Valdeni Soliani Franco

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Valdeni Soliani Franco Seminário Temático Valdeni Soliani Franco vsfranco@uem.br a internet e a roda 2013

a roda Num trecho de linha férrea próximo da cidade de Paris, apenas um zumbido indica a passagem de um trem de passageiros a quase 300 quilômetros por hora. Numa estradinha de terra batida numa fazenda do interior mineiro, uma estrutura barulhenta de carro de bois passa a menos de 5 quilômetros por hora, produzindo um ranger quase sonolento provocado pelo atrito entre a roda de madeira e o eixo de apoio. A única semelhança entre esses dois acontecimentos, converge talvez, para o fato de simplesmente andarem sobre rodas. Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003. Alberto Cury Nassour

a roda Mais depressa, mais devagar, milhões de rodas, pequenas ou grandes, funcionam em todo o mundo, transformando a vida em movimento. Um dos principais indicadores do progresso de um país, costuma ser medido pela facilidade com que seus habitantes podem se locomover e transportar os produtos de seu trabalho ou para seu consumo. Em outras palavras: quantas rodas esse país faz girar e com qual rapidez? Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003. Alberto Cury Nassour

a roda A mudança que a roda, trouxe para o destino humano é incalculável. Um pouco de aritmética ajudará a explicar tal façanha. Um homem adulto e treinado percorre num dia de caminhada, cerca de 30 quilômetros, e a carga máxima que consegue carregar é cerca de 40 quilos, além do seu próprio peso. Com a domesticação de animais, por volta de 5.000 a.C., a capacidade de carga no lombo de cavalos aumentou para 100 quilos. A tração animal aumentou ainda mais a capacidade de carga para 1.200 quilos puxados por uma carreta de bois. Acredita-se que os egípcios usaram de artifícios como grandes roletes de madeira para transportar por quilômetros, os enormes blocos de granito e de pedra para a construção das pirâmides, inventando também o que se chama hoje de rota de transportes, ou simplesmente estradas.

a roda Sem a roda, o homem não iria muito longe. As quatro principais fontes de energia que o homem utiliza para sua existência são fundamentadas na roda: a água, a energia elétrica, o animal e o vento. O simples carrinho de mão inventado pelos chineses, cerca de 200 a.C., conduz sete vezes mais carga do que o ombro humano. A bicicleta criada na França em 1645, permitia velocidades até três vezes maiores do que a de um homem caminhando pausadamente Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003. Alberto Cury Nassour

a roda Além de revolucionar os meios de transportes, a roda possibilitou outro grande salto para a tecnologia – o movimento controlado por rotação. Na Mesopotâmia, há milhares de anos, os primeiros discos de madeira usados pelo homem para trabalhar o barro, talvez tenha sido uma das primeiras criações empregando a roda no sentido explícito da palavra. No século XIV, apareceram simultaneamente em diferentes regiões da Europa, como França e Inglaterra, as primeiras rodas de tecelagem enxertadas com finas agulhas para desfiar o algodão. Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003. Alberto Cury Nassour

a roda Desde então, novos engenhos baseados no mesmo princípio não pararam de surgir, porém, cada vez mais complexos. Aproveitando a descoberta de que uma roda de maior diâmetro leva mais tempo para dar uma volta completa do que uma roda pequena, o homem também descobriu a teoria da velocidade centrípeta. Inventaram-se os relógios com rodas dentadas que até hoje encantam as mais belas catedrais do mundo todo; as máquinas a vapor; a locomotiva e o automóvel. Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003. Alberto Cury Nassour

a internet Na antiga Grécia, os gregos tinham o costume de se reunir em amplos espaços abertos para falar de temas comuns, um ponto de encontro para os habitantes da cidade que necessitavam discutir toda sorte de temas, desde julgamentos civis a simples notícias; a este amplo espaço, denominou-se o ágora. A partir do séc. VII a.C., com a introdução da moeda como meio de troca, o ágora grego passou também a ter uma função mercantil, tornando-se um grande mercado, uma feira ao ar livre, para onde concorriam todos aqueles que queriam comprar e vender seus produtos. Visión Global y Reflexiones. Consideraciones Teóricas Tereza Cristina Malveira de Araujo Angela Maria Gabriella Rossi

a internet Também funcionava como espaço para jogos e festas populares e ponto de encontro de filósofos com seus discípulos. O ágora reunia em um só lugar diversas atividades urbanas importantes, o social, o político, o lazer e a educação. Com o tempo, a sociedade tornou-se cada vez mais complexa, a sofisticação tomou conta de diversas atividades urbanas e o ágora ficou pequeno. Criaram-se assembleias para as atividades políticas, teatros para o lazer, estádios para os jogos e escolas para a educação. (Mumford, 1982). Visión Global y Reflexiones. Consideraciones Teóricas Tereza Cristina Malveira de Araujo Angela Maria Gabriella Rossi

a internet Dois mil anos depois de Cristo, nos deparamos com o ressurgimento do ágora, não mais um espaço ao ar livre, mas sim um espaço virtual. Mitchell (1996) descreve a Internet como o novo “ágora eletrônico”, espaço virtual, local para reunião de todos os cidadãos do mundo, espaço para comércio, para luta pelos direitos do homem, para educação, lazer, socialização e trabalho. O novo “ágora eletrônico” agora responde pela alcunha de Ciberespaço. Mitchell descreve o Ciberespaço como um ambiente; não um lugar em particular mas sim todos os lugares ao mesmo tempo. Visión Global y Reflexiones. Consideraciones Teóricas Tereza Cristina Malveira de Araujo Angela Maria Gabriella Rossi

a internet Neste ambiente, somos colocados frente a frente de forma não presencial, podemos nos ver e ouvir, podemos inclusive revisar o mesmo desenho digital ou fazer anotações sobre um bloco de notas virtual. Estamos presentes, nossa presença não é sentida, mas sim, pressentida. Já não é mais a distância que nos cerceia, a informação está à distância da ponta de nossos dedos. Através de modernas técnicas de comunicação eletrônica, estudantes podem interagir com outros colegas e professores de outras instituições. Da mesma forma que muitos já não necessitam se deslocar de suas casas para trabalhar. O trabalho remoto ou teletrabalho abre novas possibilidades laborais e cria novas relações de trabalho e convivência. Visión Global y Reflexiones. Consideraciones Teóricas Tereza Cristina Malveira de Araujo Angela Maria Gabriella Rossi

a internet Desta forma, a noção de tempo e de espaço fica totalmente alterada na virtualidade. Mais do que isso, a informação está disponível para todos. A nova dinâmica técnico-social da cibercultura instaura assim, não uma novidade, mas uma radicalidade: uma estrutura midiática ímpar na história da humanidade onde, pela primeira vez, qualquer indivíduo pode, a priori, emitir e receber informação em tempo real, sob diversos formatos e modulações, para qualquer lugar do planeta e alterar, adicionar e colaborar com pedaços de informação criados por outros. Mesa : “Redes: criação e reconfiguração”, São Paulo, Itaú Cultural, agosto de 2005. André Lemos

Por que o tema? Não há segurança, nem moral, nem material, no universo eletrônico. Ele é, sem dúvida, a ferramenta mais importante inventada pelo homem depois da roda. Mas é um instrumento, nada mais do que isso. Como a roda, a informática está gerando uma nova civilização. É o início de uma nova era, além e acima do admirável mundo novo, que já está defasado. De seis em seis meses, o mundo novo se torna mais admirável e complexo, diluindo responsabilidades e anulando o indivíduo, que nada tem de admirável, mas lamentável. Como a RODA, a INTERNET apenas nos FACILITA o caminho. MAS NÃO NOS APONTA UM DESTINO. Carlos Heitor Cony Folha de São Paulo, 20 de maio de 2010

Quem deve apontar o destino? Foucault em relação aos meios de comunicação de massa declara: “Sonho com uma nova era de curiosidade. Temos os meios técnicos para tanto; o desejo está aí; as coisas a serem conhecidas são infinitas; existem as pessoas que podem se empregar nesta tarefa. De que sofremos, então? De muito pouco: de canais que são muito estreitos, frágeis, quase monopolistas, insuficientes. Não há razão em adotar uma atitude protecionista, de impedir a “má” informação de invadir e sufocar a “boa”. Ao contrário, devemos multiplicar os caminhos e as possibilidades de idas e vindas.” Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 16 • dezembro 2001 Paulo Vaz

Quem deve apontar o destino? O sonho de Foucault era a multiplicação dos canais e a ausência do lugar de verdade daquele que julga o que é bom ou ruim para a humanidade. Até porque os canais limitados de produção e difusão se legitimam por ocuparem o lugar daquele que sabe o que é o bem comum. A multiplicação do que pode despertar a curiosidade viria de par com a crítica da verdade. E, inversamente, ao existir um meio técnico que propicia a multiplicação de caminhos e mensagens, deveríamos – especialmente se olharmos o presente armado com teorias do passado e não com suas questões – lutar contra todos aqueles que temem ou mesmo problematizam o excesso. Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 16 • dezembro 2001 Paulo Vaz

Quem deve apontar o destino? A resposta a esta pergunta está em discussão no mundo todo, na verdade, a grande polêmica neste sentido é se deve ou não haver pessoas que apontem o destino de cada um. Vejam o que diz o físico britânico Tim Berner-Lee.

E o destino dos nossos estudantes? Esse sim, depende de nós. Agora estamos em casa, e a discussão deve ser feita por nós, e as orientações para o uso da Web são nosso dever hoje. O livro “Nascidos na era Digital” de Palfrey e Gasser.

Internet na Educação O acesso digital com dispositivos móveis, como celulares e tablets, já não é mais ação solitária como as que se realizam com os computadores de mesa e que impedem a mobilidade física. Ambos, tornaram-se meio de comunicação coletiva, uma tecnologia social, e os internautas tornaram-se móveis, como o dispositivo que medeia a relação entre a realidade virtual e a realidade concreta. Internet na Educação: a escola como espaço híbrido – em Informática e telemática na Educação – Volume 1. Mirza Seabra Toschi

Internet na Educação O celular já excedeu o número de computadores pessoais no mundo e a comunicação via voz tem sido a função do celular menos utilizada pelos jovens em grande parte dos países, em especial no Japão, o que aponta que isso também venha a ocorrer no Brasil. Estes aparelhos móveis vão junto com as crianças e jovens para a escola. Isso já bastava para ser considerado como um dispositivo que já chegou às escolas. Se a escola tem proibido seu uso é porque já está presente nela, incomoda os professores, dificulta o andamento das aulas, porque os estudantes burlam as regras e o usam independentemente das proibições. Internet na Educação: a escola como espaço híbrido – em Informática e telemática na Educação – Volume 1. Mirza Seabra Toschi

Internet na Educação Os novos materiais que ainda são subterrâneos à escola e à sala de aula, como a Internet, que é acessada por meio de celular, tablets, o próprio computador, ou qualquer dispositivo tecnológico, são usados pelos jovens que estão nas escolas hoje, tanto na Educação Básica, como no Ensino Superior. Vivenciam essa situação há tempos, e essa familiaridade com as tecnologias alterou sua sociabilidade, afetividade e FORMA de APRENDER. Internet na Educação: a escola como espaço híbrido – em Informática e telemática na Educação – Volume 1. Mirza Seabra Toschi

Internet na Educação Hoje, o professor transmite informações para os alunos, o que impossibilita o diálogo e a interação, mantendo os alunos como meros receptores da informação, sem nenhuma possibilidade de interlocução. Ainda hoje, acreditamos no dom da fala, acreditamos que alguns nasceram predestinados a falar, a pregar e outros, a ouvir. E assim, teremos aqueles que sempre falam e aqueles que sempre constituem a plateia. Reverter essa crença é difícil, porque implica abrir mão do lugar detentor da verdade, permitir a fala do outro. Novas tecnologias da informação e da comunicação; novas estratégias de ensino/aprendizagem. Juliane Corrêa

Internet na Educação – a mudança Inicialmente, o professor precisará distinguir "ferramenta" de "interface". Ferramenta é o utensílio do trabalhador e do artista empregado nos ofícios e nas artes. A ferramenta realiza a extensão do músculo e da habilidade humana na fabricação ou na arte. Interface é um termo que na informática e na cibercultura ganha o sentido de dispositivo para encontro de duas ou mais faces em atitude comunicacional, dialógica ou polifônica. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Internet na Educação – a mudança A ferramenta opera com o objeto material e a interface é um objeto virtual. A ferramenta está para a sociedade industrial como instrumento de fabricação, de manufatura. A interface está para a cibercultura como espaço on-line de encontro e de comunicação entre duas ou mais faces. É mais do que um mediador de interação ou tradutor de sensibilidades entre as faces. Isso sim seria "ferramenta", termo inadequado para exprimir o sentido de "ambiente", de "espaço" no ciberespaço ou "universo paralelo de zeros e uns“. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Internet na Educação – a mudança Na cibercultura, ocorre a transição da lógica da distribuição (transmissão) para a lógica da comunicação (interatividade). Isso significa modificação radical no esquema clássico da informação baseado na ligação unilateral emissor – mensagem – receptor: Internet na escola e inclusão Marco Silva

Internet na Educação – a mudança o emissor não emite mais, no sentido que se entende habitualmente, uma mensagem fechada, mas sim, oferece um leque de elementos e possibilidades à manipulação do receptor; a mensagem não é mais "emitida", não é mais um mundo fechado, paralisado, imutável, intocável, sagrado, é um mundo aberto, modificável na medida em que responde às solicitações daquele que a consulta; O receptor não está mais em posição de recepção clássica, é convidado à livre criação, e a mensagem ganha sentido sob sua intervenção. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Internet na Educação – a mudança Na perspectiva da interatividade, o professor pode deixar de ser um transmissor de saberes para converter-se em formulador de problemas, provocador de interrogações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizador de experiências e memória viva de uma educação que, em lugar de prender-se à transmissão, valoriza e possibilita o diálogo e a colaboração. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Internet na Educação – a mudança Os fundamentos da interatividade podem ser encontrados em sua complexidade nas disposições da mídia on-line. São três basicamente: Participação – intervenção: participar não é apenas responder "sim" ou "não" ou escolher uma opção dada, significa modificar a mensagem; bidirecionalidade – hibridação: a comunicação é produção conjunta da emissão e da recepção, é co-criação, os dois polos codificam e decodificam; permutabilidade – potencialidade: a comunicação supõe múltiplas redes articulatórias de conexões e liberdade de trocas, associações e significações. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Para concluir Estar on-line não significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção crítica das novas gerações e dos professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas a aula continua sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor permanece como o responsável pela produção e pela transmissão dos "conhecimentos". Internet na escola e inclusão Marco Silva

Para concluir Professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi: distribuição de conteúdos empacotados para assimilação e repetição. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Para concluir De que modo traduzir as três exigências da cibercultura em prática docente, em aprendizagem significativa? Cada professor, com seus aprendizes, pode criar possibilidades, as mais interessantes e diversas. É tempo de criar e partilhar on-line soluções locais. É tempo, até mesmo, de reinventar a velha sala de aula presencial "infopobre" a partir da dinâmica hipertextual e interativa das interfaces on-line. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Para concluir A dinâmica e as potencialidades da interface on-line permitem ao professor superar a prevalência da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe desdobramentos, arquiteta percursos, cria ocasião de engendramentos, de agenciamentos, de significações. Ao agir assim, estimula que cada participante faça o mesmo, criando a possibilidade de co-professorar o curso com os aprendizes. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Para concluir Em lugar de guardião da aprendizagem transmitida, o professor propõe a construção do conhecimento disponibilizando um campo de possibilidades, de caminhos que se abrem quando elementos são acionados pelos aprendizes. Ele garante a possibilidade de significações livres e plurais, e, sem perder de vista a coerência com sua opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações vindas da parte dos aprendizes. Assim, ele educa na cibercultura. Assim, ele constrói cidadania em nosso tempo. Internet na escola e inclusão Marco Silva

Muito obrigado