Anos 1990: Desestabilização e crise

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
INFLAÇÃO.
Advertisements

SETOR EXTERNO DA ECONOMIA BRASILEIRA
Assessoria Econômica da FEDERASUL Crise Financeira e o Impacto na Economia Mundial.
A Crise Internacional e os Efeitos no Brasil e no Mundo
Balanço de Pagamentos 1- Transações correntes
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Amaury Patrick Gremaud Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos
A CRISE MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL
Fundamentos de Economia
Fundamentos de Economia
Aspectos Gerais da Política Econômica dos anos 1990/2000
Abertura Comercial e Plano Collor
Economia Brasileira Contemporânea
Aspectos Gerais do Brasil na década de 1990
Aspectos Gerais da Política Econômica dos anos 1990/2000
Diferentes visões sobre o
Plano Real e seus impasses Pressupostos Dificuldades Resultados Modelo
Abertura financeira e desenvolvimento
Anos 1980: Rumo perdido.
Conjuntura macroeconômica
Taxa de Câmbio e Balanço de Pagamento
Economia Brasileira Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA
Balanço de Pagamentos Prof. Ricardo Rabelo
O Brasil e a Superação da Crise Internacional
Instrumentos de Política Macroeconômica
POLÍTICAS EXTERNAS POLÍTICA CAMBIAL: depende do tipo de regime de câmbio adotado: taxas fixas de câmbio ou taxas flexíveis. POLÍTICA COMERCIAL: alterações.
Da crise ao crescimento: a experiência do Brasil MINISTRO GUIDO MANTEGA Rio de Janeiro, 07 de julho de 2004 II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE FUNDOS DE PENSÃO.
Amaury Patrick Gremaud Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos
PIB TRIMESTRAL Bahia – 4º Trimestre de 2009 Bahia – 4º Trimestre de 2009 CONJUNTURA ECONÔMICA: 2011 DILMA_100 dias.
Economia brasileira plano real e seus desdobramentos cap. 16
Caso 3 – política fiscal e monetária
RESPOSTAS DAS QUESTÕES CAP. 12 E 16
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
O Desafio da Estabilidade e do Crescimento Sustentado
II - A Evolução Recente da Economia Portuguesa. II - A Evolução da Economia Portuguesa 1) Os choques políticos e internacionais em e os Acordos.
Instituto de Economia – UFRJ
Plano Real.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Estabilização Macroeconômica, Retomada do Desenvolvimento e Crise Mundial Domingos R. Pandeló Jr
MEDIDAS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Inflação e Índice de Preços
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
Abordagem Macroeconômica: Medidas da Atividade Econômica; O Lado Real
Plano Real Aula 10 – 22/10/2010.
Economia Brasileira1 Política Econômica Externa e Industrialização:
Prof. Dr. Mário Vasconcellos
CRISE INTERNACIONAL NOS ANOS 1970
ECONOMIA BRASILEIRA AULA 08
TRANSFORMAÇÕES DA ECONOMIA BRASILEIRA: ANOS 70/90 PARTE 3
INFLAÇÃO.
A MACRO E MICRO ECONOMIA
Abordagem Macroeconômica: Medidas da Atividade Econômica; O Lado Real.
INFLAÇÃO.  INFLAÇÃO – aumento generalizado e contínuo no nível geral de preços;  DEFLAÇÃO – o conceito inverso ao de inflação.
A economia brasileira e o ajuste fiscal
ECONOMIA BRASILEIRA II
ESTABILIDADE DE PREÇOS VERSUS ALTO NÍVEL DE EMPREGO POLÍTICAS MACROECONÔMICAS PARA ATINGÍ-LAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS E POSITIVAS PARA A ECONOMIA.
MECANISMOS DE INTERVENÇÃO NA ECONOMIA
1 Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 18: Economia Brasileira Pós- Estabilização: O Plano Real.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA Problemas, Desafios e Perspectivas para a Economia Brasileira Fernando Ferrari.
1 Luiz Fernando Figueiredo IBCPF - Junho de 2001 Banco Central do Brasil A Conjuntura Econômica e a Importância do Planejamento Financeiro.
Amaury Gremaud Economia Brasileira Do Crescimento forçado à crise da dívida.
Bresser e Mailson: o fim do governo Sarney Amaury Gremaud Economia Brasileira Contemporânea.
Cenário Macroeconômico Abril/2016. Economia Internacional Economia Doméstica.
Amaury Gremaud Economia Brasileira Contemporânea
Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 20: O Brasil e o Fluxo de Capitais: Dívida Externa, sua Crise e Reinserção nos anos 90.
Abordagem Histórica da Economia Brasileira
Objetivos e Instrumentos
Inflação Aula 9.
ECONOMIA – Micro e Macro 1 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: a distribuição.
Transcrição da apresentação:

Anos 1990: Desestabilização e crise

Situação no final de 1980s Vulnerabilidade externa Crise fiscal Pressão inflacionária

Desestabilização macroeconômica Inflação Finanças públicas Contas externas Crescimento Investimento

Inflação Estrutural: choques de oferta (gargalos; petróleo; quebra de safra agrícola; cambial; tarifas públicas; conflito distributivo) Estrutural : demanda reprimida Institucional: indexação (regras)

Controle da inflação: Causas e políticas

Finanças públicas Estatização da dívida externa Dolarização da dívida interna Esterilização Ajuste externo: juros altos  aumento de despesa Ajuste externo: recessão  queda de receita Controle da inflação: contenção de tarifas  fragiliza empresas estatais

Finanças públicas: Ajuste fiscal Aumento da carga tributária (receita) Aumento da renda (receita) Aumento da progressividade (renda  receita) Corte dos gastos (custeio e capital) Aumento das tarifas públicas (empresas estatais) Redução dos juros Redução do estoque da dívida

Desequilíbrio de estoque (dívida) e fluxos (serviços e capital) Contas externas Desequilíbrio de estoque (dívida) e fluxos (serviços e capital)

Ajuste externos: Mecanismos Automático: preço interno; preço externo; renda Induzido: nível dos gastos; composição dos gastos; controles diretos

Mecanismos automáticos Preço interno: padrão-ouro; dolarização Preço externo: regime de câmbio flutuante Renda: multiplicador de comércio exterior

Mecanismos induzidos Mudança no nível de gastos: políticas monetária, creditícia, fiscal, salarial Mudança na composição dos gastos: políticas cambial e comercial Controles diretos: medidas não-tarifárias sobre bens e serviços; controle do movimento internacional de capitais

Contexto internacional: 1990s 1989-1992: quadro recessivo 1993-2000: crescimento extraordinário 1996-2000: Nova Economia Crises financeiras, principalmente, em países em desenvolvimento 2001... desaceleração

Foco da política econômica: 1990s 1990-1998: inflação 1999... Contas externas 1994.......restrição fiscal crônica e crescente

Indicadores macroeconômicos: Anos 1990 em perspectiva histórica

PIB

PIB per capita

PIB: Taxa de crescimento

Produção Industrial

Taxa de investimento

Taxa de desemprego (RMs trimestral)

Inflação (IPCA mensal)

Déficit público

Balanço de pagamentos

Conta corrente BOP/PIB (%)

Reservas internacionais

Dívida externa

Pagamento de Juros Externos

Dívida externa, reservas e exportação

Dívida externa e dívida interna

Balança comercial, saldo

Exportações e Importações

Ajuste da balança comercial

Indicadores macroeconômicos: síntese

Planos de estabilização macroeconômica: Principais Plano Collor I (mar. 1990) Plano Collor II (jan. 1991) Plano Real: Fase I (jan. 1993) Plano Real: Fase II (mar. 1994) Plano Real: Fase I (jul. 1994) Plano Real: Fase IV (jan. 1999)

Plano Collor I (mar. 1990) Principais medidas reforma monetária (cruzeiro) redução da liquidez: bloqueio parcial de depósitos e aplicações financeiras (bloqueio de 70% M4) (confisco) ajuste fiscal (corte de gastos, suspensão de incentivos e subsídios, IOF sobre ativos financeiros) reforma administrativa (fechamento de empresas e órgãos públicos) privatizacão (Plano Nacional de Desestatização)pL desindexação: congelamento de preços e salários novas regras de indexação de preços e salários regime cambial flutuante liberalização comercial

Plano Collor II (jan. 1991) Principais medidas congelamento de preços e salários unificação das datas-base de reajustes salariais política monetária restritiva política fiscal restritiva (corte de gastos)

Taxa de desemprego

Seguro-desemprego

Tarifa nominal: Média

Plano Real: Fase I (âncora fiscal: dez. 1993-fev. 1994) Ajuste fiscal: redução dos gastos e aumento da receita maior eficiência dos gastos controle dos bancos estaduais saneamento dos bancos federais aperfeiçoamento e ampliação do programa de privatização criação do Fundo Social de Emergência: redução das das transferências para estados e municípios , mais flexibilidade e maiores cortes criação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) (0,25%)

Plano Real: Fase II (mar-jun 1994) Criação da Unidade de Referência do Valor (URV) URV: superindexador URV: variação amarrada à variação do dólar Mecanismo de passagem de todos os preços de Cruzeiro real para URV Fixação de preços, tarifas e contrtos em URV Generalização do uso da URV como unidade de conta e reserva de valor Alinhamento de preços realtivos Apagar a memória inflacionária: eliminar o componente inercial da inflação

Regra de conversão: Salários Salário médio (real) em URV: média aritmética dos salários em URV Salários calculados em URV: salário nominais de nov. 93, dez.93, jan.94 e fev.94 foram divididos pelo valor da URV no final de cada mês

Preços relativos, aceleração inflacionária e o superindexador (URV) “aceleração dos preços na moeda até então existente (o cruzeiro real) e, no seu final, pouco antes do surgimento da nova moeda, um comportamento defensivo por parte das empresas - que implicou preços em URV excessivamente elevados e desalinhados“ “manteve o poder aquisitivo dos salários relativamente constante”

Plano Real: Fase III (jul. 1994-dez. 1998) Reforma monetária (Real) (CR$ 2750,00 = R$ 1) Transformação da URV em Real (1 URV = R$ 1) Metas monetárias Política monetária restritiva (juros altos) maior abertura comercial âncora cambial (US$ 1 = R$ 1) Bacengarantia venda de dólares (US$ 1 = R$ 1) câmbio flutuante apreciação cambial sinalização de reformas: administrativa, fiscal e previdenciária

Plano Real e suas âncoras âncora fiscal: fracassou desde o início descontrole das finanças públicas (recorde histórico) âncora monetária (metas monetárias de jul 1994): desapareceu nos primeiros meses âncora cambial: crises cambiais recorrentes e ruptura (jan. 1999)

Elementos fundamentais: Plano Real Fase III Abertura comercial Nível de reservas Apreciação cambial

Inflação, importação, câmbio e reservas internacionais

Síntese 1994-2002 Primeiro período 1994-1998 Controle da inflação e crescente desequilíbrios (contas externas, lado real) Segundo período 1999-2002 Vulnerabilidade externa e crescentes desequilíbrios (lado real, finanças públicas, retorno da pressão inflacionária)

Vulnerabilidade externa: 1994-98

Indicadores macroeconômicos: 1995-2002