O retorno do exílio e a difícil reconstrução

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Transcrição da apresentação:

O retorno do exílio e a difícil reconstrução

Is 40,1-6.9-11 Consolai, consolai o meu povo!", diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, anunciai-lhe: Seu cativeiro terminou, sua culpa esta paga, da mão do SENHOR já recebeu, por suas faltas, o castigo dobrado. Grita uma voz: “No deserto abri caminho para o SENHOR! No ermo rasgai estrada para o nosso Deus! Toda depressão seja alevantada, toda montanha ou serra seja rebaixada, para todo precipício ficar plano e o tortuoso ficar reto. A glória do SENHOR vai,então, aparecer e todos verão que foi o SENHOR quem falou!” “... Sobe a uma alta montanha, Mensageira Sião, Ievanta com força tua voz, Mensageira Jerusalém! Grita, não tenhas medo! Avisa às cidades de Judá: "Eis o vosso Deus!“ Lá vem o Senhor nosso Deus ! É com poder que Ele vem, seu braço vence tudo. Vem com Ele o que Ele ganhou, à frente dele, o que conquistou. Qual pastor que cuida com carinho do rebanho, nos braços apanha os cordeirinhos, para levá-los ao colo, e à mãe ovelha vai tangendo com cuidado”.

Exílio: Um divisor de águas Na história do povo de Deus, o período do exílio da Babilônia é um divisor de águas. Até hoje os judeus dividem a história em período do “primeiro templo” (de Abraão até o exílio) e o período do “segundo templo” (de 538 a.C. até 70 d.C.). Também nos estudos bíblicos falamos do período “pré-exílico” e período "pós-exílico". Desta forma, vemos que o exílio deixou marcas profundas no povo, como também na literatura presente na Bíblia. É certo que, depois do exílio, Judá deixou de ser uma nação independente e passou a ser uma pequena colônia de imensos impérios, como o Império Persa, o Império Grego e o Império Romano. Durante muito tempo não haverá reis, ficando o poder nas mãos de um imperador distante, que ninguém conhecia. A religião dos opressores era uma ameaça constante. Muita gente que não foi para a Babilônia tinha abandonado a religião de Javé e se voltado para cultos pré-Israelitas. Mas dentro do curto tempo de exílio o povo descobriu novos caminhos para superar suas dificuldades, manter a fé recebida de seus antepassados e se lançar na aventura de reconstruir seu país. A Bíblia surge neste contexto de exílio. Nesta época os livros começa, a ser colecionados para servir de apoio na liturgia e no ensino. No final do período do exílio, as coleções dos livros históricos e dos proféticos estão prontas.

Esd 6,3-5 (aramaico*): 3 No primeiro ano do reinado de Ciro, o rei Ciro deu esta ordem, com relação à casa de Deus que está situada em Jerusalém: “este templo deve ser reconstruído, para servir de local onde se ofereçam sacrifícios; seus fundamentos devem ser restaurados. Sua altura será de sessenta côvados. 4 Terá três carreiras de pedra talhada e uma de madeira. A despesa será paga pela casa do rei. 5 Outrossim, devolveremos os utensílios de ouro e prata da casa de Deus, que Nabucodonosor havia tomado do templo de Jerusalém, e transportado para Babilônia; serão repostos no templo de Jerusalém no mesmo lugar em que estavam, e nós os depositaremos na casa de Deus”. [*] Neste período o aramaico é a língua internacional do Oriente Próximo, usado para tratados e comunicações diplomáticas, e sempre mais na Palestina se torna a língua falada dos hebreus.

Livros de Esdras e Neemías: falam da vida difícil que teriam os que retornaram para a Palestina: - a cidade de Jerusalém em ruínas e com ela o templo; - o país se havía empobrecido; - os persas tinham dividido o seu império em grandes regiões chamadas satrapías, que por sua vez eram compostas de várias províncias, como a da Palestina com a capital Samaría: Esdras e Neemías narram como muitas vezes os samaritanos tentavam bloquear a reconstrução de Jerusalém.

Zorobabel e a reconstrução do templo Em 520 a.C. chegam da Babilônia um novo grupo de deportados sob a guia de Zorobabel, membro da família de Davi, como chefe civil, e Josué, como chefe religioso. Neste período agem dois profetas Ageu e Zacarias, isto é, o Proto-Zacarias (cc. 1-8). Grande parte do empenho profético destes dois profetas são oráculos que se orientam a encorajar o povo a reconstruir o templo. A dedicação do segundo templo em 515 a.C.: menos rico e esplêndido daquele de Salomão e as próprias condições em que foi construído o mostram, mas para a vida do povo era mais importante que o primeiro, porque agora o templo era o único sinal visível e único centro concreto da identidade do povo: de fato, não há uma monarquia, mas o país é somente parte de uma pequena sub-província.

Neemias e a reconstrução da cidade Ele era um judeu que vivia na Pérsia e em 445 a.C. recebeu do rei a autorização de ir a Jerusalém e reconstruir os muros da cidade destruídos pelos babilônios. A Palestina se tornou para a Pérsia de valor estratégico, dadas as ameaças do Egito ajudado pelos atenienses. Convinha que aquela região fosse fortificada e leal, e então a reconstrução dos muros de Jerusalém. Neemias, em dez anos, conseguiu reconstruir os muros e deu início a uma série de reformas sociais (cf Ne 5), retornando depois à Pérsia.

Esdras e a Lei de Deus Esdras veio da Pérsia: sendo sacerdote e escriba devia então iniciar uma reforma religiosa; trouxe consigo um certo códice, chamado na Bíblia “a lei de Deus”, que devia regular a vida do povo e que ele devia promulgar e instituir com autorização persiana; Esta lei de Deus, um documento hebraico, se torna ao mesmo tempo um documento que reforça a ligação com os persas e se torna lei de estado: alguns pensam que fossem tradições sacerdotais do Pentateuco, outros pensam que fosse o próprio Pentateuco.

A Escritura no período pós‑Exílico (538 – 50 a.C.) a. Problemas e características do início desse período Tendo durado mais de 50 anos (a primeira leva de deportados aconteceu em 597), o longo período de Exílio levou à tentação de acomodar‑se à nova situação, devendo sentir‑se pouco entusiasmo com os oráculos do Segundo Isaías e com a volta a Judá e a reconstrução do Templo (Cf, a propósito, os conselhos de Jeremias aos primeiros exilados em Jr 29,1‑14). Na comunidade que se formou em torno do Templo a duras penas reconstruído (inaugurado em 515, graças aos insistentes apelos de Ageu e Zacarias), não era fácil manter a unidade, tal a divergência de opinião entre os conservadores, mais apegados ao culto antigo, ao reino de Davi e à exclusividade do povo escolhido, e os progressistas, mais tolerantes e abertos após a mesma experiência de exílio e diáspora.

b. Outras características da época a) O Templo, reconstruído de 521 a 515 a.C., novamente como santuário central, não foi aceito pelos samaritanos, desde então sempre mais separados e adversários dos judeus. b) O culto e a Lei, foram se tornando cada vez mais característicos do “judeu fiel”, especialmente pelos esforços de Neemias, coadjuvado pelo sacerdote Esdras, em meados do século V: Neemias lutou ferrenhamente contra os casamentos mistos (cf Esd 10,1ss) e insistiu na observância do sábado e nas taxas para o culto (cf Ne 13). c) Escritura e Tradição: Os escritores do período interessam‑se relativamente pouco pelos acontecimentos contemporâneos, preferindo retomar as antigas tradições e os antigos escritos, reescrevendo‑os à luz da renovada insistência sobre o culto e a Lei. É então que se elabora a redação final do Pentateuco, o Cronista redige sua obra histórica (1 e 2 Cron + Esdras e Neemias) e se reúnem os escritos dos antigos profetas.

a. Redação Final do Pentateuco (séc V a.C.) Em meados do século V, é um redator sacerdotal quem vai refundir os escritos anteriores, incluindo os de sua corrente Sacerdotal (sigla P). Especialmente nos quatro primeiros livros do Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números), é evidente o enfoque cultual dado pelo redator P, que tanto insiste no culto e na Aliança com Javé. Nessa redação final encontramos às vezes longos trechos justapostos, como é o caso da narrativa da Criação, apresentada primeiro pelo Sacerdotal (Gn 1,1‑2,4a) e depois por um antigo autor que os estudiosos do assunto chamam Javista (Gn 2,4b‑3,24), com perspectivas bastante diversas. E encontramos também muitos trechos que são verdadeiras “colchas‑de‑retalho”. Quanto aos onze primeiros capítulos do Gênesis, ali encontramos duas correntes narrativas que se alternam: Sacerdotal e Javista, sendo que o primeiro contribuiu especialmente com as genealogias e os dados cronológicos. Esses onze capítulos não oferecem uma história científica das origens da humanidade e dos antepassados de Abraão, mas antes constituem uma reflexão teológica sobre o passado remoto, uma narrativa doutrinária e sapiencial, com vários elementos semelhantes aos dos

I. O fim do império persa O império persa durou pouco mais de dois séculos: as expedições contra a Grécia, terminadas com a derrota dos persas por mar e por terra, deram um duro golpe ao prestígio político e militar do império e conduziram a uma série de revoltas, sobretudo no Egito e nas cidades filistéias. Artaxerxes II Oco (360-338) conseguiu ter o controle do poder, mas por pouco tempo: em 345 submeteu as cidades fenícias, em 341 reconquistou o Egito, reforçando um pouco o poder persa. Mas morreu assassinado e apenas algum tempo depois o império caiu.

1. O Império Grego Em 333 ªC., Alexandre, filho de Filipe II da Macedônia, passado à história com o título de “Magno”, derrotou o exército persa de Dario III (335-332). Em 332 ocupou a Síria e a Palestina, incluindo Jerusalém, no seu caminho de conquista do Egito. Alexandre Magno morreu em 323. Sem filhos em idade para assumir o Império, os seus generais disputaram o governo de uma parte do império. Foram chamados “diádocos” em grego, “sucessores”. Um se tornou governador dos territórios europeus: Macedônia, Grécia, Trácia; outro do Egito; um terceiro governou sobre a Ásia Menor, e um quarto a Babilônia. A Síria e a Palestina, repetindo o esquema milenar, eram disputados entre a Babilônia e Egito. A Palestina foi submetida pelos Ptolomeus Lágidas do Egito; em 312 Jerusalém foi ocupada, e muitos judeus emigraram a Alexandria (Sob Ptolomeu II Filadelfo (285-246) teria iniciada a tradução da LXX).

3. Sob os Selêucidas No início do séc. II a Síria e a Palestina passaram, depois de muitas batalhas, dos Ptolomeus aos selêucidas da Babilônia; Sob Antíoco III, o Grande (232-187), o reino selêucida se estendeu até a Ásia Menor e às cidades iônicas, o que conduziu logo a um conflito com Roma;

Sob a Pax Romana

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