CENÁRIO DA ECONOMIA E TENDÊNCIAS

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Transcrição da apresentação:

CENÁRIO DA ECONOMIA E TENDÊNCIAS GUSTAVO LOYOLA

Estrutura Cenário internacional Situação doméstica atual Cenário de médio prazo – 2015 a 2018 Conclusão

CENÁRIO INTERNACIONAL

Cenário internacional Há importantes fatores de incerteza globais para os próximos anos Normalização da política monetária nos EUA Ritmo de desaceleração da economia da China Recuperação da Zona do Euro Estas questões irão definir alguns aspectos cruciais: ritmo de crescimento da economia mundial e taxas globais de juros e de câmbio

Cenário internacional Tema da “estagnação secular” voltou ao debate após relatório do FMI. Retomada mais lenta que o esperado mantém postura cautelosa dos principais BCs – custo do capital deve demorar mais para subir

Cenário Internacional Desaceleração suave nos próximos anos, mas ainda com crescimento em ritmo elevado Crescimento moderado, limitado pela necessidade dos ajustes monetários Melhora lenta e instável, com desequilíbrios entre os países

Cenário internacional Média de crescimento global entre 2014 e 2019: 3,7%

Fonte: FMI (Projeções: Tendências) Cenário Internacional Fonte: FMI (Projeções: Tendências) 8

C ENÁRIO DOMÉSTICO 2015

Crescimento do PIB Crise internacional? Fonte: FMI (elaboração Tendências)

Fonte: IBGE e Banco Central (elaboração Tendências) Desequilíbrios macroeconômicos Desequilíbrios e incerteza gerados pela política econômica do governo Dilma explicam em grande medida o baixo crescimento Política de estímulo ao consumo tem gerado inflação persistentemente alta e déficit em transações correntes. Fonte: IBGE e Banco Central (elaboração Tendências)

Desafios do segundo mandato de Dilma O desafio principal e imediato de Dilma é a recuperação da confiança dos agentes econômicos. Contudo, a agenda negativa da campanha eleitoral dificultará o atingimento deste objetivo. Indicação do novo ministro da Fazenda será elemento-chave desta estratégia. Há necessidade de ajustes imediatos nas políticas fiscal e monetária. Alta da Selic pode ser o início deste processo, mas ainda é cedo para extrapolar. Situação fiscal é crítica para a manutenção do “investment grade”. Espera-se a divulgação de um programa de ajuste fiscal nas próximas semanas. A recepção do mercado tenderá a ser fria, tendo em vista as frustrações anteriores e a perda de transparência na política fiscal. A adoção de uma agenda de longo prazo voltada para o crescimento da economia será dificultada por dificuldades políticas e pela postura ideológica equivocada de setores do governo. O nosso cenário básico não antecipa graves crises; porém projeta um crescimento médio mediocre para os próximos anos.

Panorama da atividade econômica Brasil perdeu ritmo econômico nos últimos anos – média de crescimento 2011 a 2014 ficará em apenas 1,6% (expectativa 0,2% em 2014) Crise de confiança acentuou fraqueza da economia neste ano, derrubando os investimentos e arrefecendo o consumo. Desta forma, desafio inicial para 2015 é recuperar a confiança dos agentes, o que será dificultado pela agenda negativa da campanha eleitoral. Retomada da alta da Selic pelo BC insere-se no propósito de recuperação da confiança Governo deve anunciar em breve medidas na área fiscal, inclusive aumento de impostos Fonte: IBGE e FGV (elaboração e projeções Tendências)

Panorama de curto prazo - Indústria Setor industrial tem exibido desempenho decepcionante. Para 2014, projeção é de queda de 1,8% no PIB da indústria. Para 2015,  há a expectativa é de alguma reação do PIB industrial, ainda que não suficiente para neutralizar a expressiva retração deste ano. Uma demanda externa pouco mais favorável, depreciação do câmbio e menores pressões salariais dariam algum fôlego ao setor.  Porém, as dificuldades estruturais devem persistir nos próximos anos; o comportamento será muito dependente da agenda do próximo governo. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Panorama de curto prazo - Mercado de trabalho Taxa de desemprego exibe tendência de elevação, com baixa geração de empregos e quadro econômico adverso. Comportamento atípico da força de trabalho tem evitado alta maior, já que a ocupação segue com baixo dinamismo. Menor aquecimento do mercado de trabalho também se reflete em ganhos reais mais modestos da renda e massa salarial. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Panorama de curto prazo - Mercado de trabalho Comportamento atípico da força de trabalho tem evitado alta maior, já que a ocupação segue com baixo dinamismo. Menor aquecimento do mercado de trabalho também se reflete em ganhos reais mais modestos da renda e massa salarial. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Panorama de curto prazo - Inflação Inflação segue acima do teto da meta, com persistência da inflação de serviços e alta de preços administrados. Para 2015, pressão maior de administrados ajuda a explicar inflação próxima ao teto da meta. Mercado de câmbio também se constitui em elemento de pressão (R$ 2,75, em dezembro de 2015) (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Saldo de crédito – Pessoa Física total Panorama de curto prazo - Crédito Direcionado deve continuar em processo de desaceleração em 2014 e 2015, diante das restrições fiscais. Crédito livre ex-veículos também deve reduzir ritmo, frente à desaceleração da massa de renda, aumento dos juros e manutenção de cautela dos bancos privados Aceleração da carteira PF livre deve-se à perspectiva de recuperação da modalidade de financiamento de veículos Saldo de crédito – Pessoa Física total (deflacionado) (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Panorama de curto prazo - Crédito Para o período 2014 e 2015, o comprometimento deve continuar em trajetória de alta, revertendo a tendência baixista anterior Subida do comprometimento deve decorrer da desaceleração da massa de renda e da elevação adicional das taxas de juros. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Panorama de curto prazo - Consumo “Ritmo chinês” observado no varejo entre 2004 e 2012 não se repetirá, diante de condicionantes mais fracos. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Desafios para a política econômica Reverter a crise de confiança dos agentes - investimentos Retomar tripé macroeconômico (foco na meta de inflação, aumento do superávit primário e menos intervenções no câmbio) Acabar com a “contabilidade criativa” nas contas públicas Eliminar a prática de controle de preços administrados e criar regras transparentes de reajustes Evitar ao máximo o intervencionismo nos setores e as mudanças constantes nas regras tributárias Recuperar importância e caráter técnico das agências reguladoras Retomar a agenda de longo prazo - produtividade Reformas prioritárias (tributária e previdenciária) Retomar a abertura da economia e desatar o nó do Mercosul Promover programa amplo de concessões de infraestrutura Agenda de desburocratização

Cenário de longo prazo

Hipóteses – cenários reeleição de Dilma Elaboração: Tendências

PIB Média 2015 – 2018 Básico: 1,6% Pessimista: 0,6% Otimista: 2,5% Elaboração: Tendências

Primário efetivo Média 2015 – 2018 Básico: 1,2% Pessimista: -0,8% Otimista: 1,8% Elaboração: Tendências

Taxa de câmbio Média 2015 – 2018 Básico: 3,15/US$ Pessimista: 3,59/US$ Otimista: 2,78/US$ Elaboração: Tendências

IPCA Média 2015 – 2018 Básico: 6,2% Pessimista: 7,0% Otimista: 5,7% Elaboração: Tendências

Selic Média 2015 – 2018 Básico: 11,2% Pessimista: 9,8% Otimista: 10,5% Elaboração: Tendências

Conclusão Crescimento potencial do Brasil é próximo de 3% “Festa do consumo” acabou – variável terá que crescer de forma mais próxima ao PIB de agora em diante. Simples redução da incerteza política deve favorecer alguma melhora da confiança em 2015. Ainda em relação a 2015, um ajuste fiscal é imperativo, além do aumento de transparência. Parte importante do ajuste virá do aumento de impostos. Condicionantes são de alta para a taxa de câmbio (alta de juros nos EUA, preços de commodities e déficit em transações correntes) Mesmo num cenário pessimista, instituições devem reagir para evitar “argentinização”.

OBRIGADO