Problema 3 – Tema 1 Um estudo posterior (4 anos após a implantação da barragem) feito no rio principal da bacia RR indicou um decréscimo significativo.

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Transcrição da apresentação:

Problema 3 – Tema 1 Um estudo posterior (4 anos após a implantação da barragem) feito no rio principal da bacia RR indicou um decréscimo significativo e de cerca de 80% em alguns dos principais itens alimentares da dieta da dourada, os caracídeos migradores (por exemplo Prochilodus sp.). Apesar desta diminuição, índices de diversidade e a riqueza amostrada de peixes não se alteraram muito, porém a composição e abundância foram modificadas. Especialmente as espécies de peixes que são presas maiores tiveram declínio populacional.

O que poderia ser dito sobre a viabilidade em termos de tamanho populacional da dourada e em termos de sua história de vida? E sobre suas espécies de presa na bacia hidrográfica em questão? Quais medidas você proporia para a indústria pesqueira da dourada da região?

T1 Rio R T2 T3 T1 Rio R T2 T3 Diversidade – ? Riqueza – ? Composição - ? Abundância - ? 4 anos depois ÍNDICES ECOLÓGICOS

Riqueza = 4 Diversidade = 2x Equitabilidade = y Riqueza = 4 Diversidade = x Equitabilidade = 0,5y DEFINIÇÃO

Sem Barramento Diversidade = x Riqueza = 6 Equitabilidade = y Abundância = w Com Barramento Diversidade = x Riqueza = 6 Equitabilidade = y Abundância = z COMPOSIÇÃO NO CASO EM ESTUDO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS Barramentos interferem drasticamente no regime hidrológico, transformando ambientes lóticos em grandes lagos e áreas de várzea. Grandes migradores são os mais afetados pelos represamentos por ocuparem ampla área de vida. Tais espécies apresentam alta dependência do regime hidrológico.

Principais consequências dos distúrbios (barramentos). Fragmentação da(s) população(ões) (isolamento geográfico); Bloqueio das suas rotas de migração ou seus habitats de desova pela barragem; Crescimento e desenvolvimento inicial modificados pelo alagamento (montante) e regulação das cheias (jusante). (AGOSTINHO, 2007) Redução do tamanho populacional Deslocamento das classes etárias Redução da variabilidade genética HISTÓRIA DE VIDA

Tributário 1 T2 T3 Existe Homing? O que as referências sugerem? -Existe uma população que sobe aos tributários e os jovens descem ate o estuário, não existe homing (OLIVEIRA et al, 2011). -Três populações sobem aos tributários e os juvenis descem ate o estuário, existe homing. Rio R Estuário HISTÓRIA DE VIDA

Tributário 1 Rio R T2 T3 O que as referências sugerem? -Existem populações com comportamentos reprodutivos diferentes, existe homing (CARVAJAL-VALLEJO, 2012; RUFFINO, 2004; AGOSTINHO, 2007). -Sobem aos tributários e os juvenis descem ate o estuário. -Completam o ciclo nos tributários Estuário Facilitação do encontro dos adultos com juvenis: PREDAÇÃO INTRAESPECÍFICA HISTÓRIA DE VIDA

SOBRE AS PRESAS Curimatídeos e Caracídeos migradores – representam 61,5% da dieta da dourada (GARCÍA et al, 2009) Sabe-se que (GOULDING, 1980): – Caracídeos adultos – Tributários – Caracídeos jovens – Nascem no rio principal e retornam aos tributários para se desenvolver

BARRAGEM – Fragmentação das populações (indivíduos maiores ficam presos nos tributários) Redução população adulta no rio principal Amadurecimento precoce dos jovens (idade e tamanho menores) Redução de 80% das espécies de presas maiores Cardoso e Haimovici (2014) SOBRE AS PRESAS

BARRAGEM – Fragmentação das populações (indivíduos maiores ficam presos nos tributários) Redução população adulta no rio principal Amadurecimento precoce dos jovens (idade e tamanho menores) Jovens precocemente amadurecidos geram a mesma quantidade de descendentes? Redução de 80% das espécies de presas maiores SOBRE AS PRESAS A Dourada apresenta altos níveis de fecundidade, produzindo cerca de ovos por quilo de peixe (GARCÍA et al, 2009).

Disponibilidade de alimento é altamente flutuante e dependente de fatores pluviométricos. Plasticidade alimentar – estratégia evolutiva dos peixes neotropicais. SUBSTITUIÇÃO DA DIETA ALIMENTAR DA DOURADA SOBRE AS PRESAS

VIABILIDADE POPULACIONAL DA DOURADA

SUGESTÃO DE MEDIDAS DE GESTÃO PARA A INDÚSTRIA PESQUEIRA Sensibilizar os pescadores do Estuário sobre o efeito negativo da pesca de douradas menores que 40 cm. Implementar de forma participativa medidas que restrinjam as capturas de jovens na área de criação. Criar medidas em conjunto com a frota industrial, indústrias pesqueiras e mercados locais para que não sejam aceitos nos desembarques os peixes menores que 75 cm.

SUGESTÃO DE MEDIDAS DE GESTÃO PARA A INDÚSTRIA PESQUEIRA Criar medidas de conservação dos ambientes em que a dourada conclui seu ciclo reprodutivo, nos trechos altos dos rios da região mais ocidental da Amazônia e nos países que fazem limite com o Brasil (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) e nas áreas de criação da macrorregião do Estuário. Portanto, é muito importante definir um plano de manejo interestadual e transnacional para essas espécies, envolvendo os diversos Estados brasileiros e os países do Alto Solimões (Peru, Colômbia, Bolívia e Equador). Para elaborar uma proposta de manejo e conservação dos bagres, é essencial conhecer as disposições legais vigentes nos principais Estados que exploram essas espécies (Pará e Amazonas), assim como as normas estabelecidas pela União, de responsabilidade do Ibama e as promulgadas pelos países amazônicos limítrofes com o Brasil que explotam esse recurso pesqueiro.

SUGESTÃO DE MEDIDAS DE GESTÃO PARA A INDÚSTRIA PESQUEIRA Criar um sistema de cotas de captura para as macrorregiões Estuário, Santarém Manaus e Tefé- Alto Solimões, restritas a períodos de tempo específicos para cada área (de acordo com o ciclo de migração da espécie). Manter a ligação entre essas diferentes regiões, pois a dourada é migradora e utiliza toda a calha Estuário- Amazonas-Solimões no seu ciclo de vida. Seria uma ameaça para essa espécie a construção de usinas hidrelétricas ao longo desse sistema.

No Estuário, os pescadores sugerem o controle da pesca industrial. Segundo relatos, essa pesca invade as áreas reservadas à pesca artesanal, não respeitando a legislação vigente. Em diversas áreas de pesca (Soure, Salvaterra, Vigia, Mosqueiro), os pescadores declaram que a pesca industrial deveria ser paralisada, ou pelo menos, sofrer uma fiscalização severa para que a distância mínima da costa fosse respeitada. Os pescadores relataram a necessidade da adoção de período de defeso, associado ao pagamento de seguro-desemprego, como já é adotado para outras espécies, reforçam que a paralisação da pesca (pelo menos por um período) é indicada principalmente nas regiões de Santarém e Manaus, desde que fossem adotadas medidas compensatórias, tais como o pagamento de seguro-desemprego e empréstimo a juros baixos para a renovação da frota e dos apetrechos para a volta à atividade, após o período de paralisação estipulado (Figura 13). SUGESTÃO DE MEDIDAS DE GESTÃO PARA A INDÚSTRIA PESQUEIRA

Os pescadores-lavradores sugeriram o estabelecimento de políticas de incentivo para o cultivo de novas espécies, bem como condições para o escoamento e a comercialização da produção agrícola, a fim de contribuir para a redução da pressão da pesca sobre essas espécies. Para evitar os riscos de sobrepesca, propõe-se a suspensão da pesca para indivíduos inferiores a 80 cm no caso da dourada. Esses valores estão de acordo com os estudos de dinâmica populacional, os quais indicam que esses tamanhos são os que sustentam a pesca na calha inteira. Mudança da espécie alvo da pesca: espécies sedentárias que irão povoar o lago após a sua formação (agostinho 2007).

Medidas para a Indústria Pesqueira da Dourada O ecossistema fluvial fornece um importante serviço – a migração das populações Medidas de manejo devem tomar uma abordagem ecossistêmica – mais estudos: – Qualidade da água – Cadeias alimentares – Interações bióticas e abióticas – Estrutura das populacões e comunidades – Processos ecológicos – Funcionamento dos ecossistemas

Preservar os ambientes remanescentes para manter a diversidade de peixes e a produtividade dos estoques pesqueiros – iniciativas que interfiram no sistema como um todo A pesca deve adaptar-se à nova realidade – mudanças na captura, composição e táticas de pesca Mais dados sobre esforço e captura – determinar o status de estoques sobre-explotados para embasar a legislação pesqueira – Mais participação de universidades e institutos de pesquisa na criação de medidas – mais pesquisa e monitoramento – Implementação de um banco de dados acessível a pesquisadores e tomadores de decisão – Implementação e mais fiscalização por parte das agências estaduais e federais Medidas para a Indústria Pesqueira da Dourada

Controle da pesca – Licenças – Equipamento – Restrições no tamanho das malhas – Proteção dos juvenis, áreas e períodos de desova Mais estudos sobre as populações Mais investimento Mais esforço na fiscalização – Mais entendimento sobre o mercado (para consumo) Percepção social Restrições econômicas Medidas para a Indústria Pesqueira da Dourada

– Gestores precisam flexibilidade para interromper a pesca ou tomar ações Clareza e objetividade nos objetivos Comunicação social efetiva Envolvimento dos pescadores na tomada de decisões – papel importante na conservação dos recursos se organizados – a pesca é um bom indicador de mudanças ambientais – Melhorar a comunicação entre pesquisadores, gestores, pescadores e outros ‘stakeholders’ Interesses de pesca e de conservação devem ser considerados em conjunto Monitoramento e gestão podem indicar o que deve ser investigado e os resultados da pesquisa podem melhorar os métodos de monitoramento e gestão Medidas para a Indústria Pesqueira da Dourada