Apoio Didático: Aline Cristina Fermino/Bolsista Pecege - ESALQ/USP Departamento de Economia, Administração e Sociologia/ESALQ-USP LES 0699 - Iniciação Científica em Economia Aplicada, e, LES 0180 – Introdução à Administração SÍNDROME DA PRESSA: Você sabe o que é? Prof. Dr. Evaristo Marzabal Neves Apoio Didático: Aline Cristina Fermino/Bolsista Pecege - ESALQ/USP Sintese - Página Patologia – Artigo: Contra a pressa, volte-se para si mesmo. Caderno “Bem Viver” do Jornal de Piracicaba, 16/09/10, p.4-5. Setembro 2010

Tem sempre a sensação de estar atrasado e com pressa? OBSERVAÇÕES INICIAIS Você acha que 24 horas por dia não são suficientes para fazer tudo que precisa? Pensa que dormir é perda de tempo ou é incapaz de ficar parado, por cinco minutos, sem fazer absolutamente nada? Tem sempre a sensação de estar atrasado e com pressa?

Tem sempre a sensação de estar atrasado e com pressa? Você acha que 24 horas por dia não são suficientes para fazer tudo que precisa? Pensa que dormir é perda de tempo ou é incapaz de ficar parado, por cinco minutos, sem fazer absolutamente nada? Tem sempre a sensação de estar atrasado e com pressa? ENTÃO, CUIDADO. VOCÊ É UM SÉRIO CANDIDATO A SER PORTADOR DA SÍNDROME DA PRESSA.

Cuidado: a Síndrome da Pressa pode desencadear outras doenças, como: Síndrome do Pânico Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Transtorno de Ansiedade Generalizada Enfartes Derrames Hipertensão Arterial Gastrites Úlceras E, outros problemas de saúde. Portanto, muita atenção.

Segundo a psicóloga Cecília Zylberstajn, a Síndrome da Pressa pode ser entendida como uma alteração de comportamento. “É a ansiedade voltada para o tempo. Quem sofre com isso sente que o dia é curto, acha que tem muitas coisas a fazer e vive correndo, mesmo quando não tem nada de urgente para cumprir. Esse exagero faz com que o indivíduo não consiga viver o agora”. Essas pessoas estão sempre arrumando coisas para fazer, mesmo sem conseguir administrar o próprio tempo. Elas se atrasam, mas não toleram o atraso dos outros, pois não têm paciência e não sabem esperar. “São indivíduos incapazes, por exemplo, de ficar numa fila ou de simplesmente escutar os outros. São pessoas que não conseguem classificar as coisas como importantes, menos importantes e urgentes”. Nosso adendo: olha a importância do quadrante de S. Covey (Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes) “Não há essa hierarquia para as situações da vida e tudo se torna para ontem, impedindo a pessoa de viver o presente”.

TECNOLOGIA Numa sociedade em que o avanço da tecnologia dita o ritmo frenético, fica mesmo difícil desacelerar. Um bom exemplo está nos aparelhos celulares. Multifuncionais, eles reúnem vários atrativos – rádio, TV, web, games – para que o seu dono jamais fique ocioso. “E quando isso acontece, o indivíduo, sente-se culpado, pois vê esse ‘não fazer nada’ como uma perda de tempo, já que estar constantemente ocupado é uma exigência produtiva” (psicologa Cecilia Zylbersztajn) Para o sociólogo Eduardo Oyakawa e professor da ESPM, a tecnologia é vista como grande entusiasmo e otimismo, pois oferece milhões de informações. “Mas a reflexão sobre o modo de vida só a introspecção e a leitura nos proporcionam. E esse é um processo lento, que vai contra a velocidade que a internet nos dá”. Diz que seus alunos vêm de famílias tradicionais e bairros nobres de São Paulo, e vê presença exagerada de ansiolíticos e antidepressivos na vida desses jovens. “Na balada, o grau de drogas e álcool é espantoso, principalmente entre as meninas”.

PSICOLÓGICO José Roberto Leite, médico coordenador da unidade da Medicina Comportamental da Unifesp, diz : “Eu já atendi muitos jovens com desequilíbrio psicológico porque são submetidos a pressões que não têm condições de dar conta. Há muito colégio por aí que exige nota mínima 7 e expulsa o aluno que não alcançar, pouco se importando com o indivíduo, pensando só no nome da escola”. Tanta cobrança e tanta ansiedade provocam sintomas físicos como alteração no padrão de respiração, tensão muscular e insônia. A ansiedade exagerada provoca estresse e outros transtornos. Nesse caso, a pessoa pode chegar à depressão, pois sente-se frustrada por não conseguir fazer tudo o que gostaria”, (Psicologa Cecilia Zylbersztajn).

CONDUTAS Para o médico José Roberto Leite, um dos fatores responsáveis por tanta ansiedade é a desorganização (causa de estresse). “A maioria da população não tem estratégia de organizar a vida, não sabem administrar o seu tempo de forma racional, tanto que isso está refletido nos nossos padrões culturais”. “É preciso se preocupar em gerenciar a vida como se fosse uma empresa, estabelecendo metas e plano de ação para se atingir o que se deseja. Mas nós não estamos acostumados a fazer isso”. “ A falta de organização no dia a dia reflete, também, numa desorganização mental, que em última instância leva ao estresse crônico, e sintomas como sofrimento psicológico, redução na imunidade e manifestação de doenças cardiovasculares”

Para evitar tudo isso, a dica é voltar para si mesmo, ter momentos de reflexão e autoavaliação. “É estabelecer um foco para dentro de você, colocando uma certa barreira para o que vem de fora, filtrando cobranças e prestando mais atenção na sua atitude em relação às coisas, priorizando o que é mais importante (Nosso adendo: mais uma vez: use quadrante de S.Covey - Sete hábitos de pessoas altamente eficazes). Cecília Zylbersztajn orienta hierarquizar as prioridades. “Essa e uma reflexão constante que precisa ser feita, avaliando o jeito que estamos vivendo”. Na prática, técnicas de meditação e ioga podem ser benéficas, pois priorizam a respiração e a consciência do agora”. “Praticar esportes também é excelente, pois a pessoa aprende a acelerar e a parar. Em geral, uma pessoa menos ansiosa é aquela que o corpo está em equilíbrio”. Que tal pelo menos 40 minutos/dia (adendo nosso). Eduardo Oyakawa, lembra ainda da importância de se buscar a espiritualidade. “E isso nada tem a ver com uma religião instituída, mas com sabedoria de vida. Uma pessoa que preza pelo seu lado espiritual é, sem dúvida alguma, menos ansiosa”.

Sinais de alerta A psicóloga Cecília Zylbersztajn lista alguns sinais de alerta para se detectar a síndrome: Dificuldade de hierarquizar prioridades das tarefas Percepção de que o tempo é curto Remorso de não fazer nada Dificuldade de concentração e de controlar a atenção Intolerância a atrasos Multitarefa – fazer diversas atividades ao mesmo tempo, não sendo capaz de concluí-las Comportamento automatizado Dificuldades de memória Interrupções de terceiros Atenção: Recado dado. Daí: Cuidem-se (Adendo nosso) Sinais físicos Respiração rápida e superficial Tensão muscular Sono agitado e/ou insônia Ansiedade Agitação e inquietude Sinais comportamentais : Impaciência e hostilidade Sensação de perda de tempo Pressa constante, age como se tudo fosse urgente