OCORRÊNCIA DE ESTEREOTIPIAS EM EQUINOS ESTABULADOS

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Transcrição da apresentação:

OCORRÊNCIA DE ESTEREOTIPIAS EM EQUINOS ESTABULADOS XI OCORRÊNCIA DE ESTEREOTIPIAS EM EQUINOS ESTABULADOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE ITABUNA/BA Diana Campos Brandão 1; Maria Amélia Fernandes Figueiredo 2 1 Médica Veterinária autônoma, dianacamposbrandao@gmail.com 2 Docente da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus/BA, mel@uesc.br UESC INTRODUÇÃO Os equídeos mantidos em áreas urbanas para esporte, lazer ou serviço são privados de manifestarem o comportamento natural da espécie devido ao confinamento excessivo, que restringe o exercício e a socialização dos animais. Este excesso de estabulação priva-os de uma ou mais das cinco liberdades de bem-estar definidas pelo Comitê Brambell, que consistem em garantir que os animais estejam livres de fome e de sede; de dor, lesões e doenças; de desconforto; de medo e de estresse; para expressar o comportamento natural1. A falta destas pode ocasionar problemas fisiológicos, físicos e comportamentais levando a manifestação de estereotipias, também denominadas vícios. Os vícios, após instalados, dificilmente conseguem ser revertidos, podendo ser apenas prevenidos ou minimizados através de estratégias que aproximem a rotina do animal às condições naturais da espécie2. A cidade de Itabuna situa-se no sul da Bahia (Figura 1), região cacaueira, sendo sua urbanização considerada rápida e crescente, porém possui ainda forte tradição rural3, tendo uma população significativa de equídeos estabulados na zona urbana mantidos para esporte ou lazer. OBJETIVO O presente trabalho teve como objetivo o levantamento da ocorrência de distúrbios comportamentais em equídeos estabulados em propriedades localizadas na zona urbana da cidade de Itabuna, na região sul da Bahia, e a sua correlação com as condições de manejo e sanidade as quais os mesmos eram submetidos. MATERIAL E MÉTODOS As propriedades foram inicialmente identificadas, mapeadas e posteriormente visitadas para a coleta dos dados. Os dados foram obtidos através da aplicação de questionários semiestruturados aos tratadores, administradores e/ou proprietários, observação direta e exame clínicos dos animais. Os dados foram registrados em fichas individuais e, em seguida, tabulados para síntese e análise posterior. Figura 1. a - Localização da cidade de Itabuna, na região Sul do estado da Bahia; b - Mapeamento dos bairros onde foram identificadas unidades de criação e/ou manutenção de equídeos na zona urbana, do município de Itabuna (BA) . a b Figura 2. Equino da raça Quarto de Milha, mostrando o comportamento de aerofagia ao apoiar os incisivos na divisória e arquear o pescoço. RESULTADOS No total foram identificadas 9 propriedades e 63 equídeos, variando de 2 a 11 animais cada. A idade dos animais variava de 7 meses a 24 anos, de diferentes raças, em sua maioria destinados para passeio (51/63) e os demais para vaquejada (11/63) ou laço (1/63), conforme a Tabela 1. A maioria das propriedades destinava-se ao aluguel de baias (7/9), com grande rotatividade de animais. Poucas possuíam piquete, permanecendo os equídeos confinados 100% do tempo, contrariando a liberdade para expressar comportamento natural da espécie. As baias apresentaram grande variedade quanto às dimensões. Em sua maioria possuíam aberturas e/ou disposição que permitia circulação de ar e contato visual entre os animais. A alimentação era constituída principalmente por capim picado fornecido 2 a 3 vezes ao dia, sendo suplementada com concentrado. Algumas dispunham de feno como complementação ao volumoso. Os distúrbios comportamentais identificados foram: agressividade, comportamento compulsivo de abrir a cocheira e aerofagia. Os equinos que apresentaram aerofagia eram todos da raça Quarto de Milha, utilizados em provas de laço ou vaquejada. Diversos métodos de coibição e tratamento desses vícios haviam sido tentados, por parte dos proprietários, sem sucesso. CONCLUSÃO Neste estudo não foi possível estabelecer uma correlação entre as condições de manejo e estabulação encontrados com o desencadeamento desses distúrbios comportamentais, uma vez que havia uma grande variabilidade nas condições em que estes eram mantidos e manejados, e que animais da mesma categoria e submetidos a manejo semelhante não necessariamente desenvolveram estereotipias observadas em alguns indivíduos dessa população. Outro fator pode ter sido a grande rotatividade de animais, fazendo que o tempo de permanência da maior parte dos indivíduos naquelas condições de manejo fosse talvez insuficiente para o desencadeamento do problema. Porém, os resultados encontrados sugerem que uma combinação da condição de confinamento com a rotina estressante a que alguns dos animais foram submetidos em provas de vaquejada e laço, bem como a predisposição de alguns indivíduos ligada à raça e ao temperamento, resultem no desenvolvimento desses distúrbios. REFERÊNCIAS 1-SOUZA,M.F.A. Implicações para o bem-estar de eqüinos usados para tração de veículos. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, n.1, p. 1-6, Janeiro/Dezembro, 2006. 2-THOMAS,H.S. More than a bad habit. TheHorse.com, Jul. 2006. Disponível em: <http://www.thehorse.com/ViewArticle.aspx?ID=7122>. Acesso em: 10 jun. 2008. 3-SANTANA,L.M. Itabuna-Ba. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 29 out. 2009.