A Explicação Teleológica

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A Explicação Teleológica Apêndice à Sessão 8 A Explicação Teleológica Telos - A palavra grega que denota fim, finalidade, propósito, objectivo.

(considerada natural) Apêndice: 8ª Sessão É uma subforma de explicação causal. Numa explicação causal o explanans é a causa e explica o explanandum, o efeito. Numa explicação teleológica esta ordem (considerada natural) é invertida. O efeito explica a causa.

Aqui o explanandum, a circulação, explica a causa, o explanans. Apêndice - Cont. Exemplo 1.: Q.: Porque bate o coração ? R.: Para que a circulação se produza. Aqui o explanandum, a circulação, explica a causa, o explanans. Qual é o valor cognitivo de uma explicação teleológica? Para o determinar tem que se atender que:

Que em Física não há forças causais com a ordem do tempo invertida. 3. Apêndice - Cont. 1. Eventos futuros ainda não existem e não podem por isso produzir efeitos presentes. 2. Que em Física não há forças causais com a ordem do tempo invertida. 3. Que há fins que nunca são atingidos e a sua explicação teleológica subsiste. O mesmo problema com outro exemplo: Exemplo 2.: Q.: Porque tem uma planta verde clorofila? R.: Para poder produzir hidratos de carbono.

Apêndice - Cont. Produzir hidratos de carbono é a explicação da presença de clorofila. Se não existe CO2 a planta não pode usar clorofila para produzir hidratos de carbono. A explicação teleológica no entanto mantém-se.

Fisicalismo Apêndice - Cont. Fisicalismo: A ciência modelo é a Física. Em Física a explicação teleológica é excluída como inválida. Logo a explicação teleológica é inválida. Interpretação: Se em Física não há explicação teleológica então ou (1): não existe de todo; ou (2): os processos biológicos não pertencem à classe dos processos físicos; ou (3): os processos que parecem ser teleológicos são na verdade causais.

Apêndice - Cont. [Fisicalismo] Ad. (1). Não se pode negar que há processos teleológicos na natureza. Isto refuta (1). Ad. (2). Uma linha de fronteira entre a Física e a Biologia não existe, o que refuta (2). Ad. (3). É a hipótese mais plausível: os processos teleológicos apenas parecem não ser causais.

Teoria da Decisão Racional Apêndice - Cont. Teoria da Decisão Racional Exemplo típico de explicação aparentemente teleológica é a explicação na teoria da decisão racional. O axioma principal desta teoria contém uma cláusula ceteris paribus: “o agente racional escolhe, entre as acções que podem ser atingidas, ceteris paribus, aquela que satisfaz o maior desejo”.

Apêndice - Cont. [Decisão Racional] A teoria da decisão racional é usada para produzir explicações causais em ciências sociais e em história. Estas explicações proporcionam nestas ciências um acréscimo de inteligibilidade (análoga ao de uma explicação D-N nas ciências naturais). Estas explicações revelam o sentido da acção de um agente racional. Assim é-se levado a admitir que existe uma conexão causal entre o desejo e a sua realização.

Biologia Evolucionista Apêndice - Cont. Biologia Evolucionista A explicação teleológica tradicional da inteligibilidade do mundo é o plano de Deus. Este explica o sentido das partes dos processos biológicos em termos das funções ou finalidades que elas servem no plano de Deus. Na biologia evolucionista a explicação teleológica é substituída por:

Apêndice - Cont. [Biologia Evolucionista] 1. A variação hereditária, sem referência a fins ou objectivos. 2. Pela selecção natural, que exclui os menos aptos. No exemplo da clorofila a cadeia explicativa passa a ser: Uma planta verde produz clorofila porque através de variação hereditária os seus antepassados formaram um património de clorofila.

Apêndice - Cont. [Biologia Evolucionista] Este património transmite-se por hereditariedade. A clorofila cataliza a produção de hidratos de carbono. A planta sobrevive com a produção de hidratos de carbono.