Violência: complexidade e subjetividade

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Reinaldo  As eras psíquicas da humanidade têm correspondência com a dinâmica histórica de transformação da psique humana, desde sua concepção, passando.
Transcrição da apresentação:

Violência: complexidade e subjetividade Denise Kopp Zugman

Alguns aspectos da matriz cultural da pós - modernidade A cultura: do prazer do consumo do abuso da padronização do narcisismo – narsos - narcótico

Ser – ter – parecer ter A falsificação do eu

Desigualdades Sociais.

Crise no exercício da autoridade.

A violência como expressão do individualismo.

A banalização da Violência.

Mudanças na Família Novas configurações familiares. Enfraquecimento da família como rede de proteção. Aumento das famílias mono parentais.

A super-representação das mulheres chefes de famílias dos lares pobres resultou na “feminização da pobreza”. Quando o pai se afasta, os filhos podem vir a enxergar o pai como um membro inútil na família. Os filhos do sexo masculino, em particular, são prejudicados por este conceito depreciativo da condição do homem. Correndo o risco de buscar identificação masculina fora de casa, confundindo irresponsabilidade e violência com masculinidade.

A subjetividade da violência.

A subjetividade está no contexto: Exótico e familiar. Compreendendo contextos.

Quem analisa julga, quem compreende solidariza. Edgar Moran

Por exemplo: Violência como forma de disciplina. Mulheres que sofrem agressão e não se separam.

Ciclo da Violência lua de mel crescimento da tensão o episódio da agressão recomeço das promessas

Matriz Biológica Humberto Maturana Família ancestral. Todas as ações animais surgem e são realizadas em algum domínio emocional, e é a emoção que define o domínio da ação. As emoções são todo o fundamento do fazer.

Qual o padrão que une? A emoção ...

Biologia do Amor A matriz biológica e a matriz cultural. Todo nosso fazer humano se realiza em uma matriz relacional. Ética é reconhecer o outro como um legitimo outro.

Matriz Cultural X Matriz Biológica

Dificuldades na abordagem da violência: Não tornar-se violento diante da violência. Fazer empatia com quem pratica a violência.

Novos modelos de abordagem

Modelo de vulnerabilidade e sobrevivência: V S humilhação violência

Modelo de Resiliência É definida como a força que o sistema tem no meio da crise, é a força de recuperação demonstrada pelos indivíduos após situações traumáticas. Representa a habilidade de superar os desafios da vida. Implica em mais do que meramente sobrevivência. Sobreviventes não são necessariamente resilientes, alguns ficam presos numa posição de vítimas, nutrindo suas feridas e impedidos de crescimento pela raiva e culpa. Resiliência é a capacidade de ressurgir da adversidade mais fortalecido e com mais habilidades.

Famílias que passaram por abuso ou violência em geral não reconhecem em si nenhum poder, por isto é importante explicar a elas o que é resiliência. Algumas abordagens sobre resiliência: O que te ajuda a sair de uma situação ruim ou difícil? ( humor, criatividade, moralidade, religião, relacionamento, etc.) Ajudar a pensar sobre alguns fatores de resiliência que influenciaram a percepção ou decisão sobre fatos da sua vida. Ajudar a pensar que a família não tem responsabilidade no desenvolvimento do problema, mas sim comprometimento para a solução. Normatizar e contextualizar o stress. Isto não significa minimizar o problema, mas sim validar o que eles estão sentindo.

Práticas Narrativas – Michael White Foco nas narrativas. Cuidado para não re-traumatizar. Investiga a paisagem de identidade e ação. Busca das histórias subordinadas.

Postura do profissional Mantenha uma atitude de “Antropólogo” visitando uma cultura alheia. Entenda o outro nos seus próprios termos. Está família tem um sentido de direcionamento em sua vida? Eles se vêem controlando certos aspectos da sua vida? Ou se vêem a deriva em um mundo sem futuro? Você está seguro de que eles vêem o fato de ir para a cadeia como uma ameaça? A crença que o profissional traz para a família é mais importante do que a prática.

Cuidados na abordagem Não julgar. Manter uma postura empática e acolhedora. Manter uma postura respeitosa. Reconhecer que os indivíduos e as famílias estão profundamente interconectados. Sem isto corre-se o risco de prejudicar os vínculos e fragmentar as estruturas já estabelecidas. Não negligenciar o vínculo e a afeição existentes na família.

Fenômenos complexos: trabalho de rede