A prática da virtude Prof.ª Andréa Cristina Filosofia Colégio Adventista da Cohab São Luís - MA

VIRTUDE É um conjunto de qualidades que constituem uma pessoa de bem. Para a realização do “ser virtuoso”, temos que ter um código que nos oriente no caminho da vida. Existe uma regra absoluta que nos leva à virtude? Existe certo ou errado? Ou eles dependem do meu ponto de vista?

O PLANO DA MODERNIDADE Na segunda metade do século XX - profundas transformações sociais baseadas no secularismo, isto é, a independência da sociedade em relação aos valores morais. Secularismo surgido com o Iluminismo no século XVIII, desenvolveu-se com o afastamento da burguesia dos ideais espirituais no século XIX. Cosmovisão teocêntrica medieval declina com a Modernidade. Entendimento por Moderno: projeto burguês/capitalista de uma sociedade regida por preceitos racionais em detrimento da sociedade medieval, regida pela visão espiritual.

O PLANO DA MODERNIDADE A Modernidade se consolidou com a Revolução Industrial e impôs sua cosmovisão científico- materialista. A modernidade se caracterizou por ser científica, racional e temporal e tem uma estrutura secularizada de vida. Buscou a felicidade e o progresso da humanidade com bases nos princípios do Iluminismo. A partir da segunda metade do século XX, a Modernidade passou a sofrer críticas em seus pilares fundamentais: a crença de que a verdade pode ser alcançada pelo uso da razão e a linearidade histórica do progresso humano.

PLURALISMO É o reconhecimento da diversidade, bem como o de sua validade na sociedade. Encontrou um terreno fértil para suas propostas de contestação, abandono e rejeição de valores morais e espirituais dos séculos anteriores. A base do pluralismo é o desconstrutivismo de Jacques Derrida (1930-2004) – critica à filosofia ocidental que, segundo ele, está estruturada em conceitos racionais centralizadores (logos), com seus respectivos opostos: Deus/Satanás, Homem/mulher, jovem/velho, verdade/mentira.

PLURALISMO Derrida propôs desconstruir esse logocentrismo, revelando outros significados que neles existem. Visa encontrar a pluralidade de significações de seus discursos, legitimando a existência de suas várias interpretações e buscando encontrar novas e possíveis verdades. A metafísica clássica condena tal método por ser uma ameaça à leitura correta da verdade da Filosofia, tornando-a apenas uma das leituras possíveis e não a leitura correta. Criam-se novos contextos, permitindo novas leituras, interpretações e possíveis verdades.

PLURALISMO Prega o relativismo, pois assim todas as interpretações seriam válidas e por isso, destituídas de sentido, dependendo do ponto de vista adotado. Portanto, o significado de um texto faz parte de um sistema cultural. Nessa teoria, o importante é a compreensão da pessoa que lê, e não o sentido original do que está sendo redigido. Abstrair várias significações. Não havendo verdades absolutas, não haveria incoerência entre as afirmações.

PLURALISMO O desconstrutivismo pós-moderno desenvolve uma hermenêutica (interpretação)de suspeita textual, ou seja, procurando-se uma abordagem subjetiva de vários significados, que depende do entendimento de quem o lê. Ex.: compreensão pós-moderna do papel de Jesus na salvação humana. Deus é amoroso e não quer salvar apenas os cristãos. Para o pluralismo, existe salvação para todos independente de sistema religioso. Assim, não haveria a necessidade de evangelizar outros, pois todas as religiões levam à salvação. Cristo passa a ser mais um meio, e não o único meio para a salvação.

PLURALISMO Mas será que tudo é aceitável? Todas as crenças e comportamentos seriam aceitáveis, nada pode ser discriminado e tudo tem que ser respeitado. Todos têm direitos salvaguardados pela lei humana. Mas será que tudo é aceitável?