TEMPO DA MISTAGOGIA

Meditação do Evangelho Participação na Eucaristia Prática da caridade MISTAGOGIA – MERGULHO NO MISTÉRIO Meditação do Evangelho Participação na Eucaristia Prática da caridade 1. Progredir no conhecimento mais profundo do mistério pascal Vivência cada vez maior do mistério pascal (RICA 37)

A catequese mistagógica ajuda os neobatizados a impregnarem-se dos sacramentos e a incorporarem-se na comunidade

O que caracteriza o tempo da mistagogia é, portanto, o aprofundamento da experiência: “o momento mistagógico fundamental é a própria celebração, o contato vivo com o mistério, a experiência pessoal e comunitária do dom divino” (Matias Augé).

A prática sacramental da mistagogia é marcada pela frequência dos neófitos às missas próprias nos domingos do tempo pascal, quando terão lugar destacado entre os fiéis e estarão acompanhados de seus padrinhos, serão lembrados na homilia e, se oportuno, na oração dos fiéis.

Nesse período, os neófitos irão encontrar na comunidade meios para reforçar seus laços e se sentirem membros participantes entre aqueles que vivem a fé como a razão de ser de suas vidas.

A catequese mistagógica não é primariamente explicação da liturgia celebrada; esta deve falar por si mesma. Mas é na liturgia que a catequese tem seu ponto de partida. A liturgia é, pois, fundamento da catequese sacramental, sendo catequese em ato.

“Só no transcorrer do tempo, de fato, o cristão poderá experimentar o quanto é maravilhosa a nova condição decorrente do encontro pascal com o Cristo. O dom recebido na celebração dos sacramentos de iniciação prolonga-se naturalmente por toda nossa existência, inaugura um tempo de graça e a oportunidade única para o cristão configurar-se, a cada dia, em Cristo”. (Lelo)

O catecumenato adquire feições próprias de um discipulado, do seguimento de Cristo, e consegue, assim, superar a histórica barreira da catequese concebida unicamente como doutrina, e da liturgia, vista como ato devocional ou cumprimento do dever de religião. O objetivo é um só: ser configurado no mistério da Páscoa de Cristo

“Voltemos a ter um coração de neófitos; não uma semana, mas anos ou dezenas de anos depois de nosso batismo, voltemos aos pés da mãe Igreja, para contemplar com nossos olhos o esplendor dos mistérios de nossa fé”. (Raniero Cantalamesssa)

“O povo de Deus, representado pela igreja local, sempre compreenda e manifeste que a iniciação [de adultos] é algo de seu,e interessa a todos os batizados (...). No tempo da mistagogia, participem das missas dos neófitos, procurem cercá-los de afeição e ajudá-los a se sentirem felizes na comunidade cristã”. (RICA 41)

CATEQUESE MISTAGÓGICA Interpretação dos ritos à luz dos acontecimentos salvíficos Introduzir no sentido dos sinais contidos nos ritos (mais do que informar, despertar e educar a sensibilidade dos fieis para a linguagem dos sinais e dos gestos) Mostrar os significados dos ritos para a vida cristã em todas as suas dimensões: trabalho e compromisso, pensamentos e afetos, atividade e repouso

RITO (experiência dos sinais) EVENTO SALVÍFICO (o fato em si) PALAVRA RITO VIDA

Trata-se de trilhar “... a estrada de uma catequese de caráter mistagógico que leve os fiéis a penetrarem cada vez mais nos mistérios que são celebrados. Em concreto, antes de mais nada, há que afirmar que, devido à relação entre a arte da celebração e a participação ativa, A MELHOR CATEQUESE SOBRE A EUCARISTIA É A PRÓPRIA EUCARISTIA BEM CELEBRADA”. (Bento XVI, Sacramentum caritatis, 64)

CATEQUESE MISTAGÓGICA «Os pastores se empenhem naquela “catequese mistagógica” tão cara aos Padres da Igreja, que ajuda a descobrir o significado e o peso dos gestos e das palavras (ritus et preces) da liturgia, ajudando os fiéis a passar dos sinais ao mistério e a engajar nisso toda a sua existência» (João Paulo II, Mane nobiscum Domine 17)

“Faz parte do itinerário mistagógico por em evidência a ligação dos mistérios celebrados no rito com a responsabilidade missionária dos fieis; nesse sentido, o fruto maduro da mistagogia é a consciência de que a própria vida vai sendo progressivamente transformada pelos sagrados mistérios celebrados”. (Bento XVI, Sacramentum Caritatis, 64).

Necessária progressividade da experiência formativa na qual intervém toda a comunidade. Valorização dos sinais litúrgicos da iniciação cristã. Prestar atenção à “vida da beleza”, mostrar que crer e seguir Jesus enche a vida de novo esplendor e alegria profunda. Indicar o bem desejável, a vida, a realização, como mensageiros alegres de propostas altas, guardiões do bem e da beleza que resplandecem numa vida fiel ao Evangelho. (Papa Francisco)