Análise de uma proposta de avaliação e intervenção em Psicologia Pediátrica com grupo de mães de bebês internados em UTI Neonatal APOIO: CNPq (Bolsa.

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Transcrição da apresentação:

Análise de uma proposta de avaliação e intervenção em Psicologia Pediátrica com grupo de mães de bebês internados em UTI Neonatal APOIO: CNPq (Bolsa IC); FAPERJ (Auxilio a Pesquisa; Bolsa IC)

AUTORES : Ana Cristina Barros da Cunha, Departamento de Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia/UFRJ & Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Perinatal (PRIM), Maternidade-Escola/UFRJ; Luciana Monteiro Ferreira, Setor de Psicologia, PRIM, Maternidade-Escola/UFRJ; Ana Paula Andrade da S. de Medeiros, PRIM, Maternidade-Escola/UFRJ; Cristiane Tonnesen Rocha, PRIM, Maternidade-Escola/UFRJ; Anderson M. Rodrigues, Instituto de Psicologia/UFRJ; Camila S. Pereira , Instituto de Psicologia/UFRJ; Laura L. P. Pinto , Instituto de Psicologia/UFRJ; Natalia F. Novaes, Instituto de Psicologia/UFRJ.

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento, U. Bronfenbrenner (1987, 1996) & A. Sameroff (2009): visão transacional e unificadora do desenvolvimento Arnold Sameroff (2009) visão sistêmica do desenvolvimento U. Bronfenbrenner (1987, 1996) DESENVOLVIMENTO

INTRODUÇÃO Fatores de risco na área da Saúde Materno Infantil; Vulnerabilidade para atrasos no desenvolvimento (Rutter, 1987); BAIXO PESO < 2.500g Internação UTIN PREMATURIDADE < 37 semanas gestação

Nesse contexto, é importante: Identificar as variáveis psicossociais envolvidas no enfrentamento do diagnóstico (Linhares, 2003); Prevenir os riscos e promover o desenvolvimento e a saúde da díade mãe-bebê (Rutter, 1987; Rutter; Sroufe, 2000).

Fenômenos de RESILIÊNCIA e COPING: RESILIÊNCIA = competência individual em responder de forma positiva ao estresse e à adversidade, sendo um processo complexo que explica porque algumas pessoas não sucumbem ao estresse e a adversidade, enquanto outras sim (Rutter, 1987); Capacidade do individuo em adotar estratégias de enfrentamento (coping) adequadas à situação;

COPING= processo subjacente ao fenômeno da RESILIÊNCIA entendido como “esforços cognitivos e comportamentais empregados para lidar com demandas específicas externas e/ou internas, que são avaliadas como excedendo os recursos do indivíduo” (Lazarus & Folkman,1984); Enfrentamento da vulnerabilidade (prematuridade, hospitalização etc.) = fenômeno MULTIDIMENSIONAL, focado na EMOÇÃO, RESOLUÇÃO DO PROBLEMA, RELIGIOSIDADE e BUSCA DE SUPORTE SOCIAL, por ex.;

OBJETIVOS Avaliar as estratégias de enfrentamento (coping) de mães em situações de risco ao desenvolvimento; Verificar a eficácia de medidas de intervenção psicológica para minimizar as conseqüências negativas decorrentes destas situações em grupos de mães de bebês internados na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN);

MÉTODO Delineamento transversal, do tipo exploratório-descritivo, com caráter quali-quantitativo (Meltzof, 2001); Amostra aleatória não-probabilistica = usuárias dos serviços da Maternidade; Critério de inclusão da amostra = condição de vulnerabilidade: mães de bebês prematuros e/ou baixo peso internados na UTIN;

MÉTODO Duração do estudo: 6 meses (em andamento); Participantes: 15 puérperas bebês internados na UTIN; Local: Alojamento conjunto da Maternidade-Escola da UFRJ;

MÉTODO Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados: 1. Avaliação das Mães: Protocolo de Dados Gerais; Escala Modos de Enfrentamento do Problema (EMEP) (Seidl; Tróccoli & Zannon, 2001);

Perceber que você não está sozinha nesta jornada! 2. Intervenção em Grupo: Compartilhar experiência com outras mães Obter informações sobre o cuidado do bebê Receber material de apoio Ampliar o desenvolvimento do bebê Perceber que você não está sozinha nesta jornada!

RESULTADOS Perfil da Amostra: Trabalho Idade

Relacionamento com o pai do bebê:

Escolaridade:

Estratégias de Enfrentamento:

Prática Religiosa/pensamento fantasioso - Busca de Suporte Social - Focalização no Problema 28% 26% 17% 29% Busca de Prática Religiosa/pensamento fantasioso - Focalização na Emoção

DISCUSSÃO Prematuridade (PT) e baixo peso ao nascimento (BP) são causas freqüentes de internação de bebês em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); Nessa situação, as mães podem apresentar níveis de estresse, depressão e ansiedade mais altos do que mães de bebês nascidos a termo e sem complicações neonatais; Isto pode perdurar após a alta da criança, indicando a necessidade de intervenção psicológica, sobretudo nas estratégias de enfrentamento (coping) das mães;

DISCUSSÃO Nesse estudo, a principal estratégia de enfrentamento (coping) das mães foi a Busca de práticas religiosas/pensamento fantasioso; Práticas religiosas como estratégia de enfrentamento foi verificada em estudos anteriores, a partir de evidências quanto à importância da religião, em especial diante de situações difíceis (Carver, Scheier & Weintraub, 1989; Vitaliano e cols., 1985);

DISCUSSÃO Segundo Clark, Bormann, Cropanzano & James (1995), a religião se correlaciona ao enfrentamento focalizado no problema, segundo tipo de coping mais freqüente entre as mães de prematuros desse estudo; Religião pode representar para essas mães uma tendência à liberação de emoções relacionadas ao estresse e a sentimentos negativos, podendo apresentar caráter não adaptativo (Seidl e cols, 2001), o que justifica a intervenção psicológica junto a essa população.

REFERÊNCIAS BRONFENBRENNER ,U. Ecological systems theory. Annals of Child Development, Greenwich, CT, JAI Press, n.6, p. 187-249, 1989. BRONFENBRENNER, U. A Ecologia do Desenvolvimento Humano: Experimentos Naturais e Planejados. Porto Alegre, Artes Médicas; 1996. CARVER, C.S., SCHEIER, M.F. & WEINTRAUB, J.K. (1989). Assessing coping strategies: A theoretically based approach. Journal of Personality and Social Psychology, 56, 267-283. CLARK, K.A., BORMANN, C.A., CROPANZANO, R.S. & JAMES, K. (1995). Validation evidence for three coping measures. Journal of Personality Assessment, 65, 434-455. LAZARUS, R. S., & FOLKMAN, S. (1984). Stress, appraisal and coping. New York: Springer Publisching Company. LINHARES, M. B. M. (2003). Prematuridade, risco e mecanismos de proteção ao desenvolvimento. Temas em desenvolvimento, 12 (Suplemento especial), 18-24. MELTZOFF, J. (2001). Research strategies and variables. In Critical thinking about research: Psychology and related fields (chp. 3, pp. 31-48). Washington, DC: American Psychological Association. RUTTER, M. (1987). Psychological resilience and protective mechanisms. American Journal of Orthopsychiatry, 57(3), 316-331. RUTTER, M., & SROUFE, L. A. Developmental psychopathology: Concepts and challenges. Development and Psychopathology, 12, 265–296. 2000. SAMEROFF, A. The transactional model. Washington, DC: APA. 2009. SEIDL, E. M. F., TRÓCCOLI, B. T., & ZANNON, C. M. L.C. (2001). Análise fatorial de uma medida de estratégias de enfrentamento. Psicologia Teoria e Pesquisa, 17(3), 225-234; VITALIANO, P.P., RUSSO, J., CARR, J.E., MAIURO, R.D. & BECKER, J. (1985). The Ways of Coping Checklist: Revision and psychometric properties. Multivariate Behavioral Research, 20, 3-26.

Obrigada! Crédito: Anne Geddes