Teoria do caos Terei que ter a coragem de usar um coração desprotegido e de ir falando para o nada e para ninguém? Assim.

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Transcrição da apresentação:

Teoria do caos Terei que ter a coragem de usar um coração desprotegido e de ir falando para o nada e para ninguém? Assim como uma criança pensa para o nada. E correr o risco de ser esmagada pelo acaso. Clarice Lispector, A paixão segundo G.H.

Teoria do caos Caos é uma palavra subjetiva. A ciência é uma tentativa de colocar ordem na natureza. Além dela, temos os mitos que por meio dos ritos possibilitam que o caos se distancie e se mantenha a ordem. Daí surge a tradição como manutenção e conservação da ordem alcançada. A tradição se apresenta como antagônica a mudança que é vista como caos. Nesta perspectiva clássica da ciência, toda mudança produz insegurança e é vista como uma volta para o desconhecido, para as origens dos tempos, para o caótico. Assim, para Balandier, a tradição pode ser vista como o esquema constitutivo de uma sociedade. Sem tradição, a única coisa que se dá é a barbárie, não há regulação da vida, da mesma forma que não há ordem na natureza.

Teoria do caos Nesse sentido, primeiro a religião e mais tarde a filosofia foram as garantias de internalização da ordem, das formas de vida consideradas adequadas, dos preceitos morais necessários para a manutenção da ordem social pois fora da cidade não há civilização, pois não existia a moral – a política.

Teoria do caos Os problemas começam quando a ciência começa a se separar da tradição. A ciência nasce rompendo com discurso mítico. surge uma nova ordem que gera uma nova cultura e uma nova tradição: a modernidade. Esta tradição está ligada ao surgimento da ciência que era extremamente influenciada pela invenção do relógio. O relógio representou a ordem no universo. Para saber como funciona basta desmontá-lo e compreender como suas peças funcionam e tudo se revelaria com espantoso determinismo.

Teoria do caos No campo das Ciências Humanas, esse pensamento, foi a base da sociologia. Se alguém entendesse como funciona a sociedade, como as pessoas se relacionam entre si para formar uma comunidade, seria perfeitamente possível conhecer essa sociedade e prever o seu andamento. Exemplo do transito.

Teoria do caos Hoje, a teoria do caos faz reaparecer de novo as raízes desvanecidas e tanto tempo ocultas do mito; a natureza não está tão ordenada como o sistema da ciência havia previsto, por isso se recuperou de novo a origem dos tempos; voltou-se a descobrir o caos, a desordem.

Teoria do caos A primeira corrente a se preocupar com o caos foi a cibernética. Nobert Wiener chamaram caos de entropia (são sistemas que dissipam energia na construção de uma nova ordem) Prigogine chama estruturas dissipativas para falar desse fenômeno antagônico de dissipação de uma ordem e estruturação de outras. A teoria do caos e o efeito borboleta são usados para denominar fenômenos em que um pequeno fator provoca grandes transformações. Exemplo: os boatos nas bolsas de valores.

Teoria do caos Em termos filosóficos, a teoria do caos nos dá uma interessante perspectiva do que é o destino – daquilo que está determinado. A ciência clássica, com seu determinismo, dizia que a gente podia prever o futuro mas não podia intervir nele, pois todos os acontecimentos já estavam previstos. Nada poderia acontecer que não tivesse já previsto.

Teoria do caos A teoria do caos propõe que o sistema é determinista, mas não sabemos como ele fará a seguir. Ou seja, há determinação até o ponto em que um efeito borboleta incida sobre o sistema. Assim, podemos dizer que o destino existe, mas nós o modificamos todas as vezes que fazemos determinadas escolhas que vão influenciar nossa vida.

Teoria do caos Visualmente seria como uma estrada com várias bifurcações. A cada bifurcação, a escolha daquele que caminha, muda o caminho e, portanto, o seu destino. A mínima descontinuidade ou bifurcação (aparecimento de comportamentos turbulentos ou não periódicos) em seu processo aumenta a possibilidade do caos.

Teoria do caos Uma parte importante da teoria do caos é a chamada geometria fractal. enquanto a geometria clássica se preocupava com as formas perfeitas (círculos, quadrados, retas, cones), a geometria fractal vai se preocupar com as imperfeições das formas que encontramos na natureza, ou seja as suas irregularidades. Os fractais quando ampliamos uma parte do desenho, ele se revela muito parecido com a imagem maior, mas com mais detalhes, mais informação. Outra característica é que a mudança de um único número ou ponto muda todo o desenho. É a dependência sensível das condições iniciais, também chamadas efeito borboleta.

Teoria do caos Como um fractal à medida que nos aprofundamos nos personagens de uma realidade percebemos uma maior complexidade. Para quem observa apenas superficialmente um grupo de meninos de rua são apenas “bandidos”. A medida em que os conhecemos melhor, percebemos toda a complexidade que envolve cada um dos personagens, inclusive em termos de contradições.

Teoria do caos A teoria do caos estuda sistemas em interação, que transgridem o princípio do sentido linear. As ações desses sistemas tendem a não ser preditivas e a medida em que são realimentadas aumentam as diferenças em relação a ordem.

Teoria do caos Estudar os sistemas em interação é compreender os processos, ou seja, como as coisas, as pessoas interatuam entre si e nós com elas. Ou seja, o caos é determinado pela evolução, pelas interações entre as pessoas e nunca pelos elementos, ou pelos indivíduos apenas. É preciso entender que ordem e desordem estão em interação e que se o futuro de uma organização, de seu movimento nos é imprevisível, não é pela ausência da lei, mas sim, ao contrario, porque a própria lei cria o caos.

Teoria do caos A teoria do caos não é comprovável experimentalmente mas ainda que não seja experimental, o caótico é evidenciavel na realidade, pois o caos cria uma nova ordem, uma nova forma de conceber a relação entre pensamento e natureza, podendo ser esta relação comparada pela evidencia empírica em múltiplos fenômenos.

Teoria do caos Essa nova ordem nos é apresentada como inspiradora de uma nova gramática do mundo, ou seja, de uma nova linguagem capaz de explicar outra visão do mundo e, portanto, construir a nova narratividade científica que o mundo necessita para ser convenientemente explicado.