Parte I 1. Crescimento económico moderno: um conceito

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Parte I 1. Crescimento económico moderno: um conceito AT 4 – Vagas de Inovação: o progresso tecnológico (PT) no CEM Sumário 1 – Alguns conceitos 1.1. Inovações radicais e incrementais 1.2. Progresso Tecnológico e Fronteira Tecnológica 2 – O PT na contabilidade do crescimento 3 – Tecnologia e assimetrias internacionais: catching-up ou divergência

Tipologia do Progresso Tecnológico CONCEITOS Tipologia do Progresso Tecnológico Inovação Radical ou inovção-chave (cachos de inovações) Novo sistema tecnológico que altera o funcionamento da economia e da sociedade. Surgem em cachos: inovações tecnológicas; espaciais e organizativas. Explicam os ciclos longos da economia. Inovação Incremental - Melhoria de uma tecnologia já existente (learning by doing ou learning by using). Têm lugar de forma contínua em todos os sectores de actividade. Explicam os ciclos de curta duração. Nem todos os progresso têm a mesma dimensão em termos de impacto na economia e na sociedade, tendo que se distinguir as inovações radicais e incrementais. O PT ocorre das duas formas. As novas tecnologias podem evoluir das duas formas. A primeira corresponde a uma tecnologia nova, geralmente seguida de inovações incrementais que a modificam e a mlehoram, tornando-a mais funcional mas sem alterar a sua concepção (Mokir 1990: 294-209). A outra é através de pequenoa melhoramentos que eventualmente conduzirão a uma técnica suficinetemente diferente da original, podendo ser classificada como uma nova tecnologia e não um melhoramento da tecnologia já existente. As inovações radicais não ocorrem isoladamente mas em clusters, ou seja, a importância de uma inovação radical explica-se por outras inovações radicais que a acompanham.

Conceitos Progresso Tecnológico Possibilidade de aumentar a produção a partir da aplicação ao sistema produtivo do conhecimento científico Pressupõe inovações técnicas, organizativas e espaciais Fronteira tecnológica Mais alto nível atingido num certo percurso tecnológico, de acordo com certas dimensões económicas e técnicas. O PT é o determinante mais significativo do CEM. Nesta medida, grande parte das diferenças internacionais dos níveis de rendimento podem ser explicadas pelas diferenças ao nível da produção/acesso ao PT. Esta conclusão torna o PT questão central na abordagem: como surge? Como se difunde?

CONTABILIDADE DO CRESCIMENTO O que explica a taxa de crescimento do PIB? Contributo da taxa de crescimento do factor trabalho (horas de trabalho) + Contributo da taxa de crescimento do factor capital (stock de capital) Contributo da taxa de crescimento da Produtividade Total dos factores = RESÍDUO = “MEDIDA DA NOSSA IGNORÂNCIA” (Moses Abramovitz)  TECNOLOGIA EXOGENA (melhorias automáticas e não modeladas) que explica mais de mais de 80% do crescimento. Os milagres do crescimento no pós Segunda Guerra Mundial estimularam os economistas a investigar o crescimento económico, primeiramente em termos dos factores de crescimento, de forma isolada, posteriormente em termos da sua interacção. Figueirado, Pessoa e Silva (2005: 98): Estes estudos dedicaram-se à análise empírica dos factores explicativos doe crescimento económico e vão tentar avaliar a importância de cada uma das fontes para o crescimento do produto.

CONTABILIDADE DO CRESCIMENTO Tentativas por parte dos economistas para diminuir o RESÍDUO sua incorporação noutros factores produtivos (E. Denison) Capital tangível Incorporado em capital físico. Capital intangível Educação e on-job-training (incorporado nos recursos humanos); I&D, capacidade de gestão (ligados ao capital); melhorias na saúde; economias de escala; melhor afectação dos recursos.  diminuição do resíduo (Resíduo=avanço no conhecimento incorporado na produção)

Contabilidade do crescimento do rendimento nacional EUA (análise de E Contabilidade do crescimento do rendimento nacional EUA (análise de E. Denison) Fontes de crescimento 1909-1929 1929-1957 Variação do rendimento nacional (taxa média anual) 2,82 2,93 Contribuição das várias fontes em pontos percentuais : Aumento total de utilização de factores (inputs) 2,26 2,00 Trabalho 1,53 1,57 Capital (equipamentos, edifícios não habitacionais, existências, e activos financeiros) 0,73 0,43 Aumento de output por unidade de input (ganhos de produtividade) 0,56 0,93 avanços do conhecimento nd 0,58

Criação de organizações destinadas à produção de conhecimento. Tentativas por parte dos economistas para diminuir o RESÍDUO ENDOGENEIZAÇÃO das inovações (Novas teorias do Crescimento de Paul Romer, Lucas e Rebelo na segunda metade dos anos 80) - Aumento do stock de conhecimentos resultante de mecanismos endógenos à economia. Criação de organizações destinadas à produção de conhecimento. Análise quantitativa das fontes de crescimento: número de patentes concedidas cientistas e engenheiros dedicados a I&D % do produto afectado a I&D Lança (2001: 87-88); Jones (2000: 65) Como referimos, a tecnologia era exogena ao crescimento e não era modelada e as diferenças de crescimento entre as economias permaneciam por explicar.

Ciência e Técnica CEM Ciência Centros de produção especializados Resposta a problemas Económicos e sociais novos problemas económicos e sociais Inovações organiza- tivas Inovações tecnológicas Alterações na estrutura do sistema Socio-económico radicais incrementais Descobertas por tentativa/ erro (até final do século XIX)

Não rivalidade  difusão mas... Bem com algum grau de excluabilidade Enquanto “bem” (no sentido económico do termo) o Progresso Tecnológico evidencia especificidades (viragem no século XIX) Não rivalidade  difusão mas... Bem com algum grau de excluabilidade Patentes e direitos de autor incentivam a invenção/inovação Relembremos a definição de tecnologia. Ideias são não rivais: bens rivais significa que quando alguém usa esse bem os outros não o podem usar. Esta característca está presente na maioria dos bens económicos, ou seja, o uso do bem por uma pessoa exclui o uso do mesmo bem por outra. Mas as ideias não são rivais e uma vez criada a ideia qualquer um pode fazer uso dela. O problema está em ter acesso aos papeis onde estão descritas as ideias ou ainda ter as qualificações necessárias para as criar. Quer isto dizer que as ideias são, em parte excluíveis. Por exemplo através dos direiros de autor e patentes. Como são bens não rivais, têm um elevado custo fixo mas as restantes cópias são bem mais baratas. Exemplo: processador de texto através da voz. Inicialmente esta ideias envolve custos elevados na pesquisa mas que são feitos só uma vez. Mas produzido o primeiro pacote, os outros são todos iguais. Importante também é a defesa dos autores da ideia: patentes e direitos de autor conferem um poder de monopólio a quem os detem. Caso contrário, o incentivo a investir em pesquisa seria muito reduzido pois os ganhos de quem arrisca a inovar seriam rapidamente diluidos pela imitação. Segundo alguns autores, nomeadamente Douglass North (que foi prémio Nobel nos anos 90), o desenvolvimento de direitos de propriedade intelectual foi responsável pelo crescimento económico. Reconhecimento social era uma realidade mas o ganho privado pela invenção/inovação era fundamental para que o processo não parasse. Surgem assim indicadores vários p+ara avaliar o PT: número de engenheiros por população activa; núimero de patentes, etc.

1901 82 % 18% 1928 55 % 45 % 1932 - de 50% + 50% Anos Registo individual Registo de empresas 1901 82 % 18% 1928 55 % 45 % 1932 - de 50% + 50% Exemplos de patentes de empresas: nylon; transistor Exemplos de invenções individuais: a lâmpada; o rádio; o telefone

TECNOLOGIA e assimetrias internacionais (Difusão do PT) Convergência: diminuição das diferenças internacionais dos níveis de rendimento (conjunto de países) Convergência condicionada: semelhança estrutural entre as economias determina a convergência  Catching-up dos países mais atrasados que possuem um potencial de crescimento superior em relação ao “país líder”, evidenciando taxas de crescimento mais elevadas. MAS tudo depende de “capacidade social”(educação+instituições)

Objectivos Identificar inovações radicais e associá-las a flutuações cíclicas de longa duração. Explicar a inovação base do CEM. Explicar a gradual adaptação do sistema socio-económico à inovação tecnológica. Considerar as implicações da inovação tecnológica nas assimetrias internacionais e nos processos de “catching up”.