Vestido de Noiva Nelson Rodrigues

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Transcrição da apresentação:

Vestido de Noiva Nelson Rodrigues

Vestido de Noiva vai aos palcos em 1943, sob a direção de Ziembinski, marcando a renovação do teatro brasileiro ao se voltar para a realidade de cunho psicológico. A peça causou polêmica na época e ainda hoje é considerada forte em sua linguagem e no tratamento do tema, transplantando para o palco a profunda angústia do autor, que contamina os atores e os espectadores.

A Obra Vestido de Noiva não representou apenas uma revolução no texto, foi também uma revolução no cenário e no modo de fusão de vários tempos num mesmo espaço. O linguajar das personagens sofreu grandes modificações, que passou a valorizar a fala despojada das classes médias urbanas. Nelson não deixava de ser um intelectual, mas sua sensibilidade não esquecia o povo (principalmente a espontaneidade das paixões).

A Obra O universo dramático de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, é a classe média carioca nas imediações dos anos quarenta. Consagrou-se no que poderíamos chamar de estilo aforístico ou epigramático: frases curtas, carregadas de significação irônca. No plano da expressão das personagens, Nelson desenvolve uma sábia petulância que põe o leitor ou o espectador diretamente no coração dos grandes dramas do adultério e da transgressão do desejo.

O Autor Seus temas preferidos eram os dramas da vida moral e familiar, que ele regularmente levava para o teatro e para as pequenas narrativas, como as de A vida como ela é. Nelson não era moralista, o que ele visava de fato era à hipocrisia. Nelson repudiava o puritanismo de fachada e o comportamento santarrão.

Zbigniew Marian Ziembinski Ziembinski, acostumado com os padrões europeus de teatro, achou pequeno o número de refletores do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e pegou emprestado os enormes refletores do jardim do Palácio da Guanabara. Ziembinski aboliu o "ponto", recurso ainda muito usado na época, e exigiu que cada ator soubesse de cor todas as suas frases.

Planos da Memória, Realidade e Alucinação No plano da MEMÓRIA: em vez de se contar o que aconteceu, encena-se o que aconteceu, dando-se assim ao passado uma importância tão grande quanto à importância dada ao presente. Quando os fatos são presentes e objetivamente verificáveis, Nelson faz o palco também ser ocupado por um plano da REALIDADE (hospital, polícia, acidentes, etc.). E quando os fatos, ainda que presentes sejam resultado do delírio (de Alaíde), Nelson os representa no plano da ALUCINAÇAO, que é o plano em que a trama realmente se decide

Vestido de Noiva: Uma Tragédia? A obra sempre se apresenta como: tragédia em três atos. De fato, a peça tem elementos trágicos visíveis: o aniquilamento de protagonistas, motivado por seus próprios erros; a expiação da culpa, a experiência radical e dolorosa das paixões; a exacerbação emocional próxima do crime ou do desenlace; a cegueira da alma.