18/03/13 Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Disciplina Personalidade III cód: 2703.

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Transcrição da apresentação:

18/03/13 Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Disciplina Personalidade III cód: 2703

Os três registros do aparelho psíquico: A primeira tópica Os três registros do aparelho psíquico: O Consciente (Cs.) - No Cs. estariam as representações psíquicas das quais estamos plenamente conscientes no momento, a todo momento novas representações psíquicas estão se tornando conscientes e deixando de ser consciente. O Pré-Consciente (Pcs.) - No Pcs. se localizariam aquelas representações que podem vir a ser conscientes, mas que no momento não estão em nossa consciência. O Inconsciente (Ics.) - No Ics. estariam as representações que já estiveram no consciente e/ou no pré-consciente, mas que de lá foram expulsas por causarem muita angústia. 2

A Segunda Tópica do Aparelho Psíquico 18/03/13 A Segunda Tópica do Aparelho Psíquico Insatisfeito com o “modelo topográfico”, porquanto esse não conseguia explicar muitos fenômenos psíquicos, em especial aqueles que emergiam na prática clínica, Freud vinha gradativamente elaborando uma nova e definitiva concepção do aparelho psíquico, conhecido como modelo estrutural (ou dinâmico). A palavra “estrutura” significa um conjunto de elementos que separadamente tem funções específicas, porém que são indissociados entre si, interagem permanentemente e influenciam-se reciprocamente. Essa concepção estruturalista foi apresentada em “O Ego e o id” (ESB, XIX, 1923).

Motivos que levaram à Segunda Tópica 18/03/13 Motivos que levaram à Segunda Tópica A divisão do psíquico em o que é consciente e o que é inconsciente constitui a premissa fundamental da psicanálise. O estudo da histeria conduziu à hipótese do recalque como função psíquica (defesa). A hipótese do recalque conduziu a uma representação da mente incluindo duas partes (modelo topográfica): Uma parte reprimida = parte inconsciente e outra parte repressora = parte consciente

Do ponto de vista funcional tem-se: 18/03/13 Este esquema simples fundamenta todas as primeiras ideias teóricas de Freud: Do ponto de vista funcional tem-se: uma pulsão reprimida esforçando-se em abrir caminho até a atividade, e sendo mantida sob controle por uma força repressora. Do ponto de vista estrutural tem-se: o ego como sede da consciência se opõe ao inconsciente. O ego controla e supervisiona as ações do indivíduo. Do ego procedem também os recalques.

A fonte da resistência é a mesma do recalque ou seja o ego. 18/03/13 Na situação clínica da análise quando exigimos a associação livre do paciente, ele entra em dificuldades; as suas associações falham quando deveriam estar-se aproximando do recalcado. O analisando está dominado por uma resistência, mas ele se acha inteiramente inconsciente deste fato e não sabe o que é nem de onde vem essa resistência. A fonte da resistência é a mesma do recalque ou seja o ego. Existe algo no próprio ego que é inconsciente, que funciona a despeito da vontade do analisando e produz efeitos sem que ele próprio esteja consciente.

18/03/13 A existência de uma parte inconsciente no ego, tornou impossível afirmar uma identidade do ego com a consciência e do recalcado com o inconsciente. Por esse motivo Freud foi obrigado a revisar as relações entre consciente e inconsciente formuladas na primeira tópica. Contudo, a primeira e a segunda tópica não são modelos excludentes, ao contrário, são complementares no sentido de que descrevem os fenômenos psíquicos sob perspectivas diferentes.

Segunda Tópica do aparelho psíquico 18/03/13 Segunda Tópica do aparelho psíquico Id ou Isso Ego ou Eu Supergo ou Supereu

O id constitui o pólo pulsional da personalidade. 18/03/13 O Isso (Id) George Grodeck – usou o termo “Es” (cuja tradução para o latim seria “Id”) para fazer referência a uma espécie de força vital que condicionaria toda a nossa existência. O termo Id, conceituado por Freud a partir do pronome da terceira pessoa do singular (Es), designa “o que há de não pessoal no nosso ser”. O id (isso) é concebido como um conjunto de conteúdos de natureza pulsional e de ordem inconsciente. O id constitui o pólo pulsional da personalidade.

18/03/13 As características atribuídas ao sistema Ics na primeira tópica são de um modo geral atribuídas ao Id na segunda tópica. Se na primeira tópica o conceito de Inconsciente é utilizado em forma substantiva para designar um “lugar” do aparelho psíquico, Na segunda tópica, o termo inconsciente é usado na sua forma descritiva (adjetiva) e relaciona-se ao conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da consciência.

18/03/13 Do ponto de vista “econômico”, o id é, para Freud, o reservatório inicial da energia psíquica. Do ponto de vista “dinâmico”, ele abriga e interage com as funções do ego e com o superego, com os quais quase sempre entra em conflito. Do ponto de vista “funcional”, ele é regido pelo princípio do prazer; logo pelo processo primário. Não há razão no Id. A racionalidade é um modo de funcionamento psíquico a ser conquistado pelo ser humano.

18/03/13 Ego ou Eu É um termo empregado na filosofia e na psicologia para designar a pessoa humana como consciente de si e objeto do pensamento. Na teoria freudiana, esse termo designou na primeira tópica a sede da consciência. Mas na segunda tópica o ego tornou-se em grande parte, inconsciente. Assim, na segunda tópica, o ego é mais vasto do que o sistema pré-consciente/consciente, na medida em que as suas operações defensivas são em grande parte inconscientes.

18/03/13 Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do id, como para com os imperativos do superego e exigências da realidade. Do ponto de vista dinâmico, o ego representa, no conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; ativa uma série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia). Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de ligação dos processos psíquicos.

o ego é ameaçado por três perigos: um proveniente do mundo exterior, 18/03/13 Contudo, embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa. Freud compara o ego com um empregado diante de três patrões (id, superego, realidade). o ego é ameaçado por três perigos: um proveniente do mundo exterior, o outro da libido do id e o terceiro da severidade do superego.

- O princípio de realidade substitui o princípio de prazer. 18/03/13 A teoria psicanalítica procura explicar a gênese do ego em dois registros distintos: vendo o ego como um aparelho adaptativo, diferenciado a partir do contato do id com a realidade exterior, - O ego constitui-se por uma diferenciação de uma parte do id por influência do mundo exterior. - O mundo externo impõe à criança proibições que provocam o recalcamento e a busca de uma satisfação substitutiva para as pulsões. - O princípio de realidade substitui o princípio de prazer. o ego é definido como o produto de identificações que levam à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id.

18/03/13 Superego ou Supereu Essa entidade fora objeto de uma primeira elaboração em 1914, na “Introdução ao narcisismo”. Freud dava então o nome de ideal do eu a uma função do eu. Nesse momento, o ideal do eu é concebido como herdeiro do narcisismo primário. Depois, em 1921, em Psicologia das massas e análise do eu, a função transformara-se numa instância, conservando o mesmo nome. Na perspectiva inaugurada em 1921, a ênfase é colocada na problemática da identificação. 1923 agora aparece um novo termo, o supereu, considerado equivalente ou sinônimo do ideal do eu.

Freud considera dois tempos na formação do superego e de suas funções: 18/03/13 Na 33a. conferência de introdução à psicanálise, Freud define o Superego como um censor, por delegação das instâncias sociais, junto ao ego. Freud considera dois tempos na formação do superego e de suas funções: Num primeiro tempo, o superego é representado pela autoridade parental que dirige evolução infantil, alternando as provas de amor com as punições. Num segundo tempo, as proibições externas são internalizadas. Esse é o momento em que o superego vem substituir a instância parental por intermédio de uma identificação. o superego é um caso bem-sucedido de identificação com a instância parental.

18/03/13 o supereu é concebido como o “representante das exigências éticas do homem”. Freud sublinhou também que o superego não se constrói segundo o modelo dos pais, mas segundo o que é constituído pelo superego dos pais. A transmissão dos valores e das tradições perpetua-se, dessa maneira, por intermédio dos superegos, de uma geração para outra.

Além da função do Superego como censor e representante das instâncias éticas junto ao ego. Freud utiliza-se desse conceito para tentar explicar os seguintes fatos clínicos: a observação da culpa na neurose obsessiva (onde as compulsões, muitas vezes, são formas de expiar a culpa por uma ação que não deveria ter realizado). Os delírios persecutórios. onde Freud vai reconhecer que a instância persecutória dos delírios dos paranóicos e esquizofrênicos se faz presente na mente de todo mundo, não só dos psicóticos. "Os Arruinados pelo Êxito“ - A observação de que determinadas pessoas não se permitem vencer na vida. algumas pessoas que sofrem de um imenso sentimento de culpa para o qual não consegue conceber razão alguma.

Lembrando: A gênese do supereu está relacionado às identificações, as da primeira infância, têm um caráter geral e duradouro. O supereu, entretanto, não é apenas a resultante das primeiras escolhas de objeto do isso, mas também uma formação reativa contra esses objetos: ao mesmo tempo, ele é ordem — “tens que ser assim (como o pai)” — e proibição: “não tens direito de ser assim (como o pai)”. “Quanto mais forte é o complexo de Édipo e quanto mais depressa se produz seu recalcamento (sob a influência da autoridade, da instrução religiosa, do ensino, das leituras), mais severa será, posteriormente, a dominação do supereu sobre o eu como consciência moral, ou até como sentimento de culpa inconsciente.”

O Édipo pode ser interpretado como a personificação da relação que produz a entrada da criança no mundo social. Ela deve renunciar a uma satisfação e aceitar a lei que introduz limites à sua satisfação. Mais, a dissolução do édipo introduz um outro aspecto: O superego além de lembrar iinterrupatamente ao sujeito que ele não pode gozar de tudo, vai culpá-lo por um dia ter gozado daquela mulher que só pertencia ao pai.

Ou seja, além do aspecto limitador, o superego não nos deixa sentirmo-nos inocentes. É por isso que na sua eterna culpabilização do sujeito, ele faz com que muitos não se sintam em condições de usufruir da vida, pois cada pequeno gozo parcial passa a ser significado como uma rememoração do gozo incestuoso proibido. A culpa e a punição (expiação da culpa) decorre do “incesto” precoce com a mãe.

2a. Tópica do Aparelho Psíquico 18/03/13 18/03/13 2a. Tópica do Aparelho Psíquico Ética Imperativos Morais Crítica Príncipio de realidade Polo defensivo presonalidade SUPEREGO EU ID REALIDADE Polo Pulsional Princípio de prazer 23 23 23

18/03/13 As tensões conflituosas que se produzem entre o ego, o id e o superego, cujas exigências são contraditórias, têm uma influência duradoura sobre a formação da personalidade: esta última é a resultante de forças respectivas presentes e de seu equilíbrio dinâmico.

O funcionamento psíquico 18/03/13 O funcionamento psíquico Enfoque psicodi­nâmico da personalidade – procura relacionar o comportamento: com impulsos, emoções, pensamentos e percepções Estes elementos determinam e atua do mesmo modo na previsão de novos comportamentos. O aparelho psíquico é com­posto de três partes: id, ego e superego.

18/03/13 O Id – é a parte original desse aparelho a partir da qual, posteriormente desenvolvem-se as outras duas. É a totalidade do apa­relho psíquico do indivíduo ao nascer e está voltado para a satis­fação das necessidades básicas da criança no começo de sua vida. A atividade do id consiste de impulsos que obedecem ao princípio do prazer, isto é, que buscam o prazer e evitam a dor.

Desenvolve-se, então, um outro princípio: o princípio da realidade. 18/03/13 O Ego — Ao defrontar-se com as imposições do mundo externo, a criança precisa gradualmente redirigir os impulsos do id, de modo que estes sejam satisfeitos dentro das possiblidades impostas pela realidade. Desenvolve-se, então, um outro princípio: o princípio da realidade. Isto significa que o indivíduo deve suportar as condições apropriadas para alcançar o prazer e para isso deve renunciar a um prazer imediato, mas que poderá ter como consequência o sofrimento. No entanto, ambos os princípios visam o mesmo fim — alcançar a satisfação e evitar a dor.

controlar as demandas dos impulsos e seus modos de satisfação. 18/03/13 Pode-se considerar o princípjo da realidade como o princípio do prazer modificado pelas imposições do mundo externo e o desen­ volvimento da razão. O Ego tem como principal função agir como intermediário entre o id e o mundo externo. controlar as demandas dos impulsos e seus modos de satisfação. proteger-se dos estímulos percebidos como perigosos, aproveitar os estímulos favo­ráveis e realiza modificações no meio, que possam resultar em benefício da própria pessoa.

O superego representa a herança sócio-cultural. 18/03/13 O Superego — À medida que se desenvolve, a criança descobre que certas demandas do meio persistem sob a forma de normas e regras. O ego tem que lidar repetidamente com problemas e aprender a encontrar para estes soluções socialmente aceitas. As regras e normas impostas pelo mundo externo vão se incorporar na estrutura psíquica, constituindo o superego. O superego representa a herança sócio-cultural.

visando sempre o bem estar integral da pessoa. 18/03/13 Id, Ego e Superego são interdependentes. O ego desempenha papel de inte­grador lidando simultaneamente com as demandas do id, do superego e do mundo externo. O id incita uma ação imediata e irrefletida buscando de forma indiscriminada o prazer. O superego atua de forma imediata impondo uma regra e críticando atomaticamente. O Ego tenta decide: o que fazer, quando e de que forma, visando sempre o bem estar integral da pessoa.

O ego é (espera-se que seja) a parte do aparelho psíquico que: 18/03/13 O ego é (espera-se que seja) a parte do aparelho psíquico que: busca um equibíbrio, entre as forças dos impulsos primitivos e irracionais do id e as forças das exigências do superego e imposições do mundo externo, considerando os aspectos individuais e o contexto social em que o indivíduo está inserido, O superego incorporou-se ao ego como um controle automático devido às exigências impostas pelo mundo externo.