Prof Luiza Monteiro.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A Semana da Arte Moderna
Advertisements

SEMANA DE ARTE MODERNA 1922.
O nascimento de uma arte nova e a Semana de 22
Estrada de Ferro Central do Brasil – Tarsila do Amaral
A arte moderna e a arte na sociedade industrial
Victor Brecheret.
ARTE MODERNA DO SÉCULO XX NO BRASIL
A SEMANA DE ARTE MODERNA
Mario Raul de Moraes Andrade
Aluna; Stephany Fernandes Professora; Janislei Serie; 8 ano A
MODERNISMO.
PRÉ-MODERNISMO.
Modernismo no Brasil *Marco de uma nova visão artístico-filosófica do século XX, a partir da Semana da Arte Moderna de 1922; *1922 – Fundação do Partido.
SEMANA DE ARTE MODERNA.
MODERNISMO “Época triste a nossa, em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo” Albert Einsten Paulo Neto.
A Modernidade Arte Moderna.
Oswald de Andrade.
Modernismo no Brasil.
MODERNISMO – 1ª Fase ( ) Literatura Brasileira - Profª Graziani França.
FUTURISMO Alanna Ivone Géssica.
MUDANÇAS CULTURAIS PROMOVIDAS PELA SEMANA DE ARTE MODERNA
MODERNISMO.
Revolução nas Artes e nas Ciências
Banditismo Social ou Cangaço (NE 1890 – 1940):
Anita Malfatti Di Cavalcanti Cândido Portinari Tarsila do Amaral
Luiza Monteiro.
Revolucionários da “Arte no Brasil”!
Laura Reydon e Luana Castro
Mudanças culturais promovidas pela semana da arte moderna
Menu Anita Malfatti Di Cavalcante Candido Portinari Tarsila do Amaral
Semana da Arte Moderna Semana de 22.
PRÉ- MODERNISMO.
A Semana da Arte Moderna
Arte Moderna – Brasil Turmas: 181, 182 e 183
Semana de Arte Moderna Objetivo: Combater a arte tradicional.
AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS EUROPÉIAS
Sacudindo as estruturas da arte tupiniquim
"Minha família e meus amigos, eram de opinião de que eu deveria continuar meus estudos de pintura. Achavam meus quadros muito crus, mas, felizmente,
Morro da Favela - Tarsila do Amaral, 1924
A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922
Literatura PRÉ-MODERNISMO
Nomes: Milena, Náthali e Raíssa Turma:81 Componente Curricular: Artes
Semana de Arte Moderna A Semana de Arte Moderna deve ser vista não só como um movimento artístico, mas também como um movimento político e social.
O MODERNISMO Século XX: estado de insatisfação do homem em
PRÉ-MODERNISMO Uma introdução Daniele Leite de Morais
Modernismo Contexto histórico progresso industrial;
Semana de Arte Moderna Nomes: Michael Douglas Bruno
PROFESSOR: FRANCISCO HERCULANO C. DE SOUZA
MODERNISMO NO BRASIL Profª Indianara.
ANITTA MALFATTI MENOTTI DEL PICCHIA
1ª fase (1922 – 1930): Geração de 22 – destruidora &Heroica
MODERNISMO NO BRASIL (1ª GERAÇÃO) SEMANA DE ARTE MODERNA
A SEMANA DE ARTE MODERNA
Pré-Modernismo.
Semana de Arte Moderna de 22 e Modernismo (Arte Moderna no Brasil)
MOVIMENTO MODERNISTA Profª Patricia.
Abapuru Operários. Abapuru Operários Oswald de Andrade (11/01/1890 – 22/10/1954), defende a idéia de valorização das raízes nacionais, que devem.
SEMANA DE ARTE MODERNA SÃO PAULO - BRASIL
CUBISMO Profª Patricia.
VANGUARDAS Manifesto do Futurismo (fragmentos)
Modernismo no Brasil profª sandra.
A literatura e a construção da modernidade e do moderno
 Essa semana de 22 foi um momento oportuno.  Realizada em plena comemoração do centenário da independência brasileira.  Busca de uma identidade nacional.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
 Prof. Florêncio Caldas.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
Semana da Arte Moderna  1900 a 1920 caldeirão cultural (Realismo-Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Vanguardas)  Vanguardas: Ruptura.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
FUTURISMO ALUNOS: EMERSON, EDSON, JOÃO PEDRO, LUIS EDUARDO, RILDO E RUBI PROFESSOR(A): LUCIANA MURA ESCOLA ESTADUAL CAMILO BONFIM TURMA: 3 ANO “A”
Transcrição da apresentação:

Prof Luiza Monteiro

Realizada no Teatro Municipal de São Paulo nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna  organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos e outros, marca o advento do modernismo brasileiro e é o ponto de encontro das várias tendências modernas que vinham, desde a Primeira Guerra Mundial (1914-18), se firmando em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também foi um acontecimento que acabou, com o passar do tempo, consolidando certos grupos e suas idéias, os quais passaram a possuir um espaço cativo em livros, revistas e manifestos.

Para se entender o processo do movimento modernista brasileiro é necessário olhar para o contexto das duas primeiras décadas do século: ainda muito presos ao academicismo e às influências francesas da belle époque, alguns jovens de São Paulo, intelectuais e artistas começam a sentir a necessidade de uma atualização das artes, ao mesmo tempo que uma busca de identidade nacional, através do retorno às raízes culturais do país. Estes anseios de modernização e de nacionalismo são desencadeados pela Primeira Guerra e pela proximidade dos festejos do primeiro centenário da Independência. As informações fragmentadas sobre as vanguardas vindas da Europa vão confluir com esta necessidade de renovação. Alguns eventos e exposições marcam este período e antecedem a eclosão do Modernismo Brasileiro, com a Semana de Arte Moderna de 1922.

A exposição de Lasar Segall, em 1913, apesar de não causar muita repercussão, vai sinalizar contatos com as vanguardas alemãs. Entretanto, será a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que instiga os artistas e jovens intelectuais a se organizar como grupo e promover a arte moderna nacional, que terá lugar em São Paulo, embalado pelo progresso e industrialização acelerada, contando ainda com a presença maciça de imigrantes italianos- o que acaba facilitando a ausência de uma tradição burguesa e conservadora como a existente no Rio de Janeiro. Em 1920, o grupo de jovens paulistas, já denominados futuristas descobre Victor Brecheret, recém chegado de Roma.

A partir daí sentiu-se a necessidade de um evento de magnitude e acompanhado de escândalo que marcasse estas novas direções da arte, trazidas pelos incidentes com Anita e pelo ingresso de Brecheret ao grupo - este evento será a Semana de Arte Moderna de 22.

1911 - Oswald de Andrade funda o periódico "OPirralho" 1911 - Oswald de Andrade funda o periódico "OPirralho". 1912 - Oswald chega ao Brasil trazendo da Europa o conhecimento de novas formas de expressão artística, como as de Paul Fort e as sugeridas pelo "Manifesto Futurista" do poeta italiano Marinetti. Surgem as primeiras colagens de Braque e Picasso, possíveis origens do cubismo.

CONTEXTO POLÍTICO HISTÓRICO  E CULTURAL  1909 Filippo Marinetti lança o primeiro Manifesto Futurista 1. Nós pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez 2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia 3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insônia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e tapa.

1915 - O poeta Ronald de Carvalho participa no Rio da fundação da revista "Orfeu", dirigida em Portugal por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.

1917 - Exposição de Anita Malfatti 1917 - Exposição de Anita Malfatti. O escritor Monteiro Lobato escreve o artigo "Paranóia ou Mistificação?", onde critica vigorosamente as inovações na pintura de Anita e se envolve em uma polêmica com os principais artistas do movimento modernista.

A SEMANA Um dos principais eventos da história da arte no Brasil, a Semana de 22, foi o ponto alto da insatisfação com a cultura vigente, submetida a modelos importados, e a reafirmação de busca de uma arte verdadeiramente brasileira, marcando a emergência do Modernismo Brasileiro. A partir do começo do século XX, era perceptível uma inquietação por parte de artistas e intelectuais em relação ao academicismo que imperava no cenário artístico. Apesar de vários artistas passarem temporadas em Paris, eles ainda não traziam as informações dos movimentos de vanguarda que efervesciam na Europa.

Através do empresário Paulo Prado e de Di Cavalcanti, o verdadeiro articulador, que imaginou uma semana de escândalos, organiza-se um evento que irá pregar a renovação da arte e a temática nativista. Desta semana tomam parte pintores, escultores, literatos, arquitetos e intelectuais. Durante três dias - entre 13 e 17 de fevereiro - o Teatro Municipal de São Paulo foi tomado por sessões literárias e musicais no auditório, além da exposição de artes plásticas no saguão, com obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret.

As manifestações causaram impacto e foram muito mal recebidas pela platéia formada pela elite paulista, o que na verdade contribuiria para abrir o debate e a difusão das novas idéias em âmbito nacional.

13.fev.1922 - A Semana de Arte Moderna é inaugurada no Teatro Municipal de São Paulo com palestra do escritor Graça Aranha, ilustrada por comentários musicais e poemas de Guilherme de Almeida. O primeiro dia corre sem tropeços. Depois da longa e erudita fala de Aranha, um conjunto de câmara ocupa o palco para executar obras de Villa-Lobos. Após o intervalo, Ronald de Carvalho discursa sobre pintura e escultura modernas. A platéia começa a se manifestar. Diante dos zurros do público, Ronald de Carvalho devolve: "Cada um fala com a voz que Deus lhe deu." O "gran finale" surge na forma de um recital de música comandado pelo maestro Ernani Braga.

15.fev.1922 - A noite que celebrizou a semana começa com um discurso de Menotti del Picchia sobre romancistas contemporâneos, acompanhado por leitura de poesias e números de dança. É aplaudido. Mas, quando foi anunciado Oswald de Andrade, começaram as vaias e insultos na platéia, que só param quando sobe ao palco a aclamada pianista Guiomar Novaes.

17.fev.1922 - A última noite da programação é totalmente dedicada à música de Villa-Lobos. As vaias continuam até que a maioria pede silêncio para ouvir Villa-Lobos. Os instrumentistas tentam executar as peças incluídas no programa apesar do barulho feito pelos espectadores e levam o recital até o fim.

Ren  Thiollier (1) Manuel Bandeira (2) Mário de Andrade (3) Manoel Vilaboin (4) Francesco Pettinati (5) Cândido Motta Filho (6) Paulo Prado (7) Não identificado (8) Graça Aranha (9) Afonso Schmidt (10) Goffredo da Silva Telles (11) Couto de Barros (12) Tácito de Almeida (13) Luís Aranha (14) Oswald de Andrade(15) Rubens Borba de Moraes (16)