Deus revela-se na história 21 Geografia do povo de Israel 22

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Transcrição da apresentação:

Deus revela-se na história 21 Geografia do povo de Israel 22 U.D. 2: Israel, Povo de Deus 21 Deus revela-se na história 21 Geografia do povo de Israel 22 Panorama histórico de Israel 25 Traços característicos de Israel 27

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA Deus faz-se presente no homem, através de acontecimentos humanos e, mais concretamente, através da vida, dos sofrimentos, dos fracassos e dos êxitos de um povo, chamado Israel, que é preparação da revelação definitiva de Deus num homem concreto chamado Jesus de Nazaré, seu Filho. (Cfr. Mensagem Cristã I - Revelação e Fé, U.D. 4).

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA Este território encontra-se situado no Médio Oriente, formado com parte do limite oriental do Mar Mediterrâneo, e fazendo fronteira ao norte com a Síria e o Líbano e ao sul com o Egipto. Na antiguidade, este território estava rodeado por grandes impérios: ao norte pela Assíria, Babilónia, Pérsia... e ao sul, pelo Egipto. Esta situação geográfica marcaria de forma definitiva a história do povo de Deus, que se via constantemente ameaçado na sua independência política.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA O pequeno país da Palestina está cheio de contrastes distinguem-se quatro zonas A COSTA MEDITERRÂNEA A costa mediterrânea é muito fértil, zona agrícola por excelência, onde se cultivam cereais, vinhas, oliveiras, etc. A MESETA TRANSJORDANA A meseta transjordana na antiguidade deve ter estado coberta de bosques, que hoje desapareceram, ainda que se conserve a sua fertilidade que está patente nos seus numerosos pastos. AS MONTANHAS As montanhas começam ao norte com o monte Hermón e terminam no sul com os montes da Samaria e da Judeia, que formam a zona do planalto central. A DEPRESSÃO DO RIO JORDÃO A depressão do rio Jordão foi uma zona pantanosa que está hoje saneada. O Jordão nasce aos pés do monte Hermóm (2.814m) a uns 500m sobre o nível do mar. Depois de atravessar uma fértil planície, desemboca a 16 Km no lago de Genezaré que já está a 208 m abaixo do nível do mar Mediterrâneo.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA PLANTAS E ANIMAIS A amendoeira, a azinheira, a oliveira, a figueira, a vinha, o trigo, a anémona roxa e os lírios do campo são as espécies vegetais mais frequentes no país. Quanto aos animais, o asno e o boi, que se utilizavam para o trabalho, os cordeiros e as cabras, para a alimentação e o cavalo como objecto de luxo.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA 3. PANORAMA HISTÓRICO DE ISRAEL OS PATRIARCAS Os relatos que na Bíblia nos falam dos patriarcas (Gn 12-37) devem ser situados entre os séculos XX e XIII a.C. Os patriarcas bíblicos (Abraão, Isaac, Jacob), fazem parte de grupos nómadas semitas com uma estrutura de tipo familiar, onde o pai é a cabeça. Nestes grupos conservam-se “histórias de família”, que se transmitem de pais para filhos, e que estarão na origem dos capítulos 12 a 37 do Génesis.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA MOISÉS Situa-se por volta do século XIII a.C. Os descendentes de Abraão estão no Egipto, submetidos a uma dura escravidão. Yahvé intervém salvando, mediante Moisés, o povo oprimido, e guia-o através do deserto. Neste itinerário, Deus estabelece uma Aliança com o seu povo. O sucedido neste tempo aparece narrado na Bíblia, nos livros do Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio. Josué, Juízes e Samuel narram-nos a entrada e o estabelecimento progressivo de Israel na Terra Prometida. http://www.youtube.com/watch?v=J9GF5mRHixM

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA O ESPLENDOR MONÁRQUICO: DAVID E SALOMÃO Entre os anos 1050 e 950 a.C. aparece a monarquia em Israel sucedendo-se três reis no trono de Israel: Saúl, David e Salomão. David será o grande rei de Israel, que logrará a unidade política entre as tribos do Norte e do Sul, estabelece a capital em Jerusalém e organiza uma administração central. Sempre será recordado como o rei ideal. Seu filho Salomão construirá o Templo; mas, devido ao crescimento dos impostos para manter a corte e as diversas obras relativas ao santuário e à defesa, por sua morte, o reino dividir-se-á. É o ano 932 a.C.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA OS DOIS REINOS O REINO DO NORTE OU ISRAEL O reino do Norte ou de Israel é o mais extenso e rico. Os seus reis não serão descendentes de David, e o seu culto estará sempre ameaçado pela idolatria. Os profetas Elias, Eliseu, Amós e Oseias actuarão ali. Depois de dois séculos de lutas contínuas pelo poder,., sendo os seus habitantes deportados. A sua terra será povo cairá em poder dos Assírios em 722 a.C sendo os seus habitantes deportados. A sua terra será povoada com estrangeiros, dando origem à Samaria, dando origem à Samaria. Alguns grupos de levitas fogem para o reino do Sul, levando consigo as tradições que darão origem ao Deuteronómio. O REINO DO SUL OU JUDÁ O reino do Sul ou Judá é mais pequeno e pobre, semi oculto nas montanhas. Mantém a dinastia davídica, mas cai com frequência na injustiça social e na idolatria. O rei Josias, no século VII a.C., realizará uma reforma religiosa que não culminará. Em 587 a.C. Nabucodonosor, rei da Babilónia, arrasa Jerusalém e deporta para a Babilónia a parte mais influente e culta da sociedade judaica.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA O DESTERRO E A RECONSTITUIÇÃO Esta etapa é a do desterro, que durará cinquenta anos. A população que permanece em Judá é pobre e inculta. Em 539, Ciro, rei persa que venceu a Babilónia, decreta a liberdade dos judeus deportados, que podem voltar à sua terra. Começa uma etapa de reconstrução ameaçada por uma oposição dos samaritanos e a falta de confiança entre os que voltam do desterro e as povoações actuais da terra. Israel passa a ser governada pelos sacerdotes, organizando-se como um estado teocrático, debaixo do domínio persa.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA O PERÍODO HELENISTA, OS MACABEUS E A DOMINAÇÃO ROMANA Alexandre Magno vence os persas em 333 a.C. e o povo judeu entra dentro do âmbito de influência do helenismo. No século II, Antíoco IV Epifanes promove uma perseguição contra os judeus que se mantêm fiéis às suas tradições, o que provocará o levantamento macabeu. Simão Macabeu, apoiado por Roma, converte-se em Sumo Sacerdote e governa com certa independência a Judeia. A instabilidade permanente da zona origina a intervenção romana que destrói o templo e entra em Jerusalém em 63 a.C. O senado Romano nomeia rei Herodes o grande, que governará até ao ano 4 a.C. À sua morte, o reino divide-se entre os seus três filhos.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA Os israelitas foram no princípio, no tempo dos patriarcas, um povo nómada. E continuaram a sê-lo no tempo da sua peregrinação pelo deserto. Este povo de nómadas converteu-se um dia em povo sedentário. Isto ocorreu quando os israelitas ocuparam Canaã, depois da sua longa peregrinação pelo deserto. O Deus dos povos nómadas é um Deus peregrino, que viaja com o seu povo, e é por isso um Deus de promessa e esperança, o Deus que orienta para o futuro e não meramente a repetição do passado. Por isso, Israel esteve sempre pendente do futuro da sua história com esperança. Isto foi fundamental para compreender não só a religião de Israel, mas também o sentido e a significação do cristianismo.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA A POPULAÇÃO: RICOS E POBRES Quando o povo de Israel era nómada, não havia diferenças entre ricos e pobres; as possessões eram familiares e todos desfrutavam, ou padeciam, a mesma condição social. No entanto, ao instalarem-se em Canaã e ao converterem-se em agricultores, produziu-se uma profunda transformação social que se agravou com o surgimento da monarquia e dos corpos legislativos da corte: funcionários, militares, sacerdotes, etc. Do mesmo modo, apareceram os grandes comerciantes, os fazendeiros, os assalariados e os pobres, muitos dos quais emigraram do campo para a cidade para se converterem em mão de obra barata e explorada. Esta situação vai dar origem à denúncia que realizaram os profetas: existindo prosperidade para uns poucos, a riqueza está mal distribuída e, com frequência, foi adquirida injustamente.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA Para mitigar a situação de desigualdade existente e a opressão na qual vivia a população, existiam duas instituições: - O ano sabático, cada sete anos, em que os escravos, cuja forma de vida era mais benévola que nos países limítrofes, devem ser libertados, a terra fica em barbeito e devolvem-se as prendas que haviam sido tomadas como satisfação de uma dívida, ficando esta paga (Dt 15,1-18;31,10-11; Lv 25,2-7); O ano jubilar, o “ano da graça do Nosso Deus”, celebrava-se em cada 50 anos (depois de sete vezes sete anos) e levava consigo o repouso das terras, a volta das propriedades aos seus antigos donos, a liberação dos escravos e a perda dos doadores insolventes. Estes mecanismos correctores da desigualdade social não se aplicarão nunca com todas as consequências, não se realizando na prática o ideal de justiça ou igualdade social.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA FORMA DE GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO A Israel chegou tarde a instituição monárquica, que foi copiada dos países vizinhos, adaptando-a às próprias características do povo bíblico: - Deu muito trabalho estabelecer o princípio de sucessão dinástica; - Nunca se admitiu o carácter divino do rei; - A monarquia sempre esteve submetida ao juízo da Lei e a Palavra de Deus como instância última de decisão. No entanto, o rei tem uma importância relevante no culto e no templo, já que é o “ungido ” de Yahvé, seu representante na terra. Segundo esta mentalidade, o Messias terá características reais, será da dinastia de David e estabelecerá definitivamente o reinado de Deus. Depois do cativeiro da Babilónia (século VI a.C.) a comunidade judia converteu-se numa comunidade religiosa que tinha Deus por rei e cujos assuntos eram regidos pelos sacerdotes e a lei sagrada. Desde o início da monarquia pesou sobre os israelitas um gravoso sistema de impostos. Existiam dois tipos fundamentais de taxas em Israel: - As civis: segundo 1 Sm 8,15-17, o rei deveria receber o dízimo (a décima parte) dos campos, das vinhas e dos ganhos, que o monarca podia deixar aos seus funcionários; - As religiosas: o imposto que obrigava a todo o israelita a entregar o dízimo dos seus lucros ao santuário e aos sacerdotes.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA SITUAÇÃO RELIGIOSA UMA FAMÍLIA Todo o israelita, ao confessar a sua fé, dizia assim: “O meu pai foi um arameu errante. Desceu ao Egipto e estabeleceu-se ali como emigrante com um punhado de gente; ali converteu-se numa nação grande, forte e numerosa”. (Dt 26, 5) Isto quer dizer que todo o israelita tinha consciência de pertencer a uma grande família, a família cujo pai comum foi o patriarca Abraão. O povo compunha-se de 12 tribos, cada uma das quais nasceu de um dos 12 filhos que teve o patriarca Jacob. A consciência do próprio clã, da própria tribo e da própria família foi sempre muito forte no antigo povo de Israel. E também a consciência de pertencer a um povo eleito por Deus para o tornar presente entre as nações.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA AS FESTAS As festas de Israel tinham uma fundo religioso. A sua periodicidade era semanal, mensal ou anual. Cada semana os israelitas celebravam o sábado; era o dia religioso por antonomásia dos israelitas. Recordava-se nele o descanso de Deus ao terminar a criação. Era o dia de descanso e, por isso, proibia-se severamente todo o trabalho ou actividade. Nesse dia os sacerdotes ofereciam sacrifícios especiais e o povo acudia ao templo ou às sinagogas para ser instruído na Lei do Senhor. Cada mês celebravam os novilúnios; eram festejos por ocasião da lua nova. Cada ano celebravam as festas propriamente ditas.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA - A Páscoa era a festa principal. Nela o povo recordava a libertação do Egipto e a passagem do mar Vermelho. Celebrava-se o começo da primavera. Cada família ceava um cordeiro como recordação da libertação da escravatura do Egipto (Ex 12, 21-28). - Pentecostes (festa das semanas ou Shabu’ot) era a festa que se celebrava cinquenta dias depois da celebração da Páscoa. Recordava-se nela a revelação de Deus no monte Sinai, o dom da Lei e da Aliança. - A Festa das Tendas (Sukkot) celebrava-se no outono e comemorava o tempo em que Israel viveu em tendas de campanha no deserto. - A Festa do Ano Novo (Rosh-hashanah) servia para recordar o dom da criação. - A Festa da Expiação (Kippur) recordava o perdão de Deus ao seu povo. - A dedicação do Templo (Hanukká), em Dezembro, que recordava a nova consagração do Templo por Judas Macabeu depois da profanação de Antíoco IV. Como se vê, a imensa maioria das celebrações de Israel estavam ligadas aos acontecimentos da história e não tanto aos ciclos da natureza e da agricultura. É que a religião de Israel era uma religião de história e de promessa, orientada para o futuro, a partir da recordação dos factos grandiosos que Deus realizou em favor do seu povo.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA JERUSALÉM, O TEMPLO, OS SACERDOTES Jerusalém é a cidade de David, porque ele a conquistou (2 Sm 5,6-9) e a converteu na capital do seu reino. Está situada no monte Sião e foi considerada como a Cidade Santa desde o momento em que David transladou para ali a Arca da Aliança. (2 Sm 6). Ainda que David se propusesse construir um templo para albergar a Arca (2 Sm 7) foi Salomão, seu filho e sucessor, quem o construiu (1 Re 5-8). A partir de então, o Templo de Jerusalém foi o centro sagrado da religião judia. O Templo foi arrasado quando os babilónios entraram em Jerusalém (587 a.C.) destruindo também a Arca da Aliança. Ao regressar do desterro, os judeus reconstruíram o templo sobre a estrutura do anterior, mas não puderam reproduzir o seu esplendor nem a sua riqueza. No ano 63 a.C. as tropas de Pompeu entraram em Jerusalém destroçando de novo o Templo, o que origina a terceira edificação, levada a cabo por Herodes o Grande. Este terceiro templo é o que Jesus conheceu. Os sacerdotes pertenciam à tribo de Levi (Nm 1,50; 3,6 e ss.), que foi separada do resto das tribos para exercer os ministérios sagrados, centrados no culto.

DEUS REVELA-SE NA HISTÓRIA O sacerdócio era hereditário e estava dividido em duas classes: - Os sacerdotes propriamente ditos, descendentes da família de Aarão, que são os únicos que podem oferecer sacrifícios; - Os levitas, os que se encarregavam das tarefas sacerdotais inferiores. À frente de todos eles estava o sumo sacerdote. Como já se assinalou, depois do desterro (século VI a.C.) serão os sumo sacerdotes os que exerceram a suprema chefia religiosa e civil da comunidade judia.