( NAPREME ) da UNIFESP/EPM

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Transcrição da apresentação:

( NAPREME ) da UNIFESP/EPM Perfil da Procura de Atendimento no Núcleo de Assistência e Pesquisa em Residência Médica ( NAPREME ) da UNIFESP/EPM Luiz Antonio Nogueira Martins* Rafael Fagnani Neto Cristina S. Obara Paula M. Macedo NAPREME Rua Borges Lagoa, 426 - Vila Clementino - CEP 04038-300 – SP napreme@epm.br RESUMO: O NAPREME (Núcleo de Assistência e Pesquisa em Residência Médica - UNIFESP), serviço que presta assistência psicológica e psiquiátrica aos residentes e pós-graduandos lato sensu da instituição, apresenta os dados referentes a 233 casos atendidos no período de um ano. É uma população jovem (26,58 +/- 4,42 anos) constituída predominantemente de mulheres (80,3%) que procuram pelo serviço em geral sem tratamento psicológico anterior (54,1%), principalmente no primeiro ano de residência/PG (65,9%). Há uma tendência a uma maior procura por auxílio por volta da metade do ano letivo. Uma parcela significativa (23,8%) já pensou ou tentou o suicídio. Estão presentes distúrbios do sono em 47,9% e do apetite em 65,8% dos casos. Não há diagnóstico psiquiátrico em 31,4 % das vezes. Segmentando-se a amostra entre residentes de medicina, residentes de enfermagem, pós-graduandos e especializandos, obtém-se distribuição das variáveis muito semelhante para cada uma das categorias. CONCLUSÃO: evidenciam-se semelhanças entre os dados do nosso serviço e os da literatura internacional quanto ao perfil do residente com sofrimento psíquico; além disso, os resultados mostram semelhanças entre residentes médicos, pós-graduandos e especializandos de diferentes áreas da saúde em treinamento hospitalar, sugerindo haver coerência em se concentrar o atendimento psicológico e psiquiátrico desses grupos em um único serviço. INTRODUÇÃO O NAPREME (Núcleo de Assistência e Pesquisa em Residência Médica) na Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina tinha como objetivos iniciais: reduzir o estresse do treinamento, promover o crescimento profissional e pessoal, prevenir disfunções profissionais e distúrbios emocionais nos médicos residentes. Esse serviço entrou em funcionamento em abril de 1.996, incorporando, paulatinamente, o atendimento a residentes de enfermagem, pós-graduandos e especializandos. Funciona no prédio do Serviço de Saúde do Corpo Discente (SSCD) da Universidade; o atendimento é realizado por duas psicólogas e um psiquiatra, em caráter ambulatorial. Apresentamos a seguir dados relativos aos atendimentos realizados desde a fundação do NAPREME até setembro de 2001 (inclusive), tentando delinear um perfil da procura de atendimento e da população que utiliza o serviço. METODOLOGIA Estruturou-se um banco de dados formado por dados provenientes de uma ficha semi-estruturada implantada quando do nascimento do serviço, dados dos prontuários dos pacientes, dados do livro de registro de entrada do paciente no atendimento e dados do sistema informatizado de agendamento do SSCD (software "Clinic Manager"). O período considerado foi de 10/04/96 até 30/09/01. Para isso, utilizou-se o software estatístico SPSS 8.0.

RESULTADOS Os dados serão apresentados da seguinte forma: valores totais, e valores das amostras parciais, separadas em subgrupos: 1.  residentes, 2.  residentes de enfermagem, 3.  mestrandos, 4.  doutorandos e 5.  especializandos / estagiários. Com isso avaliaremos o perfil da população atendida pelo serviço, na sua totalidade e em subgrupos determinados pelo tipo de vínculo do paciente com a instituição, bem como a existência de diferenças entre tais subgrupos. Assim, a maior freqüência do serviço é de mestrandos (n=60), seguidos por residentes de medicina (n=56). Não há diferença estatisticamente significante com relação à idade dos subgrupos (Kruskal-Wallis). O sexo feminino é claramente predominante entre os usuários do serviço, qualquer que seja o vínculo do paciente com a UNIFESP. O primeiro ano de treinamento é responsável pela maior parte da procura, qualquer que seja o vínculo do paciente com a EPM (p>0,06). A maior parte dos pacientes procura pelo atendimento ao redor da metade do ano letivo: todos os subgrupos apresentam uma demanda muito baixa por volta dos meses de dezembro e janeiro (no total apenas 11 casos em 5 anos - 4,7% -); no entanto, neste quesito há uma diferença significante encontrada (p<0,05). Tratamentos psicoterápicos e/ou psiquiátricos prévios já ocorreram em 37,2% dos casos novos, também sem distinção entre os subgrupos (p>0,65). Pensamentos suicidas e tentativas anteriores foram encontrados em 23,8% dos casos (p>0,66). No primeiro atendimento, verificou-se que praticamente só a metade dos casos não apresentava alterações do padrão de sono (52,2%, com p>0,31); alterações do apetite por sua vez também deixavam de ocorrer em apenas 54% dos pacientes (p>0.14). Com relação ao diagnóstico psiquiátrico realizado para cada caso, vamos utilizar para efeitos de comparação entre os subgrupos os seis diagnósticos mais comuns encontrados; juntos eles respondem por 78,9% dos diagnósticos válidos realizados (176 casos). São eles: “Nenhum” 31,4% F43.2 (Transtorno de adaptação) 13,9% F32.0 (Episódio Depressivo Leve) 11,7% F32.1 (Episódio Depressivo Moderado) 8,5% F60.9 (Transtorno de Personalidade, ñ espec.) 7,6% F41.2 (Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão) 5,8% Para a distribuição destes principais diagnósticos também não se consegue observar ainda significância estatística entre residentes, PGs, etc (p>0,061).

p=0,65

p=0,061

p=0,061 p=0,601 p=0,65

p=0,313 p=0,142 DISCUSSÃO Entre os dados apresentados, não observam-se diferenças estatísticas significantes entre as características apresentadas para os subgrupos de residentes médicos e outros subgrupos de trainees de nível superior na área de saúde. Os resultados encontrados correspondem aos achados da literatura internacional, como a maior carência de cuidados mentais a residentes por volta da metade do primeiro ano de treinamento (Girard et al, 1991), o que pode ser explicado pela natureza do estresse enfrentado neste período (Nogeira Martins, 1994). Entretanto, observamos que não apenas residentes, mas todo os trainees da área de saúde parecem ter um padrão semelhante de maior necessidade de cuidados por volta deste período. Isso poderia ser explicado devido a características estressantes inerentes ao trabalho hospitalar (Bing You,1993), que não são de exclusividade médica; mas grande parte de nossa amostra é constituída de indivíduos das áreas básicas em biociências, que não tem rotina hospitalar propriamente dita. Dificulta a análise dos resultados a escassez de estudos sobre pessoal não-médico na área de saúde. Tal não ocorre para médicos (Shapiro et al, 2000). 

CONCLUSÕES Evidenciam-se semelhanças entre o perfil do residente (e de seu sofrimento psicológico) de medicina local e o da literatura internacional; além disso, mostram semelhanças entre residentes médicos, pós-graduandos e especializandos de nível superior em diferentes áreas do treinamento hospitalar e na área de saúde. Tais semelhanças sugerem a coerência em se concentrar o atendimento psicológico desses grupos em um único serviço. A análise de outros dados obtidos em tais atendimentos pode levar a estabelecer diferenças mais enriquecedoras para uma particularização nos cuidados prestados a cada grupo. BIBLIOGRAFIA Girard,DE; Hickam,DH; Gordon,GH; Robison,RO (1991) A prospective study of internal medicine resident´s emotions and attitudes throughout their training. Academic Medicine.66 (2):111-114.   Nogueira-Martins, L.A. (1994) Residência Médica: um estudo prospectivo sobre dificuldades na tarefa assistencial e fontes de estresse. Tese de doutoramento defendida na UNIFESP/EPM, São Paulo Nogueira-Martins, L.A.; Stella, R.C.R.; Nogueira. H.E. (1997) A pionnering experience in Brazil: the creation of a center for assistance and research for medical residents (NAPREME) at the Escola Paulista de Medicina, Federal University of Sao Paulo. Sao Paulo Medical Journal/RPM 115(6):1570-1574 Bing-You,RG (1993) Anxieties of entering first year residents. Academic Medicine 68: 90. Shapiro S. L. , Shapiro D. E. , Schwartz G. E. R. , (2000) Stress Management in Medical Education: a Review of the Literature. Academic Medicine 75: 748-59