E1 CIRO RIBAS NETO CEPETI

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Transcrição da apresentação:

E1 CIRO RIBAS NETO CEPETI CAP 116-TERAPIA TRANSFUSIONAL: COMPONENTES SANGUINEOS E COMPLICAÇÕES DAS TRANSFUSÕES E1 CIRO RIBAS NETO CEPETI

INTRODUÇÃO Elemento fundamental na redução da morbimortalidade do doente crítico Compreender os benefícios, limitações e riscos Componentes sanguineos disponíveis, doses e efeitos terapêuticos Complicações incluindo riscos infecciosos, reações transfusionais e efeitos imunomoduladores

TERAPIA COM COMPONENTES SANGUINEOS: HEMÁCEAS Concentrado de hemáceas: remoção do plasma rico em plaquetas – 200 ml Tempo de conservação 35- 42 dias Pode haver perda de potássio, depleção do ác. 2,3 difosfoglicerido (2,3 DPG) e hipocalcemia

FUNÇÃO DA HEMOGLOBINA

CONSIDERAÇÕES Volume a transfundir 10-20 ml /kg 1 unidade eleva aproximadamente 1g/dL hg Não existe valor de gatilho transfusional Hemoglobina entre 8-10 raramente indicado Pacientes cerebropatas e coronariopatas hematócrito abaixo de 30 associado a maior morbimortalidade

Utilização do filtro de leucodepleção: Prevenção da reação febril não hemolítica recorrente Prevenção de CMV em pacientes soro negativos imunodeprimidos Lavagem das hemácias: Reação anafiláticas a imunocomponentes Irradiação: Redução do risco enxerto X hospedeiro Imunodeficiência Recepetores de transfusão interfamiliares

USO EMERGENCIAL DE SANGUE Usar hemácias tipo O negativo sem reação cruzada Hemácias RH+ podem ser usadas em adultos homens e mulheres na menopausa Mulher em idade fértil Rh negativo se usar sangue RH+ = anti-RH-D nas primeiras 48 hras

PLAQUETAS

CONSIDERAÇÕES Limiar de trombocitopenia que pode ocorrer sangramento varia dependendo da situação clínica do doente Não ocorre sangramento espontâneo com plaquetas > 10.000 plaq/mm Entre 30 a 50.000 para maioria dos procedimentos exceto neurológico ou oftalmo > 50.000 em pacientes politransfundidos

INDICAÇÕES Sangramento ativo e plaquetas< 50.000 Sangramento espontâneo no SNC e oftálmico <100.000 Disfunção plaquetária resistente a DDVAP e criopricipitato ( uremia, AAS, clopidogrel) Apresentação: Concentrada = volume 50ml com leucócitos Plaquetaférese = volume 200ml corresponde a 6 UI de concentrado leucodepletado

PROFILAXIAS Prevenção doentes onco-hematológicos estáveis < 10.000 plaq Coagulopatia associada <50.000 Febre alta, leucocitose, queda rápida das plaquetas, onco hematológico instável < 20.000 Punção lombar, anestesia epidural, inserção de catéter central, bxpx, laparotomia < 50.000 Procedimentos neuro ou oftálmicos < 100.000

CONTRA INDICAÇÕES Púrpura trombocitopênica trombótica Trombocitopenia induzida por heparina Sangramento espontâneo com plaquetas entre 10-50.000 doentes não onco hematológicos

COMPONENTES DO PLASMA: PLASMA FRESCO CONGELADO Obtida de uma unidade de sangue total Deve ter apenas compatibilidade ABO Contêm 200-250 ml Não tem leucócitos viáveis, não transmite CMV, não causa doença enxerto X hospedeiro Após descongelada usar em até 4 horas Dose recomendada 15-20 ml /kg

INDICAÇÕES Deficiência múltipla de fatores de coagulação (dça hepática, CIVD, intoxiação cumarínica) e sangramento ativo Prevenção de sangramento em pacientes com deficiência dos fatores de coagulação submetidos a procedimentos ou TAP/ TTPA alargados Na reversão de sangramentos por cumarínicos Tratamento da PTT

CONTRA INDICAÇÕES Expansão volêmica Reposição em transfusão maciça Sangramento sem coagulopatia Reposição proteica em desnutridos ou situação de hipoalbuminemia Para acelerar o processo de cicatrização

CRIOPRICIPITADO Preparado a partir do plasma contêm fibrinogênio, fator de von Willebrand, fator VIII, fatorn XIII e fibronectina Único concentrado de fibrinogênio EV Geralmente a hipofibrinogenemia isolada não esta associada a sangramento no adulto

INDICAÇÕES Cada unidade contêm 10-20 ml 1 unidade para cada 10 kg peso Sangramento ativo associado à deficiência dos fatores VIII, XIII, FwW e fibrinogênio Pacientes com CIVD ou hipofibrinogemia grave< 80 mg/dl Evitar usar em hemofilia A Em pacientes com FwW que não respondam ao DDAVP

TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE GRANULÓCITOS Possui uso controverso e benefício duvidoso Sepse bacteriana ou fúngica disseminada que não responda a ATBterapia com neutropenia<500/ mm Infecção grave com alteração grave dos leucócitos

COMPLICAÇÕES DAS HEMOTRANSFUSÕES: INFECÇÃO A exclusão de doadores de risco foi a medida que mais diminuiu a infecção por transfusão Testes como ELISA e PCR diminuiram a chance para 1:2 milhões HCV 1:3 milhões CMV risco elevado em pacientes imunocomprometidos Infecções por germes bacterianos nas hemacias (yersinia) e plaquetas (0,1%) Hipotensão,febre,CIVD, choque nas primeiras 3 horas Outros: hepatites, malária, sífilis,T.cruzi, C.jakob

REAÇÕES TRANSFUSIONAIS Reação hemolítica aguda à transfusão: Geralmente por incompatibilidade ABO mas pode ser pelos sistemas Rh, Kell, Kidd Febre, hipotensão, dor lombar, taquicardia, dispnéia, dor torácica, rubor e ansiedade extrema Liberação de TNF, INF,podem gerar coagulopatia de consumo e ins. Renal Hemoglobinúria pode ser o primeiro sinal Interromper a transfusão imediatamente!!!

Reação transfusional hemolítica tardia: Geralmente doentes sensibilizados previamente Queda do hematócrito em 5 – 10 dias Muitas vezes assintomático Pode ser necessário o uso de hemácias compatíveis

Reação transfusional não-hemolítica febril: Elevação de 1C ou mais na temperatura Geralmente na primeira hora após transfusão Associado a transfusão de plaquetas e politransfundidos Pode ser usado anti-piréticos, anti-histamínicos e esteroídes

TRALI Edema pulmonar bilateral e hipoxemia Dispnéia, hipotensão e febre ocorrem dentro de 1-4 horas após infusão 80% dos doentes melhoram após 48-96 horas Ocorre quando o plasma do doador contêm um anticorpo incompatível com o HLA dos leucócitos do receptor

TRATAMENTO Não existe tratamento específico Manutenção do equilíbrio hemodinâmico Suporte ventilatório, droga vasoativa Diuréticos uso controverso Corticóides, surfactante sem benefício Mortalidade 5-10%

IMUNOMODULAÇÃO A imunosupressão tem sido implicada na infecção pós operatória, aumento da taxa de recidiva de câncer e desenvolvimento de linfomas não-Hodgkin A remoção dos leucócitos do doador diminui os efeitos imunomoduladores Alguns estudos demonstram redução na taxa de infecção no po cir. Cardiaca após leucorredução