“Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão; toda a gente está convencida de que a tem de sobra” René Descartes.

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Transcrição da apresentação:

“Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão; toda a gente está convencida de que a tem de sobra” René Descartes

“O acaso encontra-se por todo o lado, à nossa volta, governa o nosso quotidiano. Antes de o tentar abolir é tarefa prioritária compreendê-lo para dele depender menos, ou mais conscientemente” Etienne Lalou

“A ORGANIZAÇÃO DO JOGO” 29 de Outubro de 2003 Orlando Duarte orlando.duarte@clix.pt

ORGANIZAR: “Dotar uma estrutura ou sistema da constituição necessária para as funções a que se destina”. “Submeter a um método, a uma certa disciplina”. ORGANIZAÇÃO = Acto ou resultado de organizar

ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

MÉTODOS DE JOGO DEFENSIVO

MÉTODO À ZONA VANTAGENS: DESVANTAGENS: Favorece o contra-ataque. O jogador com bola está constantemente vigiado. Facilita as compensações. Reduz o número de faltas da equipa. Facilita as coberturas. DESVANTAGENS: Se o adversário movimenta a bola rapidamente, é difícil tapar todos os espaços. A entrada de 2 jogadores pela mesma zona pode criar muitos problemas. A primeira linha defensiva tem um grande desgaste físico. É difícil defender muito longe da baliza.

MÉTODO INDIVIDUAL VANTAGENS: DESVANTAGENS: Cada jogador é responsável por um adversário. É de fácil assimilação. Adapta-se a qualquer táctica adversária. Estimula os jogadores e ajuda-os a desenvolver as suas aptidões. Permite pressionar o adversário em qualquer zona do campo. DESVANTAGENS: É necessária uma excelente condição física. Os jogadores têm de estar concentrados durante todo o tempo de jogo. Não existem coberturas defensivas.

MÉTODO MISTO VANTAGENS: DESVANTAGENS: Oferece excelente segurança defensiva. Não é fácil o adversário criar superioridade numérica. Permite trocas/compensações constantes. DESVANTAGENS: Requer a leitura constante das situações de jogo, assim como a antecipação das acções dos adversários. Necessidade de um grande espírito de solidariedade e alto grau de responsabilidade individual. O defensor joga, por vezes, em zonas a que está menos habituado.

MÉTODO DE JOGO DEFENSIVO ADOPTADO A adopção de um ou vários métodos defensivos prende-se inevitavelmente com os conceitos de cada treinador. Implica tentar a recuperação da bola, de uma forma organizada, paciente e confiando sempre nas acções dos nossos companheiros. Não devemos ser precipitados. Implica saber adaptar o nosso método defensivo ao método ofensivo da equipa adversária e suplantá-lo. Implica saber proteger as zonas de maior risco. Implica, na minha perspectiva, saber utilizar a zona pressionante o mais longe possível da nossa baliza. Esta zona pressionante diminui o espaço de jogo, criando-se condições favoráveis para a recuperação da posse da bola longe da nossa baliza e, por inerência, perto da baliza adversária. Diminui também a iniciativa do adversário. Implica ainda a quase inexistência de espaços livres nas zonas próximas da bola, perante a concentração de jogadores existente. A organização defensiva deverá deslocar-se de uma forma homogénea e concentrada, em função do deslocamento da bola.

MÉTODO DE JOGO DEFENSIVO ADOPTADO Quando a bola se encontra numa das alas, o corredor contrário nunca deverá ser marcado. Quando a bola se encontra na zona central, o(s) corredor(es) lateral(ais) deverá(ão) ser marcado(s) sob vigilância. A comunicação verbal entre os jogadores tem de ser constante. A equipa tem de ser solidária. Requer também a execução de constantes trocas de marcação, tanto no sentido longitudinal como no sentido latitudinal do campo. Estas trocas têm como fundamentos básicos um menor desgaste físico e pressão continuada sobre o portador da bola. Nada disto será eficaz se não efectuarmos uma marcação rigorosa ao portador da bola, sendo agressivos na procura da recuperação da posse da bola, ou obrigando-o a cometer erros. Além disto teremos de ser extremamente eficazes na pressão sobre as linhas de passe.

LINHAS DE MARCAÇÃO Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 5 Linha 6

CORREDORES DE MARCAÇÃO

LINHAS DEFENSIVAS

TROCAS

LIVRES

CANTOS

1 + G. R. x 2

2 + G. R. x 3

3 + G. R. x 4

4 + G. R. x 5

10 METROS

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

MÉTODOS DE JOGO OFENSIVO (Ataque Posicional)

2 : 2 VANTAGENS: DESVANTAGENS: Pode ser uma vantagem se dispusermos de jogadores de grande habilidade e de muita segurança quando de posse da bola, os quais realizam situações 1 x 1 , criando superioridade numérica. Se a equipa adversária defende recuada podemos criar situações para remates exteriores, com muitas probabilidades de êxito. Se nos encontramos numa situação de superioridade numérica, por expulsão de um atleta adversário (4 x 3). DESVANTAGENS: Falta de espaços livres na zona de finalização (em cada deslocamento que efectuamos implica arrastar um adversário). Só temos um companheiro como apoio. Se o adversário fecha a linha de passe para aquele nosso companheiro, obriga-nos a efectuar 1 x 1 como último homem. Quando passamos a bola aos nossos companheiros mais adiantados, os adversários podem antecipar-se, favorecendo o contra-ataque. Pouca mobilidade.

3 : 1 VANTAGENS: DESVANTAGENS: Dispomos sempre de 2 apoios. Se a equipa adversária intercepta o passe para o pivô, temos 2/3 jogadores para obstar ao contra-ataque. Na zona de finalização dispomos de espaços livres. Nas rotações, temos possibilidade de ganhar as costas à equipa adversária. Pode ser sempre utilizado, independentemente do método defensivo adoptado pela equipa adversária. Tendo mais apoios, controla-se melhor o tempo de jogo. DESVANTAGENS: Na falta de um pivô que recepcione e passe com qualidade, torna-se difícil ter sucesso. Se a equipa adversária fechar as linhas de passe para o pivô, com eficácia, torna-se igualmente difícil ter sucesso.

4 : 0 VANTAGENS: DESVANTAGENS: Quando a nossa equipa é pressionada ou a equipa adversária sobe a sua defesa, podemos ganhar as suas costas e ficar em condições óptimas de finalizar com êxito, através de movimentos rápidos e pré-definidos. É mais fácil criar espaços livres. Deixamos a equipa adversária sem coberturas defensivas ou, se essas coberturas são efectuadas, ficamos sempre com um companheiro livre para nos servir de apoio. Se a equipa adversária utilizar marcação individual, obrigamo-la a um grande desgaste físico. DESVANTAGENS: Quando a equipa adversária utiliza uma defesa muito recuada, torna-se complicado ganhar as suas costas, pela quase inexistência de espaços livres. Quando jogamos em linha e perdemos a bola não temos coberturas defensivas. Obriga a um grande desgaste físico pois, para ser bem executado, devemos movimentar-nos, constantemente, sem a bola. É necessário ter um óptimo domínio da bola. Ao existirem muitos movimentos sem bola, é necessária uma grande sincronização, para que a equipa esteja sempre equilibrada. Em recintos de dimensões reduzidas a sua aplicação torna-se difícil.

MÉTODO DE JOGO OFENSIVO ADOPTADO A adopção de um ou vários métodos ofensivos prende-se inevitavelmente com os conceitos de cada treinador. Implica saber conservar a posse da bola, não passar nem rematar sem nexo, partindo do princípio lógico de que “se tens a bola, não a tem o adversário”. Implica saber adaptar o nosso método ofensivo ao método defensivo da equipa adversária e suplantá-lo. Implica saber penetrar na defesa contrária de uma forma segura, obstando aos contra-ataques, com eficácia, com variedade de soluções, através de movimentos e jogadas planeadas perfeitamente definidas e rotinadas. Implica, na minha perspectiva, saber aproveitar o que possamos retirar de melhor dos métodos existentes e criar um método com as mais diversificadas soluções, onde possamos ainda aproveitar a capacidade técnica dos nossos jogadores e a sua criatividade, a qual não pode, nem deve, nunca ser cerceada. A procura constante de novas soluções devidamente treinadas/rotinadas, ao longo de um jogo, contribui decisivamente para que a equipa adversária raramente se adapte no seu método defensivo.

3 : 1

4 : 0

2 : 2

2 x 2 + G. R.

3 x 2 + G. R.

3 x 2 + G. R.

3 x 3 + G. R.

3 x 3 + G. R.

4 x 3 + G. R.

5 x 4 + G. R.

PONTAPÉ DE SAÍDA

PONTAPÉ DE SAÍDA

CANTO Nº 0

CANTO Nº 1

CANTO Nº 2

CANTO Nº 3

CANTO Nº 4

CANTO Nº 5

LIVRE LATERAL

LIVRE LATERAL

LIVRE LATERAL

LIVRE LATERAL

LIVRE LATERAL

LIVRE CENTRAL

LIVRE CENTRAL

LIVRE

LIVRE

PONTAPÉ DA LINHA LATERAL Nº 6

PONTAPÉ DA LINHA LATERAL Nº 7

SAÍDA DE PRESSÃO Nº 1

SAÍDA DE PRESSÃO Nº 2

SAÍDA DE PRESSÃO Nº 3

SAÍDA DE PRESSÃO

SAÍDA DE PRESSÃO

“Tecnicamente, e ao nível do seu desempenho, o (novo) jogador tem de ser mais rápido, mais ágil, mais resistente, mais forte, isto é, tem de ser um jogador mais destro. A outra componente tem a ver com as qualidades morais do futsalista, e não é menos importante. Nesse contexto, o jogador de hoje tem de ser um jogador mais disciplinado, mais educado, mais receptivo às propostas que lhe são feitas, mais ambicioso e tem de se revelar, igualmente, mais disponível para o trabalho.”

CONSELHOS ÚTEIS Dificilmente teremos uma equipa evoluída táctica e estrategicamente sem jogadores evoluídos tecnicamente. Deve-se treinar, em todos os treinos, o pé menos hábil, assim como outras debilidades dos jogadores, não deixando de potenciar as suas qualidades. Deve-se treinar, assiduamente, em espaços reduzidos. Deve-se treinar, assiduamente, a visão periférica. Deve-se treinar, em todos os treinos, a 3, 2 e/ou 1 toques. Devem-se treinar, em todos os treinos, multi-passes e multi-recepções. Devem-se treinar, insistentemente, as acções defensivas e ofensivas (criar rotinas). Ter sempre presente que o jogo é movimento. Não chega ter a bola. Temos de saber o que fazer com ela. No relacionamento diário com todos os jogadores deve existir uma grande cumplicidade e, palavra-chave, respeito. Devemos manter a distância necessária ao exercício das nossas funções mas, ao mesmo tempo, fazê-los sentir que, quando precisam de nós, estamos sempre disponíveis. No que respeita à equipa técnica, ela é isso mesmo, uma “equipa”. É fundamental que todos se sintam úteis e responsáveis pelo desempenho da equipa. Grande espírito de colaboração. Apesar de definirmos tarefas, todos devemos estar aptos e disponíveis para o que for necessário. Todos têm de saber tudo e de tudo.

CONSELHOS ÚTEIS Nunca digam, em relação à vossa equipa: “Eu ganhei, nós empatámos, eles perderam”. Devemos estar sempre disponíveis para aprender com os outros. O vosso trabalho deverá sempre obedecer a objectivos perfeitamente definidos (“Para onde caminhamos se não existem objectivos ?”). Tenham sempre presente a diferença que existe entre ir treinar e ir para o treino. Nunca misturem amizade com trabalho. Tenham sempre presente e façam-no sentir a quem os rodeia que as funções de um treinador não se esgotam no campo. Tenham sempre presente que “joga-se como se treina”. Lembrem-se que o desporto forma o carácter e prepara para a vida. Aprender cedo é aprender para a vida. Se queremos continuar a ensinar temos de continuar a aprender.

“O problema é que, no mundo do desporto, aquilo que separa um treinador com conhecimento de um otário com sorte não é perceptível aos olhos da maioria” Gustavo Pires

“A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente” Albert Camus

Referências Bibliográficas Castelo, J. (1996) A Organização do Jogo Lozano, J. Vários

OBRIGADO PELA ATENÇÃO