BRICS e cooperação Sul-Sul

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Universidade Federal do Rio de Janeiro Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Divisão de Pesquisa Ética em Pesquisa (material informativo adaptado.
Advertisements

O Mito do Desenvolvimento Sustentável e a Economia Verde na Rio+20
POLÍTICAS E PROGRAMAS PRIORITÁRIOS EM SAÚDE – 2008/2011 (PAC – SAÚDE)
CONHECENDO A AGENDA 21 NAS ESCOLAS AVANÇAR.
Assessora Regional Segurança no Trânsito Dezembro 2006 Recomendações para um trânsito seguro Eugênia Maria Silveira Rodrigues, MD, PhD
O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO E OS SINDICATOS
ECONOMIA INTERNACIONAL
CAMS Comissão Nacional de Articulação com Movimentos Sociais
GT Relatórios Internacionais em HIV e Aids
Processo para Elaboração do Relatório UNGASS 2010 Reunião da CAMS Brasília, 14/08/2009.
JA Juventude em Ação: construindo a Agenda 21 na Escola
“Funções Essenciais de Saúde Pública” nas Américas
A Promoção da Prática Baseada em Evidências em Nível Global através da Pesquisa: como eliminar lacunas no financiamento e na publicação Moisés Goldbaum.
AS RELAÇÕES DE PODER NO MUNDO
Novas Perspectivas de Apoio e de Avaliação de Políticas para MPEs em Arranjos Produtivos Locais Seminário RedeSist-SEBRAE Rio de Janeiro, 4 de julho de.
Cooperação Internacional no Continente Africano: fortalecimento e ampliação da formação de técnicos em saúde Salvador Julho de 2007 Filme.
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
XX Reunião Annual do Faubai
RUMO A SOLUÇÕES PARA ÁGUA
Movimento Brasil Competitivo
Políticas para a Cooperação Cultural de Organizações Internacionais
Escola Nacional de Saúde Pública
BVS – Homeopatia Brasil Comitê Consultivo/Executivo BVS-Ho. AMHB - APH – FEMHPR - AMHMG Representado por Rosângela Fidelis Brambilla 09 de Maio/2008.
1ª Jornada Internacional da Gestão Pública “O caso MDIC”
METODOLOGIA NA ESCOLA CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO.
Cooperação Sul-Sul Magnus Lindelow Brasília, 8 de maio, 2014 Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis) Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
CRIAÇÃO E GESTÃO DAS ASSESSORIAS INTERNACIONAIS
Desenvolvimento e Capacitação: o papel da gestão de pessoas
O Papel da Biblioteca Virtual em Saúde em Aleitamento Materno (BVS AM) na Difusão de Informação Científica e Tecnológica na Rede BLH - BR Fundação Oswaldo.
ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Objetivos da Rio +20 Objetivo: renovar, em alto nível, o compromisso mundial para o Desenvolvimento Sustentável - DS Não é uma Conferência somente ambiental,
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
Talentos para Inovação
Revisão do 2º Congresso sobre DST-AIDS Wim Vandevelde - EATG/GAT Investigação de uma vacina para o VIH o papel de Portugal e dos seus parceiros lusófonos.
Cooperação Sul-Sul em Saúde: Desafios para a FIOCRUZ
Conferência de Joanesburgo
Por Leandro Kechner e Renata Araujo
RIO 92 / ECO RIO Foi aprovado um documento contendo compromissos para o padrão de desenvolvimento do século XXI, denominando-o Agenda 21. Resgata, assim,
DOCUMENTOS UTILIZADOS
APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS BRASIL – UNIÃO EUROPÉIA
Cooperação ENSP/ FIOCRUZ/ SES/ RJ
África – Condições de Vida
O processo de revisão do RSI* e o Brasil
INOVAÇÃO NA POLÍTICA INDUSTRIAL
14 de julho de 2009 CNM Internacional. A CNM Internacional A área da Confederação Nacional de Municípios responsável por promover a inserção internacional.
Plataforma Nacional de Diálogo e Promoção do uso de Fertilizantes IIAM, 15 de Setembro de 2014.
SEMINÁRIO SOBRE DEMOCRATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO SUS REGIÃO NORDESTE. Recife 30 e 31 de julho de 2013 Recife, 30 e 31 de julho de 2013.
INOVAÇÃO – O BRASIL E O MUNDO
Escritório Internacional do Trabalho Departamento de Empresas Multinacionais DECLARAÇÃO TRIPARTITE DE PRINCÍPIOS RELATIVOS ÀS EMPRESAS MULTINACIONAIS E.
SIMPÓSIO SOBRE POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
Plano Estadual de Saúde e Planos Operativos Anuais – 2008 a 2011 Contexto, Alcances e limites Ou “A retomada do planejamento” II Mostra SES, 04/11/2008.
Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Pesquisa e Inovação Margareth Crisóstomo Portela Vice-Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento.
1. VI Fórum UNGASS – AIDS Brasil 20 e 21 de maio de 2010 Recife - PE 2.
G-20.
II Workshop Regional: Nordeste do Brasil Cruz das Almas, de Maio de 2015 Rede Latino-americana para Implementação do Tratado Internacional sobre.
Brasil-Portugal 200 anos: Simpósios sobre Saúde Eduardo Botelho Barbosa Assessoria Internacional Ministério da Saúde Rio de Janerio, 10 de julho de 2008.
G - 2.
Economia Social e Solidária Inovação social no mundo do trabalho de 27 a 31 de julho de 2015, Joanesburgo, África do Sul.
O fim da AIDS pós-2015: Um movimento para transformação.
Augusto Paulo Silva, CRIS/Fiocruz Luiz Eduardo Fonseca, CRIS/Fiocruz
Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP
4º Inquérito Nacional de Responsabilidade Mútua na Prestação de Contas para o Fórum de Cooperação para o Desenvolvimento.
Rede Interamericana de Prevenção da Violência e do Delito.
A nova regionalização do mundo
SUGESTÃO DE INICIATIVAS
Cooperação Internacional da FIOCRUZ Bases e Perspectivas 2014 Paulo M. Buss Câmara Técnica de Cooperação Internacional Rio de Janeiro, Novembro de 2013.
LUIZ EDUARDO FONSECA Fundação Oswaldo Cruz Centro de Relações Internacionais em Saúde COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DA FIOCRUZ COM A ÁFRICA E CPLP.
A AGENDA 21 Profª MS. Milena Beatrice Lykouropoulos.
André Castro dos Santos Clauber Barão Leite Haline de Vasconcellos Rocha.
. Organização Mundial da Saúde. A OMS é uma agencia especializada subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU) que foi fundada no dia 7 de abril.
Transcrição da apresentação:

BRICS e cooperação Sul-Sul Paulo M. Buss Diretor, CRIS/FIOCRUZ Professor, ENSP/FIOCRUZ BRICS e a Cooperação Sul-Sul: O Futuro da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Centro de Estudos e Pesquisas BRICS Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2012

BRICS: Indicadores de Saúde Ano Brasil Rússia Índia China África Sul População total (milhões) 2011 196,70 141,90 1241,50 1344,10 50,60 Expectativa de vida ao nascer (anos) 2010 73 69 65 52 Taxa de mortalidade < 5 anos (por 1.000 NV) 16 12 61 15 47 Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 NV) 14 10 13 35 Taxa de mortalidade materna (por 100 mil NV) 56 34 200 37 300 Gasto per capita com saúde (US$ PPC) 1.028 998 132 379 935 Gasto público per capita com saúde (US$ PPC) 483 620 38 203 412 Fonte: Banco Mundial, 2012. Indicadores.

Saúde: Contexto recente Declaração da Cúpula dos BRICS: Sanya, Abril de 2011 “Reforçar o diálogo e a cooperação nos domínios da proteção social (...) e saúde pública, incluindo a luta contra o HIV/Aids” Proposta de realização da 1ª reunião de Ministros da Saúde, na China, ainda em 2011; e de Reunião de altos funcionários para promoção da cooperação científica, tecnológica e de inovação, incluindo o estabelecimento de GT sobre cooperação na indústria farmacêutica Primeira reunião de Ministros da Saúde de BRICS: Pequim, Julho de 2011

BRICS Saúde: Declaração de Pequim (1/3) Discutir e coordenar posições sobre questões de interesse comum, bem como para identificar áreas de cooperação em saúde pública Saúde pública elemento essencial para o desenvolvimento social e econômico, o que deve estar refletido nas políticas nacionais e internacionais Integrar saúde pública nas respectivas agendas da AGNU e de outras conferências e fóruns internacionais, visando contribuir para consenso político e gerar ações planejadas, amplas e sustentadas para a saúde pública Num ambiente cada vez mais complexo, reforçar saúde pública a nível global e melhorar papel de liderança e coordenação da OMS na cooperação internacional de saúde

BRICS Saúde: Declaração de Pequim (2/3) Segurança alimentar, mudanças climáticas, ambiente, comércio e outras questões globais têm impacto na saúde pública Projetos de cooperação para saúde pública mundial inclusiva, em relações Sul-Sul e de cooperação triangular Coordenação e cooperação entre organismos internacionais de saúde e agências de desenvolvimento, de modo a otimizar uso de recursos e integrar, de forma coerente, políticas globais de saúde Apoiar OMS com recursos necessários para cumprimento do seu mandato; mecanismos inovadores de financiamento para a saúde; reforma da OMS; papel importante no acesso aos medicamentos, transferência de tecnologias e capacitação

BRICS Saúde: Declaração de Pequim (3/3) BRICS enfrentam uma série de desafios de saúde pública similares, incluindo acesso desigual aos serviços de saúde e medicamentos, custos cada vez maiores, doenças infecciosas como HIV e tuberculose, e crescimento das doenças não-transmissíveis Atuar nos próprios países e empenho em apoiar outros países nos esforços de promover saúde para todos BRICS como fórum de cooperação, coordenação e consulta sobre assuntos relevantes para a saúde pública global Institucionalizar, de forma permanente, o diálogo entre os Ministros da Saúde, bem como entre Representantes Permanentes, em Genebra, para acompanhar e implementar os resultados relacionados à saúde da cúpula dos BRICS.

Áreas prioritárias de cooperação (1/3) Colaboração para fortalecer os sistemas de saúde e superar os obstáculos ao acesso a produtos médicos de qualidade, eficazes, seguros e a preços acessíveis, a vacinas e outras tecnologias de saúde para HIV/AIDS, tuberculose, hepatites virais, malária e outras doenças infecciosas e não transmissíveis OMS: facilitar processo de pré-qualificação, fortalecimento das autoridades reguladoras nacionais e reforço das condições de exportação de produtos médicos produzidos em países BRICS Compromissos: Declaração de Moscou da Reunião Ministerial Global sobre Vida Saudável e DCNT; Reunião de Alto Nível da AGNU sobre DCNT; Conferência Mundial sobre DSS; e Conf. HIV/AIDS

Áreas prioritárias de cooperação (2/3) Transferência efetiva de tecnologias em saúde entre BRICS para fortalecer capacidade de inovação Estabelecer prioridades de pesquisa e desenvolvimento, e efetiva-las por meio da cooperação entre BRICS Papel de BRICS na Estratégia Global e Plano de Ação sobre Saúde Pública, Inovação e Propriedade Intelectual Colaboração com organizações internacionais, como OMS e UNAIDS, e programas globais como UNITAIDS, Fundo Global de Combate à AIDS, TB e Malária e Aliança GAVI (vacinas) Garantir que acordos de comércio bilateral e regional não prejudiquem flexibilização do TRIPS. Salvaguardas do TRIPS e disposições da Declaração de Doha sobre TRIPS e Saúde Pública, e da Estratégia Global e Plano de Ação sobre Saúde Pública, Inovação e Propriedade Intelectual

Áreas prioritárias de cooperação (3/3) Estabelecer Grupo Técnico de Trabalho para discutir propostas específicas, incluindo a possível criação de rede de cooperação tecnológica dos BRICS Realizar Reuniões de Ministros da Saúde periódicas (Cúpula de Nova Delhi, 2012). Próxima reunião de MS: Brasil, 2013

Prioridades do Brasil na cooperação internacional em saúde Robusta política externa, seja nas relações com o sistema das Nações Unidas, seja com países desenvolvidos e em desenvolvimento Países, grupos e regiões prioritárias G 20 CPLP – Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, incluíndo PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) UNASUL – União de Nações Sul-americanas. CELAC. BRICS. Cúpulas inter-regionais. Participação ativa COERENTE em instituições multilaterais, como OMC, OMPI, OMS e OPAS Exemplos: Convenção Marco sobre Controle do Tabaco; Declaração de Doha sobre Acordo TRIPS e Saúde Pública; e o Grupo de Trabalho Inter-governamental (IGWG) sobre Saúde Publica e Propriedade Intelectual; Reforma da OMS Saúde como prioridade da política externa do Brasil

Desafios para BRICS na agenda global da saúde Novas ‘governança global para a saúde’ e ‘governança da saúde global’ Governança da saúde global: Reforma da OMS Governança global para a saúde: atuar de forma coerente com objetivos de saúde nas demais agencias das Nações Unidas MDG e post-2015. Saúde entre os ODS: Cobertura universal de saúde. DSS. Materializar cooperação Sul-Sul (ou CTPD ou cooperação horizontal) e cooperação triangular Norte-Sul-Sul no contexto BRICS

Governança global para a saúde UTILIZAÇÃO da ASSEMBLÉIA GERAL da ONU e ECOSOC Determinantes sociais da saúde: Conferência Mundial, Rio de Janeiro (Outubro de 2011) e desdobramentos: Resolução EB 130 e AMS 65. AG-ONU 2012 ou seguintes www.cmdss2011.org Doenças crônicas não-transmissíveis: AG-ONU 2011 Cobertura universal em saúde: AG-ONU 2012 ou seguintes Commission The Lancet – University of Oslo – Harvard Univ. MDGs e pós-2015: diversas iniciativas em andamento Rio + 20: Governança da saúde e ambiente no desenvolvimento sustentável http://cupuladospovos.org.br/2012/01/rascunho-zero-do-documento-final-para-a-rio20/

Governança da saúde global Reforma da OMS http://www.who.int/dg/reform/en/index.html Governança global em saúde (diversas iniciativas) Convenção-quadro sobre saúde global (JALI) https://www.law.georgetown.edu/oneillinstitute/documents/2011-06-08_O'Neill%20Institute%20Briefing%20Paper.pdf ECOSOC: Saúde na política externa, como parte da cooperação para o desenvolvimento (2009) http://www.un.org/en/ecosoc/docs/pdfs/achieving_global_public_health_agenda.pdf Grupo de Oslo: Diplomacia da saúde. Grupo de sete países (Brasil, Noruega, França, Senegal, Indonésia, Tailândia e África do Sul) que colocam saúde como prioridade na sua política de cooperação para o desenvolvimento. Declaração de Oslo http://www.who.int/trade/events/Oslo_Ministerial_Declaration.pdf

Reforma da OMS e governança global (1/4) Processo em curso desde Janeiro de 2010 Motivação inicial: equacionar o financiamento da OMS, cada vez mais inadequado (insuficiente e ‘earmarked’) Estados-membros: reforma ampla (da OMS e da governança da saúde global) para responder aos desafios contemporâneos EB 130 (Janeiro 2012) e AMS 65 (Maio 2012): Análise das propostas do EBSS (Novembro 2011) http://apps.who.int/gb/e/e_ebss.html Propostas insuficientes, resultantes de acordos possíveis. Discussão de formas, não de conteúdos.

Reforma da OMS e governança global (2/4) Três grandes linhas de reforma: Estabelecimento de prioridades e programas Governança Reformas gerenciais Processo impulsionado pelos E-M visando formular recomendações sobre métodos de estabelecimento de programas e prioridades da organização nos três níveis (Genebra, Regionais e países)

Centro de Relações Internacionais em Saúde da FIOCRUZ (CRIS/FIOCRUZ) Criado em Janeiro de 2009 Coordenação de toda a cooperação internacional em saúde da FIOCRUZ, inclusive o Escritório da África Câmara Técnica de Cooperação Internacional em Saúde: Representantes de todas as Unidades Assessoria à Presidência e Diretores nesta matéria Estudos e pesquisas em saúde global e diplomacia da saúde Observatório de Saúde Global Representação da FIOCRUZ em fóruns, como: Rede Pasteur, IANPHI, DNDi e outros Docência: Curso de Especialização e Mestrado Profissional em ‘Saúde Global e Diplomacia da Saúde’

Intercâmbio internacional da Fiocruz Rede Pasteur Coop. recebida DNDi Coop. oferecida BRICS

Propostas concretas e imediatas Criação das Redes de Instituições Estruturantes dos sistemas de saúde: Institutos Nacionais de Saúde Escolas de Governo em Saúde Escolas Técnicas de Saúde Institutos estratégicos Elaboração de seus planos operativos, de acordo com as orientações das Cúpulas e das Reuniões setoriais de MS, além de influenciar a ambas

RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde Rio de Janeiro, v.4, n.1, Mar., 2010 http://www.reciis.cict.fiocruz.br/index.php/reciis/issue/view/30