Organização militar no Brasil Colônia

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Transcrição da apresentação:

Organização militar no Brasil Colônia Por Elaine Campos e Castro

Teoricamente, todos os homens de 18 a 60 anos deveriam fazer parte de uma das três tropas existentes. O recrutamento militar acompanhava-se de uma complexa trama de negociações, resistências e compromissos. Todos desejavam “nomeações de alta patente mais pelo título e pela honra do que pela execução dos deveres que implicavam”. Os soldados rasos estavam sujeitos a todas as sortes de humilhações e possuíam nenhum ganho. O recrutamento militar não era simples: cabia ao capitão-mor o poder de selecionar os soldados. Apreendia milhares de homens e depois escolhia os que iriam pegar em armas.

Ninguém escapava de ser preso para tal averiguação, nem os padres. Vilhena conta a audácia dos soldados que arrancavam os estudantes das aulas pela janela. Em 1808, o capitão geral de São Paulo aproveitou-se dos festejos religiosos e fechou as saídas das cidades para recrutar os homens que precisava. Esses dois exemplos mostram como esse recrutamento era muitas vezes violento e o porquê de causar temor na população. Porém, uma vasta rede de privilégios livrava a grande maioria do alistamento. Uma vasta rede de proteção dada por um grupo ou uma pessoa que detinha certo privilégio livrava vários homens do alistamento forçado, que durava em média 10 anos. Muitos tentavam pedir baixa, outros desertavam e se refugiavam no sertão sob a proteção de familiares.

1ª linha 2ª linha – Milícias 3ª linha - Ordenança As tropas 1ª linha 2ª linha – Milícias 3ª linha - Ordenança

Tropas de 1ª linha Funções diferenciadas conforme a região: Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia - fortalezas e enfrentamento de tropas que viriam do mar; Mato Grosso e Amapá - defesa das fronteiras terrestres; Sul - expulsão dos castelhanos Minas Gerais - segurança interna; especialização policial precoce. Condições (em MG): recebia soldo, fardamento, farinha, azeite, cavalos e assistência médica Regular, profissional e paga. Composição: regimentos portugueses, com efetivos que vinham do Reino, e, complementando, tropas recrutadas na colônia (em princípio, apenas brancos, mas, dado o caráter mestiço da população, foram aceitos pretos e mulatos não muito escuros). Recrutamento forçado

Milícias (2ª linha) Serviço obrigatório e não remunerado. Organização: até fins do século XVIII, em terços e, de fins do século XVIII em diante, em regimentos. MG: Cavalaria (homem branco) e Infantaria (regimentos separados de brancos, pardos e negros libertos). Equipamentos e armas por conta dos soldados ou do comandante. Organização diferenciada em cada uma das capitanias. Comando: oficiais escolhidos na população civil (que não podiam escapar dessa obrigação) e algumas patentes regulares destacadas para as organizar e instruir.

Ordenanças (3ª linha) Organização: regimentos (brancos) e terços (não-brancos), divididas em companhias, por sua vez subdivididas em esquadras. Papéis: militar e administrativo (realização de obras públicas, coleta de tributos, controle dos índios). Força de caráter local: só agia no lugar em que se formava e em que residiam seus efetivos, em convocações e exercícios periódicos e, eventualmente, em serviços locais. Patentes superiores: ficavam com os chefes e mandões locais. Composição: toda a população masculina, entre 18 e 60 anos, não alistada na tropa de linha ou nas milícias e não dispensada do serviço militar (oficiais da Justiça e da Fazenda) Veículo de ascensão social e de constituição de redes clientelares. Recrutamento: não havia. Apenas fazia-se uma lista, pois toda a população masculina em teoria engajava-se nelas.