COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE

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Transcrição da apresentação:

COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE Saúde e Estratégia Nacional de Desenvolvimento no Contexto da Globalização e da Terceira Revolução Tecnológica 11º CONGRESSO MUNDIAL DE SAÚDE PÚBLICA 8º CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA Rio de Janeiro, 25 de Agosto de 2006 Carlos A. Grabois Gadelha ENSP/FIOCRUZ

A Noção de Complexo Industrial da Saúde Saúde como um espaço de desenvolvimento e não apenas gasto e alocação de recursos escassos Fonte de geração de renda, de investimento e de emprego Fonte de inovação e de conhecimento estratégico para a 3ª Revolução tecnológica no contexto de uma globalização assimétrica Forte interdependência econômica, política e institucional entre as indústrias e os serviços de saúde Um olhar diferenciado que procura articular a lógica econômica com a lógica sanitária

Complexo Industrial da Saúde Morfologia Figura 1 Complexo Industrial da Saúde Morfologia Indústrias Produtoras de Bens E S Indústria Farmacêutica T Fármacos / Medicamentos Indústria de Equipamentos A D Médicos e Insumos O - Aparelhos não- eletroeletrônicos P Aparelhos eletroeletrônicos R Indústria de O Aparelhos de prótese e órtese Indústria de Indústria de M Reagentes para Material de consumo Vacinas Hemoderivados O Diagnóstico Ç Ã O E R E Setores Prestadores de Serviços G U L A Hospitais Ambulatórios Serviços de Diagnóstico e Tratamento Ç Ã O

A Perspectiva Desenvolvimentista para o Brasil e América Latina (Cepal) A Indústria no centro da estratégia para a superação da dependência e do atraso em condições periféricas Não aceitação de uma integração passiva na divisão internacional do trabalho Refutação de estratégia submissas: Adequação às vantagens “naturais”, às tecnologias apropriadas, aos processos lineares de desenvolvimento Passividade frente às condições de mercado e ao contexto internacional Resultados para o Brasil no período 50/80 País mais dinâmico do mundo (tx cresc 8% aa) Mudança estrutural profunda Afirmação como nação soberana no contexto mundial Permanência da desigualdade e exclusão

Uma Releitura Contemporânea e de Esquerda do Desenvolvimentismo A questão não é mais a dicotomia indústria X agricultura A dependência e o atraso se recolocam em novas bases A divisão ocorre em termos da capacidade de geração de conhecimentos e de inovações A dependência se expressa nos segmentos produtivos intensivos em conhecimento A globalização é assimétrica e gera trajetórias que ampliam progressivamente o hiato entre o mundo desenvolvido e o subdesenvolvido A volta de uma perspectiva de inserção passiva: Tecnologias apropriadas, nichos de produtos e serviços “locais”, especialização em atividades primário-exportadoras, foco na atenção primária e no ensino básico, etc. Políticas submissas nas relações internacionais: comércio, propriedade intelectual, (des)regulação, investimentos, acesso a mercados, etc.

O Ataque Neoliberal Desqualificação da estratégia de desenvolvimento da etapa de substituição de importações Desqualificação de políticas seletivas para atividades estratégicas Desqualificação do Estado como núcleo articulador de políticas e estratégias de desenvolvimento Todo poder ao mercado e às iniciativas locais e pulverizadas da sociedade civil Estados bem comportados, “fundamentos’ corretos, mercados abertos e globalização levam progressivamente ao desenvolvimento e à convergência: não há questão nacional

Saúde e Desenvolvimento no Brasil Perspectiva sanitária O SUS na contramarcha das reformas neoliberais Perspectiva ampla e inter-setorial da saúde Necessidade de convergência de um conjunto amplo de políticas Perspectiva desenvolvimentista Saúde como uma área estratégica da sociedade de conhecimento Bloqueios estruturais advindos da 3ª Revolução tecnológica e da globalização Risco de um duplo ataque advindo das forças neoliberais da globalização e de uma perspectiva sanitária ingênua na qual a inovação e a empresa nacional são, por definição, ameaças para o SUS e para novos modelos de atenção

Saúde e Desenvolvimento no Brasil: paradoxos e problemas Não há capitalismo desenvolvido e independente, mesmo nas experiências mais avançadas e equânimes de Estados de Bem-Estar (países nórdicos) sem estratégias nacionais de fortalecimento do setor produtivo e de geração de conhecimentos e inovação Como pensar a empresa e as inovações em saúde (defesa ou ataque?) Problemas: Como costurar o elo entre saúde e estratégia nacional de desenvolvimento e articular a saúde com as forças desenvolvimentistas e nacionais para enfrentar a globalização assimétrica? Como superar a situação de dependência e de atraso que se reproduz nos segmentos produtivos da saúde? A Balança comercial como principal indicador da dependência, do atraso e da vulnerabilidade em saúde

Complexo da Saúde

Déficit comercial no Complexo Industrial da Saúde por Segmento

Complexo da Saúde

Complexo da Saúde

Complexo da Saúde

Equipamentos e Materiais

Vacinas

Reagentes para Diagnóstico

Hemoderivados

Fármacos

Medicamentos

Saúde e Desenvolvimento no Brasil: perspectivas para uma nova visão Se a saúde é relacionada às condições gerais de vida é necessário tratar na agenda de saúde o modelo nacional de desenvolvimento Novos temas: Articulação serviços e desenvolvimento produtivo, política industrial, política de inovação e de geração de conhecimentos e tecnologias Modelos de desenvolvimento: qual estratégia é compatível com a superação da dependência e com a equidade e a inclusão social (um retorno a Celso Furtado)? Contexto mais favorável: A saúde na política industrial: Política Industrial e de Comércio Exterior, programas do BNDES, etc. a Ciência, Tecnologia e Inovação na Agenda de Saúde: Conferência de CT&I em Saúde, criação da Secretaria de C&T e insumos estratégicos em Saúde, etc.) O Tema do Complexo Industrial na Abrasco: O diálogo começou....