Residente: Estevão Xavier Orientador: Dr. Nivaldo Pereira

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Residente: Estevão Xavier Orientador: Dr. Nivaldo Pereira
Transcrição da apresentação:

Residente: Estevão Xavier Orientador: Dr. Nivaldo Pereira Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Pediatria Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)/SES/DF Residente: Estevão Xavier Orientador: Dr. Nivaldo Pereira Brasília, 11/11/2011 www.paulomargotto.com.br

Introdução Definição de afogamento: Desconforto respiratório provocado pela submersão ou imersão em líquido; O afogamento é uma das três primeiras causas de mortes não intencionais em vários países, com a taxa mais elevada em crianças menores de cinco anos (OMS);

Introdução Morreram 36252 pessoas afogadas no Brasil de 2004 a 2009 (Ministério da Saúde – DATASUS); O afogamento foi causa mais comum de morte por causas externas em crianças de 0 a 14 anos no Brasil, no período de 2002 a 2009, perdendo apenas para acidentes automobilísticos;

Introdução No Distrito Federal : 2004 a 2009: 334 afogamentos fatais registrados (101 vítimas eram menores de 14 anos).

Objetivos Conhecer a epidemiologia das mortes por afogamento na faixa etária de 0 a 12 anos no Distrito Federal, ocorridas do ano de 2006 a 2011, através da análise dos laudos cadavéricos do Instituto de Medicina Legal (IML) do DF e ocorrências policiais anexadas aos mesmos. Conhecer o perfil das crianças (0 a 12 anos) vítimas de afogamento fatal no DF, quanto à faixa etária mais prevalente, sexo, cor, data evento, região administrativa, zona rural ou urbana, meio (local) de ocorrência (piscina, rio, lago, outro), atendimento hospitalar e lesões externas e/ou internas.

Objetivos Identificar medidas preventivas ao afogamento fatal em crianças no DF, embasadas nos principais ensejos encontrados.

Materiais e Métodos Estudo com delineamento transversal, retrospectivo do tipo descritivo; Critérios de Inclusão: Óbitos infantis (0 a 12 anos) por afogamento no Distrito Federal durante o período compreendido entre janeiro de 2006 a setembro de 2011. Crianças afogadas que foram necropsiados no IML-DF durante o período supracitado; A análise estatística dos dados foi feita utilizando-se o programa EpiInfo®.

Resultados e Discussão Total de 65 casos de afogamentos fatais em crianças

Resultados e Discussão

Resultados e Discussão

Resultados e Discussão As Regiões Administrativas que apresentaram o maior número de óbitos por afogamento foram Planaltina e Paranoá, com 8 e 7 casos respectivamente. Lago Sul, Ceilândia, Brazlândia, e Taguatinga, apresentaram 5 mortes no período estudado

Resultados e Discussão

Resultados e Discussão

Resultados e Discussão

Resultados e Discussão Relação entre idade das vítimas e meio de ocorrência do afogamento

Resultados e Discussão PISCINA: Predomínio absoluto de mortes (34 casos - 52.3%), a maioria na faixa etária de 0 a 3 anos (23 casos) Todas eram desprovidas de proteção adequada (barreiras físicas); 99% das crianças não eram supervisionadas por um adulto no momento do afogamento; A maioria das mortes ocorreu após mínimos instantes de distração dos pais;

Resultados e Discussão RIO: Segundo meio (local) mais freqüente de óbitos infantis por afogamento (12 casos - 18,5%); Maior incidência ocorreu nas faixas etárias de 10 a 12 anos (5 casos); Brincadeiras ariscadas no rio e atitudes de autoconfiança na capacidade de nadar foram a causa de alguns dos afogamentos; Nenhuma criança usava colete salva-vidas; Crianças maiores de cinco anos costumam se afogar preferencialmente em reservatórios naturais de água 1, 2 Maior risco por apresentar correnteza 3 1-PEDEN, M; OYEGBITE, K; OZANNE-SMITH, J; HYDER, AA; BRANCHE, C; RAHMAN, AKMF; et al., editors. World report on child injury prevention Geneva: World Health Organization & UNICEF; 2008. 2-HYDER, A. A., BORSE, N. N., BLUM, L., KHAN, R., EL ARIFEEN, S. AND BAQUI, A. H. (2008), Childhood drowning in low- and middle-income countries: Urgent need for intervention trials. Journal of Paediatrics and Child Health, 44: 221–227. doi: 10.1111/j.1440-1754.2007.01273.x 3-GILCHRIST, J; GOTSCH, K; RYAN, G. Nonfatal and Fatal Drownings in Recreational Water Settings—United States, 2001-2002. Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR). 2004;53:447-452

Resultados e Discussão LAGO: Quatro mortes documentadas em lago; Duas crianças morreram após o naufrágio de um embarcação no Lago Paranoá (sem coletes salva-vidas); Uma criança de 11 anos, arriscou-se em área mais profunda, pediu socorro ao amigo, porém não foi creditado; A capacidade de nadar aumenta a exposição aos riscos de afogamento (SZPILMAN) SZPILMAN, David. Afogamento. Disponível em: http://www.fac.org.ar/scvc/llave/epi/szpilma/szpilmap.htm. Acesso em 30 de outubro de 2011.

Resultados e Discussão BALDE Detentor de 4 casos (duas com 1a e 7m, uma com 1a e 9m e uma com 3a e 2m) ; Tragédia em poucos centímetros de água (1/3 da capacidade total do balde já é suficiente); Lapsos curtos de descuido por parte do cuidador;

Resultados e Discussão POÇO: Quatro casos observados, sendo 3 de crianças de 0 a 3 anos Ausência de tampa de proteção; TANQUE: Três casos: dois lactentes (caíram acidentalmente) e uma criança de 11 anos (convulsionou durante o banho) Espelho d’água, banheira e fossa com 01 caso cada. Importância da atenção a outros recipientes com água, como baldes, bacias, banheiras, tanques, fossas, poços, etc.

Resultados e Discussão Crianças que receberam atendimento hospitalar:

Resultados e Discussão Trinta e seis vítimas receberam atendimento hospitalar, porém mais de 90% delas já chegou sem vida ao hospital e apenas duas destas sobreviveram por mais de um dia, em ambiente de terapia intensiva, vindo a óbito após três e cinco dias. São as pessoas mais próximas das vítimas no momento do afogamento (parentes, familiares, amigos, etc.), que tentam prestar o socorro inicial, antes da chegada das entidades de primeiros socorros (Corpo de Bombeiros, SAMU): Importância da aquisição do conhecimento das técnicas de RCP para redução da mortalidade por afogamento.

Conclusão Melhor maneira de diminuir a mortalidade é prevenir; Encarar o afogamento fatal não apenas como um acidente, mas como algo a ser evitado, através da análise das causas e fatores de risco; Estratégias de Prevenção: Supervisão: Adulto responsável durante todo o tempo em que a criança estiver na água ou próxima dela. Tal atividade deve ser a única incumbência do adulto naquele momento, sendo contínua, sem lapsos de atenção.

Conclusão Proteção e isolamento: As piscinas deverão ser cercadas com grades de proteção, com no mínimo, 1,5 m de altura e 12 cm entre as verticais (padrão australiano). As portas ou portões que dão acesso aos reservatórios de água ou piscinas devem ter fechaduras automáticas, assim como algum sistema de alarme nas mesmas; Atenção a outros reservatórios de água (piscinas portáteis, baldes, fossas, poços). Manter baldes e piscinas portáteis vazios após o uso.

Conclusão Equipamentos: Educação: As crianças devem utilizar equipamentos de segurança adequados, como bóias e coletes salva-vidas Educação: As crianças precisam aprender a nadar e receber orientações acerca da prática de comportamentos seguros na água, principalmente em ambientes de águas naturais (rio, lago, córrego), pois o domínio da natação por si só, não evita completamente o afogamento (fator de risco em <4 anos: encoraja a exposição à água).

Conclusão Seria fundamental que o Governo criasse uma legislação específica com regras normativas para a construção e isolamento de piscinas e fiscalização efetiva de seu cumprimento, como já é feito na Austrália, Nova Zelândia e Suécia. Todos os proprietários de piscinas deveriam ser registrados e obrigados a apresentar certificados de curso de capacitação em ressuscitação cardiopulmonar, atualizados anualmente.

Obrigado!!!