As centrais de produção de eletricidade raramente funcionam todas em simultâneo. Assim, os setores hidroelétrico e termoelétrico acabam por se complementar em termos de produção de eletricidade. O contributo de cada uma vai depender: do ano hidrológico e, por isso, da quantidade de água nas barragens; do preço dos combustíveis, já que nos anos secos a produção de eletricidade nas centrais térmicas pode estar condicionada pela subida do preço do petróleo e derivados.

I – Sistema hidroelétrico Entre 1994 e 2005, as centrais hidroelétricas foram responsáveis pela satisfação de cerca de 30% do consumo anual de eletricidade. A maioria das centrais hidroelétricas localizam-se a Norte do Tejo, devido: aos elevados valores médios anuais de precipitação aí registados e consequentemente rios mais caudalosos; ao facto das temperaturas médias anuais serem aí muito mais baixas, o que provoca uma menor evaporação; ao caráter acidentado do relevo, com muitos vales estreitos, relativamente profundos e declivosos, bem como as suas margens rochosas.

I – Sistema hidroelétrico Assim, estes fatores favorecem, a Norte do Tejo, a construção de barragens, onde se destacam os sistemas hidroelétricos: Cávado-Lima (rios Cávado, Rabagão, Homem e Lima), que representa cerca de 6% do consumo médio anual de eletricidade; Barragem de Alto Rabagão

I – Sistema hidroelétrico Assim, estes fatores favorecem, a Norte do Tejo, a construção de barragens, onde se destacam os sistemas hidroelétricos: Do Douro (Douro Nacional e Internacional), que é o mais importante, produzindo cerca de 14% do consumo médio anual de eletricidade; Barragem da Régua

I – Sistema hidroelétrico Assim, estes fatores favorecem, a Norte do Tejo, a construção de barragens, onde se destacam os sistemas hidroelétricos: Tejo-Mondego, que representa cerca de 4% do consumo médio anual de eletricidade. Barragem de Castelo de Bode

Destacam-se contudo os sistemas hidrológicos de... I – Sistema hidroelétrico A Sul do Tejo, a produção de hidroeletricidade é praticamente insignificante devido a: relevo pouco acidentado; precipitação relativamente reduzida. Destacam-se contudo os sistemas hidrológicos de... Maranhão (rio Seda) Montargil (ribeira de Sor) Bruceira e Velada (ribeira de Nisa) Barragem de Montargil

II – Sistema termoelétrico As centrais térmicas localizam-se no litoral, onde o abastecimento das fontes de energia fósseis é mais fácil. A exceção é a central do Pego que se localiza na margem esquerda do rio Tejo, e das centrais de biomassa (Vila Velha de Ródão, junto ao Tejo; Mortágua, na margem da barragem da Aguieira). Central termoelétrica de Sines Central termoelétrica do Pego

II – Sistema termoelétrico Em Portugal, existem... centrais termoelétricas a carvão (em Sines e no Pego, em Abrantes); centrais a fuelóleo (no Barreiro e no Carregado), além das de Tunes, no Algarve, e a do Alto Mira, na Amadora. Apesar da fraca produção, são fundamentais, garantindo reservas em situações de emergência do sistema eletroprodutor nacional; Central termoelétrica do Carregado

II – Sistema termoelétrico Em Portugal, existem... centrais a gás natural, na Tapada do Outeiro, no norte do país, junto ao Douro, e no Carregado; centrais termoelétricas de biomassa, ou seja, centrais que permitem o uso de resíduos florestais para a produção de energia elétrica (central de Mortágua e a de Vila Velha de Ródão). Central termoelétrica da Tapada do Outeiro

II – Sistema termoelétrico O sistema termoelétrico em Portugal tem evoluído e atualmente já podemos falar da passagem de um... Sistema de produção essencialmente hidroelétrico Um sistema predominantemente térmico, cujo peso deverá ainda aumentar com a crescente introdução do gás natural e da biomassa.

II – Sistema termoelétrico Contudo, a predominância deste setor na produção de eletricidade tem estado associado a algumas desvantagens, como: O aumento da poluição, pois liberta enormes quantidades de dióxido de carbono e outros gases para a atmosfera; O aumento da dependência externa, devido ao consumo elevado de outras fontes de energia (ex.: combustíveis fósseis) que Portugal tem de importar.

II – Sistema termoelétrico Apesar das desvantagens que podem estar associadas às centrais termoelétricas, este setor tem revelado vantagens crescentes, já que: permite uma diminuição da dependência dos elementos do clima: em anos secos, ou em períodos de fraca precipitação, as centrais térmicas compensam a fraca produção de eletricidade pelas centrais hidroelétricas; o aproveitamento da biomassa vai permitir a criação de emprego nas zonas rurais e pode contribuir para minimizar os riscos de incêndios através da limpeza das florestas. a introdução crescente do gás natural e da biomassa vai permitir a diminuição das emissões de gases de efeito de estufa e a diminuição da dependência externa do petróleo;