Testes com Transgénicos em RIO MAIOR vantagens para quem

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Transcrição da apresentação:

Testes com Transgénicos em RIO MAIOR vantagens para quem Testes com Transgénicos em RIO MAIOR vantagens para quem? Margarida Silva, bióloga Professora da Universidade Católica Portuguesa 18 de Fevereiro de 2007

O QUE SÃO TRANSGÉNICOS? Plantas (e animais) alterados no laboratório de uma forma que não é permitida na Natureza É completamente diferente do melhoramento convencional que sempre se fez em agricultura porque quebra a barreira entre as espécies

CONSULTA PÚBLICA A Pioneer e a Syngenta pediram autorização para cultivar 2 variedades de milho transgénico resistente a herbicida em cerca de 7 hectares ao longo de três anos na zona da Freiria O milho resultante será estudado no laboratório e depois destruído Estas variedades são ilegais para qualquer outro fim e não podem ser cultivadas comercialmente na Europa ou ser usadas na alimentação

SÃO SÓ ENSAIOS? «Os organismos vivos, quando libertados no ambiente em grande ou pequena quantidades, são susceptíveis de se reproduzir [...] Os efeitos dessas libertações no ambiente podem ser irreversíveis.» Directiva europeia 2001/18 sobre transgénicos

EXISTE MERCADO PARA TRANSGÉNICOS? O que pensam as pessoas? E os países? E as empresas?

O CONSUMIDOR TEM SEMPRE RAZÃO! Os que os europeus pensam (números oficiais): 94,6% querem ter direito à escolha 85,9% querem saber mais antes de comer transgénicos 70,9% simplesmente não querem transgénicos 66% no Reino Unido… 79% na Alemanha… 82% em França… …consideram os transgénicos perigosos para a saúde.

O QUE DIZEM OS PORTUGUESES? Em Portugal, uma sondagem de uma universidade verificou que... 29% da população portuguesa não tem opinião dos que têm opinião, 75% acha que os OGM não devem ser comercializados (pelo menos para já) Um tribunal dos cidadãos, organizado pela Câmara de Vila Flor, decidiu que os OGM são diferentes dos alimentos convencionais e devem ser suspensos enquanto não se tiver mais conhecimento sobre as suas consequências

ZONAS LIVRES NA EUROPA Na União Europeia há já 172 províncias e regiões que se declararam livres de (cultivos) transgénicos São mais de 4500 as autarquias e outros órgãos do poder locais que pedem restrições às culturas transgénicas

Alemanha Mais de 22 000 agricultores organizados em 56 ZLT que cobrem mais de 720 000 hectares

Grécia Todas as 54 regiões do país se declararam já ZLT Todos os partidos políticos estão de acordo: não querem transgénicos

França Já se declararam ZLT 16 regiões e 1250 câmaras

Polónia Todas as 16 regiões se declararam já ZLT

Itália 15 das 20 regiões são ZLT, ratificadas pelos parlamentos regionais

Reino Unido Mais de 15 milhões de britânicos vivem em ZLT

Suíça Referendo nacional adoptou por maioria uma moratória de cinco anos ao cultivo de transgénicos Em todos os cantões a maioria da população votou a favor Nunca houve cultivo de transgénicos na Suíça apesar de ser a sede mundial da Syngenta

Países que nunca votaram a favor de transgénicos na UE Áustria Chipre Grécia Hungria Luxemburgo Malta

Outros, entre muitos Espanha: Astúrias, Maiorca e Minorca declararam-se zonas livres; o País Basco é membro fundador da Rede Europeia de Regiões Livres de Transgénicos Irlanda: já atingiu a marca das 1000 áreas livres (desde concelhos a restaurantes)

Zonas Livres em Portugal 2004: Associação de Municípios do Algarve (16 municípios) e concelho de Mora 2005: Aljezur, Cadaval, Ponte da Barca, Coimbra, Odemira e Sintra

2006: Alenquer, Arouca, Moita, Moura, Terras de Bouro, Amares, Vila Verde, Póvoa de Lenhoso, Barreiro, Lagos, Valença, Vila do Bispo, Loulé, Portimão, Mértola, Constância, Alcochete e Soure O presidente da Região Autónoma dos Açores assinou uma petição à Comissão Europeia com vista à legalização das zonas livres

E AS EMPRESAS? Inquérito às 100 maiores empresas alimentares portuguesas (em curso) Excluem qualquer teor de transgénicos: Cervejas da Madeira Lda Bonduelle Refrige (Coca-Cola) Unicer (cerveja Super Bock) Garantem produtos de animais alimentados sem rações transgénicas: Milupa (carne, leite e queijo) Ibertejo (peixe e marisco de aquacultura) Parmalat (leite)

Alguns dados europeus As sete maiores empresas alimentares europeias têm políticas de exclusão de transgénicos: 1º Nestlé (Europa) 2º Unilever (Europa) 3º Coca-Cola (Europa) 4º Danone (Alemanha, Bélgica, Hungria...) 5º Kraft Foods (Europa) 6º Diageo (Europa) 7º Mars/Masterfoods (Europa)

As sete maiores grandes superfícies europeias têm políticas de exclusão de transgénicos nas suas marcas próprias: 1º Carrefour (França) 2º Tesco (Reino Unido) 3º Rewe (Alemanha) 4º Intermarché (Bélgica) 5º Metro (Alemanha) 6º Aldi (Reino Unido) 7º Lidl (Alemanha)

Um enorme mercado sem OGM Mais de 60% do total de vendas de bebidas/alimentos na UE vem de empresas com compromissos anti-transgénicos Isso representa um total de 1069 mil milhões de euros em vendas anuais

Na Suécia e na Noruega, 100% das rações comerciais são livres de transgénicos Quem vai poder fornecer estes mercados?

QUEM LUCRA COM OS ENSAIOS? As empresas Syngenta e Pioneer Ficam a saber como as variedades se comportam Usam os campos como imagem publicitária Vão ganhando a confiança dos agricultores para transgénicos em geral Vão contribuindo para os consumidores se acostumarem à ideia de comida transgénica O proprietário dos terrenos Ganha financeiramente com o aluguer

QUEM PODE PERDER COM OS ENSAIOS? «O milho transgénico já mostrou ser capaz de destruir o mercado dos agricultores de milho americano» Keith Dittrich, presidente Associação Americana de Produtores de Milho «Pelos vistos há problemas com os transgénicos, já que não se consegue controlá-los no campo nem separá-los na cadeia de produção, e não há estudos suficientes sobre o seu efeito na saúde. Penso que o impacto destes produtos na nossa balança comercial é muito perturbador.» Kent Conrad, senador EUA, estado do Dakota do Norte

PROBLEMAS PRINCIPAIS Seriedade das empresas Contaminação Patentes Resistência (Falta de) Indemnizações (Falta de) Seguros Ambiente (Des)valorização dos terrenos Imagem de marca do concelho

“Elas [as empresas] tentaram mentir, tentaram forçar as pessoas a aceitar [os transgénicos].” Margot Wallström ex-Comissária Europeia do Ambiente Vice-Presidente da Comissão Europeia Financial Times, 14 de Outubro de 2003

A PIONEER NÃO É DE CONFIANÇA Os Ministérios da Agricultura da Suíça e do estado alemão de Baden-Wurtemberg descobriram em 1999 que as variedades Ulla e Benicia da Pioneer estavam contaminadas por sementes de milho transgénico não aprovado na Europa Até à descoberta a Pioneer já tinha vendido semente para 400 hectares, e metade já tinha sido plantado Furst, I. (1999) Swiss soiled seed prompts tolerance question. Nature Biotechnology 17: 629

Na Croácia, em 2004, 2 000 hectares semeados com milho foram queimados porque estavam contaminados com milho transgénico acima do permitido Os agricultores pediram indemnização ao governo, que foi pedi-la à Pioneer, dona das sementes AGROW - World Crop Protection News, 22 July 2004. Croatia burns GM seed crop.

Cerca de 100 agricultores no Piemonte italiano foram avisados em 2003 pelo seu governo de que estavam em situação ilegal porque o milho não-transgénico que semearam afinal estava contaminado por sementes transgénicas da Pioneer Italian seed contamination scandal highlights need for tighter European legislation 10 July 2003, Greenpeace PressRelease

A empresa não explicou a proveniência da contaminação Em 2001 descobriu-se na Áustria que a variedade de milho convencional PR39D81 da Pioneer estava contaminada com duas variedades de milho transgénico (uma das quais da Syngenta) A empresa não explicou a proveniência da contaminação Greeenpeace reveals more genetic contamination of seeds in European market Greenpeace Press Release: 3rd May 2001

Em Outubro de 2003 a Pioneer organizou uma demonstração sobre produtividade de milho em Lleida, Espanha, em que participaram 200 agricultores Foram colhidas e misturadas variedades convencionais e transgénicas, entre as quais uma variedade OGM ilegal A mistura de milho ia ser entregue para produção de rações, mas a ilegalidade foi denunciada à polícia e corre agora no tribunal A Pioneer realizou várias destas demonstrações em Espanha com milho ilegal e ninguém sabe onde o milho foi parar

A SYNGENTA TAMBÉM NÃO A Comissão Europeia anunciou em 2005 que cerca de 1000 toneladas de um milho transgénico ilegal tinham entrado na UE Nos Estados Unidos circularam 150 000 toneladas sem autorização O erro só foi detectado 4 anos depois do seu início - e a empresa escondeu-o enquanto pôde Qual a empresa mal comportada? Syngenta Press Release 1st April 2005. Commission seeks clarification on Bt10 from US authorities and Syngenta.

O Bt11 não está aprovado para cultivo na União Europeia Na Eslovénia foi descoberto milho convencional para semente contaminado com milho transgénico Bt11 O Bt11 não está aprovado para cultivo na União Europeia O Bt11 pertence... à Syngenta Minutes of the 110th Meeting of ACRE in Room 6A/B, Ashdown House, London www.defra.gov.uk/environment/acre/meetings/06/min060713.htm Thursday, 13 July 2006

Um dos maiores escândalos de contaminação de milho aconteceu no México, que é centro de biodiversidade tradicional para milho O milho Bt11 da Syngenta, entre outros, contaminou variedades tradicionais em comunidades indígenas de 9 estados diferentes

Pelo menos um dos casos era devido ao milho Bt 176, da Syngenta No País Basco (Espanha) em 2001 encontraram-se produções de milho contaminadas por milho transgénico Pelo menos um dos casos era devido ao milho Bt 176, da Syngenta Spain: GE Pollution in spanish organic maize and soya revealed 31 July, Genetic Engineering Newsletter No. 33/34 www.biogene.org/e/themen/biotech/e-news.html

Pelo menos três dos casos eram devidos ao milho Bt 176, da Syngenta Na Catalunha e em Aragão (Espanha) em 2005 encontraram-se 12 casos de milho contaminado por variedades transgénicas Pelo menos três dos casos eram devidos ao milho Bt 176, da Syngenta Impossible Coexistence Greenpeace, 2006

MAIS CONTAMINAÇÃO A Agência Francesa de Inspecção e Segurança Alimentar detectou em 2001 a contaminação de milho com sementes transgénicas - pelo menos parte dessa contaminação era proveniente de testes de campo Em 2005, 24% de todo o milho importado para França tinha contaminação transgénica AFSSA - Agence Française de Sécurité Sanitaire des Aliments. July 23, 2001. de l’Agence française de sécurité sanitaire des aliments relatif à l'évaluation, en termes de santé publique, de la signification d’un signal positif à 0,2% par une sonde 35S et du risque éventuel lié à la présence de semences de maïs OGM non identifiés, au regard notamment des taux de présence observés et de la fréquence des cas. Un quart des semences de maïs contaminées par des OGM Le Monde 20 Septembre 2006

A polinização cruzada implica, cientificamente, um risco de contaminação até pelo menos 1 Km em redor do campo transgénico Existe pelo menos um exemplo narrado num jornal americano de milho contaminado por pólen a mais de três quilómetros de distância

Numa experiência oficial em França, apicultores puseram colmeias a diferentes distâncias de um campo com milho transgénico A 1200 m de distância a contaminação com pólen transgénico atingiu os 39% OGM - Contaminations prouvées, Que choisir, 12 Octobre 2006

A produção comercial de semente convencional tem de se manter afastada das variedades transgénicas Nos Estados Unidos mais de 50% do milho convencional à venda está contaminado com milho transgénico As empresas produtoras de sementes de colza mudaram-se do Canadá para a Hungria para conseguir manter a produção livre de transgénicos

O arroz transgénico LL601 da Bayer foi usado em ensaios de campo nos Estados Unidos mas nunca foi comercializado Anos depois as sementes convencionais de algumas variedades de arroz apareceram contaminadas com LL601

Em menos de um mês os valores desse arroz na bolsa tinham baixado 14% Segundo a Federação Americana do Arroz, “Está em perigo a viabilidade económica de todos os segmentos da indústria do arroz” Ebro Puleva, um líder mundial do arroz que controla 30% do mercado europeu, interrompeu todas as importações de arroz americano

Os dois maiores exportadores mundiais de arroz, a Tailândia e o Vietname, viram as suas exportações aumentar tão significativamente que pediram aos respectivos governos para manter os países livres de arroz transgénico

PATENTES Se os agricultores semearem OGM que não compraram vão parar a tribunal... e perdem A Monsanto (responsável por 70% de todas as sementes transgénicas no mundo) já levou a tribunal 90 casos, que envolvem 147 agricultores e 39 pequenas empresas em 25 estados americanos. Esta empresa dedica um orçamento anual de 10 milhões de dólares e uma equipa de 75 pessoas apenas à investigação e extorsão legal dos produtores Num único caso a Monsanto ganhou 3 milhões de dólares; no total dos casos conhecidos já facturou mais de 15 milhões de dólares

INDEMNIZAÇÕES O custo fixo de produção dos agricultores não-OGM quando o cultivo de transgénicos se instala na região pode subir até 41% (números da Comissão Europeia) A lei prevê que as contaminações que tragam prejuízo aos produtores sejam indemnizadas Mas a lei das indemnizações ainda não foi publicada em Portugal: não há sistema legal de protecção

SEGUROS As seguradoras na Alemanha, Suíça, Inglaterra e Bélgica já anunciaram publicamente que não fazem seguros agrícolas para culturas transgénica A empresa Lloyds exclui especificamente os OGM: estão na mesma categoria dos actos de terrorismo.

Responsável por seguradora britânica “Há 50 anos atrás as seguradoras faziam seguros para o amianto sem qualquer preocupação - agora têm indemnizações de centenas de milhões de libras pela frente... há um sentimento muito claro de que os OGM podem vir a mostrar os seus efeitos negativos dentro de uns cinco anos.” Responsável por seguradora britânica 'No-one will insure GM crops' FARM Group, UK, 7 de Outubro de 2003

AMBIENTE O maior organismo internacional de conservação da natureza e da biodiversidade no mundo é o UICN, de que faz parte o governo português O UICN desde 2004 que defende uma suspensão de todos os cultivos de transgénicos, incluindo os testes experimentais

VALOR DOS TERRENOS A associação inglesa dos avaliadores oficiais de terrenos já solicitou ao governo a criação de um registo público dos locais onde são cultivados transgénicos Esse registo permite-lhes calcular a desvalorização associada à introdução de transgénicos em cada local

IMAGEM DO CONCELHO Em 2005 e 2006 a Pioneer quis fazer ensaios de transgénicos em Ponte da Barca A Câmara reagiu e a Assembleia Municipal declarou o concelho uma zona livre de transgénicos Uma das razões? “O desenvolvimento da região através de um turismo de qualidade pode ser posto em causa pelo aparecimento do cultivo de plantas transgénicas que prejudicam essa imagem”

Em Terras de Bouro/Amares/Póvoa de Lenhoso/Vila Verde acrescentaram: “As culturas geneticamente modificadas põem em causa a aposta no conceito de qualidade que se pretende imprimir à agricultura do território e a posição de princípio de manter as tradições agrícolas locais como potenciadoras de um desenvolvimento sustentável, acarretando prejuízos económicos consideráveis e, por vezes, incalculáveis.”

Existem alternativas? Produtos biológicos comercializados anualmente pela Biofrade (em toneladas)

A DECISÃO Os transgénicos são um passo sem retorno O consumidor não os quer O mercado não os quer Produzir sem transgénicos é um nicho de mercado com valor acrescentado Basta um agricultor começar a cultivar transgénicos para pôr em causa o estatuto de toda uma região