INSPIRE e a Meteorologia

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Transcrição da apresentação:

INSPIRE e a Meteorologia Pedro Viterbo Coordenador científico da landSAF Instituto de Meteorologia ESIG 2006, 15-17 November 2006, Tagus Park, Oeiras

16 slides em 1 Informação geográfica (INSPIRE) vs. Informação geofísica (meteorologia) Escalas de tempo típicos para os processos físicos que regulam a informação, e consequentemente os seus sistemas de recolha de dados Informação geográfica: Grande parte da informação é quase estática Escalas de tempo > 1 ano Meteorologia: Clima Semelhante à Informação geográfica Meteorologia: Estado do tempo Escalas de tempo: Horária e diária Escalas espaciais Informação geográfica: Local, regional a nacional Informação meteorológica: Global ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Síntese O Instituto de Meteorologia é autoridade nacional para a meteorologia e para a sismologia Para abreviar, a sismologia não será abordada aqui, embora os seus dados sejam abrangidos pela directiva INSPIRE A meteorologia e as suas particularidades Uma longa história de cooperação internacional e troca de dados entre todos os Centros meteorológicos Ilustrada aqui com exemplos do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF), um esforço federado de ~27 países Europeus Colheita centralizada dos dados Formatos “standard” Volume de dados Estruturas internacionais e Europeias com um alto grau de consolidação e extremamente hierarquizadas Constrangimentos de financiamento ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

O sistema World Weather Watch Desde 1920, e em particular como resultado da XX Guerra Mundial, que há uma troca de dados internacional A previsão do tempo a 5-10 dias é um problema global: Uma situação observada no Hemisfério Sul hoje pode condicionar o estado do tempo em Portugal daqui a 6 ou 7 dias A Organização Meteorológica Mundial (OMM, uma Agência das Nações Unidas) define um sistema (obrigatório) de troca de dados considerados essenciais, respeitantes ao estado do tempo, e à sua previsão, à escala global: Observações Campos meteorológicos Esse sistema chama-se World Weather Watch O World Weather Watch pode ser considerado, em linguagem INSPIRE, uma “Spatial Data Infrastructure” ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Observations 1976 12 UTC 2002 ATOVS Year 1961 1976 1997 Present Daily number of radiosondes 1762 4902 1241 1179 1976 12 UTC 2002 ATOVS Fill table Get data coverage TEMP/ATOVS ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Observações em 24 horas (ECMWF, 2000) ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

O sistema de observação de detecção remota ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Número de observações usadas no sistema de assimilação do ECMWF 3.6 millions millions ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Dados meteorológicos, ECMWF, em 2002 ECMWF arquivava diariamente ~ 1 TB de dados O volume total do arquivo excedia 500 TB O arquivo cresce 60% por ano Walter Zwieflhoffer ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Alguma semântica Observações Análise(s) Previsão Convencionais Detecção remota Análise(s) Uma colecção regular no espaço (3D) e no tempo de um conjunto de variáveis que definem o estado da atmosfera É uma combinação óptima (no sentido estatístico) das observações (irregulares no tempo e no espaço) com uma informação a-priori, normalmente a mais recente previsão a curto prazo Previsão Evolução futura do estado da atmosfera ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Volume de dados, análise e previsões A resolução actual do modelo global é de 25 km na horizontal, com 92 níveis na vertical [~(4 vezes por dia)x(10 variáveis)x(109 pontos)~4x10x2Gbytes] Previsão determinista Multiplicar o número acima por 30 Previsão de ensemble Por dia, 100 previsões globais a 15 dias, com uma malha de 50 km na horizontal e 60 níveis na vertical Todos os dados disponíveis aos serviços meteorológicos dos países membros do ECMWF Uma subselecção está disponível aos países membros da OMM ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Organização Meteorológica Mundial define: Dados meteorológicos: Uma estrutura hierarquizada, consolidada e federada Organização Meteorológica Mundial define: Conjunto de dados que devem ser divulgados internacionalmente Formatos específicos para as trocas de dados (GRIB/BUFR) Conjunto de metadados sobre as observações Características dos instrumentos Localização Colocação Frequência temporal das observações Prácticas de observação Mecanismos físicos próprios de troca de dados Global Telecommunication System (GTS) EUMETCAST EUMETNET (Associação dos Serviços Meteorológicos Europeu) Define dados e regras de distribuição de dados inter-pares EUMETSAT (Agência Europeia de Satélites Meteorológicos) ECMWF (Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo) … ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Responsabilidades do IM Autoridade nacional para a meteorologia Vigilância meteorológica Relações privilegiadas (e, por consequência, deveres) com Protecção civil Forças de segurança Navegação aérea … ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Financiamento Constrangimentos orçamentais Necessidade de “justificar a sua existência” (para além do habitual paradigma de “monitorização do tempo e do clima em Portugal”) Os dados (e, essencialmente, as observações) constituem um capital único dos serviços meteorológicos Consequente realinhamento de prioridades em relação a Risco Segurança Ambiente ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

A iniciativa Europeia GMES A meteorologia é parte integrante (e aspira a ser um dos paradigmas de funcionamento) da iniciativa Europeia Global Modelling for Environment and Security (GMES) Para além duma descrição física da atmosfera (dinâmica, termodinâmica, ciclo da água), há também uma descrição química e, para além disso, as outras componentes do sistema global (biosfera, hidrologia, oceanos, criosfera, ...) A meteorologia é uma componente principal na implementação do GMES (ver GEONETCAST) ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Conclusões (I) Na práctica, a meteorologia é percursora de muitas componentes da filosofia do INSPIRE Normalização das observações (sensores, localização, …) Formatos standard utilizados por toda a comunidade Partilha internacional de dados Cadeias e mecanismos de partilha de dados bem estabelecidas A meteorologia é um sistema muito eficiente de colheita, partilha e distribuição de dados geofísicos A meteorologia entrou tarde no INSPIRE. A OMM e a EUMETNET entram em 2004 A primeira versão do documento INSPIRE não reconhecia explicitamente a realidade meteorológica, nos seus aspectos de infraestruturas existentes, formatos, status quo de partilhas de dados e metadados ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006

Conclusões (II) Mas Os dados têm uma componente temporal bastante mais acentuada do que a maioria dos dados do INSPIRE Volume de dados As regras de implementação do INSPIRE não são ainda claras Os custos para a meteorologia de “reformatação” INSPIRE não são claras Não é claro que a relação custo-benefício seja favorável à meteorologia Em meteorologia há frequentemente acordos de troca de dados entre agentes, que não permitem redistribuição a terceiros A OMM definiu, através da “Resolução 40”, um conjunto de dados meteorológicos essenciais que os diferentes países têm que partilhar livremente Até agora, as regras de distribuição de dados meteorológicos têm sido definidos pela comunidade meteorológica, em particular aqueles que têm valor comercial Muitos serviços meteorológicos nacionais são, para além de serviço público, prestadores de serviços comerciais O IM, tal como os outros serviços meteorológicos nacionais europeus, tem vindo progressivamente a aumentar o volume de dados disponibilizados através da sua página web (www.meteo.pt) ESIG 2006, Oeiras, Nov 2006