Breve viagem pela história brasileira da Geologia

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Transcrição da apresentação:

Breve viagem pela história brasileira da Geologia GE 801 – História das Ciências Naturais

Primeiros tempos Apesar de uma busca obsessiva desde o descobrimento, foram necessários quase 2 séculos para se encontrar jazidas abundantes e de significado econômico em Minas Gerais, que marcaram um dos muitos ciclos econômicos que o país viveu (o “ciclo do ouro”). Calcula-se que nos séculos XVII e XVIII o Brasil contribuiu com ~ 50% da produção mundial de ouro e diamantes. Hoje, incluindo petróleo e gás natural, a produção mineral situa-se entre próximo de 4% do PIB.

Primeiros tempos Primeiras buscas: Martim Afonso de Sousa, 1531. Expedições de investigação ao longo de todo o século XVI, sob a supervisão dos Governadores Gerais ou das Capitanias. Resultados infrutíferos: “Sua Majestade deveria acreditar que as reais minas do Brasil compõem-se de açúcar e pau-brasil, muito lucrativos e pelos quais nem o Tesouro nem S.M. tiveram que gastar um centavo sequer” (carta do Governador Geral Diogo de Meneses Sequeira ao Rei).

Apogeu da extração 1699: primeiras descobertas importantes de ouro em MG. Enorme afluxo populacional das mais variadas regiões do país (~ 30.000 a 50.000 habitantes em 1705). Produção em MG no século XVIII = 715 toneladas. Outros descobertos: BA (Jacobina e Rio de Contas, 1718); Mato Grosso (Coxipó Mirim, 1718); Goiás (1719). Auge da produção: 1739 a 1779.

Decadência da mineração Declínio acentuado da produção nas últimas décadas do XVIII. I Revolução Industrial e necessidade de novos materiais (ferro e carvão). Reformas estruturais do Estado português - reformas pombalinas. Reforma da Universidade de Coimbra (1758-1772). Adoção dos ideais da Ilustração; valorização da ciência. Formação de quadros e explorações científicas.

Esforços para “animar a economia do Reino” Viagem de estudos/ formação de Manuel Ferreira da Câmara (1764(?) - 1835) e José Bonifácio de Andrada e Silva (1765-1838): Paris, Saxônia, Itália, Europa Central, Suécia e Noruega, de 1790 a 1800. “Viagem Filosófica” de Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815): Amazônia e Cento-oeste, de 1783 a 1792 (~ 39.000 km) Funções para Câmara e Bonifácio. Viagens de José Vieira Couto (1752-1827) no Distrito Diamantino e em Minas Gerais.

A transferência da Corte em 1808 Necessidade de criação da infra-estrutura no Brasil (instituições, obras civis e defesa). Instituições de ensino, científicas e culturais: Academias de Medicina (BA e RJ, 1808); Academia Real Militar (engenharias) (RJ, 1810); Jardim Botânico (RJ, 1808), Biblioteca Real (1808), etc.. Museu Real (1818). Iniciativas na metalurgia do ferro.

Explorações do território (séc. XIX e XX) Viajantes (ou funcionários) estrangeiros. Comissão Científica de Exploração (“Comissão do Ceará”) (1859-1861). Comissão Geológica do Brasil (1875-1877), Charles Frederic Hartt (1840-1878).

Explorações do território (séculos XIX e XX) “Tudo seria do mais alto interesse nessa exploração; (...) o governo imperial ficaria melhor habilitado para conhecer as urgências do interior e decretar a abertura de novas vias de comunicação(...); e quem sabe se talvez a descoberta de algum produto que em breve se tornasse rival dos mais lucrativos . Basta a descoberta de uma baga ou da folha de um arbusto para enriquecer qualquer estado. (...) Propomos que o IHGB se dirija ao governo imperial, pedindo-lhe para nomear uma comissão de engenheiros e naturalistas nacionais para explorar algumas das províncias menos conhecidas do Brasil”. (Manuel Ferreira Lagos, 1856)

Explorações do território (séc. XIX e XX) Escola de Minas de Ouro Preto (1876) Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo (1886-1931), Orville A. Derby (1851-1915). Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (1907-1934), Orville Derby.

Serviços Geológicos "geological surveys" – ‘marca registrada’ do desenvolvimento institucional das ciências geológicas no mundo durante o século XIX ↔ consagração do mapeamento geológico como forma de se fazer pesquisa científica neste campo disciplinar. Traço comum: acentuado caráter prático, de aplicação; estatais; financiamento público.

Serviços Geológicos no Brasil Comissão Geológica do Brasil (CGB) - 1875 Comissão Geográfica e Geológica de S. Paulo (CCG-SP) - 1886 Comissão Geográfica e Geológica de Minas Gerais (CCG-MG) - 1891 Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB) - 1907 Contexto brasileiro do final do Império e da Primeira República (~ 1870 a 1930): economia agro-exportadora (café) Problemas: mão-de-obra; vias de transporte; terras. Cientificismo (Positivismo e Evolucionismo)

Comissão Geológica do Brasil .  Fredericton, New Brunswick (Canadá) a 23/08/1840 .  Rio de Janeiro, RJ (Brasil) a 18/03/1878 . 1863 - Museu de Zoologia Comparativa em Cambridge, Massachusetts . 1865 – Expedição Thayer (1867) . 1870 - "Geology and Physical Geography of Brazil" . 1868 – 1º professor de Geologia na Universidade de Cornell, NY

Comissão Geológica do Brasil

Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo 27 de março de 1886 (proposta do Visconde do Pinhal) Objetivos: obtenção de informações "exatas e minuciosas" sobre a geografia, relevo, estrutura geológica, vias de comunicação, riquezas minerais e tipos de solo

Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo .  Ithaca, NY (EUA) a 23/07/1851 .  Rio de Janeiro, RJ (Brasil) a 27/11/1915 . 1869: Universidade de Cornell (História Natural) . Aluno de Geologia e Paleontologia de Charles Frederic Hartt (1840-1878) . 1870-71: Expedições Morgan . 1877-1890: Museu Nacional, RJ . 1879: Comissão Hidráulica do Império (S. Francisco)

Exploração do Sertão

Exploração do Sertão

Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil 10 de janeiro de 1907 (Miguel Calmon du Pin e Almeida ) Objetivos: "estudo científico da estrutura geológica, da mineralogia, meios e recursos minerais do território da República, (...), que possam servir de base à organização de projetos de vias de comunicação e outras obras públicas, especialmente as de prevenção contra os efeitos das secas" Orville Adelbert Derby

Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil Miguel Calmon du Pin e Almeida: representante da oligarquia do cacau, porta-voz de interesses agrários do Nordeste, sub-representados na Primeira República. Recuperação da produtividade do semi-árido  Tentativa de reequilíbrio político via reequilíbrio econômico.

Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil Secas no Nordeste e irrigação (Derby publica 9 artigos sobre o tema) Acordo entre o Serviço Geológico e a Inspetoria de Obras Contra as Secas Recursos minerais = SGMB assessor do governo federal Siderurgia 1908 = amplo levantamento das reservas de ferro e manganês de Minas Gerais  reservas brasileiras = 1/4 do total das reservas mundiais conhecidas

Pesquisa de carvão – Irati-PR (s.d.)