Incontinência Urinária no Idoso Enurese Noturna
Incontinência Urinária (IU) Sociedade Internacional de Incontinência: Condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrada. Erroneamente é vista como processo natural do envelhecimento. Compromete convívio social causando vergonha, depressão e isolamento, trazendo transtorno para indivíduo e familiares.
Prevalência e Incidência da IU no idoso Varia de 8 a 34%. É mais freqüente em mulheres.
Impacto da idade na IU IU é um estado anormal, mas se tratada corretamente pode ser resolvida ou minimizada. Fatores que podem causar IU: alterações da motivação, da destreza manual, da mobilidade, da lucidez e a existência de doenças associadas , como diabetes e insuficiência cardíaca; Fatores freqüentes no idoso, podendo causar ou agravar IU.
Mesmo sem doenças o trato urinário inferior apresenta alterações relacionadas ao envelhecimento: a força de contração do detrusor, capacidade vesical e habilidade de adiar a micção. contrações involuntárias da musculatura vesical e volume residual pós miccional. E nas mulheres: alteração da pressão máxima de fechamento uretral, comprimento uretral e células da musculatura estriada do esfíncter.
a urge- incontinência no idoso relaciona-se mais com alterações estruturais e funcionais do esfíncter uretral, do que com instabilidade detrusora. Fatores como distopias e trofismo vaginal influenciam a urge- incontinência.
Classificação da IU no idoso No idoso a IU se classifica da seguinte forma: 1- Noctúria; 2- IU transitória; 3- IU persistente.
Noctúria - é a necessidade de levantar-se da cama mais de uma vez, com o intuito de urinar, após ter ido deitar com a expectativa de só se levantar pela manhã. Alteração frequente no hábito urinário do idoso; Alterações hormonais: ocorrre secreção de vasopressina e hormônio naturético, que causam eliminação noturna de líquidos ingeridos durante o dia.
Avaliação clínica da Noctúria por si só não sugere diagnóstico específico, é necessário verificar diário miccional do pcte; Causas da noctúria: diminuição da capacidade vesical e/ou o aumento na produção de urina no período noturno, hiperatividade detrusora e envelhecimento.
Noctúria associa-se a sintomas do trato urinário inferior, distúrbios do sono e tempo que pcte permanece na cama. Deve se ficar atento aos horários de administração de diuréticos, e também da ingestão de grande qtidade líquido, cafeína e/ou álcool.
Tratamento da Noctúria 1- Conservador: Verificar medicamentos do pcte, Monitorar a ingestão hídrica, não permitindo ingestão 3 horas antes do pcte se deitar, Utilização de meias e elevação dos MMII no final da manhã e final da tarde (para promover a redistribuição de líquidos durante o dia em pctes com edema periférico e e ICC).
Tratamento da Noctúria 2- Medicamentoso: desmopressina, diuréticos, alfa-bloqueadores e a terapia de reposição hormonal nas mulheres são as opções farmacológicas mais utilizadas.
Enurese Noturna Definição: micção involuntária durante o sono, que ocorre freqüentemente em idosos. Sintomas associados: perda diurna de urina, urgência miccional, dor ao urinar, constipação intestinal. Durante o sono, estruturas que estão alteradas, como por exemplo o assoalho pélvico e os esfíncteres enfraquecidos, relaxam ainda mais, e associadas com hiperatividade detrusora e da produção de urina, não são suficientes para manter a continência.
IU transitória Caracterizada pela perda involuntária de urina, precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou orgânico, que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante.
Avaliação clínica da IU Transitória Se baseia na anamnese e diário miccional; Pode decorrer do uso de diuréticos ou ingestão hídrica excessiva em pctes portadores de hiperatividade vesical; - Pctes com retenção urinária apresentam perda de urina por transbordamento (incontinência paradoxal).
Causas da IU Transitória Constipação intestinal – fecaloma, Medicamentos, Infecção, Vaginite atrófica, Distúrbios psicológicos, Dificuldade de locomoção, Ingestão de líquidos em excesso.
IU Persistente - quando a perda involuntária de urina não é causada por nenhuma comorbidade existente, não é decorrente do efeito colateral de alguma droga e persiste por pelo menos 3 meses.
Avaliação clínica da IU Persistente Através de história clínica, excluindo causas medicamentosas e comportamentais, além de detectar doenças sistêmicas que possam ser responsáveis pela perda urinária. - diário miccional é fundamental para quantificar as perdas e correlacioná-las com os hábitos diários dos pacientes.
Classificação da IU Persistente Existem 3 tipos de incontinência urinária persistente: A - Urge-incontinência B - Incontinência urinária relacionada ao esvaziamento vesical inadequado C - Incontinência urinária de esforço
Urge- incontinência Causa mais frequente de IU em idosos. - O termo bexiga hiperativa refere-se aos sintomas clínicos de polaciúria, urgência miccional, noctúria e urge-incontinência. É baseada exclusivamente nas queixas clínicas dos pacientes, não dependendo dos achados urodinâmicos; Há prejuízos na qualidade de vida dos pctes; Principais fatores: contrações vesicais involuntárias.
Termos que necessitam da confirmação urodinâmica da presença de contrações vesicais involuntárias: bexiga instável, Instabilidade detrusora, Hiperreflexia do detrusor.
A hiperatividade detrusora pode ocorrer quando a força de contração da musculatura vesical está preservada ou quando está diminuída. A hiperatividade detrusora também está presente em pctes com obstrução infravesical; homens- hiperplasia da próstata e estenose da uretra; mulheres - prolapsos genitais ou iatrogênias cirúrgicas.
Tratamento da Urge- incontinência Conservador: mudança dos hábitos de ingestão hídrica, fisioterapia do assoalho pélvico, eletroestimulação e “biofeedback”. Medicamentoso: utilização de drogas anticolinérgicas.
IU relacionada ao esvaziamento vesical inadequado. Perda de urina por esvaziamento incompleto da bexiga. - Causas: acontractilidade e hipocontractilidade do detrusor, e a obstrução ao fluxo urinário. Também constipação intestinal, o efeito colateral de drogas anticolinérgicas e algumas neuropatias. Em alguns casos, pode ocorrer IU por transbordamento.
Tratamento da IU por esvaziamento inadequado - Interrupção de drogas que pcte pode estar usando, e tto cirúrgico para desobstrução do fluxo urinário.
IU de esforço Perda urinária causada por estress. Frequente em pctes idosas do sexo feminino. Causa: hipermotilidade uretral devido fraqueza do assoalho pélvico, ou conseqüente a procedimentos cirúrgicos.
Tratamento da IU por esforço. Tratamento farmacológico; Tratamento conservador comportamental e fisioterápico; Tratamento cirúrgico
Caso Clínico Pcte do sexo feminino, 74 anos de idade, com histórico de 4 gestações e partos normais, apresentando queixa de enurese noturna e urge- incontinência. Apresenta boa consciência do assoalho pélvico, porém com fraca contração.
Tratamento Fisioterapêutico Ginástica hipopressiva, Exercícios de contração do períneo, associados a outros exercícios, Eletroestimulação, para relaxamento do detrusor, com parâmetros: 10-50 Hz, 250us, Ton: 8 seg, Toff: 4 seg. Realização e orientação dos exercícios de Kegel.
Obrigada!!!