Abordagem do paciente com tontura

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Transcrição da apresentação:

Abordagem do paciente com tontura Ten Marcelo Evangelista LOBO

INTRODUÇÃO Tontura é uma queixa freqüente em emergência Acomete cerca de 1/3 da população em algum momento da vida, incidência aumenta em idosos Acima de 75 anos é a 3ª maior causa de consulta médica

Definição Tontura é uma queixa complexa, pois abrange uma série de fenômenos que podem ser classificados em: Vertigem Pré-síncope Desequilíbrio Indefinido

Vertigem Episódios de ilusão de movimento, geralmente rotatória, decorrentes de súbito desequilíbrio da atividade vestibular Geralmente tem causa periférica Associada a náuseas, vômitos Não cessa com o fechar dos olhos

Pré-síncope Sensação de desmaio iminente Associada a palidez, sudorese, taquicardia Pode ter causa autonômica ou cardíaca

Desequilíbrio Expresso por dificuldade no caminhar Pesquisar origem central Associação com sinais neurológicos

Indefinido Visão borrada, queda, fraqueza, desorientação, cabeça leve Associação com parestesia em membros, hiperventilação Crises parciais complexas, parkinsonismo

Anamnese Queixa deve ser insistentemente investigada, perguntas diretas são mais eficazes Diferenciar causa central de periférica Modo de início (abrupto ou lento), relação com movimento ou posição, sintomas neurológicos, idade

Anamnese Fatores desencadeantes: mudanças na posição da cabeça, episódios espontâneos, infecção viral, stress, imunossupressão, TCE Sintomas associados: perda auditiva, dor, náusea e vômitos, sintomas neurológicos (cefaléia) Uso de substâncias: memantina, rivastigmina, antipsicóticos, antidepressivos, álcool, drogas

Exame Físico Sinais vitais, hipotensão ortostática, avaliação sistemas cardiovascular e neurológico.Teste da audição por diapasão ou diminuição progressiva do volume da fala. Nistagmo: horizontal, rotatório

Exame Físico Manobras indutoras de tontura: Hipotensão ortostática Valsalva Estimulação seio carotídeo (não no idoso) Mudança abrupta de direção Giro do pescoço Hiperventilação Manobra Dix-Hallpike

Causas Causas periféricas: VPPB, neuronite vestibular, hipertensão endolinfática, doença de Menière, neurolabirintite viral Causas centrais: doença cérebro-vascular (AIT circulação posterior), vertigem psicogênica esclerose múltipla, enxaqueca (basilar)

VPPB A vertigem postural paroxística benigna é um distúrbio vestibular de diagnóstico fácil, baseado no exame neurológico e tratado com manobras de liberação Tipicamente o paciente descreve ataques de vertigem rotatória, de curta duração e forte intensidade desencadeados por movimentos rápidos da cabeça

VPPB Mais freqüentes: levantar da cama pela manhã, deitar e virar na cama, estender o pescoço para olhar para o alto e fletir o pescoço para olhar para baixo Duas manobras podem ser utilizadas na pesquisa de VPPB: Manobra de Dix-Hallpike Manobra de posicionamento lateral

VPPB  

VPPB Tratamento: manobras liberação Ex: Manobra de Semont

Doença de Menière Episódios recorrentes de vertigens, náuseas, vômitos, déficit auditivo durante a crise, zumbido, taquicardia, hipertensão arterial Evolução 30 minutos a 12 horas, desequilíbrio residual por dias. Duração mínima 20 min para nistagmos horizontais e ou rotatórios para caracterizar a síndrome Diagnóstico: 2 ou mais episódios com sintomas associados

Enxaqueca Enxaqueca basilar: cefaléia pulsátil posterior, disartria, vertigens, zumbidos, hipoacusia, diplopia Vertigem enxaquecosa do adulto: Cerca de 40% dos pacientes com migrânea têm vertigem, cinetose e perda auditiva leve

Tratamento Abolir cafeína, álcool, alimentos ricos em carboidratos Síndromes vestibulares: dimenidrinato e meclizina Tratamento na emergência: pode associar benzodiazepínico, escopolamina ou atropina

Tratamento Tratar causas identificáveis: enxaqueca, síncope vaso-vagal, etc Avaliar necessidade de encaminhamento ao especialista

Conclusão Tontura é um sintoma freqüente na prática médica Engloba uma grande quantidade de manifestações, com diversas causas O seguimento do paciente, em geral, não é priorizado

Conclusão Benefício duvidoso com uso de : Flunarizina, Cinarizina e Ginkgo biloba “Através de um "marketing" bem-sucedido, foram guinadas à posição de panacéias para o tratamento de "tonturas" (não importando etiologia) e de "esclerose cerebral". Estas drogas, não fossem pela toxicidade generosa ao nível do SNC, poderiam ser considerados placebos, pois ambas possuem eficácia questionável”. Dr. Paulo Cesar Trevisol-Bittencourt, Flunarizina Induzindo Parkinsonismo http://www.neurologia.ufsc.br/artigos/parkinsonismo/flunarizina.html

Bibliografia VERTIGEM DE POSICIONAMENTO PAROXÍSTICA BENIGNA Cristiana Borges Pereira, Milberto Scaff Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.59 no.2B  São Paulo June 2001 http://www.rborl.org.br/conteudo/acervo/Images/02-figura1-67-5.gif Anotações do Curso de Vertigens / Sistema Nervoso Autônomo do XXII Congresso Brasileiro de Neurologia, Recife, Agosto 2006

Obrigado!