O QUE É METAFÍSICA.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
O CRITICISMO DE IMMANUEL KANT ( )
Advertisements

Mestranda: Marinês da Conceição Walkowski
Racionalismo René Descartes.
A Concepção Objetiva da Arte
Ciência e Compreensão da Realidade. Tipos de Conhecimento.
Filosofia moderna Kant (Idealismo)
Diretriz Curricular Estadual - Biologia Encaminhamentos.
Teoria das Categorias.
Conhecimento O problema do conhecimento. Formas de conhecimento
KANT e SUA CRÍTICA.
Filosofia Prof. Everton da Silva Correa.
Uma visão teórico-reflexiva da teoria da contabilidade
Psicologia das faculdades
Aula 7 Kant e o criticismo.
O que é? Para que serve? Filosofia Prof. Joaquim Célio de Souza.
Teorias do conhecimento
Aula 6 – Hume e o Empirismo
EPISTEMOLOGIA INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA SOBRE O MÉTODO UTILIZADO PARA CONHECER A REALIDADE DO UNIVERSO E HUMANA.
Fases: Pré- Crítica – Inserido na tradição do sistema metafísico;
Questão 05 06/04/2017
Revisão: Baixa Idade Média (Filosofia Medieval)
Immanuel Kant
Kant e a Crítica da Razão Pura
Profª Karina Oliveira Bezerra
As possibilidades e os limites da razão
Sociologia: uma ciência da sociedade Parte.01
CENTRO DE ESTUDOS AMAPAENSES – CEAP
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – CEAP
A Psicologia Experimental
KANT.
CAESP – Filosofia – 2A e B – 20/05/2015
ARISTÓTELES (383 – 322) a.C Metafísica
Natureza, objetivos e funções da Ciência.
Lógica e Filosofia da Ciência Professor Ulisses Mauro Lima
Empirismo David Hume (1711 – 1776).
René Descartes ..
Immanuel Kant Critica da razão pura (teoria do conhecimento) e
Aula 9 – Kant e o criticismo
Racionalismo.
Kant O que posso saber? (teoria do conhecimento)
Immanuel Kant
Ética Kantiana.
UFSC CAD/CSE PNAP Metodologia de Estudo e Pesquisa em Administração Professora: Alessandra de Linhares Jacobsen Conteudista: Profa. Liane C. H. Zanella.
Filosofia Aula 1.
Professor: Suderlan Tozo Binda
O Neopositivismo e o Círculo de Viena
Período sistemático Aristóteles
Curso de Ciências Biológicas FILOSOFIA DA CIÊNCIA Faculdade Católica Salesiana Faculdade Católica Salesiana Prof. Canício Scherer.
Estética Transcendental (Formas a Priori)
Ludwig Wittgenstein ( )
O verdadeiro conhecimento
David Hume (1711–1776).
LUDWIG FEUERBACH Deus é a essência do homem projetada em um imaginário ser transcendente. Também os predicados de Deus (sabedoria, potência,
A Crítica Do Juízo A posição da terceira Crítica em relação às duas anteriores.
Prof. Suderlan Tozo Binda
DO SABER ÉTICO À ÉTICA VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica 1. São Paulo: Loyola, p
PLATÃO.
A CRÍTICA DA RAZÃO PRÁTICA Kant. I – A razão não é somente teórica, mas também é prática: A razão não é somente capaz de conhecer;  A razão é também.
John Locke ( ).
Hartmann III Possível, necessário, contingente. Hartmann começa examinando os vários significados de: –Contingente –Necessário –Possível.
Positivismo Observação e Experiência. Uma reação contra aos grandes sistemas idealistas do século XIX: –Idealismo: Primazia da ideia; O homem é espírito,
Dialética Transcendental Prof. Suderlan Tozo Binda.
KARL JASPERS
O conhecimento Spinoza.
Investigando o Saber. Profª Renata Lopes  O que é afinal conhecer? Conforme analisa o filósofo norte-americano contemporâneo, Richard Rorty, na concepção.
John Locke CHAUI, Marilena. Filosofia, Série novo ensino médio. Ed. Ática, São Paulo Páginas:128,129 CHAUI, Marilena. Filosofia, Série novo ensino.
Kant e a Filosofia Crítica
O Pensamento Positivista – Augusto Comte
CURSO DE DIREITO Disciplina: Introdução ao Direito Professor: Milton Corrêa Filho.
BC0101 AULA 9 CIÊNCIA E OBJETIVIDADE. A validade da Ciência depende da forma como se responde a questão que investiga a possibilidade do conhecimento.
Transcrição da apresentação:

O QUE É METAFÍSICA

É proporcionar o conhecimento último da estrutura da realidade MODELO 1 É proporcionar o conhecimento último da estrutura da realidade

MODELO 2 É caracterizar a estrutura geral de nosso esquema conceitual da realidade

NATUREZA DA METAFÍSICA [1] Descritiva ● Exame do que fazem os Filósofos. [2] Normativa ● Identificar o que devem fazer os Filósofos.

Diferentes justificativas do tema; Diferentes metodologias. Problema Histórico: ● Identificar um único tema; ● Identificar uma única metodologia. Problema de Origem: ● Ambigüidade sobre o que é a Metafísica

Tratado de Aristóteles Filosofia Primeira – Teologia Objetivo: “Metafísica” Tratado de Aristóteles Filosofia Primeira – Teologia Objetivo: Sabedoria

Metafísica, I, 1 Tema distinto: ● Conhecimento das causas primeiras ● Disciplina Departamental Tema distinto: Deus – Motor Imóvel

Ciências: [1] Teóricas ● Filosofia Primeira ● Matemática ● Física [2] Produtivas [3] Práticas

● Estuda a natureza e a estrutura das substâncias materiais – físicas. Matemática: ● Estuda a quantidade: [a] discreta – aritmética [b] contínua – geometria

● Estuda a substância imaterial; Metafísica, VI, 1 ● Estuda a substância imaterial; Deve provar que existe uma substância imaterial que possa ser tratada. Deve provar que há um motor imóvel fora do mundo natural.

● Disciplina Universal Metafísica IV, 1 Ciência que estuda o ente enquanto ente ● Disciplina Universal

● Examina todos os objetos que existem Metafísica IV, 1 ● Examina todos os objetos que existem ● Estuda as coisas enquanto entes – existentes ● Tenta especificar as propriedades, características que as coisas exibem enquanto são entes - existentes

Metafísica Ciência Universal Categorias

CATEGORIAS Tipos ou classes mais gerais e elevadas nos quais as coisas estão incluídas.

[1] Identificar as Categorias; [2] Especificar as características das Categorias; [3] Identificar as relações entre as Categorias. Objetivo: Fornecer um mapa da estrutura de tudo o que existe.

[1] Disciplina Departamental ● Identificar as causas primeiras Aristóteles Metafísica I, 1 [1] Disciplina Departamental ● Identificar as causas primeiras ● Deus – Motor Imóvel

[2] Disciplina Universal Aristóteles Metafísica IV, 1 [2] Disciplina Universal ● Estudar as coisas enquanto são entes – existentes ● Fornecer a estrutura de tudo que existe

[1] Disciplina departamental Concerne à identificação das Tensão: [1] Disciplina departamental Concerne à identificação das causas primeiras – em particular Deus.

[2] Disciplina universal Estuda as coisas da perspectiva de seu Ser ou existência (ente enquanto ente); Fornece uma caracterização geral de todo o domínio do Ser.

Aristóteles Uma ciência das causas primeiras pretende identificar as causas subjacentes aos aspectos primários das coisas; Aspectos esses que estão pressupostos para todos os outros aspectos que elas exibam.

Visto que o ente ou existência de uma coisa é um fato primário; A ciência que estuda as causas primeiras pretende ser, apenas, a ciência que investiga o ente enquanto ente.

Entretanto, Aristóteles parece sustentar que uma disciplina que examine tudo, enquanto é um ente, pretende incluir Deus entre seus itens.

Medievais: Perspectiva Dual da Metafísica ● Delinear a estrutura categorial da realidade; ● Estabelecer a existência e natureza da Substância Divina

Racionalistas (Séc. XVII – XVIII) ● Expansão do âmbito da Metafísica ● Identificar e caracterizar os tipos mais gerais de coisas que existem ● Substância Divina – papel causal.

Especial Psicologia Racional Reestruturação Geral Metafísica Cosmologia Especial Psicologia Racional Teologia Natural

Metafísica Geral: Metafísica Especial: ● Estuda o ente enquanto ente Metafísica Especial: ● Estuda o ente a partir de uma variedade de perspectivas

Cosmologia Psicologia Racional Teologia Natural Ente – mutabilidade Psicologia Racional Ente – base dos seres racionais (mente-corpo; liberdade) Teologia Natural Ente – expressão do Divino

Cosmologia – Psicologia Racional: Aristóteles Disciplina Universal ----------- Disciplina Departamental ---- Racionalistas Metafísica Geral Teologia Natural Cosmologia – Psicologia Racional: Ampliação do âmbito da Metafísica

Crítica dos Empiristas: David Hume Toda a afirmação sobre conhecimento requer uma justificação com referência a experiência sensível.

● Nenhuma experiência poderia justificar as asserções feitas pelos sistemas metafísicos racionalistas; ● Então tais afirmações (que pretendiam proporcionar conhecimento científico da realidade) eram espúrias. ● As asserções características da Metafísica racionalista eram sem significado.

● Todas as nossas representações conceituais são derivadas dos conteúdos da experiência sensível. ● Desse modo, uma asserção tem conteúdo cognitivo genuíno ou é significativa, somente se, os termos utilizados são suscetíveis de uma análise ou explicação puramente em termos de conteúdos sensíveis.

Portanto: Visto que as afirmações dos metafísicos racionalistas não passam no teste, os empiristas concluem que elas são meramente sons sem sentido

Kant Crítica da Razão Pura – Prefácio Conhecimento – representacional Relação: ● Conceitos inatos ● Dados da experiência

Objeto do Conhecimento: Estrutura conceitual inata (conceitos puros do entendimento) Faculdades sensoriais (intuições puras da sensibilidade)

● Jamais teremos acesso a coisa em si Distinção: Nôumeno – coisa em si Fenômeno – afetação ● Jamais teremos acesso a coisa em si

X Aristóteles – Racionalistas ● Falharam ao irem além dos limites do conhecimento humano. Metafísica Transcendente – Tradicional X Metafísica Transcendental – Crítica

Metafísica Tradicional: Caracterizar uma realidade que transcende a experiência sensível. Metafísica Crítica: Delinear os aspectos mais gerais de nosso pensamento e conhecimento.

A Metafísica Crítica busca: [1] identificar os conceitos mais gerais de nossa representação do mundo; [2] as conexões que obtemos entre esses conceitos; [3] os pressupostos de sua aplicação objetiva.

Kant: Delimita o âmbito de investigação da Metafísica; Examinar os limites e as condições de possibilidade de nosso conhecimento da realidade; Descrever nosso esquema ou estrutura conceitual.

Metafísica: investigação descritiva. Contemporaneamente: Metafísica: investigação descritiva. Caracterizar nosso esquema ou estrutura conceitual. Princípios estruturais.

Concepção kantiana: Há uma estrutura não-mutável que subjaz a tudo aquilo que pode ser denominado conhecimento ou experiência humana. A tarefa da metafísica é examinar o modo humano de representação do mundo.

Concepção alternativa: Considera que a estrutura conceitual é dinâmica e histórica. A metafísica tem uma tarefa comparativa. Tenta revelar as diferentes formas de esquemas conceituais alternativas – historicamente importantes para refletir o mundo.

Metafísica Tradicional: Metafísica pós-kantiana: Investiga a estrutura do mundo; Metafísica pós-kantiana: Investiga nosso modo de representação do mundo.

O mundo tal como é, é inacessível para nós. Richard Rorty Idealismo A idéia de um objeto separado e independente do esquema conceitual, a partir do qual formamos nossas representações, é incoerente. O mundo tal como é, é inacessível para nós.

Metafísica Tradicional: Metafísica pós-kantiana: Proporcionar o conhecimento último da estrutura da realidade. Metafísica pós-kantiana: Caracterizar a estrutura mais geral do nosso esquema conceitual.

Metafísicos Tradicionais [1] Se, por um lado, o esquema conceitual é correto ao negar que o mundo, tal como realmente ele é, possa ser um objeto de investigação filosófica séria; [2] Por outro, ele erra em supor que um esquema conceitual possa ser correto.

Se o esquema está correto ao afirmar que a atividade de representação conceitual impede-nos de uma apreensão de tudo que buscamos representar, então por que consideraríamos seriamente as afirmações do esquema sobre representação conceitual?

Por fim, o metafísico tradicional argumentaria que não há razão para supor que é preciso outra maneira para lidar com os conceitos metafísicos tradicionais utilizados em sua tentativa de nos fornecer um exame daquilo que existe e sua estrutura geral.

Ele admitiria que um metafísico pode errar, que poderia haver afirmações falsas. Mas ele insistiria que a ameaça de falsidade aqui, não é mais séria do que em qualquer outra disciplina onde tentamos dizer como as coisas são.

Pode ser difícil proporcionar uma caracterização verdadeira da natureza da realidade, mas isso não significa que seja impossível.

Fonte: Michael J. Loux. Metaphysics: An contemporary introduction. London – New York: Routledge 1998.