar da diminuição da taxa de mortalidade por tuberculose em Aracaju, a sua letalidade permanece alta, podendo refletir o seu diagnóstico ainda tardio; • A coleta da sorologia para HIV tem aumentado progressivamente no município de Aracaju, mas apesar da sua coleta ser na própria unidade de saúde, ainda é realizado em apenas 20% dos casos de tuberculose; • A taxa de cura tem aumentado progressivamente, permanecendo em 84,2% para os casos diagnosticados em 2005, mas ainda inferior a meta de 85%, havendo necessidade de intensificação da realização do tratamento supervisionado. Na distribuição anual, observamos pouca variação na proporção de casos por forma clínica no período 1985-2006, com um discreto aumento, principalmente a partir de 1999, da associação pulmonar/extrapulmonar em detrimento da forma pulmonar isolada. * Autor – Marco Aurélio de Oliveira Góes – médico infectologista do Programa de Vigilância Epidemiológica Agravos Transmissíveis