Desafios na Avaliação de Programas e Projetos Sociais[1]

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Transcrição da apresentação:

Desafios na Avaliação de Programas e Projetos Sociais[1] No contexto político-decisório da reforma do Estado com uma estruturação governamental por programas e a gestão baseada em resultados, os principais desafios da avaliação se articulariam em dois eixos: exigência de pluralidade metodológica, dada a complexidade das medidas de resultados e a contextualização das ações programáticas; obrigatoriedade de dispositivos institucionais que regulamentem os estudos de avaliação garantindo a qualidade e utilidade do produto final . [1] Hartz Z M A 1999 – Avaliação dos Programas de Saúde: perspectivas teórico-metodológicas e políticas institucionais. Ciência & Saúde Coletiva, 4(2):341-354

Pesquisa – Avaliação – Políticas NÃO AVALIATIVA AVALIAÇÃO P/ CRITÉRIOS OU NORMATIVA PESQUISA AVALIATIVA AS POLÍTICAS © Gris, Universidade de Montreal, 1992.

Pesquisa e Avaliação por Critérios Avaliar consiste fundamentalmente em investigar e sistematizar conhecimentos para fazer julgamento de valor de uma intervenção com o objetivo de ajudar na tomada de decisões. O valor deste julgamento depende da validade de um procedimento científico (pesquisa avaliativa) e/ou dos critérios e normas aplicados (avaliação normativa) . VALOR , segundo . . . Dicionário Aurélio Aristóteles judicial social ético político “equivalente justo em dinheiro, mercadoria etc., especialmente de coisa que pode ser comprada ou vendida.” econômico estético religioso

Modelo teórico ou lógico dos programas COMPONENTES PRINCIPAIS* (recursos ou infraestrutura + atividades ou processos) E.C P.P. C.I. P.A OBJETIVOS DE IMPLANTAÇÃO (ex.: fornecer, dar) GRUPOS POPULACIONAIS OBJETIVOS A CURTO PRAZO (ex.: elevar, reduzir, maximizar, evitar) OBJETIVOS A LONGO PRAZO *E.C. – Educação e Capacitação C.I. – Cooperação e Integração P.P. – Proteção e Promoção à Saúde P.A. – Pesquisa e Avaliação

MODELO PARA PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE PANFLETOS ENVIADOS (ALUNOS DO 1O ANO) CAMPANHA ATRAVÉS DA MÍDIA POLÍTICA DE CONTROLE DE ÁLCOOL NO CAMPUS Informar os novos alunos sobre comportamento alcoólico de baixo risco Informar os alunos sobre comportamento alcoólico de baixo risco e reforçar as mensagens dos folhetos Implementar uma série de medidas nos bares do campus como preços diferenciados por teor alcoólico Aumentar o conhecimento sobre práticas alcoólicas de baixo risco e estimular atitudes neste sentido Elevar a aprovação e adoção das práticas alcoólicas de baixo risco Manter um comportamento “alcoólico” responsável

INDICADORES DE RESULTADOS Matriz Lógica-Componente do Programa: Panfletagem OBJETIVOS DE IMPLANT. PRODUTO MEDIDAS/FONTES PADRÃO Informar os novos alunos sobre comportamento alcoólico de baixo risco N.o de alunos que receberam os panfletos N.o de alunos cientes da mensagem     OBJETIVOS de CURTO PRAZO INDICADORES DE RESULTADOS MEDIDAS/FONTES PADRÃO Aumentar o conhecimento sobre práticas alcoólicas de baixo risco e estimular atitudes neste sentido N.o de alunos que aumentaram o conheci-mento e melhoraram atitudes em favor das práticas de baixo risco     OBJETIVOS de LONGO PRAZO INDICADORES DE RESULTADOS MEDIDAS/FONTES PADRÃO Manter um comportamento alcoólico responsável % de aumento da taxa de alunos na universidade que bebem de forma responsável     Adaptado de GRAHAM K, WOO G. A, SMYTHE C et al. 1994- The Evaluation Casebook. Using Evaluations Techniques to Enhance program Quality in Addictions. Toronto: ARF (Addiction Research Foundation) . 274p.

Critérios e Indicadores devem: provocar esperança, pois muitas vezes são mais desencorajadores que mobilizadores, os mercadores de problemas superando os de soluções; fazer convergir o maior número de atores, sem necessidade do consenso de todos, reconhecendo obstáculos e resistências das parcerias; testemunhar sucesso de curto prazo privilegiando a comunicação interpessoal antes da mídia que raramente se interessa por boas novas (Lagarde,1998).

Institucionalizar e qualificar a avaliação: outros desafios Institucionalizar a avaliação tem aqui o sentido de integrá-la em um sistema organizacional no qual esta seja capaz de influenciar o seu comportamento, ou seja, um modelo orientado para a ação ligando necessariamente as atividades analíticas às de gestão das intervenções programáticas. A decisão de institucionalizar a avaliação exige que seja definida uma “política de avaliação para a avaliação de políticas” com um mínimo de diretrizes: os propósitos e recursos atribuídos à avaliação (estrutura); a localização e abordagens metodológicas da(s) instância(s) de avaliação (prática), as relações estabelecidas com a gestão e a tomada de decisão (utilização) . Nas iniciativas de setores ou unidades de monitoramento e avaliação, que se constituiriam em espaços “estruturais” a serem privilegiados na institucionalização, o impasse se dá pela incapacidade organizacional e funcional com que estes operam, sofrendo de uma carência de recursos humanos qualificados e/ou excesso de atribuições da continuada implementação, gestão e análise sumária dos bancos de dados do monitoramento.

Traduzido/Adaptado de Potvin, L. 2002 Implantação/Implementação Monitoramento Planejamento Avaliação Traduzido/Adaptado de Potvin, L. 2002

Modelo Geral dos Programas/Projetos Necessidades ou Problemas Limites Organização Recursos Estrutura Políticas e Práticas de gestão *Estrutural Contexto externo Necessidades ou Problemas Processos Atividades Comportamentos *Sistêmica *Estratégica *Operacional Resultados Impactos *Específica Fonte: Adaptado de: Évaluer L’efficcacité D’um Programme: Une question de Référents?, Gervais et al., 1999. P. 8.

Indicadores da efetividade de um programa/projeto A [*] Estrutural: recursos ou infraestrutura; Operacional: processos e atividades associados aos comportamentos dos profissionais ou agentes do programa; Sistêmica: contexto externo ao programa; Estratégica: políticas e práticas de gestão; Específica: resultados e impactos do programa.

Recomendações[1] para avaliações de programas       Recomendações[1] para avaliações de programas Ampla Participação Aumenta a utilidade da avaliação; explicita valores subjacentes, permitindo que a visão de diferentes grupos seja considerada no objeto de estudo; estabelece indicadores mais realistas.   Múltiplos focos e métodos Analisar tanto os aspectos do processo, quanto os relativos ao contexto e aos resultados das intervenções; revelar o "porquê ou como" um programa funciona é tão importante quanto saber se as mudanças desejadas ocorreram. O uso de modelos lógicos com indicadores de resultados a curto e longo-prazo, é fundamental para o monitoramento e a avaliação. Qualificação de avaliadores O campo da avaliação exige práticas e competências específicas. Estas práticas se estendem além dos domínios das ciências médicas para incluir os métodos de ciências sociais, teorias de mudanças organizacionais, pesquisa ágil e colaborativa. O suporte ao treinamento e infraestrutura educacional para a aquisição destas competências avaliativas tem que ser priorizado. Alocação adequada de recursos financeiros Uma estimativa de, pelo menos, 10 % do total de recursos alocados aos Programas, pode ser um padrão razoável para assegurar uma avaliação com a qualidade desejável.

Conhecimento não é suficiente; nós devemos aplicar Julgamento de valor... As coisas são o que parecem ser; Ou não são e nem parecem ser; Ou são e não parecem ser; Ou não são e mesmo assim parecem ser. Identificar esses casos É a tarefa do homem sábio * Epictetus II DC, apud Fletcher et al. Epidemiologa Clínica, 1989 Conhecimento não é suficiente; nós devemos aplicar Conscientização não é suficiente; nós devemos realizar. Goethe (In Evaluation Handbook – Kellog’s – 2000)