Os quartetos de cordas de Villa-Lobos

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
HISTÓRIA DA MÚSICA BARROCO
Advertisements

História da Música IV CMU 351 Módulo VIII
MUDANÇAS CULTURAIS PROMOVIDAS PELA SEMANA DE ARTE MODERNA
Mudanças culturais promovidas pela semana da arte moderna
Danse de la fureur, pour les sept trompettes: análise musical IV Encontro de Pesquisa em Música Universidade Estadual de Maringá Danse de la fureur, pour.
Fundação OSESP Serviço Social do Comércio - SP
MÚSICA BARROCA 1600 a 1750.
Ritmos Afro-brasileiros
Música clássica 1750 a 1810.
MÚSICA ROMÁNTICA 1810 à 1900.
Forma Sonata Trabalho sobre forma sonata para a disciplina de Apreciação musical Professor: Frederico.
Formas de Sonata nos séculos XVIII e XIX
História da Música IV CMU 351 Módulo VI Música de câmara Prof. Diósnio Machado Neto.
Sonata cíclica: quartetos de cordas de Franck, Debussy e Villa-Lobos Análise Musical II CMU0367 Paulo de Tarso Salles ECA/USP 2011.
A CORDES DE S EXTA Harmonia II – CMU0231 Paulo de Tarso Salles CMU-ECA/USP.
Sound & Structure John Paynter Prof. Marcos Câmara de Castro Adriana Moraes - MEMES I, 2015.
História da Música IV Sinfonias. Beethoven – Sinfonia nº 9 Sinfonia Coral – Para solistas, coro e orquestra – Beethoven esboçou-a por um largo período.
S EMINÁRIO História das Ideias Pedagógicas. T EMAS PARA OS S EMINÁRIOS : TEMA I: O Pensamento Pedagógico Renascentista Montaigne – Lutero – Jesuítas*
Acordes de Sexta Harmonia II – CMU0231, revisão 2015 Paulo de Tarso Salles CMU-ECA/USP.
Planejamento Estratégico PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Secretaria de Relações Institucionais Subchefia de Assuntos Federativos GRUPO DE TRABALHO INTERFEDERATIVO.
Análise Musical II CMU0367 Prof. Dr. Paulo de Tarso Salles ECA/USP, 2015.
Funções Mediantes Harmonia II – CMU 0231 Prof. Paulo de Tarso Salles ECA/USP, 2012.
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. COMO CHEGAMOS À SEGUNDA VERSÃO BNCC 15 Março CONCLUSÃ O DA CONSULTA PÚBLICA 2 Dezembro DIA NACIONAL DA BASE 16 Setembro.
Sound & Structure John Paynter, 1992 Monitora: Adriana Moraes, MEMES II Professor Responsável: Marcos Câmara de Castro 2016.
Definições: 1. Na época primitiva a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades;
MARCOS DO DESENVOLVIMENTOMOTOR NORMAL Devemos observar os marcos de desenvolvimento na infância por dois motivos principais:
História da Música V CMU 244 Módulo III
CACILDA BORGES BARBOSA (1914 – 2010)
A formação do musicoterapeuta para o atendimento de pessoas com TEA
História da Música VI CMU 244 Módulo VIII
História da Música VI CMU 244 Módulo III
Lição 01 Apresentação do curso
Passado, presente e futuro de uma coleção ...
DE TRAMAS E FIOS um ensaio sobre a música e educação
Minha terra encanta o mundo inteiro
Análise harmônica e cadências
A Capoeira.
FORMAÇÃO DA AMÉRICA LATINA
História da Música VI CMU 244 Módulo IV
BIBLIOTECÁRIO COMO TEMA À LUZ DAS COMUNICAÇÕES SUBMETIDAS AO SNBU ( )
História da Música III CMU 350 Módulo VIII
Harmonia II/Análise Musical II –
ESPAÇO URBANO E ESPAÇO RURAL
História da Música VI CMU 244 Módulo V
Curso: Graduação em Pedagogia-Licenciatura
PRINCÍPIOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE HISTÓRIA
Harmonia III 1a. Aula: Combinando a Harmonia de Graus com a
Modulação (5ª Lei Tonal)
Música Brasileira I CMU 32 Módulo X
Prof. Esp. Suzana de Morais
Patrimônio musical e “desgeograficação” do brasil
Recife
Sound & Structure John Paynter Adriana - MEMES II, 2014.
TRABALHO FINAL Teorias da Ação Cultural
Cultura Afro-brasileira
Mutações na Sociedade e Costumes
Orientação para a Elaboração das Reflexões
Grupos que pesquisam EAD no Brasil na área de Artes
Sound & Structure John Paynter Adriana - MEMES II, 2014.
Fundamentos Históricos Teóricos Metodológicos dos Fundamentos Filosóficos Módulo 7 – Aula 01 Profª Ms. Mirela Ferraz.
PREFEITURA MUNICIPAL DE IPATINGA - SME
Neoclassicismo.
IV Conferência Estadual
Dentro & Fora do Palco.
Geografia Aula 02: Geografia da população. Aula 02 – Geografia da população 1. Distribuição da população no Brasil e no mundo 2. Movimentos migratórios.
Apresentação.
PERÍODO DE PRÁTICA COMUM: BARROCO, CLASSICISMO, ROMANTISMO
Seminário Etnomusicologia
TEMA GRUPO:. OBJETIVO DESCRIÇÃO DO TEMA DESENVOLVIMENTO.
Fabio e. santos Tamyres f. santos Augusto a. de Paula
Transcrição da apresentação:

Os quartetos de cordas de Villa-Lobos Paulo de Tarso Salles PPGMUS- ECA/USP 2015

Cronologia 1915: nº1; nº2 1916: nº3 1917/1949: nº4 1931: nº5 1938: nº6

Influências Vincent d’Indy Joseph Haydn

Organização do ciclo sonata Quatro movimentos: I. Allegro (forma sonata); II. Andante; III. Scherzo; IV. Allegro I. Allegro (forma sonata); II. Scherzo; III. Andante; IV. Allegro Exceções: QC1, com 6 movimentos. QC5, cujo 1º movimento não é em forma sonata. A forma “variação” não é empregada.

Estilos Forma “cíclica”(derivada de César Franck): QC2 e 3. Rapsódia: QC5 Caráter nacional: QC5 e 6 Forma sonata “clássica”(derivada de Haydn): especialmente a partir do QC6. Monotematismo “Variação em desenvolvimento” [developing variation]

Haydn (1732-1809) Esquecido no século XIX Recuperado por: d’Indy (1909), Schenker, Geiringer (1932) Desprezado no Brasil: Mario de Andrade, Otto Maria Carpeaux Assumido por Villa-Lobos como inspiração, segundo Arnaldo Estrella (1970). Estrella refuta essa ideia.

Teorias da forma Sonata no século XVIII Sonata no século XIX Época: Albrechtsberger D’Indy, Tovey, Ratner, Rosen Sonata no século XIX Czerny, A.B. Marx, Século XX: “teoria de sonata”[sonata theory]: Schenker, Caplin, Hepokoski, Darcy, vande Moortele

O “Allegro” em forma sonata villalobiano Exposição: Mudanças texturais delimitando áreas temáticas Cadências: simetria Ausência do ritornello Alternância entre monotematismo, bitematismo e politematismo (grupos temáticos com vários temas) Desenvolvimento: Contraponto imitativo Developing variation Recapitulação Transposição da Exposição Transformações temáticas (inversão, retrogradação, etc.) Eventual retomada do desenvolvimento na coda (à maneira de Beethoven)

O “Andante” villalobiano Cromatismo Melodia extensa e expressiva Estilos Modinha (“nacionalista”) Expressionismo (Wagner, Berg) Forma A-B-A Eventual uso da forma sonata (com ou sem desenvolvimento), ou rondó Simetrias na apresentação dos temas: relações tonais e instrumentais

O “Scherzo” villalobiano Caráter humorístico/jocoso Virtuosidade Forma seccionada, eventual uso de ritornello Grande contraste textural Variedade de timbre: pizzicato, trinado, trêmulo, glissando, etc. Maior ousadia harmônica

O Finale villalobiano Eventual caráter de dança Forma: livre, com eventual emprego da forma sonata Textura em geral menos densa que a do Allegro inicial

Elementos de identidade nacional As categorias de Mario de Andrade no Ensaio sobre a música brasileira (1928) A teoria dos tópicos musicais Ratner, Monelle, Hatten, Tarasti, Agawu Tópicos musicais latino-americanos e brasileiros Melanie Plesch, Acácio Piedade, Gabriel Moreira, Norton Dudeque, Daniel Zanella