Gêneros Argumentativos UNICAMP

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Transcrição da apresentação:

Gêneros Argumentativos UNICAMP CASDVest 2014

Educação reprovada Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante no Brasil é a educação. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos. Há cerca de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a política do “aprender brincando”. Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. (...) Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde (para poder ir a escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada. Lya Luft

São José dos Campos, 11 de março de 2009.   Excelentíssimo Deputado João da Silva, Li o seu depoimento em relação ao alistamento militar obrigatório e gostaria de me posicionar contrário à sua tese e venho, como cidadão que sou por Vossa Excelência representado, pedir que reconsidere sua posição. Ser um soldado não é a única forma de servir ao país. Na verdade, como o Brasil, raramente, está envolvido em conflitos, um médico, por exemplo, acaba servindo mais à nação. Vossa Excelência defende que o alistamento voluntário só atrairia pobres e analfabetos. No entanto, pessoas de qualquer classe social têm condições e desejo de serem bons soldados, de forma que me parece haver uma visão preconceituosa no que tange a esse assunto. É fato, que o exército brasileiro necessita de mão-de-obra especializada para desenvolver armamentos, por exemplo. Porém, a fim de suprir tal demanda, existem instituições militares de ensino superior, como o Instituto Militar de Engenharia. Dessa forma, é imprescindível que os deputados, assim como o senhor, defendam o desejo de grande parte da população: a derrubada do serviço militar obrigatório em tempos de paz. Logo, poder-se-ia acabar com essa injustiça que assola o país. Atenciosamente, Cidadão

Ignácio de Loyola Brandão (O Estado de São Paulo, 19/12/1999) Adolescentes do ano 2000 Elas se telefonam, se bipam, marcam encontros e se reúnem nervosas diante da escrivaninha, cadernos e livros abertos e espalhados. Não devo dizer escrivaninha, é termo da minha adolescência, e entre a minha e a da minha filha se passaram 47 anos, o Brasil mudou, as palavras mudaram. No entanto, alguma coisa permanece imutável. Percebo ao passar pelo corredor, vendo-as no quarto, deitadas no chão, sentadas à escrivaninha, livros e cadernos compulsados, sofregamente. Não, não se diz caderno, e sim fichário. Elas estão ansiosas, inquietas. São dias de prova. O clima é o mesmo da minha adolescência. Na aula a atenção se dirigia pouco ao professor. A menos que fosse criativo e soubesse segurar a classe. Se houvesse, como hoje, jovens professores, as meninas gostariam mais. Por que nossos professores pareciam velhos e sisudos? Há uma igualdade. A pouca vontade de estudar nessa idade. Santa preguiça. Divina ausência de concentração. Elas falam dos rapazes (em geral preferem os mais velhos, os da mesma idade são stracnados ou lesados; quer dizer bobocas; cada grupo tem sua gíria), telefonam, combinam a balada, escolhem um bar (na nova Faria Lima ou na Vila Madalena) e passam os olhos por um ponto. Está difícil, voltam a discutir uma tática, uma forma original de, talvez, colar. Mal sabem elas, nos seus 16 anos, que a estratégia de colar é arte aperfeiçoada por séculos. Afinal, a desonestidade progrediu e, no Brasil, elas estão cheias de exemplos de fraudes que dão certo. O professor nem desconfiará. Enfim, desistem, há nelas, felizmente, decência. O curioso dessas meninas que vão passar noites insones é que nenhuma recorre a estimulantes ou flash-power. Nem sequer ao café. Suportam, sem nada. Pela manhã, sairão para a prova com os olhos quase fechados de sono. Ignácio de Loyola Brandão (O Estado de São Paulo, 19/12/1999)