MASTITE LACTACIONAL.

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Transcrição da apresentação:

MASTITE LACTACIONAL

Mastite Lactacional Processo inflamatório da mama que pode ou não evoluir para infeccão Incidência de 2,6% a 33% (WHO, 2000) Início geralmente na segunda semana pós-parto Terceira causa apontada pelas mães para o desmame (FETHERSON, 1997) É necessário se conhecer os fatores de risco que levam a essa condição

Mastite Causas Estase lática Infecção

Fatores Facilitadores Fatores que favorecem a estagnação do leite MASTITE Primária Secundária Estase láctea Infecção ( geral/ por –fissuras)

Mastite- Fatores Predisponentes Ingurgitamento Fissura de mamilos Fadiga Stress Primiparidade Idade materna Trabalho fora do lar Episódio prévio História familiar (?) Técnica incorreta Técnica ineficiente de amamentação Uso de alimentos complementares Fatores nutricionais Fatores imunológicos Fatores socioeconômicos Baixa higiene Existem poucos estudos controlados sobre os fatores predisponentes da mastite lactacional (Barbosa-Cenik, Schwartz, Foxman, 2003) e a maioria dos fatores apontados estão baseados em observações clínicas e são agrupados em duas categorias: a técnica inadequada de amamentação e a baixa imunidade associada ao stress ou privação do sono. A técnica inadequada da amamentação pode promover uma deficiente drenagem dos ductos e conseqüentemente a um esvaziamento insuficiente da mama, assim como, a estase do leite e a fissura de mamilo (Foxman et al., 2002). Segundo a Organização Mundial de Saúde as principais causas de mastite são a estase do leite (causa primária) e a infecção (WHO, 2000). Discute-se atualmente se a estase do leite sem um significante desvio do número e do tipo de bactérias seria um fator suficientemente forte para determinar o desenvolvimento da mastite (Michie, Lockie, Lynn, 2003). As causas de estase do leite incluem, pega inadequada (Fetherston, 1998), sucção ineficiente, restrição da freqüência ou duração das mamadas (Fetherston, 1998; Lawrence, 1999; Riordan, Auerbach, 1999), bloqueio de ductos e super produção do leite (WHO, 2000). Existe um consenso que a dor e a fissura dos mamilos são fatores predisponentes para a mastite lactacional, mas não como causa necessária e suficiente (Barbosa-Cenik, Schwartz, Foxman, 2003). A causa mais comum de dor e trauma no mamilo é a pega inadequada (WHO, 2000). Por sua vez, a dor no mamilo pode levar a mãe a interromper a amamentação e assim predispor a estase do leite (Fetherston, 1998). É importante lembrar que, a fissura dos mamilos pode se constituir numa porta de entrada para a infecção (Foxman et al, 2002; Vogel, Hutchinson, Mitchell, 1999) e que o uso de chupetas ou mamadeiras pode estar associado também, à fissura dos mamilos (Centuori, Burmaz, Ronfani, et al., 1999) por promover uma pega incorreta, uma redução da freqüência e duração das mamadas e por predispor a estase do leite e ao ingurgitamento mamário (WHO, 2000). A correlação entre a freqüência das mamadas e a mastite lactacional não está suficientemente clara. Alguns autores sugerem que a mastite ocorra com maior freqüência em mães com grande produção de leite associado ao esvaziamento insuficiente da mama durante as mamadas (Vogel, Hutchinson, Mitchell, 1999). Quando a mama não é suficientemente esvaziada, fica ingurgitada, aumentando a pressão do leite, com passagem de pequenas quantidades deste para o tecido mamário, e subseqüente resposta inflamatória (Barbosa-Cenik, Schwartz, Foxman, 2003). O aumento da freqüência das mamadas como fator de proteção contra a mastite tem sido discutido por vários autores e resultados contraditórios têm sido observados. Recentemente, Foxman e colaboradores (2002), analisando 926 lactantes, através de uma coorte prospectiva, detectou que a alimentação das crianças mais freqüentemente que o usual constituía uma variável preditora da mastite. Por outro lado, estudos anteriores de Fetherston (1998) e da Organização Mundial da Saúde (WHO,2000) revelaram que o aumento de freqüência das mamadas pode agir como fator protetor contra a mastite e que a introdução de outros alimentos além do leite humano nos primeiros seis meses de vida do lactente se constitui em fator predisponente para esta afecção (WHO, 2000). A primiparidade tem sido apontada em alguns estudos como fator de risco da mastite lactacional, (Evans, Head, 1995; WHO, 2000; Barbosa-Cenik, Schwartz, Foxman, 2003) característica não referenciada em estudos anteriores (Foxman, Schwartz, Looman, 1994; Kaufmann, Foxman, 1991). É atribuído também, como fator de risco, a inexperiência da lactante (Vogel, Hutchinson, Mitchell, 1999). Mais do que primiparidade, episódios prévios de mastite tem sido associados a novos eventos (Foxman et al., 2002; Fetherston, 1998; Barbosa-Cenik, Schwartz, Foxman, 2003). Este fato remete a discussão para uma possível e significativa diferença na anatomia da mama, na técnica da amamentação ou na colonização materna por bactérias patogênicas (Lawrence, 2002). Lawrence (2002) avaliando a pesquisa realizada por Foxman e colaboradores, (2002), discute o contraste com outros estudos (Kinlay, Connell, Kinlay, 1998; Fetherston, 1997), quanto à ausência de diferenças nas taxas de incidência encontradas pelo pesquisador, em relação as variáveis sócio-demográficas, incluindo a idade materna. Outros fatores sugeridos como possíveis causas que necessitam também de maiores investigações como o freio lingual curto do bebe, por interferir com a pega, dor, fissura de mamilo e retirada ineficiente do leite da mama (Marmet, Shell, Marmet, 1990); uso de soutiens apertados (Hogan, 1994); posição prona para dormir (Amir, 1993); idade (WHO, 2000); fatores nutricionais, como o tipo de alimentação e o estado de micronutrientes (WHO, 2000); trabalho fora do lar, por aumento do tempo entre as mamadas (Kaufmann, Foxman, 1991); ser fumante (Vogel, Hutchinson, Mitchell, 1999); fatores associados a alterações localizadas na pele da mama; trauma mamário (WHO, 1997); stress materno (Vogel, Hutchinson, Mitchell, 1999); uso de bomba manual para ordenha do leite e uso de cremes antifúngicos, presumivelmente para fissura de mamilos (Foxman et. al., 2002).

Fatores Complicadores Mamadas com horários regulares Ausência de mamada noturna Uso de chupetas ou mamadeiras Não esvaziamento completo das mamas Problemas na sucção

Fatores Complicadores Produção excessiva de leite Separação mãe-bebê Desmame abrupto Fadiga/Doença materna Gestação múltipla (gêmeos,trigêmeos) Preferência por uma mama

Mastite – Quadro Clínico Sinais indicativos de inflamação local: dor, edema, calor e vermelhidão Sintomas sistêmicos semelhantes à síndrome gripal: anorexia, mal-estar, febre, calafrios, mialgia, cefaléia, algumas vezes náuseas e vômitos.

Mastite – Quadro Clínico Primária- Estase Láctea Secundária - Infecção

Mastite Lactacional

Diagnóstico Nem sempre é possível distinguir mastite infecciosa de não infecciosa Sempre que possível realizar : - Contagem de células e colônias no leite > 106 leuc. e > 103 bact/ml - INFECÇÃO > 106 leuc. e < 103 bact/ml - Inflamação não infecciosa < 106 leuc. e < 103 bact/ml - Estase do leite - Cultura do leite

Prevenção ORIENTAÇÃO ALEITAMENTO NO PRÉ-NATAL PEGA CORRETA TÉCNICA EFICIENTE DE AMAMENTAÇÃO ASSISTÊNCIA À LACTAÇÃO – OBSERVAÇÃO DA MAMADA PREVENÇÃO DA ESTASE - TÉCNICA DE ORDENHA ALEITAMENTO EXCLUSIVO ALEITAMENTO SOB LIVRE DEMANDA INÍCIO PRECOCE DA AMAMENTAÇÃO AUTOCUIDADO E HÁBITOS SAUDÁVEIS Na realidade, a prevenção da mastite deve ser feita desde o parto, através do incentivo da mamada na primeira hora de vida, do alojamento conjunto e da amamentação sob livre demanda. Antes da alta hospitalar, a equipe de saúde deve observar a mamada; certificar se a pega está correta e se a mãe sabe fazer a ordenha. Por sua vez, o estimulo a autoconfiança da nutriz, o incentivo ao autocuidado, aos hábitos saudáveis de vida, boa alimentação, higiene básica, tranqüilidade e posições confortáveis para as mamadas se constituem em fatores indispensáveis na prevenção da estase lática. Visto que a prevenção torna-se a medida mais eficaz, as lactantes devem ser informadas que em caso de aparecimento de qualquer sintoma, não usual, procurar os profissionais de saúde para que o tratamento seja precocemente instituído. Tem sido demonstrado que tanto os casos que habitualmente evoluem para o abscesso quanto para mastite recorrente são aqueles onde se observa um atraso entre o início dos sintomas e a procura do médico (Lawrence, 1999). Torna-se evidente a importância do suporte de profissionais de saúde com conhecimento sobre o manejo da amamentação e que entenda as dificuldades das fases iniciais da amamentação. É importante ressaltar que, hospitais credenciados como Amigos da Criança, por seguirem os dez passos para o sucesso do aleitamento materno, incorporam em suas rotinas as medidas recomendadas para a promoção do aleitamento materno e de prevenção de dificuldades com a amamentação.

Mastite e Ingurgitamento mamário Prevenção MASSAGEM e ORDENHA A mastite lactacional e o abscesso mamário podem ser facilmente evitados desde que medidas de intervenção sejam realizadas precocemente nas situações associadas à estase do leite. Assim, aos primeiros sinais de ingurgitamento, bloqueio de ductos, dor e/ou injúrias nos mamilos, deve-se prontamente dar início ao tratamento. Outros fatores de risco para a mastite também precisam ser observados como: idade materna, paridade, reincidência, complicações no parto, nutrição, fatores de defesa do leite, estresse, fadiga, trabalho fora do lar (grandes intervalos entre as mamadas, esvaziamento inadequado da mama), fatores locais da mama (tipo de pele, alergia, reação cutânea ao sol, exposição ao frio), traumatismos, uso de outros alimentos além do leite humano, uso de mamadeiras e chupetas, dentre outros (WHO, 2000). Na realidade, a prevenção da mastite deve ser feita desde o parto, através do incentivo da mamada na primeira hora de vida, do alojamento conjunto e da amamentação sob livre demanda. Antes da alta hospitalar, a equipe de saúde deve observar a mamada; certificar se a pega está correta e se a mãe sabe fazer a ordenha. Por sua vez, o estimulo a autoconfiança da nutriz, o incentivo ao autocuidado, aos hábitos saudáveis de vida, boa alimentação, higiene básica, tranqüilidade e posições confortáveis para as mamadas se constituem em fatores indispensáveis na prevenção da estase lática. Visto que a prevenção torna-se a medida mais eficaz, as lactantes devem ser informadas que em caso de aparecimento de qualquer sintoma, não usual, procurar os profissionais de saúde para que o tratamento seja precocemente instituído. Tem sido demonstrado que tanto os casos que habitualmente evoluem para o abscesso quanto para mastite recorrente são aqueles onde se observa um atraso entre o início dos sintomas e a procura do médico (Lawrence, 1999). Torna-se evidente a importância do suporte de profissionais de saúde com conhecimento sobre o manejo da amamentação e que entenda as dificuldades das fases iniciais da amamentação. É importante ressaltar que, hospitais credenciados como Amigos da Criança, por seguirem os dez passos para o sucesso do aleitamento materno, incorporam em suas rotinas as medidas recomendadas para a promoção do aleitamento materno e de prevenção de dificuldades com a amamentação. Embora nos dias atuais a incidência de mastite humana, seja relativamente baixa, podemos assinalar de acordo com as observações de Santos-Junior & Barros (2000) que estes parâmetros talvez não correspondam à realidade brasileira, onde a grande maioria das pacientes, mesmo freqüentando serviços de assistência ao pré-natal, não é orientada sobre as intercorrências de amamentação, desconhecendo a importância do diagnóstico precoce, e de medidas profiláticas, comprometendo, desse modo, a assistência dirigida no puerpério.

Tratamento Antibioticoterapia Critérios - contagem cels ,col.e cult infecção - sintomas graves desde o início - fissura mamilar visível - não regressão dos sintomas após 12/24hs de remoção efetiva do leite acumulado Germes mais frequentes ( S.aureus e albus) Duração – 10 a 14 dias

Tratamento Fazem parte do tratamento : Repouso materno Analgésicos/antiinflamatórios Hidratação abundante Compressas ( ? ) – avaliar o contexto Iniciar amamentação pela mama não afetada Sutiã bem firme Suporte emocional

ABSCESSO MAMÁRIO Coleção de secreção purulenta que resulta da resposta da mama lactante ao processo supurativo de isolar a área infectada. Fonte imagem:Aula Dra.Maria José Guardia Maltar

Obrigado